Plano Nacional de Acção para a Inclusão 2006-2008 - Instituto ...

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Plano Nacional de Acção para a Inclusão 2006-2008Parte Idesemprego tem vindo a aumentar progressivamente desde 2001, de 9,4%para 16,1% em 2005 35 e os trabalhadores mais idosos (55 aos 64 anos),com 3,2% em 2001 e 6,2% em 2005 36 , ambos com baixas habilitações equalificações profissionais; os desempregados de longa duração, muitosdeles transversais aos dois grupos anteriores, que mostram dificuldadesde reinserção no mercado de trabalho, com especial relevo para o grupodesempregado há 25 e + meses que representa 65,9% do total de DLD 37e as mulheres que, de igual modo, se vêem confrontadas com maioresdificuldades de inserção no mercado de trabalho.As pessoas com deficiência confrontam-se, também, com dificuldadesde participação no mercado de trabalho. Em 1999, o rácio entre aspessoas desempregadas sem deficiência e as pessoas com deficiênciaera de 51%. Apesar de Portugal apresentar uma menor assimetria emtermos de acesso ao emprego por parte deste grupo por comparaçãocom outros países europeus, o valor apresentado era mais baixo que overificado nalguns desses países (52%, 66% e 81%, em Espanha, Françae Holanda, respectivamente) 38 .Educação e FormaçãoA escolarização e as qualificações da população em geral, são elementosestruturantes fundamentais para a compreensão de fenómenos de pobrezae exclusão social e para a inclusão dos grupos sociais mais vulneráveis,nomeadamente no que se refere à sua participação no mercado detrabalho.A educação formal constitui condição fundamental de partida para ainclusão social dos indivíduos, devendo começar desde os primeirosanos de vida. A escola constitui, assim, um espaço privilegiado, apartir do qual se podem detectar precocemente, prevenir e combateras situações de pobreza e de exclusão social. Porém, a escola tende areproduzir as desigualdades económicas e sociais que a envolvem, sendoreflexo tradicional da incidência de níveis mais elevados de insucessoe abandono escolar precoce junto das crianças e jovens originárias degrupos sociais mais desfavorecidos.Nas últimas três décadas registou-se uma progressiva expansão dosistema educativo e do alargamento da escolaridade obrigatória, tendoseassistido a um aumento generalizado da oferta de equipamentos eserviços, embora a cobertura varie consoante os níveis de educação eformação.É no ensino pré-escolar que se têm registado as maiores mudanças,pois em 2004, 79,9% das crianças de 4 anos frequentavam a educaçãopré-escolar (comparativamente a 85,8% na UE), representando umcrescimento de cerca de 47% face a 1995 39 .Também as taxas de escolarização subiram de forma significativa,observando-se que a percentagem de jovens com 18 anos integrados nosistema educativo mais do que duplicou, passando de 30% para 62%entre 1991 e 2001 40 . No entanto, Portugal mantém-se a uma distânciaconsiderável da média dos países da UE.Mais progressos são observáveis especialmente nos jovens de 20-24 anosque completaram pelo menos o nível de ensino secundário (ISCED 3)que passou de 44,2%, em 2002, para 49%, em 2004, embora aindadistantes dos 76,7% da UE25 na mesma data. Observou-se, igualmente,uma redução da taxa de saída escolar precoce de 45,1%, em 2002 para39,4%, em 2004 41 e para 38,6%, em 2005 42 . Contudo, estes valoressão, ainda, elevados se comparados com a média da UE25 (15,7% em2004 e 15,2% em 2005). Registou-se, também, um aumento da taxade frequência do ensino superior (29,9% em 2003). Esta evoluçãopermite detectar uma fractura geracional com a população mais velha35 INE, Inquérito ao Emprego.36 Idem.37 Idem.38 Cf. ZUMA, European System of Social Indicators citado em GUERRA, Isabel (Coordenação), SOA-RES, Luís (2005), Relatório Provisório, Observatório da Coesão Social, PNAI, pp. 31.39 Eurostat, Education Statistics.40 INE, Censos.41 Com registo de um maior peso para os rapazes (47,9%) do que para as raparigas (30,6%).42 LFS, Eurostat.2425

