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“Dedico este trabalhoa minha queri<strong>da</strong> filhinha Sofiae minha queri<strong>da</strong> esposa Lucia<strong>na</strong>.”v


AgradecimentosAgradeço primeiramente a Deus por ter-me <strong>da</strong>do o dom <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, s<strong>em</strong> o qual <strong>na</strong><strong>da</strong> me seriapossível, depois a Santíssima Virg<strong>em</strong> Maria por ter-me ensi<strong>na</strong>do paciência, persistência e me presceder<strong>em</strong> todo o t<strong>em</strong>po.Agradeço a meus pais e a minha esposa pela paciência e compreensão para comigo; e <strong>em</strong> especial aminha filhinha Sofia, com tantos sorrisos que me impulsio<strong>na</strong>ram a termi<strong>na</strong>r este trabalho. Agradeçoa todos os meus familiares que de algum modo me aju<strong>da</strong>ram.Agradeço a segun<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de neocatecume<strong>na</strong>l <strong>da</strong> paróquia Imacula<strong>da</strong> Conceição - Mogi-Guaçu que contribuíram de algum modo para minha formação.Agradeço a todos os meus professores deste t<strong>em</strong>po de doutorado e de outros t<strong>em</strong>pos de formação.Obrigado pelo esforço que dedicaram a mim, mesmo não sabendo se este teria algum fruto. Esperoter esta mesma consciência e paciência quando chegar meu t<strong>em</strong>po de ensi<strong>na</strong>r. Em especial agradeçoao meu professor e orientador Carlos Ourivio Escobar que se tornou para mim um ex<strong>em</strong>plo decoerência pessoal e moral, e incrível competência profissio<strong>na</strong>l. Espero, um dia, estar a altura de tersido seu orientado.Agradeço a Ricardo Sato e Walter Medeiros pelas inúmeras horas de discussões sobre física ecomputação, que muito contribuíram para este trabalho; Vitor Souza e Sérgio Barroso pela disposição<strong>em</strong> sa<strong>na</strong>r diversas dúvi<strong>da</strong>s computacio<strong>na</strong>is e referentes ao Projeto Auger; e aos Profs. Drs.Carola, José Augusto, Anderson e Philippe pelas sugestões s<strong>em</strong>pre muito b<strong>em</strong> vin<strong>da</strong>s. Enfim, <strong>em</strong>agradeço ao Grupo Auger pela constante aju<strong>da</strong> e disposição durante a construção dos resultadosdeste trabalho.Agradeço a todos do Departamento de Física de Raios Cósmicos e Cronologia que de algumaforma contribuíram para este trabalho.Agradeço aos órgãos de fomento: CNPq pelo fi<strong>na</strong>nciamento deste trabalho e FAPESP e FINEPpelo apoio ao Projeto Auger; s<strong>em</strong> os quais este não seria possível.Agradeço às equipes de programadores dos Programas CORSIKA, e a FAPESP pelo fornecimentodos computadores, hoje de proprie<strong>da</strong>de do departamento de raios cósmicos e cronologia -IFGW/UNICAMP, usados para as simulações e o tratamento dos <strong>da</strong>dos.Agradeço ao CENAPAD (Centro Nacio<strong>na</strong>l de Processamento de Alto Des<strong>em</strong>penho) onde foramtratados inúmeros <strong>da</strong>dos e se tornou uma ferramenta imprescindível para a conclusão deste trabalho.vii


viii


“A ver<strong>da</strong>de é defini<strong>da</strong> como a conformi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> coisa com a inteligência.”(São Tomas de Aquino, sec. XIII)ix


ResumoDesde os primeiros Raios Cósmicos de alta energia detectados por Pierre Auger <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> de30, to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong>de de Física de Radiação Cósmica procura técnicas mat<strong>em</strong>áticas e métodos estatísticosmais adequados para a<strong>na</strong>lisar estes eventos. Estes processos de análise são imprescindíveis<strong>na</strong> estimativa <strong>da</strong> energia <strong>da</strong> partícula primária, b<strong>em</strong> como no cálculo do ângulo de chega<strong>da</strong> θ. Aestimativa desta energia e do ângulo θ é o fi<strong>na</strong>l de to<strong>da</strong> uma rede de trabalho e o começo de umanova linha de pesquisa <strong>na</strong> busca pelas possíveis fontes que produziram tais eventos.Ao longo deste trabalho refiz<strong>em</strong>os o princípio de reconstrução dos “chuveiros de Auger”, oschamados “Chuveiros Atmosféricos Extensos” ( C.A.E.), utilizando um conceito relativamente novode estatística, hoje denomi<strong>na</strong><strong>da</strong> Estatística Robusta.O Método dos Mínimos Quadrados ou Least Square - LS, apresentado por Gauss e Legendre,possuía limitações que eles próprios já reconheciam e tentaram resolver, s<strong>em</strong> sucesso. Desde finsdo século XVIII e começo do século XIX, os métodos estritamente paramétricos, <strong>em</strong> especial oMétodo dos Mínimos Quadrados e a média aritmética, foram questio<strong>na</strong>dos quando utilizados paradescrever distribuições pouco comporta<strong>da</strong>s ou com grandes flutuações. Algumas <strong>da</strong>s principaisquestões estavam relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s a como tratar pontos muito distantes <strong>da</strong> distribuição principal (oschamados outliers) e como estes influenciavam a própria distribuição. A saí<strong>da</strong> convencio<strong>na</strong>l maisutiliza<strong>da</strong> foi a rejeição dos outliers e de pontos que apresentass<strong>em</strong> grandes desvios <strong>em</strong> relação amédia. Porém, a per<strong>da</strong> de informações sobre a própria distribuição tor<strong>na</strong>va-se inevitável. O modeloparamétrico mostrou-se ape<strong>na</strong>s uma aproximação <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, uma vez que as flutuações, apesar deser<strong>em</strong> considera<strong>da</strong>s, não são “b<strong>em</strong>-vin<strong>da</strong>s”; são vistas ape<strong>na</strong>s como um erro inerente à observação.Então, no fim do século XIX apareceram as primeiras tentativas de extrair informação <strong>da</strong>s flutuações,classificando-as e as considerando parte integral <strong>da</strong> descrição <strong>da</strong> distribuição.Se um método estatístico for capaz de descrever os <strong>da</strong>dos observados, incluindo e classificando asflutuações inerentes, este passa a ser conhecido como “Método Robusto” ou “Estatística Robusta”,onde a nomenclatura “Robusta” está relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> à capaci<strong>da</strong>de do método ou modelo de “resistir”às flutuações fornecendo uma descrição <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de com razoável independência destas mesmasflutuações.xi


Com base <strong>em</strong> dois métodos robustos, Mínima Media<strong>na</strong> Quadra<strong>da</strong> (Least Median Square - LMS)e Mínimos Quadrados “Aparados” (Least Trimmed Square - LTS), aplicamos estes nos ajustes <strong>da</strong>Função Distribuição Lateral de Chuveiros (Lateral Distribution Function - LDF) extraindo o valorde S 1000 , parâmetro necessário para estimar a energia <strong>da</strong> partícula primária. Os valores para S 1000calculados a partir de estatística convencio<strong>na</strong>l (Mínimos Quadrados) e estatística robusta (LMS eLTS) são comparados.O valor de S 1000 , para chuveiros de mesma energia, depende do ângulo θ dos primários, já queo CAE sofre atenuação <strong>na</strong> atmosfera, atenuação esta tanto maior quanto maior, for θ. Para levar<strong>em</strong> conta a atenuação no cálculo do espectro de energia, <strong>em</strong> que todos os ângulos de chega<strong>da</strong> sãoconsiderados (até 60 graus), é introduzido o parâmetro S 38 , onde 38 graus é a media<strong>na</strong> dos <strong>da</strong>dosdo Auger. A atenuação é calcula<strong>da</strong> usando-se o método do Constant Intensity Cut (CIC) o qualdepende <strong>da</strong> vali<strong>da</strong>de de várias hipó<strong>tese</strong>s. As três hipó<strong>tese</strong>s supostas pela Colaboração Auger sãoapresenta<strong>da</strong>s neste trabalho.Correlacio<strong>na</strong>mos, assim, todos os novos valores de S 38 com os valores <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> “EnergiaHíbri<strong>da</strong>”, obti<strong>da</strong> diretamente do programa de análise <strong>da</strong> Colaboração Auger. Esta correlação nospermite recorrigir a energia com base <strong>em</strong> detecção híbri<strong>da</strong>, que é a grande vantag<strong>em</strong> do ObservatórioPierre Auger.Esta correlação nos permite estabelecer a escala de energia ou calibração do detector de superfíciecom base <strong>na</strong> determi<strong>na</strong>ção calorimétrica <strong>da</strong> energia feita pelo detector de flurescência, que é o grandeavanço trazido para o campo pelo Obvservatório Pierre Auger.Com os novos resultados de energia, refiz<strong>em</strong>os os cálculos de minimização para a correlação deradiação cósmica com fontes extra-galácticas obtendo correlações que não estão <strong>em</strong> correspondênciabiunívoca com aquelas obti<strong>da</strong>s pelo método convencio<strong>na</strong>l de análise.Por fim faz<strong>em</strong>os uma análise <strong>da</strong>s próprias estações outliers tentando extrair alguma informaçãorelacio<strong>na</strong><strong>da</strong> à performance do detector de superfície.Os apêndices incluídos após as conclusões foram colocados neste trabalho ape<strong>na</strong>s por motivosdidáticos como consulta rápi<strong>da</strong> para o leitor leigo <strong>em</strong> métodos de detecção de radiação cósmica.xii


