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COmbate aOs refugOs - Revista O Papel

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Negócios & MercadoPor Caroline MartinEspecial para O <strong>Papel</strong>Divulgação Savon Sellu OyCombate aos refugosNumcore Oy oferece tecnologia promissora pararedução de massa recirculada nas máquinas de papelCom a nova tecnologia, a fábricaSavon Sellu Oy pretende minimizaras quebras de folhas, detectandoprecocemente contaminantesque afetam o processoUma novidade apresentada pelaNumcore Oy promete otimizar a produçãode papel a partir da redução derefugos. O benefício tecnológico oferecido pelaempresa, conceituada por sua atuação inovadora,é um novo sistema de imageamentotridimensional capaz de reproduzir em temporeal o que acontece com a massa no interiorde dutos e tanques. “A boa homogeneidadeda celulose no início do processo garante umamassa mais uniforme”, salienta Jukka Hakola,vice-presidente da empresa, responsável pelasáreas de Vendas e Marketing.Na prática, um dispositivo de medição baseadoem tomografia de impedância acompanhadiferentes etapas do processo produtivo. Parafuncionar, além de ser ligado aos sistemas decontrole da própria fábrica, o dispositivo éacoplado ao sistema de tecnologia da informaçãoda Numcore.A medição é executada por sensores depassagem, cujos eletrodos medem constantementeas variações na condutividade elétricadas muitas fases da massa. “O método partedo princípio de que diferentes materiais têmcondutividades distintas”, explica Hakola. Aimagem tridimensional, por sua vez, é formadapor um cálculo de inversão, ou seja, umamodelagem matemática avançada de competênciada Numcore.A tecnologia já está sendo adotada em projetospilotos de duas fábricas de papel: Veitsiluoto,da Stora Enso, situada em Kemi, naFinlândia, e Powerflute Savon Sellu Oy, localizadaem Kuopio, no mesmo país. Na primeira,os testes estão focados na produção de papéisrevestidos. O dispositivo de medição está posicionadono ponto de dosagem de refugo damáquina de papel para revistas (MP5), compostopor papel base e papel revestido.De acordo com Jukka Hautamäki, chefe deDesenvolvimento de Processo da Numcore Oy,tal ponto de dosagem permite ajustes no graude refino e na quantidade de refugo. “Também épossível ajustar a relação entre o refugo de papelbase e de papel revestido, de forma a melhorar aqualidade do papel base fabricado e o funcionamentoda máquina de papel”, completa.Hautamäki afirma que a técnica da NumcoreOy é de fácil utilização e, embora varie conformea demanda do cliente, a montagem dossensores no processo de produção é igualmen-30 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - julho/july 2011


te simples. “Os sensores produzem cerca de 20 índices,que são visíveis ao operador via sistema computadorizadoe podem ser adicionados a outros parâmetros defuncionamento existentes no nosso sistema de análisede processo. Isso nos permite procurar correlações, porexemplo, entre a alvura do papel base e o grau de refinode determinado refugo”, explica Hautamäki, ao darmais detalhes sobre o funcionamento da tecnologia.Ainda tomando a fábrica da Stora Enso comoexemplo, o chefe de Desenvolvimento de Processoinforma que uma série de ensaios está sendo realizadaa partir de alterações escalonadas em grau derefino do refugo. Segundo Hautamäki, os efeitos dasmodificações serão comparados aos índices produzidospelo sistema de medição, à qualidade do papelbase e ao sistema operacional da máquina. “Osensaios nos permitirão verificar o que o dispositivorealmente vê. Ao final, saberemos se o aparelhocumpre as exigências particulares do processo deprodução. O objetivo final é automatizar a dosagemde refugo com a ajuda do dispositivo”, contextualizaHautamäki sobre o projeto piloto.Já a experiência que vem sendo feita na fábrica PowerfluteSavon Sellu Oy dá enfoque às fases de produçãode papelão ondulado. Nesse piloto, o dispositivo daNumcore mede o fluxo de massa proveniente do tanquede mistura. “Com a ajuda do dispositivo de medição, jáconstatamos que certas alterações no fluxo de massase relacionam claramente com quebras de folhas subsequentes”,revela o chefe de Fabricação da empresaMartti Laatikainen. Ele afirma que, quanto mais cedofor detectado o acúmulo de contaminantes suspeitos,que oferecem risco de quebras de folhas, mais eficazesserão os ajustes para evitar quebras.Ainda de acordo com Laatikainen, a fábrica está interessadaprincipalmente nas alterações da quantidadede refugo e nas variações do teor de finos na massa.“Se conseguirmos descobrir as causas das quebras indistintasde folhas com auxílio do dispositivo, teremosgrandes economias no balanço final do ano”, almeja.Refugo: desafio a ser superadoDesperdícios econômicos não são as únicas consequênciasinconvenientes da geração de refugos nasfábricas de papel. O pesquisador e diretor da Grau CelsiusConsultoria, Celso Foelkel, ressalta que diversasperversidades podem ser listadas. “A pior delas é o espaçoocupado pelos refugos na máquina de formaçãoda folha, impedindo que produtos vendáveis sejamfeitos. Além de reduzir a produção e a produtividade,aumentam os custos e a geração de poluentes. Tudo oque se agregou de energia, água, produtos químicos etrabalho humano, na primeira fabricação, precisa serrefeito. O resultado é uma lástima em termos de ecoeficiência”,avalia Foelkel.O problema ocorre em diferentes etapas da produçãode papel – seja na parte úmida da máquina, seja na parteseca, seja na conversão. “Conforme o tipo de papel,as tecnologias adotadas e os procedimentos operacionais,é possível ter refugos correspondentes a até 25%da tonelagem bruta do papel produzido nas bobinas”,informa o pesquisador. “Qual outro processo produtivoaceitaria tão tranquilamente uma geração tão alta deprodutos a serem reprocessados? Imagine uma fábricade automóveis tendo de desmontar e montar novamenteesse mesmo montante de carros prontos!”, levanta aquestão o diretor da Grau Celsius Consultoria.“Se o setor deseja praticar sustentabilidade e ecoeficiência,não pode manter os níveis de refugos atualmenteverificados”, defende Foelkel. Para ele, é precisomudar tecnologias, conceitos de produção e, principalmente,formas de gestão de refugos. “A perversidadedos refugos é econômica, ambiental e também social,pois significa muito mais trabalho para se produzir amesma coisa”, reforça.Tecnologia a caminho do BrasilEnquanto os testes continuam nas duas fábricas finlandesas,o vice-presidente da Numcore Oy afirma queos resultados positivos incentivam a empresa a oferecera tecnologia ao mercado.Aos interessados em investir no sistema de imageamentotridimensional, Hakola informa que a Finntecrepresenta a marca na América do Sul. O executivo avisa,ainda, que não há quaisquer pré-requisitos para ainstalação do dispositivo. “Os sensores podem ser usadosem diferentes tamanhos de tubos.” •Divulgação Numcore OyOs sensores conseguemidentificar quãohomogênea a massa está,apresentando os resultadosde diferentes formas. A corvermelha vista no gráficosuperior, por exemplo,mostra alta condutividade,pela presença de água,enquanto a azul indicamenor condutividade,devido ao maior teor defibras. No canto inferioresquerdo, as linhassinalizam o grau decondutividade da massa. Jáa imagem do canto inferiordireito mostra uma bolhade ar formada no processode fabricação de papeljulho/july 2011- <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>31

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