Plano Nacional de Acção para a Inclusão 2006-2008Parte Ia apresentar baixos níveis de escolaridade e a mais jovem a aproximar-seprogressivamente das médias da UE.Em 2005, 38,6% de jovens de 18-24 anos abandonaram o ensino coma escolaridade obrigatória (ISCED 2) ou menos e não frequentaramqualquer acção de educação ou formação (46,7% rapazes e 30,1%raparigas). Na UE25 eram 15,2% (17,3% rapazes e 13,1% raparigas) 43 ,situando-se Portugal numa posição ainda desfavorável face aos restantesEstados-Membros.Analisando as taxas de conclusão/transição do ensino básico no anolectivo 2002/2003 é possível constatar 44 que: no 1.º ciclo situava-se em92,4%, ligeiramente superior ao ano lectivo de 1994/95; no 2º ciclo erade 85,2%; e no 3.º ciclo representava 80,9%, A visibilidade do insucessoé mais expressiva no ensino secundário, na medida em que a taxa detransição/conclusão foi de 66,2% em 2003/2004.Importa, contudo, salientar o reforço efectuado em termos de vagas emcursos de natureza profissionalizante no sentido de inverter a situaçãoactual de baixos níveis de escolarização. O aumento do número de vagasé visível nos cursos de educação e formação, pois nos dois últimos anoslectivos (2004/05 e 2005/06) o número de cursos aumentou de 235 para470 45 na rede de escolas do Ministério da Educação.A este acréscimo corresponde, por sua vez, um forte aumento donúmero de alunos/ formandos que têm procurado este tipo de percursoprofissionalizante (14 957 alunos em cursos de educação e formação noano lectivo de 2005/06 face a 7 508 alunos no ano lectivo anterior) nasescolas sob coordenação do Ministério da Educação, ao qual se juntamprevisivelmente ainda 15 471 jovens abrangidos por esses cursos narede sob a coordenação do Ministério do Trabalho e da SolidariedadeSocial, correspondendo a uma variação superior a 100% no número deformandos abrangidos por esta modalidade de formação face ao anoanterior 46 .Outro aspecto relevante relaciona-se com as alterações verificadas aonível dos cursos profissionalizantes. A rede de oferta, constituída quasena totalidade por escolas profissionais privadas, foi fortemente alargadaàs escolas secundárias públicas em 2005/06, evidenciando o esforço decolocar a rede pública de estabelecimentos de ensino ao serviço destetipo de cursos. Têm-se mantido também o esforço de formação de jovensatravés do Sistema de Aprendizagem, que envolveu 26 247 formandosem 2004 47 .A par da educação básica, a componente de educação/formaçãoconsubstanciada na aquisição de qualificações profissionais iniciaisreveste-se de um valor acrescido de possibilidades de trajectóriasinclusivas e de acesso e permanência no mercado de trabalho, comtodas as consequências que esse facto acarreta em termos de melhoria decondições de vida das populações.Porém, a situação actual evidencia que parte destes jovens continuam adeixar o sistema de ensino com baixos níveis de escolaridade e/ou semqualquer tipo de formação, partindo para o mercado de trabalho emposição de desvantagem. Potenciam o risco de reprodução de geraçõespouco qualificadas, com baixos salários provenientes de empregosdesqualificados e com acrescidas dificuldades de reinserção no mercadode trabalho perante situações de desemprego. Saliente-se que, em 2005, ataxa de desemprego era de 7,6% e a taxa de desemprego de longa duração(12 e mais meses) era de 3,7% 48 .Neste contexto, constatam-se riscos de clivagens entre quem tem equem não tem acesso à educação / formação e aprendizagem ao longoda vida, com repercussões no acesso e/ou adaptabilidade ao emprego,43 LFS, Eurostat.44 GIASE/ME, Séries Cronológicas.45 ME/DGFV e IEFP.46 ME/DGFV e IEFP.47 IEFP.48 Eurostat, LFS.2627

<strong>Plano</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Acção <strong>para</strong> a Inclusão <strong>2006</strong>-<strong>2008</strong>Parte Ia apresentar baixos níveis <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> e a mais jovem a aproximar-seprogressivamente das médias da UE.Em 2005, 38,6% <strong>de</strong> jovens <strong>de</strong> 18-24 anos abandonaram o ensino coma escolarida<strong>de</strong> obrigatória (ISCED 2) ou menos e não frequentaramqualquer acção <strong>de</strong> educação ou formação (46,7% rapazes e 30,1%raparigas). Na UE25 eram 15,2% (17,3% rapazes e 13,1% raparigas) 43 ,situando-se Portugal numa posição ainda <strong>de</strong>sfavorável face aos restantesEstados-Membros.Analisando as taxas <strong>de</strong> conclusão/transição do ensino básico no anolectivo 2002/2003 é possível constatar 44 que: no 1.º ciclo situava-se em92,4%, ligeiramente superior ao ano lectivo <strong>de</strong> 1994/95; no 2º ciclo era<strong>de</strong> 85,2%; e no 3.