AbstractSince the first ultra high-energy cosmic rays detected by Pierre Auger (the 30s) the entire communityof Physics of Cosmic Rays search for math<strong>em</strong>atical techniques and more appropriate statisticalmethods to a<strong>na</strong>lyze these events. These a<strong>na</strong>lysis processes are essential for the estimate of theenergy of the primary particle as well as in the calculation of the angle of arrival θ. The estimateof the energy and the angle θ is the end of a long chain of a<strong>na</strong>lysis and the beginning of a new lineof research in the search for the possible sources that produced such events.Throughout this work we re-a<strong>na</strong>lysed the reconstruction chain of the “Auger showers”, the socalled“Extensive Air Showers - EAS”, using a relatively new concept of statistics, known as RobustStatistics.The Least Square Method - LS, presented by Gauss and Legendre had limitations already recognizedby th<strong>em</strong>selves who tried to overcome th<strong>em</strong> without success. Since the end of the eighteenthcentury and beginning of the nineteenth century, strictly parametric methods, especially the LeastSquares and the arithmetic average, were questioned when used to describe distributions with badbehavior or with large fluctuations. Some of the main issues were related to how to deal with pointsfar way from the main distribution (the so-called outliers) and how it influenced the main distribution.The more conventio<strong>na</strong>l way out used was the rejection of the outliers and points that producedlarge deviations from average. But the loss of information about the distribution was inevitable.The parametric model proved to be only an approximation of reality, since fluctuations, despitebeing considered, are not “welcome”; are seen only as an error inherent in observation. Then, atthe end of the nineteenth century there appeared the first att<strong>em</strong>pts to extract information fromfluctuations sorting th<strong>em</strong> out and considering th<strong>em</strong> as an integral part of the description of thedistribution.Whether a statistical method is able to describe observed <strong>da</strong>ta, including and sorting the fluctuationsinherent, then becomes known as “Robust Method” or “Robust Statistic”, where thenomenclature “Robust” is related the ability of the method or model to “Resist” the fluctuationsby providing a description of reality with reaso<strong>na</strong>ble independence these same fluctuations.Based on two robust methods: Least Median Square - LMS and Least Trimmed Square - LTS;xiii


we apply these to adjust the Lateral Distribution Function - LDF extracting the value of S 1000 ,parameter needed to estimate the energy of the primary particle. The values for S 1000 calculatedfrom conventio<strong>na</strong>l statistic (Least Square) and robust statistic (LMS and LTS) are compared.The parameter S 1000 is dependent on the angle of arrival of the shower, then we apply a correctionfactor called S 38 . This correlates S 1000 and and, currently, there are several ways to calculate thisfactor. The three hypotheses most used by Auger Collaboration are presented in this work.We then correlate all new values of S 38 with the values of the so-called “Hybrid Energy”, obtaineddirectly from a<strong>na</strong>lysis software of the Auger Collaboration. This relationship allows us to correctthe energy based on hybrid detection that is great advantage of the Pierre Auger Observatory.This relationship allows us to establish the energy scale or calibration of the surface detector onthe basis of the calorimetric determi<strong>na</strong>tion of the energy done by the fluorescence detector which isthe great advanc<strong>em</strong>ent brought to the field by the Pierre Auger Observatory.With the new results for the energy we rea<strong>na</strong>lysed the the correlation with extra-galactic sourcesof cosmic ray getting new correlations, which are absent in the conventio<strong>na</strong>l methods of a<strong>na</strong>lysis.Fi<strong>na</strong>lly we make an a<strong>na</strong>lysis of the surface stations outliers by th<strong>em</strong>selves trying to extract someinformation relevant for their performance.Appendices included after the conclusions were placed in this work only for a rapid consultationby lay readers in methods of detection of cosmic rays.xiv


ConteúdoDedicatóriaAgradecimentosResumoAbstractvviixixiii1 Introdução 11.1 Reconstrução de Chuveiros Atmosféricos Extensos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11.1.1 Descrição de um CAE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31.1.2 Uma descrição um pouco mais realista de um CAE . . . . . . . . . . . . . . . 41.1.3 Alguns experimentos - O Observatório Pierre Auger . . . . . . . . . . . . . . 111.1.4 O Detector do Observatório Auger - Tanques Cherenkov . . . . . . . . . . . . 111.1.5 Detector de Fluorescência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171.2 Métodos Robustos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201.2.1 Um pouco de história <strong>da</strong> Estatística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201.2.2 O método dos mínimos quadrados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211.2.3 Estatística Robusta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241.2.4 Método <strong>da</strong> Mínima Media<strong>na</strong> Quadra<strong>da</strong> - LMS . . . . . . . . . . . . . . . . . 261.2.5 Método dos Mínimos Quadrados “Aparados” - LTS . . . . . . . . . . . . . . 281.2.6 Ex<strong>em</strong>plos de aplicação de LMS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282 Uma primeira estimativa de Energia - S 1000 312.1 Função Distribuição Lateral ou LDF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 322.1.1 O fator S 1000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 332.2 Ex<strong>em</strong>plo de aplicação de LMS e LTS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 342.3 Resultados e convenções adota<strong>da</strong>s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37xv


2.4 Histogramas de S 1000 para L. Potência - LMS e LTS . . . . . . . . . . . . . . . . . . 402.5 Histogramas de S 1000 para NKG-Modifica<strong>da</strong> - LMS e LTS . . . . . . . . . . . . . . . 433 Correção de S 1000 → S 38 463.1 Constant Intensity Cut - CIC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 473.2 Resultados para S 38 - ICRC-2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 503.3 Resultados para S 38 - GAP-NOTE 2006-024 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 513.4 Resultados para S 38 - Cronin e Yamamoto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 524 Calibração <strong>da</strong> energia com eventos híbridos 534.1 Reconstrução Híbri<strong>da</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 534.2 Função Perfil Longitudi<strong>na</strong>l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 554.3 Critérios para seleção dos eventos híbridos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 564.4 Resultados para os 21 possíveis valores de S 38 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 574.5 S 38 calculado a partir dos ajustes ICRC, GAP e CY . . . . . . . . . . . . . . . . . . 614.6 Energia Relativa para os ajustes ICRC, GAP e CY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 624.7 S38 ICRC obtido por S 1000 (Lei de Potência − LS,LMS,LTS) . . . . . . . . . . . . . . 634.8 Energia Relativa para os ajustes ICRC - L. Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . 644.9 S ICRC38 obtido por S 1000 (NKG − LS,LMS,LTS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 654.10 Energia Relativa para os ajustes ICRC - NKG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 664.11 S GAP38 obtido por S 1000 (Lei de Potência − LS,LMS,LTS) . . . . . . . . . . . . . . 674.12 Energia Relativa para os ajustes GAP - L. Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . 684.13 S38 GAP obtido por S 1000 (NKG − LS,LMS,LTS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 694.14 Energia Relativa para os ajustes GAP - NKG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 704.15 S38 CY obtido por S 1000 (Lei de Potência − LS,LMS,LTS) . . . . . . . . . . . . . . . 714.16 Energia Relativa para os ajustes CY - POT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 724.17 S38 CY obtido por S 1000 (NKG − LS,LMS,LTS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 734.18 Energia Relativa para os ajustes CY - NKG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 744.19 Histogramas de Energia - ICRC-2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 755 Anisotropia 775.1 Breve resumo sobre modelos de aceleração e Propagação . . . . . . . . . . . . . . . . 785.1.1 Alguns Modelos de Aceleração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 785.1.2 Propagação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 795.1.3 A equação de transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 805.2 Correlação Binomial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81xvi


5.2.1 Exposição <strong>da</strong> rede de tanques . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 825.2.2 O método binomial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 835.3 Varredura <strong>em</strong> Energia, γ e redshift . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 835.4 Teste do método . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 865.5 Resultados para os melhores ajustes de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 885.6 Mapas galácticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 896 Análise dos outliers 936.1 Porcentag<strong>em</strong> relativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 936.2 Distribuição de outliers . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 997 Conclusões e discussões 102A Radiação Cherenkov 105B Produção de Fluorescência <strong>na</strong> alta atmosfera 110Bibliografia 112xvii


Lista de Tabelas2.1 Valores para S 1000 e χ 2 red . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 352.2 Número de eventos por faixas de ângulo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 384.1 21 possíveis valores para S 38 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 574.2 Valores para os coeficientes A e B com ajustes LS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 584.3 Valores para os coeficientes A e B com ajustes LMS e LTS. . . . . . . . . . . . . . . 584.4 Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS . . . . . . . . . 594.5 Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS . . . . . . . . . 594.6 Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS . . . . . . . . . 594.7 Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS . . . . . . . . . 604.8 Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS . . . . . . . . . 604.9 Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS . . . . . . . . . 605.1 Valores para Energia obti<strong>da</strong> diretamente do programa Offline. . . . . . . . . . . . . . 855.2 Valores <strong>da</strong>s minimizações para energia corrigi<strong>da</strong> por CIC-ICRC. . . . . . . . . . . . . 886.1 ID do tanque, Número total de triggers e porcentag<strong>em</strong> relativa - LMS - 13 ABR 2007. 956.2 ID do tanque, Número total de triggers e porcentag<strong>em</strong> relativa - LMS - 30 ABR 2008. 976.3 ID do tanque, Número total de triggers e porcentag<strong>em</strong> relativa - LTS - 30 ABR 2008. 98xviii


Lista de Figuras1.1 Modelo de brinquedo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31.2 Definição de profundi<strong>da</strong>de, X, <strong>na</strong> atmosfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31.3 Ilustração do desenvolvimento e detecção de um CAE . . . . . . . . . . . . . . . . . 81.4 Modelo simplificado <strong>da</strong>s três componentes de um CAE . . . . . . . . . . . . . . . . . 81.5 −400µs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91.6 −300µs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91.7 −200µs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91.8 −100µs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91.9 0µs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91.10 100µs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91.11 To<strong>da</strong>s as componentes de um chuveiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101.12 Hadrons (prótons+nêutrons). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101.13 Eletromagnética (e + +e − ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101.14 Fótons (γ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101.15 Muons (µ + +µ − ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101.16 Tanque instalado e instrumentado pronto para receber e enviar si<strong>na</strong>is . . . . . . . . . 121.17 Mapa do posicio<strong>na</strong>mento dos tanques . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131.18 Amostra de si<strong>na</strong>l <strong>em</strong> tanques ocorri<strong>da</strong> pela passag<strong>em</strong> de um CAE. . . . . . . . . . . 141.19 Amostra de si<strong>na</strong>l <strong>em</strong> tanques ocorri<strong>da</strong> pela passag<strong>em</strong> de um CAE. . . . . . . . . . . 151.20 Ilustração de uma detecção pelas estações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161.21 Vista aérea dos telescópios <strong>em</strong> Los Leones. Figura extraí<strong>da</strong> <strong>da</strong> ref. [36] . . . . . . . . 171.22 Estrutura do espelho e <strong>da</strong> câmera. Figura extraí<strong>da</strong> <strong>da</strong> ref. [36] . . . . . . . . . . . . 181.23 Ex<strong>em</strong>plo de traço deixado nos fototubos e <strong>da</strong> reconstrução do máximo. . . . . . . . . 191.24 Ilustração de um evento híbrido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191.25 Distribuição tipo X. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231.26 Distribuição tipo Y. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231.27 Influência de outlier <strong>em</strong> X. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23xix


