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Edição 205 - Abril / 2003 - Free

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plantação e não ter segurança de que<br />

o sistema irá proporcionar um futuro<br />

melhor para a empresa.<br />

INFO Você já tomou uma decisão<br />

sem ter essa segurança?<br />

BLAUTH Quando trabalhei na Azaléia,<br />

em 1992, decidimos trocar os mainframes<br />

pela plataforma Unix. Usamos<br />

banco de dados da Oracle e<br />

optamos pela base Risc. Fizemos<br />

um capacity plan e vimos que a<br />

maior máquina Risc da época não<br />

suportaria as aplicações por muito<br />

tempo. Por outro lado, sabíamos<br />

que, se continuássemos no mainframe,<br />

iríamos ficar com uma tecnologia<br />

que não era a melhor solução<br />

para aquele tipo de indústria. Fizemos<br />

uma aposta na possível evolução<br />

do Risc e felizmente acertamos.<br />

INFO Uma tecnologia nova é sempre<br />

a melhor solução para a empresa?<br />

BLAUTH Não. É um erro achar que<br />

trocando tudo os problemas serão<br />

resolvidos. Há casos em que a tecnologia<br />

de vanguarda, além de criar<br />

novos problemas, não soluciona os<br />

antigos. Ter um sistema tecnicamente<br />

mais antigo não significa que você<br />

não possa tirar o melhor dele.<br />

INFO Em que casos isso se aplica?<br />

BLAUTH Quando entrei na Colombo<br />

cogitamos trocar os sistemas de todas<br />

as 230 lojas, mas depois vimos<br />

que isso não era necessário. A maior<br />

necessidade era uma maior comunicação<br />

com a área corporativa. As lojas<br />

tinham um legado extremamente<br />

competente, só que com um sistema<br />

defasado. A solução foi buscar<br />

uma nova tecnologia para a rede que<br />

não perdesse todo esse legado. Identificamos<br />

uma linguagem, a Flag Ship,<br />

que adaptava o nosso programa, desenvolvido<br />

em Clipper, para o Linux.<br />

INFO Foi nessa hora que o Linux<br />

entrou na Colombo?<br />

BLAUTH Sim, porque a gente poderia<br />

aproveitar boa parte do parque. Não<br />

usaria uma nova tecnologia que exigisse<br />

novos equipamentos. Ainda temos<br />

em algumas lojas máquinas 486<br />

que rodam muito bem o sistema.<br />

‘‘<br />

Há casos em<br />

que a tecnologia<br />

de vanguarda,<br />

além de criar<br />

novos problemas,<br />

não soluciona<br />

os antigos<br />

‘‘<br />

INFO Sua opção pelo Linux levou<br />

em conta a questão econômica<br />

ou o desempenho?<br />

BLAUTH As duas coisas. Fizemos testes<br />

e vimos que, com o Linux, não<br />

precisaríamos investir em novas máquinas<br />

e teríamos uma performance<br />

melhor do que a da rede Novell.<br />

Além disso, levamos em consideração<br />

a estabilidade. Depois da instalação<br />

do Linux, os servidores da área<br />

de cobrança, que caíam semanalmente,<br />

ficaram bem mais estáveis.<br />

INFO Você tem planos de tornar a<br />

Lojas Colombo uma empresa<br />

100% Linux?<br />

BLAUTH Não. Nós usamos o Windows<br />

nos sistemas corporativos e<br />

estamos sendo muito bem atendidos<br />

por ele. As aplicações funcionam<br />

bem, são estáveis e o possível<br />

ganho financeiro não é tão significativo<br />

para justificar a mudança.<br />

Por enquanto, o custo que temos<br />

com o Windows compensa e não<br />

vamos mudar só por mudar.<br />

INFO Houve algum problema durante<br />

a implantação do Linux?<br />

BLAUTH Durante uma troca de versão<br />

de banco de dados houve um<br />

problema que deixou a empresa indisponível<br />

por algumas horas num<br />

feriado. Isso gerou um grau de estresse<br />

extremamente alto, porque<br />

não existe margem para erros na<br />

área de TI. Nessa hora é preciso ter<br />

uma estratégia de contingência para<br />

corrigir o problema o mais rápido<br />

possível. Esse é o desafio diário<br />

de um CIO.<br />

INFO E qual foi o seu maior desafio<br />

como CIO?<br />

BLAUTH Foi a migração tecnológica<br />

da Colombo. Em 1998, a empresa<br />

tinha um mainframe e nenhuma loja<br />

interligada. As lojas não se enxergavam<br />

e não tinham acesso ao estoque.<br />

As mercadorias eram vendidas<br />

com base nos números do dia<br />

anterior. Um produto não disponível<br />

acabava sendo vendido, enquanto<br />

outro ficava se empoeirando no<br />

estoque. Os movimentos da companhia<br />

demoravam até dez dias para<br />

serem consolidados. Hoje, isso<br />

é feito diariamente, quase que em<br />

tempo real.<br />

INFO Quando você vai desenvolver<br />

um projeto, prefere uma solução<br />

caseira ou um software já<br />

conhecido?<br />

BLAUTH Eu não acredito em regras<br />

para isso. Cada situação exige uma<br />

solução diferente. Temos um sistema<br />

proprietário que roda nas lojas.<br />

Na área corporativa, usamos um<br />

ERP de mercado, da Gemco.<br />

Quando tivemos a necessidade de<br />

integrar esses dois sistemas, optamos<br />

por uma solução caseira, que<br />

era a solução mais adequada para<br />

aquela situação.<br />

ABRIL <strong>2003</strong> ● INFO ● 81

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