º ciclo representava 80,9%, A visibilida<strong>de</strong> do insucessoé mais expressiva no ensino secundário, na medida em que a taxa <strong>de</strong>transição/conclusão foi <strong>de</strong> 66,2% em 2003/2004.Importa, contudo, salientar o reforço efectuado em termos <strong>de</strong> vagas emcursos <strong>de</strong> natureza profissionalizante no sentido <strong>de</strong> inverter a situaçãoactual <strong>de</strong> baixos níveis <strong>de</strong> escolarização. O aumento do número <strong>de</strong> vagasé visível nos cursos <strong>de</strong> educação e formação, pois nos dois últimos anoslectivos (2004/05 e 2005/06) o número <strong>de</strong> cursos aumentou <strong>de</strong> 235 <strong>para</strong>470 45 na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolas do Ministério da Educação.A este acréscimo correspon<strong>de</strong>, por sua vez, um forte aumento donúmero <strong>de</strong> alunos/ formandos que têm procurado este tipo <strong>de</strong> percursoprofissionalizante (14 957 alunos em cursos <strong>de</strong> educação e formação noano lectivo <strong>de</strong> 2005/06 face a 7 508 alunos no ano lectivo anterior) nasescolas sob coor<strong>de</strong>nação do Ministério da Educação, ao qual se juntamprevisivelmente ainda 15 471 jovens abrangidos por esses cursos nare<strong>de</strong> sob a coor<strong>de</strong>nação do Ministério do Trabalho e da Solidarieda<strong>de</strong>Social, correspon<strong>de</strong>ndo a uma variação superior a 100% no número <strong>de</strong>formandos abrangidos por esta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação face ao anoanterior 46 .Outro aspecto relevante relaciona-se com as alterações verificadas aonível dos cursos profissionalizantes. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferta, constituída quasena totalida<strong>de</strong> por escolas profissionais privadas, foi fortemente alargadaàs escolas secundárias públicas em 2005/06, evi<strong>de</strong>nciando o esforço <strong>de</strong>colocar a re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> estabelecimentos <strong>de</strong> ensino ao serviço <strong>de</strong>stetipo <strong>de</strong> cursos. Têm-se mantido também o esforço <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> jovensatravés do Sistema <strong>de</strong> Aprendizagem, que envolveu 26 247 formandosem 2004 47 .A par da educação básica, a componente <strong>de</strong> educação/formaçãoconsubstanciada na aquisição <strong>de</strong> qualificações profissionais iniciaisreveste-se <strong>de</strong> um valor acrescido <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trajectóriasinclusivas e <strong>de</strong> acesso e permanência no mercado <strong>de</strong> trabalho, comtodas as consequências que esse facto acarreta em termos <strong>de</strong> melhoria <strong>de</strong>condições <strong>de</strong> vida das populações.Porém, a situação actual evi<strong>de</strong>ncia que parte <strong>de</strong>stes jovens continuam a<strong>de</strong>ixar o sistema <strong>de</strong> ensino com baixos níveis <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> e/ou semqualquer tipo <strong>de</strong> formação, partindo <strong>para</strong> o mercado <strong>de</strong> trabalho emposição <strong>de</strong> <strong>de</strong>svantagem. Potenciam o risco <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong> geraçõespouco qualificadas, com baixos salários provenientes <strong>de</strong> empregos<strong>de</strong>squalificados e com acrescidas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reinserção no mercado<strong>de</strong> trabalho perante situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego. Saliente-se que, em 2005, ataxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego era <strong>de</strong> 7,6% e a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego <strong>de</strong> longa duração(12 e mais meses) era <strong>de</strong> 3,7% 48 .Neste contexto, constatam-se riscos <strong>de</strong> clivagens entre quem tem equem não tem acesso à educação / formação e aprendizagem ao longoda vida, com repercussões no acesso e/ou adaptabilida<strong>de</strong> ao emprego,43 LFS, Eurostat.44 GIASE/ME, Séries Cronológicas.45 ME/DGFV e IEFP.46 ME/DGFV e IEFP.47 IEFP.48 Eurostat, LFS.2627

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