1.28 Influência de outlier <strong>em</strong> Y. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231.29 Não-paramétrico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 251.30 Paramétrico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 251.31 Estat. Robusta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 251.32 Ilustração do algoritmo utilizado para calcular LMS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 271.33 Diagrama de Hertzprung-Russell para o aglomerado estelar CYG OB1. Figura extraí<strong>da</strong><strong>da</strong> ref.[55]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291.34 Diagrama de Hertzprung-Russell para o aglomerado estelar CYG OB1 aplicando LMS. 291.35 Diagrama de Hertzprung-Russell para o aglomerado estelar CYG OB1 aplicandoRLS LMS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 302.1 Distribuição lateral média <strong>da</strong>s densi<strong>da</strong>des de múons e elétrons de grupos de chuveirosde ferro e próton. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 322.2 Ex<strong>em</strong>plo de LDF para chuveiro detectado pelo Observatório Auger. . . . . . . . . . . 332.3 Ex<strong>em</strong>plo de LDF para chuveiro detectado pelo Observatório Auger. . . . . . . . . . . 342.4 Evento 3077458, 25 JAN 2007, LS, LMS e LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 362.5 Evento 3077458, 25 JAN 2007, RLS LMS e RLS LTS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 362.6 Histogramas para S1000 LS LMS1000 , L. Potência, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . 402.7 Histogramas para S1000 LS LTS1000 , L. Potência, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . 402.8 Histogramas para S1000 LS LMS1000 , L. Potência, 0 o − 15 o . . . . . . . . . . . . . . . . 402.9 Histogramas para S1000 LS LTS1000 , L. Potência, 0 o − 15 o . . . . . . . . . . . . . . . . 402.10 Histogramas de S1000 LS LMS1000 , L. Potência, 15 o − 30 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 412.11 Histogramas de S1000 LS LTS1000 , L. Potência, 15 o − 30 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 412.12 Histogramas de S1000 LS LMS1000 , L. Potência, 30 o − 45 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 412.13 Histogramas de S1000 LS LTS1000 , L. Potência, 30 o − 45 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 412.14 Histogramas de S1000 LS LMS1000 , L. Potência, 45 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 422.15 Histogramas de S1000 LS LTS1000 , L. Potência, 45 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 422.16 Histogramas de S1000 LS LMS1000 , NKG-Offline, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 432.17 Histogramas de S1000 LS LTS1000 , NKG-Offline, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 432.18 Histogramas de S1000 LS LMS1000 , NKG-Offline, 0 o − 15 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 432.19 Histogramas de S1000 LS LTS1000 , NKG-Offline, 0 o − 15 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 432.20 Histogramas de S1000 LS LMS1000 , NKG-Offline, 15 o − 30 o . . . . . . . . . . . . . . . . 442.21 Histogramas de S1000 LS LTS1000 , NKG-Offline, 15 o − 30 o . . . . . . . . . . . . . . . . 442.22 Histogramas de S1000 LS LMS1000 , NKG-Offline, 30 o − 45 o . . . . . . . . . . . . . . . . 442.23 Histogramas de S1000 LS LTS1000 , NKG-Offline, 30 o − 45 o . . . . . . . . . . . . . . . . 442.24 Histogramas de S1000 LS LMS1000 , NKG-Offline, 45 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . 45xx


2.25 Histogramas de S LS1000 e SRLS LTS1000 , NKG-Offline, 45 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . 453.1 S 1000 <strong>em</strong> função de θ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 463.2 S 1000 <strong>em</strong> função de sec θ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 493.3 Integral do número de eventos N para intervalos de S 1000 . . . . . . . . . . . . . . . . 493.4 S 1000 <strong>em</strong> função de sec θ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 493.5 Histogramas de S38 LS LMS38 , L. Potência, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . . 503.6 Histogramas de S38 LS LTS38 , L. Potência, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . . 503.7 Histogramas de S38 LS LMS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 503.8 Histogramas de S38 LS LTS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 503.9 Histogramas de S38 LS LMS38 , L. Potência, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . . 513.10 Histogramas de S38 LS LTS38 , L. Potência, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . . 513.11 Histogramas de S38 LS LMS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 513.12 Histogramas de S38 LS LTS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 513.13 Histogramas de S38 LS LMS38 , L. Potência, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . . 523.14 Histogramas de S38 LS LTS38 , L. Potência, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . . 523.15 Histogramas de S38 LS LMS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 523.16 Histogramas de S38 LS LTS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . . 524.1 Ilustração de detecção híbri<strong>da</strong> com os parâmetros para os ajuste do timing. . . . . . 544.2 Energia híbri<strong>da</strong> versus S 38 - ICRC-2005 - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . 614.3 Energia híbri<strong>da</strong> versus S 38 - GAP-2006 - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . 614.4 Energia híbri<strong>da</strong> versus S 38 - CY - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 614.5 Energia Relativa - ICRC-2005 - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 624.6 Energia Relativa - GAP-2006 - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 624.7 Energia Relativa - CY - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 624.8 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 ICRC - L. Potência(LS). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 634.9 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 ICRC - L. Potência(RLS LMS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . 634.10 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 ICRC - L. Potência(RLS LTS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . 634.11 Energia Relativa - ICRC - L. Potência LS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . 644.12 Energia Relativa - ICRC - L. Potência LMS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . 644.13 Energia Relativa - ICRC - L. Potência LTS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . 644.14 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 ICRC - NKG(LS). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 654.15 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 ICRC - NKG(RLS LMS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 654.16 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 ICRC - NKG(RLS LTS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 654.17 Energia Relativa - ICRC - NKG LS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66xxi


4.18 Energia Relativa - ICRC - NKG LMS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . 664.19 Energia Relativa - ICRC - NKG LTS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . 664.20 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 GAP - L. Potência(LS). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 674.21 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 GAP - L. Potência(RLS LMS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . 674.22 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 GAP - L. Potência(RLS LTS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . 674.23 Energia Relativa - GAP - L. Potência LS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . 684.24 Energia Relativa - GAP - L. Potência LMS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . 684.25 Energia Relativa - GAP - L. Potência LTS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . 684.26 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 GAP - NKG(LS). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 694.27 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 GAP - NKG(RLS LMS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 694.28 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 GAP - NKG(RLS LTS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 694.29 Energia Relativa - GAP - NKG LS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 704.30 Energia Relativa - GAP - NKG LMS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . 704.31 Energia Relativa - GAP - NKG LTS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 704.32 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 CY - L. Potência(LS). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 714.33 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 CY - L. Potência(RLS LMS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . 714.34 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 CY - L. Potência(RLS LTS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . 714.35 Energia Relativa - CY - L. Potência LS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . 724.36 Energia Relativa - CY - L. Potência LMS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . 724.37 Energia Relativa - CY - L. Potência LTS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . 724.38 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 CY - NKG(LS). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 734.39 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 CY - NKG(RLS LMS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 734.40 Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 CY - NKG(RLS LTS ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 734.41 Energia Relativa - CY - NKG LS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 744.42 Energia Relativa - CY - NKG LMS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 744.43 Energia Relativa - CY - NKG LTS - LS, LMS, LTS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 744.44 Histogramas de Energia para S 1000 obtido direto do Offline, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . 754.45 Histogramas de Energia para S 1000 - L. Potência - LS, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . 754.46 Histogramas de Energia para S 1000 - L. Potência - LMS, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . 754.47 Histogramas de Energia para S 1000 - L. Potência - LTS, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . 754.48 Histogramas de Energia para S 1000 - NKG - LS, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . . 764.49 Histogramas de Energia para S 1000 - NKG - LMS, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . 764.50 Histogramas de Energia para S 1000 - NKG - LTS, 0 o − 60 o . . . . . . . . . . . . . . . 765.1 Probabili<strong>da</strong>de p <strong>em</strong> função do redshit, z max , para janelas com raios de 1 o a 8 o . . . . . 845.2 Varredura <strong>em</strong> energia para Probabili<strong>da</strong>de P. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85xxii


5.3 Varredura <strong>em</strong> redshift, z, para Probabili<strong>da</strong>de P. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 855.4 Varredura <strong>em</strong> raio angular,γ, para Probabili<strong>da</strong>de P. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 855.5 Shuffling ou mistura para o parâmetro θ e com reflexo <strong>em</strong> energia. . . . . . . . . . . 865.6 Correlação entre Energia versus γ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 875.7 Correlação entre γ versus redshift - z max . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 875.8 Correlação entre Energia versus redshift - z max . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 875.9 DIRETO-Offline-2.4 - 40 eventos acima de 54.31 EeV - 26 eventos correl.. . . . . . . 895.10 ICRC-DIRETO LS, LMS, LTS - 38 eventos acima de Emin. - 22 eventos correl.. . . 895.11 ICRC-L.Potência LS LS, LMS, LTS - 23 eventos acima de Emin. - 14 eventos correl.. 905.12 ICRC-L.Potência LMS LS, LMS, LTS - 43 eventos acima de Emin. - 23 eventos correl.. 905.13 ICRC-L.Potência LTS LS, LMS, LTS - 46 eventos acima de Emin. - 25 eventos correl.. 905.14 ICRC-NKG LS LS, LMS, LTS - 24 eventos acima de Emin. - 12 eventos correl.. . . . 915.15 ICRC-NKG LMS LS, LMS - 97 eventos acima de Emin. - 39 eventos correl.. . . . . . 915.16 ICRC-NKG LTS LS, LMS, LTS - 46 eventos acima de Emin. - 23 eventos correl.. . . 915.17 ICRC-NKG LMS LTS - 63 eventos acima de Emin. - 29 eventos correl.. . . . . . . . . 926.1 Porcentag<strong>em</strong> relativa de tanques outlier. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 946.2 Mapa <strong>da</strong> rede de tanques com tanques outliers identificados <strong>em</strong> amarelo - LMS - 13ABR 2007. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 956.3 Porcentag<strong>em</strong> relativa de tanques outlier. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 966.4 Mapa <strong>da</strong> rede de tanques com alguns tanques outliers identificados <strong>em</strong> rosa - LMS -30 ABR 2008. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 976.5 Mapa <strong>da</strong> rede de tanques com alguns tanques outliers identificados <strong>em</strong> rosa - LTS -30 ABR 2008. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 986.6 Ilustração <strong>da</strong> parte positiva e negativa de uma CAE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 996.7 Outliers obtidos por LMS e distância ao centro para θ de 0 a 60 o . . . . . . . . . . . . 1006.8 Outliers obtidos por LMS e distância ao centro para faixas de θ de 0 a 60 o . . . . . . 1006.9 Outliers obtidos por LTS e distância ao centro para θ de 0 a 60 o . . . . . . . . . . . . 1016.10 Outliers obtidos por LTS e distância ao centro para faixas de θ de 0 a 60 o . . . . . . . 101A.1 Radiação Cherenkov . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106xxiii


