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Tratamento cirúrgico do ameloblastoma sólido em ... - ABCCMF

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<strong>Tratamento</strong> cirúrgico <strong>do</strong> <strong>ameloblastoma</strong> sóli<strong>do</strong> <strong>em</strong> a<strong>do</strong>lescentesINTRODUÇÃOO <strong>ameloblastoma</strong> é um tumor o<strong>do</strong>ntogênico epitelial <strong>do</strong>smaxilares, localmente invasivo, de crescimento lento, com altoíndice de recidiva, porém com metástase extr<strong>em</strong>amente rara 1-3 . Oprimeiro relato de neoplasma dessa natureza na literatura científicaé credita<strong>do</strong> a Broca, <strong>em</strong> 1868. A patologia foi descrita detalhadamentepor Falkson, <strong>em</strong> 1879, mais tarde Malassez introduziu otermo adamantinoma, <strong>em</strong> 1885, e somente <strong>em</strong> 1934 Churchill odenominou de <strong>ameloblastoma</strong> 4,5 . Representa 1% de to<strong>do</strong>s os cistose tumores <strong>do</strong>s maxilares e 11% <strong>do</strong>s tumores o<strong>do</strong>ntogênicos 6,7 . Éclassifica<strong>do</strong> <strong>em</strong> sóli<strong>do</strong> ou multicístico, unicístico e periférico 1,4,7,8 .De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s da literatura, a <strong>do</strong>ença ocorre <strong>em</strong>todas as faixas etárias, com pico maior de incidência na terceira equarta décadas. O tumor <strong>em</strong> pessoas jovens é considera<strong>do</strong> poucofrequente e corresponde a aproximadamente 10 a 15% de to<strong>do</strong>sos casos relata<strong>do</strong>s de <strong>ameloblastoma</strong> 9 .A literatura descreve variadas formas de tratamento, compropostas de méto<strong>do</strong>s mais conserva<strong>do</strong>res, como marsupialização,enucleação e curetag<strong>em</strong> (associa<strong>do</strong>s ou não a méto<strong>do</strong>s físicoquímicos),e propostas mais radicais, com ressecções marginais,segmentares ou mesmo desarticulações mandibulares 1,10 . A opçãopor ressecções radicais objetiva redução da recorrência 9 . As reconstruçõesósseas pod<strong>em</strong> ocorrer com enxertos ósseos livres, sen<strong>do</strong> oilíaco anterior a área <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ra mais utilizada. Em caso de r<strong>em</strong>oçãode segmentos mandibulares mais extensos, a melhor opção podeser o enxerto ósseo vasculariza<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> nesse caso a fíbula a área<strong>do</strong>a<strong>do</strong>ra mais utilizada 11 .Numerosas séries de <strong>ameloblastoma</strong> têm si<strong>do</strong> relatadas, noentanto, poucos artigos discut<strong>em</strong> o tumor <strong>em</strong> crianças e a<strong>do</strong>lescentes2,3,9 . A proposta deste trabalho é apresentar e discutir o tratamento<strong>do</strong> <strong>ameloblastoma</strong> sóli<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>do</strong>is a<strong>do</strong>lescentes, enfatizan<strong>do</strong>circunstâncias relevantes da abordag<strong>em</strong> cirúrgica <strong>em</strong>pregada,referentes à preservação da marg<strong>em</strong> inferior da mandíbula, <strong>do</strong>nervo alveolar inferior (NAI) e reconstrução óssea imediata. Apresentam-seresulta<strong>do</strong>s tardios da proposta de tratamento utilizada.Discutiram-se as possíveis formas terapêuticas com o pacientee a família, vantagens, desvantagens e riscos. O tratamento instituí<strong>do</strong>foi ressecção segmentar da mandíbula conten<strong>do</strong> os dentesenvolvi<strong>do</strong>s na lesão, com marg<strong>em</strong> de segurança, dissecção epreservação <strong>do</strong> nervo alveolar inferior, da base mandibular e realizaçãode reconstrução imediata com enxerto ósseo livre da cristailíaca anterior