44Segundo Vieira (2007), mesmo com as <strong>de</strong>núncias públicas atribuídas aogoverno, do rompimento do Acordo Nacional <strong>de</strong> Educação para Todos, <strong>em</strong>diversas mobilizações da socieda<strong>de</strong>, especialmente na não realização <strong>de</strong> umaconferência nacional <strong>de</strong> educação, não foi possível evitar o lamentável retrocessopara a educação e para os educadores brasileiros:As duas gestões <strong>de</strong> Fernando Henrique Cardoso caracterizaram-se peloestímulo a privatizações e a municipalização da educação, peloencolhimento do estado brasileiro <strong>em</strong> relação à educação superior etecnológica e pela redução <strong>de</strong> direitos dos trabalhadores. A influênciados organismos internacionais po<strong>de</strong> ser constatada <strong>em</strong> documentotornado público pelo Congresso Nacional, <strong>em</strong> 1998: As estratégias dosbancos multilaterais para o Brasil, contendo a estratégia <strong>de</strong> assistênciaao país, que o Banco Interamericano <strong>de</strong> Desenvolvimento (BID), namesma linha do Banco Mundial, adotava para monitorar os <strong>em</strong>préstimosfeitos ao país. O documento elogiava as privatizações, ainda que asconsi<strong>de</strong>rasse “vagarosas”, a reforma da Previdência, a da Administraçãoe as políticas focadas na educação. Evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente, nessa conjuntura, adiscussão sobre o PSPN 11 não tinha as mínimas condições <strong>de</strong>prosperar. (VIEIRA, 2007, p. 25).As imposições dos bancos multilaterais tratavam das medidas que osgovernos dos países <strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>veriam adotar, ou seja, umreceituário neoliberal para que o Brasil pu<strong>de</strong>sse ser conduzido, <strong>de</strong> acordo comesse ponto <strong>de</strong> vista, ao primeiro mundo. A dívida externa, mas principalmente adívida interna brasileira, aprofundaram a crise fiscal do Estado e, neste cenário, avenda <strong>de</strong> patrimônio público para reforço do erário com a conseqüent<strong>em</strong>inimização do Estado é condição necessária para atrair os investidoresestrangeiros, pois será com estes investimentos que se vai construir a reservacambial que, por sua vez, garante o fluxo <strong>de</strong> pagamentos e dá credibilida<strong>de</strong>internacional, condição sine qua non para um país inserido na globalização,processo no qual o Brasil foi naturalmente inserido e, nas duas gestões <strong>de</strong>Fernando Henrique Cardoso, foi artificialmente jogado. Ainda, segundo Fiori(1997), alguns outros el<strong>em</strong>entos contribuíram para a crise fiscal: a ruptura daparida<strong>de</strong> das moedas nacionais com o dólar; a elevação das taxas <strong>de</strong> jurosmundiais e a globalização financeira. 1211 Piso Salarial Profissional Nacional.12 Cenário nacional <strong>de</strong>scrito por Peroni (ano, p. 47-52).
45Para Peroni (2003), a conjuntura dos anos 1990 no Brasil <strong>de</strong>monstra quenão se trata <strong>de</strong> um Estado mínimo <strong>em</strong> todos os sentidos, mas especialmente noque diz respeito às políticas sociais, “é o Estado <strong>de</strong> classe heg<strong>em</strong>onizado pelaselites do setor financeiro, neste período particular do capitalismo, e que se tornamínimo apenas para as políticas sociais”. E ainda, a política econômica nacionalse volta para o pagamento da conta da crise do capital internacional.Neste cenário, o governo <strong>de</strong> Fernando Henrique Cardoso é o porta-voz eexecutor das estratégias para findar a crise fiscal, que se traduzia na re<strong>de</strong>finiçãodo papel do Estado através da reforma administrativa. Para tanto, foi criado oMinistério da Administração e Reforma do aparelho do Estado, e nomeado LuizCarlos Bresser Pereira como ministro que posteriormente apresentou um PlanoDiretor com essa finalida<strong>de</strong>.Esse plano diretor apontou a Constituição <strong>de</strong> 1988 como um retrocessopara a socieda<strong>de</strong> brasileira, pois teria ocasionado o engessamento do aparelho<strong>de</strong> Estado que, <strong>de</strong>ssa forma, justificava as sucessivas <strong>em</strong>endas realizadas, queprovocaram mudanças no texto constitucional. Nos termos do próprio documento:(...) na Constituição <strong>de</strong> 1988, há um retrocesso burocrático s<strong>em</strong>prece<strong>de</strong>ntes. S<strong>em</strong> que houvesse maior <strong>de</strong>bate público, o CongressoConstituinte promoveu um surpreen<strong>de</strong>nte engessamento do aparelhoestatal, ao esten<strong>de</strong>r para os serviços do Estado e para as próprias<strong>em</strong>presas estatais praticamente as mesmas regras burocráticas rígidasadotadas no núcleo estratégico do Estado. A nova Constituição<strong>de</strong>terminou a perda da autonomia do Po<strong>de</strong>r Executivo para tratar daestruturação dos órgãos públicos, instituiu a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> regimejurídico único para os servidores civis da União, dos Estados-m<strong>em</strong>bros edos Municípios, e retirou da administração indireta a sua flexibilida<strong>de</strong>operacional, ao atribuir às fundações e autarquias públicas normas <strong>de</strong>funcionamento idênticas às que reg<strong>em</strong> a administração direta. (...) Asdistorções provocadas pela nova Constituição logo se fizeram sentir. Nogoverno Collor, entretanto, a resposta a elas foi equivocada e apenasagravou os probl<strong>em</strong>as existentes, na medida <strong>em</strong> que se preocupava <strong>em</strong><strong>de</strong>struir ao invés <strong>de</strong> construir. O governo Itamar Franco buscouessencialmente recompor os salários dos servidores, que haviam sidoviolentamente reduzidos no governo anterior. O discurso <strong>de</strong> reformaadministrativa assume uma nova dimensão a partir <strong>de</strong> 1994, quando acampanha presi<strong>de</strong>ncial introduz a perspectiva da mudançaorganizacional e cultural da administração pública no sentido <strong>de</strong> umaadministração gerencial. (BRASIL, 1995, p. 16).O documento analisa o Estado brasileiro, <strong>de</strong>monstrando que este, aolongo da história, t<strong>em</strong> apresentado três tipos <strong>de</strong> administração pública: apatrimonialista, a burocrática e a gerencial. Estas não se suce<strong>de</strong>ram no t<strong>em</strong>po,
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