xxiv


Capítulo 1IntroduçãoA ciência cont<strong>em</strong>porânea utiliza uma espécie de roteiro de pensamento para descrever a Naturezae suas proprie<strong>da</strong>des. Nós o conhec<strong>em</strong>os como método científico que se caracteriza, <strong>em</strong> geral, por 4fases: teoria, observação experimental, análise mat<strong>em</strong>ática/estatística e modelo. A ord<strong>em</strong> dessasfases varia com as circunstâncias de conhecimento do que será a<strong>na</strong>lisado. No caso <strong>da</strong> física departículas, <strong>na</strong> grande maioria <strong>da</strong>s vezes a observação experimental precede a teoria e assim estaé denomi<strong>na</strong><strong>da</strong> <strong>em</strong>pírica, ou seja, é construí<strong>da</strong> para explicar o que foi antes observado. Portanto,a teoria também é razoavelmente dependente <strong>da</strong> análise mat<strong>em</strong>ática/estatística dos <strong>da</strong>dos, e otrabalho de minimizar esta dependência, ou tratá-la <strong>da</strong> forma mais minuciosa possível, é de crucialimportância, pois as conclusões fi<strong>na</strong>is sobre a compreensão <strong>da</strong> Natureza pod<strong>em</strong> ser totalmentediferentes.Desde a descoberta por Gauss (1795) [1] e Legendre (1805) [2] <strong>da</strong> função de distribuição normale do método dos mínimos quadrados, o tratamento estatístico de <strong>da</strong>dos reais é feito com base nestasteorias. Elas possu<strong>em</strong> extensa aplicabili<strong>da</strong>de, porém, <strong>em</strong> algumas situações, a aplicação tor<strong>na</strong>-sequestionável.Nesta introdução far<strong>em</strong>os uma peque<strong>na</strong> revisão sobre como reconstruir chuveiros atmosféricosextensos e dos métodos estatísticos convencio<strong>na</strong>is (Gauss e Legendre) e robustos. Isto se faz necessáriopara identificar as limitações do método convencio<strong>na</strong>l e qualificar os pontos <strong>da</strong> reconstruçãoonde pod<strong>em</strong>os aplicar a estatística robusta.1.1 Reconstrução de Chuveiros Atmosféricos ExtensosNo fim do século 19 e começo do século 20 a acad<strong>em</strong>ia européia se debruçava sobre inúmerasquestões científicas e <strong>em</strong> como respondê-las. Uma destas questões era sobre a condutivi<strong>da</strong>de elétricado ar. Esperava-se uma diminuição <strong>da</strong> condutivi<strong>da</strong>de do ar ou, equivalent<strong>em</strong>ente, <strong>da</strong> ionização1


específica (número de íons por cm 3 ) pois ao nos afastarmos <strong>da</strong> superfície terrestre nos afastamos<strong>da</strong> sua crosta que possui isótopos radioativos que seriam os responsáveis pela ionização do ar.Ou seja, e de maneira correta, pensava-se que a ionização do ar próximo <strong>da</strong> superfície <strong>da</strong> Terraseria devido à radiação proveniente dos isótopos radioativos aí presentes. Como esta diminuiçãoocorria de fato a altitudes como a <strong>da</strong> Torre Eiffel, acharam que os resultados estavam de acordocom o modelo proposto. As medi<strong>da</strong>s de Elster (1900), Geitel (1900), Wilson (1900 e 1901) e Cook(1903) [3], mostravam uma ionização residual <strong>na</strong>s câmaras blin<strong>da</strong><strong>da</strong>s de ionização. A conclusão foiunânime pela comuni<strong>da</strong>de científica <strong>da</strong> época, alguma “coisa” conseguia atravessar a blin<strong>da</strong>g<strong>em</strong> epara isso necessitava ter uma energia bastante alta. Victor Hess foi au<strong>da</strong>cioso e propôs observarse a diminuição continuava para altitudes muito maiores. Assim, <strong>em</strong> 1912 [4], utilizando balõescarregados com medidores chegou a altitudes de até 5.300 metros, onde para sua surpresa detectaum crescente aumento <strong>na</strong> ionização do ar. Para altitudes eleva<strong>da</strong>s a ionização era maior!!! Veja queele levou no balão um instrumento bastante simples: um eletroscópio de folhas. Ele, então, concluiuque essa “coisa” capaz de atravessar a blin<strong>da</strong>g<strong>em</strong> <strong>da</strong>s câmaras, <strong>na</strong> reali<strong>da</strong>de, era radiação e teriaorig<strong>em</strong> de fora <strong>da</strong> Terra, no Cosmo. Ele foi o primeiro a propor tal explicação. No ano seguinte,1913, Kohlhörster [5] também fez voos <strong>em</strong> balões com câmaras de ionização chegando a altitudesde até 9.000 metros, e s<strong>em</strong>pre confirmando o aumento <strong>da</strong> condutivi<strong>da</strong>de do ar. Em 1927, Clay[6] verifica uma menor intensi<strong>da</strong>de desta “radiação” <strong>na</strong> altura do Equador. Devido à componentehorizontal do campo geomagnético ser mais forte nesta região, ele concluiu que, ao menos, umaparte desta “radiação” era composta de partículas carrega<strong>da</strong>s. Em 1936, o físico austríaco, VictorFranz Hess recebe o Prêmio Nobel de Física pela descoberta do que ain<strong>da</strong> seria chamado, e até hojenós conhec<strong>em</strong>os como, “Radiação Cósmica”.No fim <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 30, Pierre Auger [7] e colaboradores observam coincidência <strong>em</strong> dois detectoresdistantes um do outro e assim descobre os chamados Chuveiros Atmosféricos Extensos (C.A.E),ou Extensive Air Showers (E.A.S). Bruno Rossi (1947 - Estados Unidos) [8], e Georgi Zatsepin(1948 - Rússia) [9] constro<strong>em</strong> os primeiros experimentos especificamente projetados para detectar ea<strong>na</strong>lisar os “chuveiros de Auger”. Em fins <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 40 e começo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 50, eles conclu<strong>em</strong>que esta cascata ou chuveiro de partículas ioniza<strong>da</strong>s é produzido pela colisão de um raio cósmico dealta energia (primário) com moléculas de ar, principalmente nitrogênio N 2 .Desde então, diversos experimentos foram propostos e construídos para detectar radiação cósmica[10]. A construção do Observatório Pierre Auger [11] foi proposta <strong>em</strong> 1992 por James W. Cronin eAlan Watson. A apresentação às agências de fomento foi feita <strong>em</strong> 1995. O Observatório Auger foiconcebido para ser o maior observatório de radiação cósmica já projetado até então. Sua construçãocomeçou <strong>em</strong> 1999 e <strong>em</strong> julho de 2008 o obsvatório estava com cerca de 95% <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de total deoperação; sua i<strong>na</strong>uguração está marca<strong>da</strong> para nov<strong>em</strong>bro de 2008.2


1.1.1 Descrição de um CAEComo um primeiro contato com esses “chuveiros de Auger”, talvez seja interessante apresentarmosum modelo simplificado ou um “modelo de brinquedo”. Este foi introduzido por Heitler(1944) [12] e considera a cascata de partículas constituí<strong>da</strong> puramente por radiação eletromagnética.Na figura 1.1 ca<strong>da</strong> segmento é considerado uma partícula, ca<strong>da</strong> vértice produz ape<strong>na</strong>s duas outraspartículas e a ramificação ocorre depois de um comprimento de colisão λ fixo <strong>em</strong> g/cm 2 .Após n divisões, o número de partículas “segmentos” é <strong>da</strong>do por: N(X) = 2 X λ , onde X é aprofundi<strong>da</strong>de <strong>na</strong> atmosfera também <strong>em</strong> g/cm 2 , porém ao longo do eixo do chuveiro (figura 1.2).A energia por “partícula” é <strong>da</strong><strong>da</strong> por E(X) = E 0N(X) .O processo continua até a energia crítica E(X) = E c , abaixo do qual não há mais energia porpartícula suficiente para provocar as divisões. A profundi<strong>da</strong>de atmosférica, X, onde ocorre E c édenomi<strong>na</strong><strong>da</strong> máximo do chuveiro, X max , e o número de partículas nesta cama<strong>da</strong> do desenvolvimentoé <strong>da</strong><strong>da</strong> por:N max = E 0E c, e X max = λ ln(E 0/E c)ln(2). (1.1)Depois de ocorrer o máximo do chuveiro, as “partículas” ape<strong>na</strong>s perd<strong>em</strong> energia por ionizaçãoe/ou são absorvi<strong>da</strong>s pela atmosfera.As cascatas hadrônica e muônica apresentam aproxima<strong>da</strong>mente o mesmo desenvolvimento comN max e X max <strong>da</strong>dos por:N max α E 0 e X max α ln(E 0 ). (1.2)Figura 1.1: Modelo de brinquedo. Figura extraí<strong>da</strong><strong>da</strong> referência [13].Figura 1.2: Definição de profundi<strong>da</strong>de, X, <strong>na</strong>atmosfera. Figura modifica<strong>da</strong> <strong>da</strong> referência[13].3