no mesmo t<strong>em</strong>po cirúrgico. Realizou-se fixação <strong>do</strong>enxerto ósseo com miniplaca de titânio sist<strong>em</strong>a 2.0 mm.Realiza<strong>do</strong> controle clínico e por imag<strong>em</strong> <strong>do</strong> paciente porperío<strong>do</strong> de dez anos. Não há evidência de recidiva até o momento,com satisfatória integração <strong>do</strong> enxerto ósseo ao leito receptor.Paciente informa<strong>do</strong> que possibilidade de recidiva da lesão apósesse perío<strong>do</strong> é r<strong>em</strong>ota, mas possível, haven<strong>do</strong>, portanto, necessidadede manter-se <strong>em</strong> acompanhamento. Foi proposta reabilitaçãocom implantes, mas paciente optou por manter o uso de próteseparcial r<strong>em</strong>ovível para restabelecimento da função mastigatória.Figura 1 – Caso 1: Radiografia panorâmica d<strong>em</strong>onstran<strong>do</strong>área radiolúcida multilocular mal definida, localizada <strong>em</strong> corpode mandíbula esquer<strong>do</strong>, estenden<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> dente canino decíduoesquer<strong>do</strong> até o primeiro molar homolateral. Presença dereabsorção radicular <strong>do</strong>s dentes envolvi<strong>do</strong>s.RELATO DOS CASOSCaso 1Em dez<strong>em</strong>bro de 1999, o a<strong>do</strong>lescente L.M.N., <strong>do</strong> sexo masculino,com 16 anos de idade, compareceu ao ambulatório acompanha<strong>do</strong><strong>do</strong>s pais (Figuras 1 a 6). Referiu-se que o paciente havia si<strong>do</strong>submeti<strong>do</strong> a cirurgia para curetag<strong>em</strong> de cisto <strong>em</strong> mandíbula comdez anos de idade. Procurou atendimento atual porque radiografiasolicitada para tratamento o<strong>do</strong>ntológico de rotina d<strong>em</strong>onstroualteração óssea da mandíbula. Ao exame físico extrabucal, não seobservaram alterações dignas de nota. Ao exame físico intrabucal,observou-se discreto apagamento <strong>do</strong> sulco gêngivo-jugal inferior<strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>, permanência <strong>do</strong> dente canino inferior esquer<strong>do</strong>decíduo no arco e ausência <strong>do</strong> el<strong>em</strong>ento canino inferior esquer<strong>do</strong>permanente. Na radiografia panorâmica, notou-se imag<strong>em</strong> radiolúcida,multilocular, mal definida, <strong>em</strong> região de corpo de mandíbula<strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>, estenden<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s dentes canino inferior esquer<strong>do</strong>decíduo até primeiro molar inferior esquer<strong>do</strong> permanente. Asimagens tomográficas d<strong>em</strong>onstravam área de osteólise multilocular.Sob anestesia local realizou-se biopsia incisional, com o estu<strong>do</strong>histopatológico compatível com o diagnóstico de <strong>ameloblastoma</strong><strong>do</strong> tipo multilocular, sóli<strong>do</strong>, folicular.Figura 2 – Caso 1: Tomografia computa<strong>do</strong>rizada <strong>em</strong> corte coronalevidencian<strong>do</strong> área de osteólise irregular <strong>em</strong> corpo de mandíbulaesquer<strong>do</strong>. Ausência de abaulamento de corticais.Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2011; 14(3): 166-71167


