28filhos. Os pais não po<strong>de</strong>ndo ou não querendo cumprir sua tarefa, oEstado o tutor natural, nomeia pessoas hábeis para supri-los, para ajudara cumprir seu <strong>de</strong>ver, seria, pois, justo, eqüitativo, que estas pessoasfoss<strong>em</strong> não só b<strong>em</strong> r<strong>em</strong>uneradas, mas também, sobretudo altamenteconsi<strong>de</strong>radas. (ALMEIDA, 2000, p. 65).Com a Proclamação da República, e promulgação da Constituição <strong>de</strong>1891, consagrou-se a <strong>de</strong>scentralização e a concepção dualista da educação nossist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> ensino. E na prática permaneceu a mesma concepção imperial <strong>de</strong>educação, escolas secundárias e superiores para a classe dominante e escolaprimárias para as camadas populares. Naquele momento, a socieda<strong>de</strong>republicana nascente, tinha um aspecto que a diferenciava do mo<strong>de</strong>loescravocrata <strong>de</strong> então. Dessa forma surgiam outros extratos sociais, além dosagregados das fazendas, dos pequenos artesãos, dos imigrantes - que na zonaurbana ocupavam funções que os caracterizava como classe média, e quando nazona rural, se ocupavam da lavoura - <strong>de</strong> comerciantes da zona urbana, afloravatambém uma pequena burguesia, composta por intelectuais, padres e militares, eainda o ensaio <strong>de</strong> uma burguesia industrial.A complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta socieda<strong>de</strong> <strong>em</strong>ergente não fez com que apreocupação com a instrução publica <strong>de</strong> fizesse latente. Assim, nos primeirosanos da República Burguesa 4 algumas reformas educacionais, entre elas areforma Benjamin Constant nos primeiros anos da república, a <strong>de</strong> Lei Orgânica <strong>de</strong>Rivadávia Corrêa, <strong>em</strong> 1911; a reforma Carlos Maximiliano <strong>em</strong> 1913, e a reformaRocha Vaz <strong>em</strong> 1925, <strong>em</strong>bora foss<strong>em</strong> tentativas <strong>de</strong> estabelecer sist<strong>em</strong>atização à<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m, não passaram <strong>de</strong> tentativas frustradas que representavam ospensamentos <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados, longe <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r comparar-se a uma política nacional<strong>de</strong> educação (ROMANELLI. 1986. p. 43).A valorização dos professores, b<strong>em</strong> como sua formação passaram a ter<strong>de</strong>staque, somente <strong>em</strong> 1932 com o lançamento do documento que ficouconhecido como Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova 5 .4 Conceito <strong>de</strong>finido por Caio Prado Júnior <strong>em</strong> História Econômica do Brasil.5 Assinaram o manifesto as seguintes personalida<strong>de</strong>s: Fernando <strong>de</strong> Azevedo, Afranio Peixoto, A.<strong>de</strong> Sampaio Doria, Anísio Spínola Teixeira, M. Bergstrom Lourenço Filho, Roquette Pinto, J. G.Frota Pessoa, Julio <strong>de</strong> Mesquita Filho, Raul Briquet, Mario Casassanta, C. Delgado <strong>de</strong>Carvalho, A. Ferreira <strong>de</strong> Almeida Jr.J. P. Fontenelle, Roldão Lopes <strong>de</strong> Barros, No<strong>em</strong>y M. daSilveira,Hermes Lima, Attilio Vivacqua, Francisco Venâncio Filho, Paulo Maranhão, Cecília
29Neste momento, por influência <strong>de</strong> importantes autores como, JohnDewey, Adolphe Ferrière, Willian Herdr Kilpatrick, Ovi<strong>de</strong> Decroly, MariaMontessori, Eduard Claparè<strong>de</strong>, Jean Piaget e Roger Cousinet, buscou-se umaeducação renovada que instigasse a mudança social. O método era inovador evalorizava a auto-formação e a ativida<strong>de</strong> espontânea da criança.Quanto à formação dos professores, os chamados Pioneiros da EducaçãoNova voltavam-se para a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong>. Isso porque, segundo estegrupo, os professores brasileiros, até aquele momento, não recebiam aimportância social e n<strong>em</strong> a formação a<strong>de</strong>quada, pois, para eles, o professorado<strong>de</strong>veria fazer parte <strong>de</strong> uma elite intelectual <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque social. Além <strong>de</strong>stasconstatações, os pioneiros também já <strong>em</strong> 1932, apontavam para a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> uma seleção pública do quadro <strong>de</strong> professores, pois:A maior parte <strong>de</strong>le, entre nós, é recrutada <strong>em</strong> todas as carreiras, s<strong>em</strong>qualquer preparação profissional, como os professores do ensinosecundário e os do ensino superior (engenharia, medicina, direito, etc.),entre os profissionais <strong>de</strong>ssas carreiras, que receberam, uns e outros, dosecundário a sua educação geral. O magistério primário, preparado <strong>em</strong>escolas especiais (escolas normais), <strong>de</strong> caráter mais propedêutico, e, àsvezes misto, com seus cursos geral e <strong>de</strong> especialização profissional, nãorecebe, por via <strong>de</strong> regra, nesses estabelecimentos, <strong>de</strong> nível secundário,n<strong>em</strong> uma sólida preparação pedagógica, n<strong>em</strong> a educação geral <strong>em</strong> queela <strong>de</strong>ve basear-se. A preparação dos professores, como se vê, étratada entre nós, <strong>de</strong> maneira diferente, quando não é inteiramente<strong>de</strong>scuidada, como se a função educacional, <strong>de</strong> todas as funçõespúblicas a mais importante, fosse a única para cujo exercício nãohouvesse necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer preparação profissional. (Manifestodos Pioneiros da educação Nova, 1932).O documento apontava ainda para a formação dos docentes <strong>em</strong> cursosuperior, <strong>em</strong> universida<strong>de</strong>s ou escolas normais elevadas a este nível, pois:A formação universitária dos professores não é somente umanecessida<strong>de</strong> da função educativa, mas o único meio <strong>de</strong>, elevando-lhes<strong>em</strong> verticalida<strong>de</strong> a cultura, e abrindo-lhes a vida sobre todos oshorizontes, estabelecer, entre todos, para a realização da obraeducacional, uma compreensão recíproca, uma vida sentimental comume um vigoroso espírito comum nas aspirações e nos i<strong>de</strong>ais. Se o estadocultural dos adultos é que dá as diretrizes à formação da mocida<strong>de</strong>, nãose po<strong>de</strong>rá estabelecer uma função e educação unitária da mocida<strong>de</strong>,Meirelles, Edgar Sussekind <strong>de</strong> Mendonça, Armanda Alvaro Alberto, Garcia <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong>,Nobrega da Cunha, Paschoal L<strong>em</strong>me e Raul Gomes.
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