1.1.2 Uma descrição um pouco mais realista de um CAEDe posse desse “modelo de brinquedo”, pod<strong>em</strong>os passar para uma descrição mais próxima <strong>da</strong>reali<strong>da</strong>de.É claro que os processos de interação ao longo do desenvolvimento de um CAE são b<strong>em</strong> maiscomplexos do que pod<strong>em</strong>os descrever neste trabalho, principalmente interações com energias decentro de massa ao redor de 1 × 10 17 eV. Estas estão b<strong>em</strong> acima <strong>da</strong>s energias dos aceleradoreshoje <strong>em</strong> operação, portanto não t<strong>em</strong>os um conhecimento <strong>em</strong>pírico de tais interações. A soluçãot<strong>em</strong>porariamente adota<strong>da</strong> foi extrapolar os resultados dos aceleradores [14, 15] supondo que não hánovos processos de interação a estas energias e também que não há produção de novas partículas.Levando-se <strong>em</strong> consideração nossas limitações <strong>na</strong> descrição de um CAE pod<strong>em</strong>os, então, observara figura 1.3, onde supomos que o processo se inicia com um chuveiro hadrônico (partículas maispesa<strong>da</strong>s onde predomi<strong>na</strong>m as interações fortes, <strong>em</strong> geral mésons - π, π o , e núcleons p, n etc.) quepor sua vez alimenta cascatas eletromagnética (π 0 ) e muônica (píons carregados).A atmosferaA dependência do desenvolvimento do chuveiro com as características <strong>da</strong> atmosfera precisa serleva<strong>da</strong> <strong>em</strong> consideração.Na figura 1.2, a profundi<strong>da</strong>de atmosférica vertical, X v , relacio<strong>na</strong>-se ao perfil de densi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>atmosfera ρ e a uma altitude h por: ρ = −dX v /dh ou:X v =∫ ∞hρ(h ′ )dh ′ (1.3)Para uma atmosfera isotérmica, t<strong>em</strong>os:X v = X 0 e −h/h 0, (1.4)onde X 0∼ = 1030g/cm 2 no nível do mar e h 0 é denomi<strong>na</strong><strong>da</strong> altura de escala .A altura de escala e a t<strong>em</strong>peratura, diminu<strong>em</strong> com o aumento <strong>da</strong> altitude até a troposfera (12- 16 km). Ao nível do mar, h 0∼ = 8.4km, e para Xv < 200g/cm 2 , h 0∼ = 6.4km.Uma parametrização usual segundo Gaisser [13], é devi<strong>da</strong> a M.Shibata:⎧⎪⎨ 47.05 + 6.9ln X v + 0.299ln 2 ( 110 X v), X v ≤ 25g/cm 2h v (km) = 45.5 − 6.34ln X v , 25g/cm⎪⎩2 ≤ X v ≤ 230g/cm 2 (1.5)44.34 − 11.861(X v ) 0.19 X v ≥ 230g/cm 24


Equações de cascataA equação de cascata considera as proprie<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s partículas, suas interações e a estrutura <strong>da</strong>atmosfera. Também supõe que os núcleons (prótons + nêutrons) são estáveis se considera<strong>da</strong> suavi<strong>da</strong> média <strong>em</strong> relação ao t<strong>em</strong>po de travessia <strong>da</strong> atmosfera, que varia ao redor de 500µs.A <strong>versão</strong> unidimensio<strong>na</strong>l é <strong>da</strong><strong>da</strong> por:dN(E,X)dX= − N(E,X)λ N (E)+∫ ∞EN(E ′ ,X)λ N (E ′ ) F NN(E,E ′ ) dE′E , (1.6)onde N(E,X)dE é o fluxo de núcleons <strong>na</strong> profundi<strong>da</strong>de X <strong>da</strong> atmosfera, dX/λ N (E) é a probabili<strong>da</strong>dede um núcleon interagir ao atravessar um el<strong>em</strong>ento infinitesimal <strong>da</strong> atmosfera, sendo λ N ocomprimento de interação do núcleon no ar - com X e λ N sendo medidos <strong>em</strong> g/cm 2 .Para núcleons interagindo com o ar <strong>na</strong> faixa de 10 12 eV, λ N ≈ 80g/cm 2 .Fi<strong>na</strong>lmente, a função F NN (E,E ′ ) representa a probabili<strong>da</strong>de de um núcleon incidente de energiaE ′ colidir com um núcleo de ar e produzir um núcleon de energia E. Em geral, tal função é defini<strong>da</strong>como:F ac (E c ,E a ) ≡ E cdn c(E c,E a)dE c,onde dn c é o número médio de partículas do tipo c produzi<strong>da</strong>s com energia no intervalo [E c ,E c +dE c ]por colisão de uma partícula do tipo a.Componentes de um CAEComo mencio<strong>na</strong>do <strong>na</strong> seção anterior, um CAE pode ser dividido <strong>em</strong> três componentes: hadrônica,eletromagnética e muônica. Estas estão mostra<strong>da</strong>s de forma simplifica<strong>da</strong> <strong>na</strong> figura 1.4.O fluxo de nêutrons + prótons [13] pode ser descrito por:N(E,X) = g(0)e −X/Λ E −(γ+1) (1.7)onde Λ é o comprimento de atenuação e 1 Λ ∝ [ 1λ N− 1λ NZ], com Z proporcio<strong>na</strong>l à seção de choquedo núcleon, e g(0) dependente <strong>da</strong>s condições de contorno.A produção de pares e o br<strong>em</strong>sstrahlung(ou radiação de freamento) são os processos mais frequentesno desenvolvimento <strong>da</strong> cascata eletromagnética. As fórmulas básicas relativas à descriçãode tais processos são devi<strong>da</strong>s a Bethe e Heitler (1934) [16], [17].A probabili<strong>da</strong>de total de produção de pares por uni<strong>da</strong>de de comprimento de radiação pode serexpressa aproxima<strong>da</strong>mente por:1λ par=∫ 10ψ(u)du = 7 9 − 1 3 b ≈ 7 9 , ψ(u) = 2 3 − 1 2 b + ( 43 + 3b )(u − 1 2) 2(1.8)5


e para br<strong>em</strong>sstrahlung 1 ,1λ br<strong>em</strong>s=∫ 10φ(ν)dν,φ(ν) = ν + 1 − ν ( ) 4ν 3 + 2b(1.9)sendo b ≡ (18 · ln[183/Z 1/3 ]) −1 ≈ 0.0122.Múons possu<strong>em</strong> uma peque<strong>na</strong> seção de choque e sendo bastante estáveis pouco decaindo ao longodo desenvolvimento do chuveiro possu<strong>em</strong> uma grande penetração <strong>na</strong> atmosfera. No decaimento d<strong>em</strong>ésons relativísticos, o número de múons, <strong>em</strong> função de sua energia pode ser calculado por:dn= dn =dE µ dE ν1 1; (1.10)1 − r M E Maqui M é a massa de um méson pai de energia total E M e r M ≡ µ 2 /M 2 , onde µ é a massa domúon.A maior parte <strong>da</strong>s partículas recebi<strong>da</strong>s pelos detectores no nível do solo provém <strong>da</strong> cascataeletromagnética e uma parte menor <strong>da</strong> cascata muônica. Greisen, <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> de 60, modificou ateoria de cascatas eletromagnéticas segundo Nishimura e Kamata [19] para:ρ N (r,t) = N e(t)r12 f(x), (1.11)onde N e (t) é o número total de partículas num chuveiro a uma profundi<strong>da</strong>de t (<strong>em</strong> comprimentos deradiação), e r 1 é a uni<strong>da</strong>de de Molière, que caracteriza o comprimento de deslocamento lateral de umapartícula de baixa energia, por espalhamento múltiplo coulombiano num chuveiro eletromagnético:r 1 = EsE cX 0 , E s ≈ 21 MeV. No ar, r 1 ≈ 9.3 g/cm 2 ou 78 m, no nível do mar [13].A forma de f(x) é <strong>da</strong><strong>da</strong> por [20]:f(x) = C 1 (s)x s−2 (1 + x) s−4.5 (1 + C 2 x d ), (1.12)sendo x = r/r 1 , e a constante de normalização C 1 (s) é representa<strong>da</strong> por:C 1 (s) = N e2πr12 [B(s,4.5 − 2s) + C 2 B(s + d,4.5 − d − 2s)] −1 , (1.13)onde B(m,n) = Γ(m)Γ(n)/Γ(m + n) é a função beta.Para chuveiros com N e ≈ 10 6 no nível do mar, Greisen usou s = 1.25, d = 1, e C 2 = 0.088 [13].1 V<strong>em</strong>os que, quando ν → 0, a seção de choque para br<strong>em</strong>sstrahlung diverge logaritmicamente; logo requer umcui<strong>da</strong>do especial quando os cálculos para simulação são baseados <strong>em</strong> Monte Carlo. Um procedimento de corte éintroduzido a fim de tratar a divergência; isso consiste basicamente <strong>em</strong> escolher um corte ν min, tal que ν minE 0 ≪E th , onde E th é a menor energia de interesse no probl<strong>em</strong>a. Cui<strong>da</strong>do especial deve ser tomado para se contabilizarcorretamente a energia dissipa<strong>da</strong> por partícula, abaixo do limiar (Butcher e Messel, 1960 [18]).6


Se a partícula primária atravessasse to<strong>da</strong> a atmosfera, s<strong>em</strong> interagir com esta, e chegasse ao níveldo detector, teríamos uma trajetória como representa<strong>da</strong> <strong>na</strong> figura 1.3 por uma linha pontilha<strong>da</strong>,indicando o sentido de propagação <strong>da</strong> frente do chuveiro. Como isto é improvável, esta trajetória évirtual, mas pode ser calcula<strong>da</strong> e recebe o nome de eixo do chuveiro. O ângulo entre este eixo e anormal <strong>em</strong> relação ao solo é denomi<strong>na</strong>do θ, ou ângulo de incli<strong>na</strong>ção do chuveiro. Ao redor e ao longodeste eixo é que a cascata se desenvolve, e as partículas <strong>da</strong> frente do chuveiro estão distribuí<strong>da</strong>s. Adensi<strong>da</strong>de de partículas e energia ao longo desta frente pode ser descrita por uma exponencial ou leide potência decrescentes. A maior parte <strong>da</strong>s partículas e <strong>da</strong> energia estão concentra<strong>da</strong>s próximasao eixo. Também próximo ao eixo está concentra<strong>da</strong> a maior parte <strong>da</strong> componente eletromagnética.Os múons, cuja trajetória é a menos afeta<strong>da</strong> pelo desenvolvimento, estão espalhados ao longo <strong>da</strong>frente, mas ain<strong>da</strong> mantêm um perfil decrescente <strong>em</strong> relação ao eixo.As figuras de 1.5 a 1.15, que pod<strong>em</strong> ser encontra<strong>da</strong>s <strong>na</strong> referência [21], são provenientes desimulação e mostram as trajetórias <strong>da</strong>s partículas secundárias e primária ao longo <strong>da</strong> atmosfera. Oprimário deste chuveiro é um próton com energia de 1 × 10 19 eV, ângulo de 60 o . As figuras de 1.5 a1.10 mostram um desenvolvimento t<strong>em</strong>poral onde o t<strong>em</strong>po 0s é tomado quando a frente do chuveiroatinge o nível do solo.To<strong>da</strong>s as componentes do chuveiro estão mostra<strong>da</strong>s <strong>na</strong> fig. 1.11. As outras componentes são: acascata hadrônica - fig. 1.12, a eletromagnética (e + + e − ) - fig. 1.13, a de radiação gama (γ) - fig.1.14 e uma cascata muônica (µ + + µ − ) - fig 1.15..7