Novaes-Silva A & Stateri HQFigura 3 – Caso 1: Ressecção segmentar de corpo de mandíbulala<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>, preservação da marg<strong>em</strong> inferior da mandíbula(seta), dissecção <strong>do</strong> nervo alveolar inferior (seta) e transposição <strong>do</strong>feixe para uma posição mais lateral.Figura 6 – Caso 1: Radiografia panorâmica de pós-operatóriotardio, d<strong>em</strong>onstran<strong>do</strong> satisfatória integração <strong>do</strong> enxerto ósseo aoleito receptor.Figura 4 – Caso 1: Peça cirúrgica e relação da lesão com asraízes dentárias, d<strong>em</strong>onstran<strong>do</strong> inviabilidade da realização de tratamentoscom manutenção <strong>do</strong>s dentes envolvi<strong>do</strong>s.Figura 5 – Caso 1: Bloco de enxerto de ósseo <strong>do</strong> ilíaco anterioradapta<strong>do</strong> no defeito cirúrgico. Síntese óssea com miniplaca detitânio. Emergência <strong>do</strong> nervo alveolar inferior disseca<strong>do</strong> mais distalmentena mandíbula (seta).Caso 2Paciente A.R.M., <strong>do</strong> sexo f<strong>em</strong>inino, 14 anos, compareceuao ambulatório <strong>em</strong> junho de 2001, acompanhada <strong>do</strong>spais (Figuras 7 a 15). Relatou-se que havia si<strong>do</strong> submetidaà extração de um dente na mandíbula <strong>do</strong> la<strong>do</strong> direito há<strong>do</strong>is anos e, desde então, a região não havia cicatriza<strong>do</strong>.Ao exame físico extrabucal, notou-se abaulamento <strong>em</strong>topografia de corpo de mandíbula <strong>do</strong> la<strong>do</strong> direito, in<strong>do</strong>lorà palpação. Os exames imaginológicos de radiografiapanorâmica e tomografia computa<strong>do</strong>rizada evidenciaramárea osteolítica <strong>em</strong> região de corpo e ângulo de mandíbuladireito, unilocular, associada à inclusão <strong>do</strong> segun<strong>do</strong>e terceiro molares inferiores, limites b<strong>em</strong> defini<strong>do</strong>s eocasionan<strong>do</strong> significativa expansão de cortical vestibulare lingual.As características clínicas, imaginológicas e histopatológicasrevelaram tratar-se de <strong>ameloblastoma</strong> <strong>do</strong> tipounilocular, sóli<strong>do</strong>, folicular.O tratamento cirúrgico instituí<strong>do</strong> foi o mesmo <strong>do</strong>caso anterior. No sétimo dia pós-operatório, radiografiade controle revelou fratura patológica de mandíbula <strong>em</strong>ângulo direito. Como não havia alterações oclusais significativasou defeitos estéticos, foi realiza<strong>do</strong> o tratamentoconserva<strong>do</strong>r, com bloqueio maxilo-mandibular por perío<strong>do</strong>de 40 dias.No controle pós-operatório de dez anos, o exame tomográficoevidenciou área de osteólise b<strong>em</strong> circunscrita <strong>em</strong>região operada de ramo de mandíbular direito, sugerin<strong>do</strong> aspossibilidades de reparo fibro-ósseo ou recidiva da lesão.Optou-se por realizar a exploração cirúrgica da referidaárea lítica e também r<strong>em</strong>oção das placas de fixação óssea,visan<strong>do</strong> à facilitação da colocação de implantes. A árealítica foi enucleada e realizou-se osteotomia periféricacomo marg<strong>em</strong> de segurança. Verificou-se, também, que asplacas estavam completamente integradas ao teci<strong>do</strong> ósseo,inviabilizan<strong>do</strong> sua r<strong>em</strong>oção. O exame histopatológico daárea lítica revelou tratar-se de neuroma traumático, s<strong>em</strong>indícios de recidiva de <strong>ameloblastoma</strong>.Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2011; 14(3): 166-71168


Novaes-Silva A & Stateri HQFigura 11 – Caso 2: Bloco de enxerto ósseo <strong>do</strong> ilíaco anterioradapta<strong>do</strong> no defeito cirúrgico. Síntese óssea com miniplacade titânio. Paciente com bloqueio maxilo-mandibulartransoperatório.Figura 14 – Caso 2: Tomografia computa<strong>do</strong>rizada após 10anos de pós-operatório, d<strong>em</strong>onstran<strong>do</strong> boa integração <strong>do</strong>enxerto ósseo ao leito receptor e presença de área lítica b<strong>em</strong>delimitada <strong>em</strong> ramo mandibular direito, sugerin<strong>do</strong> as possibilidadesde recidiva da lesão ou reparo fibro-ósseo. O examehistopatológico revelou