Figura 1.3: Ilustração do desenvolvimento e detecção de um CAE. Figura extraí<strong>da</strong> <strong>da</strong> ref. [22].Figura 1.4: Modelo simplificado <strong>da</strong>s três componentes de um CAE. Figura extraí<strong>da</strong> <strong>da</strong> ref. [23].8


Figura 1.5: −400µsFigura 1.6: −300µsFigura 1.7: −200µsFigura 1.8: −100µsFigura 1.9: 0µs Figura 1.10: 100µs9


Figura 1.11: To<strong>da</strong>s as componentes de um chuveiro.Figura 1.12: Hadrons (prótons+nêutrons). Figura 1.13: Eletromagnética (e + +e − ).Figura 1.14: Fótons (γ). Figura 1.15: Muons (µ + +µ − ).10


1.1.3 Alguns experimentos - O Observatório Pierre AugerNeste ponto <strong>da</strong> introdução já t<strong>em</strong>os uma melhor noção do que é um CAE e suas principais características,inclusive com uma visão do seu desenvolvimento <strong>da</strong><strong>da</strong>s as últimas figuras apresenta<strong>da</strong>s.O próximo passo é compreender como observar/detectar experimentalmente este tipo de evento.Nos últimos 70 anos inúmeros experimentos com diversos princípios de operação foram testadose utilizados para detectar CAE’s com energias acima de 1 × 10 19 eV. Alguns destes principaisexperimentos foram: Volcano Ranch (1962 - [24]), Haverah Park (1968 - [25]), SUGAR (1968 -[26]), Yakutsk (1974 - [27]), Akeno (1980 - [28]), AGASA (1986 - [29]), Fly’s eye/Hires (1981/1999- [30]), EAS-TOP (1989 - [31]), CASA-MIA (1990 - [32]), KASKADE (1995 - [33]).Ao longo deste t<strong>em</strong>po algumas técnicas de detecção foram se consoli<strong>da</strong>ndo pela eficácia <strong>na</strong>obtenção de bons resultados: cintiladores (detectores de múons e elétrons/pósitrons), detectoresque utizam o efeito Cherenkov, fluorescência (telescópios sensíveis à luz fluorescente proveniente dodesenvolvimento longitudi<strong>na</strong>l do chuveiro).O Projeto Pierre Auger adotou duas técnicas simultaneamente: tanques Cherenkov e telescópiosde fluorescência. Quando um mesmo CAE é “visto” pelos dois tipos de detectores, a detecção édenomi<strong>na</strong><strong>da</strong> híbri<strong>da</strong>, e portanto, a utilização de ambos detectores conhecido como detector híbrido.O Observatório Auger consiste <strong>em</strong> dois sítios: um no h<strong>em</strong>isfério Sul (localizado <strong>em</strong> PampaAmarilla [34] (35 o − 35,3 o Sul e 69 o − 69,3 o Oeste, entre 1300 e 1400 metros acima do nível domar ou entre 871 e 882 g/cm 2 de profundi<strong>da</strong>de), sul <strong>da</strong> Província de Mendoza, próximo à ci<strong>da</strong>dede Malargüe e 180 km a oeste <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de San Rafael, <strong>na</strong> região sudoeste <strong>da</strong> Argenti<strong>na</strong>); o outrono h<strong>em</strong>isfério Norte localizado no Estado do Colorado, Estados Unidos e ain<strong>da</strong> <strong>em</strong> fase de estudospara sua impl<strong>em</strong>entação.1.1.4 O Detector do Observatório Auger - Tanques CherenkovAs figuras desta seção foram extraí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ref. [35].Partículas carrega<strong>da</strong>s provenientes do chuveiro, ao passar<strong>em</strong> pela água, produz<strong>em</strong> radiação porefeito Cherenkov. As fotomultiplicadoras captam os fótons, gerando um si<strong>na</strong>l dependente do t<strong>em</strong>po,o qual é digitalizado. Um sist<strong>em</strong>a de trigger selecio<strong>na</strong> o si<strong>na</strong>l para ser gravado ou descartado.A rede de tanques Cherenkov é denomi<strong>na</strong><strong>da</strong>, no Projeto Auger, de Detector de Superfície ouSurface Detector - SD. O detector é composto de uma rede com pouco mais de 1600 tanquespreenchidos com água purifica<strong>da</strong>, dispondo de três fotomultiplicadoras no seu topo volta<strong>da</strong>s para ointerior do tanque. As fotomultiplicadoras e a eletrônica são alimenta<strong>da</strong>s por duas baterias <strong>em</strong> série,as quais são carrega<strong>da</strong>s por dois painéis solares. As informações coleta<strong>da</strong>s são registra<strong>da</strong>s por ummódulo de eletrônica e transmiti<strong>da</strong>s por ante<strong>na</strong>s de microon<strong>da</strong>s a uma estação central. O conjunto11


tanque, módulo de eletrônica, painel solar, bateria e ante<strong>na</strong>s é denomi<strong>na</strong>do estação.Ca<strong>da</strong> tanque possui a forma de um cilindro, opaco, com 3,6 metros de diâmetro e 1,6 metrosde altura (figura 1.16). Dentro do tanque há um revestimento de material refletor, um materialfeito de fibras de polietileno bastante fino de cor branca conhecido como tyvek (marca registra<strong>da</strong> <strong>da</strong>DuPont). A colu<strong>na</strong> de água atinge uma altura de 1,2 metros.A rede cobre uma área de aproxima<strong>da</strong>mente 3000 km 2 (figura 1.17). As estações estão espaça<strong>da</strong>s1,5 km uma <strong>da</strong> outra, <strong>em</strong> uma disposição hexago<strong>na</strong>l e possu<strong>em</strong> um localizador G.P.S. (GlobalPosition Syst<strong>em</strong>), com erro de 5-8 metros <strong>em</strong> coorde<strong>na</strong><strong>da</strong> horizontal e 10-15 <strong>na</strong> direção vertical [35],que aliado às características geométricas <strong>da</strong> rede, proporcio<strong>na</strong> uma resolução angular de 0,5 ◦ ∽ 1,5 ◦(dependendo <strong>da</strong> energia do primário) no ângulo de incli<strong>na</strong>ção do chuveiro.Figura 1.16: Tanque instalado e instrumentado pronto para receber e enviar si<strong>na</strong>is. Figura extraí<strong>da</strong><strong>da</strong> ref. [36]As estações foram projeta<strong>da</strong>s para suportar um clima s<strong>em</strong>i-desértico com t<strong>em</strong>peraturas que variamde −15 ◦ C a 50 ◦ C, ventos de até 160 km/h, granizo com diâmetro de até 2,5 cm . Sua estruturaé impermeável à poeira e neve, além de resistente à intensa radiação solar; suporta comportamentoagressivo de animais como insetos, roedores e bovinos. Ca<strong>da</strong> tanque deve durar, s<strong>em</strong> maiores reparosou deterioração funcio<strong>na</strong>l, cerca de 20 anos. A cor (bege claro) foi selecio<strong>na</strong><strong>da</strong> para que ele nãose destacasse no ambiente local.12


Figura 1.17: Mapa do posicio<strong>na</strong>mento e nível de operação dos tanques. Figura extraí<strong>da</strong> <strong>da</strong> ref. [37]Um ex<strong>em</strong>plo do si<strong>na</strong>l característico <strong>da</strong>s fotomultiplicadoras pode ser observado <strong>na</strong>s figuras de1.18 a 1.19. É interessante notar a dependência <strong>da</strong> escala de intensi<strong>da</strong>de <strong>em</strong> relação à distânciado tanque ao centro do chuveiro. Neste ex<strong>em</strong>plo, o si<strong>na</strong>l já está convertido para V.E.M.(VerticalEquivalent Muon), que <strong>na</strong><strong>da</strong> mais é que o número de múons, que atravessando verticalmente otanque, deixariam um si<strong>na</strong>l igual ao observado, l<strong>em</strong>brando que um múon vertical, mínimo ionizante,deposita <strong>em</strong> média 240 MeV de energia no tanque.Uma ilustração <strong>da</strong> detecção pode ser observa<strong>da</strong> <strong>na</strong> figura 1.20, onde o raio dos cilindros é proporcio<strong>na</strong>là intensi<strong>da</strong>de de si<strong>na</strong>l no tanque e as cores estão relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s aos t<strong>em</strong>pos de acio<strong>na</strong>mentode ca<strong>da</strong> estação. Este evento foi detectado <strong>em</strong> 05 de Julho de 2006, possui ângulo de incli<strong>na</strong>ção de32.14 ◦ e energia estima<strong>da</strong> <strong>em</strong> 1.33 × 10 19 eV.13


Sig<strong>na</strong>l [VEM peak]1008060535 (Bren<strong>da</strong>), PMT 1 at 570mS= 503.51 [VEM]D/A= 33.77Charge= 180.02 [VEM]Peak= 57.7 [VEM]1201008060535 (Bren<strong>da</strong>), PMT 2 at 570mS= 509.81 [VEM]D/A= 32.88Charge= 174.95 [VEM]Peak= 55.97 [VEM]1201008060535 (Bren<strong>da</strong>), PMT 3 at 570mS= 542.95 [VEM]D/A= 33.33Charge= 182.09 [VEM]Peak= 57.58 [VEM]4040402020200300 400 500 600 7000300 400 500 600 7000300 400 500 600 700t [25 ns]Sig<strong>na</strong>l [VEM peak]25201510558 (Daniel), PMT 1 at 880mS= 107.11 [VEM]D/A= 32.27Charge= 207.13 [VEM]Peak= 59.19 [VEM]558 (Daniel), PMT 2 at 880m25 S= 102.16 [VEM]D/A= 34.04201510Charge= 211.58 [VEM]Peak= 59.19 [VEM]3025201510558 (Daniel), PMT 3 at 880mS= 117.37 [VEM]D/A= 33.63Charge= 210.75 [VEM]Peak= 59.65 [VEM]555000300 400 500 600 700300 400 500 600 700300 400 500 600 700t [25 ns]Sig<strong>na</strong>l [VEM peak]1210864565 (Mati), PMT 1 at 989mS= 75.66 [VEM]D/A= 34.86Charge= 165.02 [VEM]Peak= 53.79 [VEM]10864565 (Mati), PMT 2 at 989mS= 70.5 [VEM]D/A= 35.18Charge= 169.47 [VEM]Peak= 54.48 [VEM]1210864565 (Mati), PMT 3 at 989mS= 72.96 [VEM]D/A= 34.25Charge= 185.61 [VEM]Peak= 58.39 [VEM]2220300 400 500 600 7000300 400 500 600 7000300 400 500 600 700t [25 ns]Sig<strong>na</strong>l [VEM peak]21.51537 (Arnold), PMT 1 at 1416mS= 17.99 [VEM]D/A= 33.27Charge= 158.3 [VEM]Peak= 50.91 [VEM]537 (Arnold), PMT 2 at 1416m1.4 S= 14.31 [VEM]1.210.80.6D/A= 34.7Charge= 203.72 [VEM]Peak= 66.43 [VEM]2.521.51537 (Arnold), PMT 3 at 1416mS= 17.5 [VEM]D/A= 34.34Charge= 162.02 [VEM]Peak= 51.49 [VEM]0.50.40.20.50250 300 350 400 450 500 550 6000250 300 350 400 450 500 550 6000250 300 350 400 450 500 550 600t [25 ns]Figura 1.18: Amostra de si<strong>na</strong>l <strong>em</strong> função <strong>da</strong> distância do centro do chuveiro.14


Sig<strong>na</strong>l [VEM peak]1.510.5536 (Seral), PMT 1 at 1631m2S= 12.05 [VEM]D/A= 34.7Charge= 184.68 [VEM]Peak= 58.96 [VEM]1.510.5536 (Seral), PMT 2 at 1631m2S= 12.45 [VEM]D/A= 32.27Charge= 195.23 [VEM]Peak= 61.14 [VEM]536 (Seral), PMT 3 at 1631m2.5 S= 14.09 [VEM]D/A= 31.8921.510.5Charge= 182.09 [VEM]Peak= 57.12 [VEM]0250 300 350 400 450 5000250 300 350 400 450 5000250 300 350 400 450 500t [25 ns]Sig<strong>na</strong>l [VEM peak]21.51791 (Nil<strong>da</strong>), PMT 1 at 1787mS= 9.62 [VEM]D/A= 31.87Charge= 167.92 [VEM]Peak= 50.22 [VEM]2.521.51791 (Nil<strong>da</strong>), PMT 2 at 1787mS= 9.86 [VEM]D/A= 31.5Charge= 181.27 [VEM]Peak= 53.56 [VEM]21.51791 (Nil<strong>da</strong>), PMT 3 at 1787mS= 8.44 [VEM]D/A= 33.93Charge= 189.65 [VEM]Peak= 58.62 [VEM]0.50.50.5Sig<strong>na</strong>l [VEM peak]Sig<strong>na</strong>l [VEM peak]0220 240260 280300 320340 360380 40042021.5487 (Mate), PMT 1 at 1772mS= 6.99 [VEM]D/A= 33.59Charge= 163.88 [VEM]Peak= 54.02 [VEM]10.50200 250 300 350 400 450 500 550488 (Pepe), PMT 1 at 2001m1.8 S= 6.66 [VEM]1.61.4D/A= 32.36Charge= 168.54 [VEM]Peak= 56.2 [VEM]1.210.80.60.40.20220 240 260 280 300 320 340 360 380 4000220240 260280 300320 340360 380400 4201.4 S= 6.59 [VEM]1.210.80.60.40.201.5487 (Mate), PMT 2 at 1772mD/A= 30.79Charge=Peak=143.5 [VEM]48.16 [VEM]200 250 300 350 400 450 500 55010.50488 (Pepe), PMT 2 at 2001m2S= 5.34 [VEM]D/A= 31.18Charge=Peak=162.33 [VEM]54.71 [VEM]220 240 260 280 300 320 340 360 380 4000220240 260280 300320340 360380 400420t [25 ns]2.521.510.5487 (Mate), PMT 3 at 1772mS= 6.71 [VEM]D/A= 33.59Charge=Peak=154.37 [VEM]50.22 [VEM]0200 250 300 350 400 450 500 550t [25 ns]1.210.80.60.40.20488 (Pepe), PMT 3 at 2001mS= 6.68 [VEM]D/A= 30.53Charge=Peak=154.16 [VEM]50.8 [VEM]220 240 260 280 300 320 340 360 380 400t [25 ns]Figura 1.19: Amostra de si<strong>na</strong>l <strong>em</strong> função <strong>da</strong> distância do centro do chuveiro.15


Figura 1.20: Ilustração <strong>da</strong> detecção pelas estações.16


1.1.5 Detector de FluorescênciaAo longo do desenvolvimento do chuveiro, muitas moléculas de ar (N 2 ) são excita<strong>da</strong>s e <strong>na</strong> desexcitação<strong>em</strong>it<strong>em</strong> radiação <strong>na</strong> faixa do ultra-violeta. Esta radiação é pouco intensa, por isso usam-seespelhos convergentes grandes para garantir uma boa área de coleta. Fototubos sensíveis dispostos<strong>na</strong> superfície focal do espelho fornec<strong>em</strong> si<strong>na</strong>is, dos quais se pod<strong>em</strong> retirar informações sobre adireção de chega<strong>da</strong>, a posição do máximo do chuveiro. A integral do perfil longitudi<strong>na</strong>l 2 é usa<strong>da</strong>para se determi<strong>na</strong>r a energia <strong>da</strong> partícula primária.O detector de fluorescência opera <strong>em</strong> conjunto com os tanques Cherenkov <strong>em</strong> regime de coincidência.Os eventos detectados simultaneamente por ambos os detectores (eventos híbridos) sãoqualificados e separados <strong>em</strong> arquivos específicos.O Observatório Pierre Auger possui 4 “olhos” dispostos ao redor <strong>da</strong> rede de tanques de forma acobrir o céu sobre a rede. Estes “olhos” são prédios construídos <strong>em</strong> forma s<strong>em</strong>i-circular e divididos<strong>em</strong> 6 compartimentos iguais com um telescópios de fluorescência ca<strong>da</strong>. Um telescópio possui 30 ◦ de“visão” <strong>em</strong> ângulo azimutal e 28,6 ◦ <strong>em</strong> ângulo zenital. As figuras 1.21 e 1.22 ilustram melhor asdisposições dos olhos e telescópios.Figura 1.21: Vista aérea dos telescópios <strong>em</strong> Los Leones. Figura extraí<strong>da</strong> <strong>da</strong> ref. [36]2 O perfíl longitudi<strong>na</strong>l de um chuveiro é caracterizado pela número de partículas <strong>da</strong> cascata (secundário) versusa profundi<strong>da</strong>de atmosférica do desenvolvimento <strong>da</strong> cascata. No caso de telescópios de fluorescência, o número departículas está relacio<strong>na</strong>do à amplitude de si<strong>na</strong>l nos fototubos <strong>da</strong> câmera.17


Figura 1.22: Estrutura do espelho e <strong>da</strong> câmera. Figura extraí<strong>da</strong> <strong>da</strong> ref. [36]Ca<strong>da</strong> telescópio, mostrado <strong>na</strong> figura 1.22, é composto por um espelho (com aproxima<strong>da</strong>mente3,8 metros de altura, 3,8 metros de largura, 1,8 metros de profundi<strong>da</strong>de e raio de curvatura 3,4 m),uma câmera (com 440 fototubos <strong>em</strong> forma hexago<strong>na</strong>l dispostos num arranjo matricial de 20x22 eraio de curvatura de 1,743 metros, totalizando uma superfície focal de 0,8m 2 ), uma lente corretora(com 2,2 metros de diâmetro externo e 1,7 metros de diâmetro interno) e um filtro óptico com picode transmissão de aproxima<strong>da</strong>mente 86% a 355 nm.O si<strong>na</strong>l característico dos fototubos pode ser visto <strong>na</strong> figura 1.23. Para este evento, dois telescópiosforam acio<strong>na</strong>dos.O traço produzido nos fototubos fornece informações para a determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> direção de chega<strong>da</strong>do chuveiro. A intensi<strong>da</strong>de dos si<strong>na</strong>is nos fototubos está associa<strong>da</strong> à energia deposita<strong>da</strong> <strong>na</strong> atmosferapelas partículas do chuveiro.A resolução para a profundi<strong>da</strong>de do máximo é de 20g/cm 2 [38] e estima-se, por simulações deMonte Carlo, que cerca de 10% <strong>da</strong> energia do chuveiro seja perdi<strong>da</strong>, isto é, não gerando luz defluorescência [38].Uma ilustração de um evento híbrido está mostra<strong>da</strong> <strong>na</strong> figura 1.24. Os traços coloridos representamos fótons de fluorescência que chegam nos telescópios. As cores estão relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s ao t<strong>em</strong>pode chega<strong>da</strong> (violeta e azul para os primeiros fótons - laranja e vermelho para os últimos fótons.).18


Figura 1.23: Ex<strong>em</strong>plo de traço deixado nos fototubos e <strong>da</strong> reconstrução do máximo.Figura 1.24: Ilustração de um evento híbrido.19