tratar-se de neuroma traumático.Figura 12 – Caso 2: Radiografia panorâmica d<strong>em</strong>onstran<strong>do</strong>fratura de ângulo de mandíbula no pós-operatórioprecoce.Figura 15 – Caso 2: Radiografia panorâmica d<strong>em</strong>onstran<strong>do</strong>implantes e componentes protéticos instala<strong>do</strong>s.DISCUSSÃOFigura 13 – Caso 2: Radiografia panorâmica após 90 diasde imobilização maxilo-mandibular (observar r<strong>em</strong>odelação damarg<strong>em</strong> inferior da mandíbula no local fratura<strong>do</strong>).Verifica-se na literatura que o <strong>ameloblastoma</strong> sóli<strong>do</strong> t<strong>em</strong>uma incidência bastante baixa na faixa etária infantil e que otipo unicístico é o mais incidente nos indivíduos abaixo <strong>do</strong>s20 anos de idade 2,3,5,9 . Neste artigo, apresentaram-se casos de<strong>ameloblastoma</strong> sóli<strong>do</strong> acometen<strong>do</strong> uma faixa etária incomum 1 .O tratamento <strong>do</strong> <strong>ameloblastoma</strong> continua um t<strong>em</strong>a controversona literatura 7,8,13 . Vários fatores interfer<strong>em</strong> na escolha <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>cirúrgico, tal como idade <strong>do</strong> paciente, histologia da neoplasia(se unicístico ou sóli<strong>do</strong>), tamanho e localização da lesão, característicasimaginológicas, se a patologia é primária ou recidiva,presença de <strong>do</strong>enças sistêmicas associadas que possam comprometero quadro clínico <strong>do</strong> paciente, possibilidade de proservação,a experiência <strong>do</strong> cirurgião e também a participação <strong>do</strong> paciente efamília na escolha da terapêutica após os devi<strong>do</strong>s esclarecimentossobre riscos e benefícios de cada proposta terapêutica.Em estu<strong>do</strong> de <strong>ameloblastoma</strong> <strong>em</strong> crianças e a<strong>do</strong>lescentes,Zhang et al. 7 revisaram 37 pacientes com idade máxima de 18anos e correlacionaram os acha<strong>do</strong>s radiográficos com o tipohistológico. Verificaram que 57,1% <strong>do</strong>s casos de tumor sóli<strong>do</strong>manifestaram-se como lesões radiolucentes uniloculares. ARev Bras Cir Craniomaxilofac 2011; 14(3): 166-71170


<strong>Tratamento</strong> cirúrgico <strong>do</strong> <strong>ameloblastoma</strong> sóli<strong>do</strong> <strong>em</strong> a<strong>do</strong>lescentesmesma observação pod<strong>em</strong>os verificar no caso clínico 2, que foiapresenta<strong>do</strong> no presente artigo, no qual a lesão era uniloculare tratava-se de um <strong>ameloblastoma</strong> sóli<strong>do</strong>. Portanto, quan<strong>do</strong> o<strong>ameloblastoma</strong> aparece radiograficamente como lesão unilocular,o diagnóstico de tipo sóli<strong>do</strong> também deve ser considera<strong>do</strong>.Mesmo saben<strong>do</strong> que o tipo sóli<strong>do</strong> t<strong>em</strong> uma taxa maior derecorrência, fiz<strong>em</strong>os a opção por tratamento mais conserva<strong>do</strong>r,consideran<strong>do</strong> principalmente a idade da paciente, na qual umacirurgia mais agressiva poderia trazer maiores transtornos aocrescimento facial, à estética e ao desenvolvimento psicológico<strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente. Essa decisão deve também ser baseada na localizaçãoe na extensão da lesão, pois pretenden<strong>do</strong> manter a marg<strong>em</strong>inferior da mandíbula, para favorecer a reconstrução imediatacom enxerto ósseo livre, há necessidade da análise da possibilidadede ressecção da neoplasia com marg<strong>em</strong> de segurança.Se as neoplasias apresentadas foss<strong>em</strong> unicísticas, haveriamaior tranquilidade para oferecer com segurança uma técnicacirúrgica mais conserva<strong>do</strong>ra, s<strong>em</strong> ressecções segmentares 1,4,7,14 .Em geral, a preservação <strong>do</strong> nervo alveolar inferior no tratamento<strong>do</strong> <strong>ameloblastoma</strong> é considerada somente quan<strong>do</strong> a lesãoé unicística ou o feixe vásculo-nervoso contorna o tumor. Seressecção <strong>em</strong> bloco é realizada, usualmente o feixe vásculonervosoé r<strong>em</strong>ovi<strong>do</strong> com o tumor. No entanto, não há evidênciade que a neoplasia invade além da superfície epineural <strong>do</strong>nervo alveolar inferior 8,13 . Basea<strong>do</strong> nessas considerações, sen<strong>do</strong>possível realizar um acompanhamento rigoroso, propôs-se,nos <strong>do</strong>is casos clínicos apresenta<strong>do</strong>s, ressecção segmentar dalesão, com dissecção e preservação <strong>do</strong> nervo alveolar inferior.O sacrifício <strong>do</strong> nervo alveolar inferior durante uma ressecçãode mandíbula resulta <strong>em</strong> anestesia <strong>do</strong> lábio inferior, podeocasionar dificuldade <strong>em</strong> reter saliva, prejuízos na fala e mordeduraacidental <strong>do</strong>s lábios 2,12,15 . Nos <strong>do</strong>is casos relata<strong>do</strong>s nestetrabalho, a recuperação neurossensorial ocorreu gradativamenteao longo <strong>do</strong>s meses. Atualmente, os pacientes queixam-se depequena área no mento com redução da sensibilidade, masque não traz transtornos aos mesmos. Algum grau de distúrbiosensorial é espera<strong>do</strong>, decorrente da manipulação e também <strong>do</strong>prejuízo da vascularização <strong>do</strong> segmento <strong>do</strong> nervo disseca<strong>do</strong>.Basea<strong>do</strong>s <strong>em</strong> diversos trabalhos da literatura 2,8,12,13,15 nos quaisrealizou-se tratamento <strong>do</strong> <strong>ameloblastoma</strong> com preservação <strong>do</strong> nervoalveolar inferior, foi proposta para os casos apresenta<strong>do</strong>s a ressecçãosegmentar da mandíbula, com preservação da marg<strong>em</strong> inferiore <strong>do</strong> nervo alveolar inferior e reconstrução óssea imediata comenxerto livre <strong>do</strong> ilíaco anterior. A preservação da marg<strong>em</strong> inferiorda mandíbula propicia uma qualidade da reconstrução óssea commais predictibilidade. Esse fato pode ser observa<strong>do</strong> nos casos apresenta<strong>do</strong>s,<strong>em</strong> que os pacientes apresentam osso com quantidades equalidades favoráveis à reabilitação com implantes passa<strong>do</strong>s 10 anosda r<strong>em</strong>oção da neoplasia e enxerto ósseo. Salienta-se que a fraturamandíbular pós-operatória observada no caso nº 2 provavelmentepoderia ter si<strong>do</strong> evitada se tivesse si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a de fixaçãoóssea adequada, com placa de reconstrução mandibular. Utilizaramseplacas sist<strong>em</strong>a 2.0 mm por ausência no nosso hospital, naqueleperío<strong>do</strong>, de placas mais indicadas para aquela situação.Ressalta-se que, mesmo ten<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> sucesso a longo prazocom a decisão que foi tomada, há escolhas terapêuticas um poucomais conserva<strong>do</strong>ras que as habituais para o tratamento <strong>do</strong> <strong>ameloblastoma</strong>sóli<strong>do</strong>, que os riscos de recidiva tumoral são maiores comessa opção feita, fato que foi devidamente esclareci<strong>do</strong> à família.Também, mesmo após esse longo perío<strong>do</strong> de acompanhamento, afamília e os pacientes foram orienta<strong>do</strong>s que dev<strong>em</strong> manter-se sobvigilância da equipe responsável pelo tratamento, consideran<strong>do</strong> apossibilidade mesmo que r<strong>em</strong>ota de recidiva muito tardia 9 .REFERÊNCIAS1. 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