1.2 Métodos RobustosÉ reconhecido que os métodos estatísticos clássicos produz<strong>em</strong> resultados que depend<strong>em</strong> fort<strong>em</strong>ente<strong>da</strong>s hipó<strong>tese</strong>s sobre a <strong>na</strong>tureza <strong>da</strong> distribuição dos eventos e <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des de uns poucoseventos <strong>na</strong> amostra. Dito de outra maneira, pequenos desvios <strong>da</strong>s hipó<strong>tese</strong>s subjacentes produz<strong>em</strong>grandes diferenças nos resultados. Métodos ditos robustos não apresentam essa sensibili<strong>da</strong>de <strong>em</strong>relação a desvios <strong>na</strong>s hipó<strong>tese</strong>s subjacentes, n<strong>em</strong> sensibili<strong>da</strong>de a um pequeno número de eventos quese encontram fora <strong>da</strong> distribuição principal (outliers).Ao tentar desenvolver tais métodos ou ferramentas percebeu-se que o conceito de robusteza precisariaser bastante mais sofisticado que o método convencio<strong>na</strong>l desenvolvido por Gauss e Legendre.Desde o século XVIII até os dias de hoje, o método convencio<strong>na</strong>l é largamente utilizado <strong>em</strong>praticamente to<strong>da</strong>s as áreas do conhecimento humano. Esta extensa utilização d<strong>em</strong>onstra a notóriaviabili<strong>da</strong>de e funcio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de do método. Porém, assim como to<strong>da</strong> conceituação, possui limitações eespecifici<strong>da</strong>des de aplicação. Nesta seção far<strong>em</strong>os uma peque<strong>na</strong> revisão do método convencio<strong>na</strong>l eapresentar<strong>em</strong>os suas limitações como fomento à utilização <strong>da</strong> estatística robusta.1.2.1 Um pouco de história <strong>da</strong> EstatísticaOs séculos XVII e XVIII foram incrivelmente densos <strong>em</strong> descobertas mat<strong>em</strong>áticas. A famíliaBernoulli [39], com 8 mat<strong>em</strong>áticos distribuídos <strong>em</strong> 3 gerações, produziu importantes contribuições aolongo destes dois séculos. Foram professores e colegas de Euler [40] e L’Hôpital [41], por ex<strong>em</strong>plo,e começaram a explorar as distribuições de probabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>ndo, assim, os primeiros passos <strong>na</strong>compreensão do que viria a ser o método dos mínimos quadrados.A técnica de combi<strong>na</strong>r observações independentes numa única amostrag<strong>em</strong> e calcular sua médiaaritmética apareceu no fim do século XVII [42]. Euler e Mayer [43], independent<strong>em</strong>ente, inventaram 3um método que consistia <strong>em</strong> subdividir as observações <strong>em</strong> vários grupos e estimar um valor teóricopara ca<strong>da</strong> grupo. A subdivisão era arbitrária e a estimativa subjetiva. Roger Joseph Boscovich [44],[45] r<strong>em</strong>oveu a subjetivi<strong>da</strong>de e a arbitrarie<strong>da</strong>de supondo que, para estimar 4 α e β, as quanti<strong>da</strong>desdeveriam satisfazer as seguintes condições: a) a soma dos desvios é zero; e b) a soma dos valoresabsolutos dos desvios é um mínimo. A solução é <strong>da</strong><strong>da</strong> por um método geométrico e ele utilizoueste método para medir os comprimentos de 5 arcos meridianos. Euler e Lambert [46] propõ<strong>em</strong>outro método <strong>em</strong> que as estimativas de α e β deveriam ser tais de forma a minimizar<strong>em</strong> o valor3 As observações considera<strong>da</strong>s por Euler e Mayer são provenientes de distribuições lineares, assim como todos asutiliza<strong>da</strong>s ao longo do desenvolvimento do método.4 Partindo de observações do tipo y i <strong>em</strong> α + β · x i(i=1,...,n), o i-ésimo desvio é calculado por y i − α − β · x i; e oi-ésimo resíduo calculado por y i − ˆα − ˆβ · x i, onde ˆα e ˆβ são os estimadores de α e β.20


absoluto do maior desvio. Laplace [47], <strong>em</strong> 1783, encontra um método onde a soma dos resíduos éminimiza<strong>da</strong>; <strong>em</strong> 1789 ele próprio o simplifica.No ano de 1805 Adrien-Marie Legendre [2] publica o método dos mínimos quadrados <strong>em</strong> “Nouvellesméthodes pour la determi<strong>na</strong>tion des orbites des comètes” [48], [49].Em 1806 Johann Carl Friedrich Gauss [1] termi<strong>na</strong> uma <strong>versão</strong> <strong>em</strong> al<strong>em</strong>ão de seu livro <strong>em</strong> queexplica o método, mas consegue um editor somente <strong>em</strong> 1808 e este lhe impõe a condição de traduzira obra para o latim. O livro “Theoria Motus Corporum Coelestium” [50] foi, então publicado nocomeço de 1809. Gauss já tinha conhecimento <strong>da</strong> publicação de Legendre e, inclusive o cita <strong>em</strong>sua obra quando trata do método dos mínimos quadrados. Como não publicou antes, ele apresentadiversas cartas troca<strong>da</strong>s com físicos e mat<strong>em</strong>áticos <strong>da</strong> época <strong>em</strong> que alega utilizar o método desde1794 [51].É claro que uma grande discussão, acerca de qu<strong>em</strong> descobriu primeiro o método, foi instaura<strong>da</strong>e se estendeu até a morte de ambos (Legendre - 1833) e (Gauss - 1855) 5 .O nome “Método dos mínimos quadrados” foi criado por Legendre, “Méthode des moindresquarrés” e adotado por Gauss <strong>em</strong> seu livro de 1809.Vários autores defend<strong>em</strong> um e outro sobre a autoria do método, porém, talvez o aspecto maisinteressante desta discussão não tenha sido a disputa <strong>em</strong> si (Gauss e Legendre não se mostraramtão acirrados assim <strong>em</strong> suas cartas [51]), mas o fato do método ter se propagado tão rapi<strong>da</strong>mente esuas limitações ter<strong>em</strong> sido estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s já desde a sua descoberta.1.2.2 O método dos mínimos quadradosA idéia principal é minimizar a soma dos resíduos quadráticos de uma distribuição linear:Min ∑ ir 2 i . (1.14)Os nossos <strong>da</strong>dos consist<strong>em</strong> <strong>em</strong> pares do tipo (x i ,y i ) de uma variável independente x e umavariável dependente y. Portanto, numa distribuição do tipo y i = a + bx i , a diferença entre o valorreal, y i (x i ), e o valor estimado, y(x i ), é conhecido como resíduo e pode ser calculado por:∆y i = y i − a − bx i . (1.15)A equação 1.15 d<strong>em</strong>onstra claramente que, quanto menor o valor do resíduo, mais próximos <strong>da</strong>descrição <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de os estimadores a e b estarão.5 Alguns anos antes de sua morte, Sartorius - amigo e biógrafo de Gauss, relata a visão de Gauss sobre a disputa:“O método dos mínimos quadrados não foi a maior de minhas descobertas”.21


Para encontramos a e b precisamos primeiro normalizar a equação 1.15 pelo desvio padrão σ iobtendo o chamado χ 2 :Derivando χ 2 <strong>em</strong> relação a a e b e igualando a zero t<strong>em</strong>os:χ 2 ≡ ∑[ y i − a − bx iσ i] 2. (1.16)]∂χ 2∂a = −2∑[ 1(yσi2 i − a − bx i ) = 0,∂χ 2∂b = −2∑[ x iσ 2 i](y i − a − bx i ) = 0.(1.17)Rearranjando as equações acima encontramos um conjunto de equações lineares com os parâmetrosdesconhecidos a e b:∑ yiσ 2 i∑ xi y iσ 2 i= a ∑ 1σ 2 i= a ∑ x iσ 2 i+ b ∑ x i,σi2+ b ∑ x i.σi2Resolvendo o conjunto de equações por determi<strong>na</strong>nte t<strong>em</strong>os:∑a = 1 yi∑ xiσi2 σi2 ∆∣∣ = 1 ( ∑ x2 ∑ i yi∆ σi2 σi2 − ∑ x i∑)xi y iσi2 σi2∑ xi y iσ 2 i∑ x 2iσ 2 i(1.18)(1.19)b = 1 ∆∣∑ 1σi∑ 2 xiσi2∑ yiσi∑ 2 xi y iσi2∣ ∆( = 1 ∑ 1σi2∑ xi y iσ 2 i− ∑ x iσ 2 i∑ xiσ 2 i)(1.20)∆ =∣∑ 1σi∑ 2 xiσi2∑ xiσi∑ 2 x 2iσi2∣ = ∑ 1σ 2 i∑ x2iσ 2 i( ∑) 2 xi−σi2 (1.21)A incerteza nos coeficientes a e b pode ser expressa como:σ 2 a = 1 ∆∑ x2iσ 2 ieσb 2 = 1 ∑ 1∆ σi2 . (1.22)As equações de 1.19 a 1.22 foram um ver<strong>da</strong>deiro salto evolucio<strong>na</strong>l no tratamento de <strong>da</strong>dos para ocomeço do século XVIII. Porém, já havia uma certa preocupação com distribuições muito dispersasou com contami<strong>na</strong>ção de pontos muito distantes <strong>da</strong> distribuição principal.22


Os gráficos abaixo foram propositalmente exagerados para melhor observar os efeitos de desvio.Para funções b<strong>em</strong> comporta<strong>da</strong>s, como <strong>na</strong>s figuras 1.25 e 1.26, o método ajusta muito b<strong>em</strong>, mas odesvio de ape<strong>na</strong>s um ponto, como <strong>na</strong> figura 1.27, já provoca um desvio de ajuste. Um caso extr<strong>em</strong>o,onde t<strong>em</strong>os uma distribuição com predominância de variação ao longo do eixo y, figura 1.28, o desviode ape<strong>na</strong>s um ponto pode se tor<strong>na</strong>r um desastre e quebrar <strong>completa</strong>mente a descrição.4.006.00eixo - y2.00eixo - y4.002.000.001.00 2.00 3.00 4.00 5.00eixo - x0.001.00 2.00 3.00 4.00 5.00eixo - xFigura 1.25: Distribuição tipo X.Figura 1.26: Distribuição tipo Y.4.00outlier6.00eixo - y2.00eixo - y4.002.00outlier0.001.00 2.00 3.00 4.00 5.00eixo - x0.001.00 2.00 3.00 4.00 5.00eixo - xFigura 1.27: Influência de outlier <strong>em</strong> X.Figura 1.28: Influência de outlier <strong>em</strong> Y.23


1.2.3 Estatística RobustaUm primeiro passo concreto para a estatística robusta veio de Edgeworth [52] (1887) explorando <strong>em</strong>elhorando a proposta de Boscovich 6 . Ele argumentava que pontos muito distantes <strong>da</strong> distribuiçãoprincipal, os chamados outliers, tinham grande influência no Mínimos Quadrados por causa doresíduo quadrático. Então, ele propôs o “least absolute value” - Mínimo Valor Absoluto que édetermi<strong>na</strong>do por:Minn∑|r i |. (1.23)i=1Curiosamente, este era o mesmo critério utilizado por Laplace, porém, num contexto de observaçõesunidimensio<strong>na</strong>is, para obter a media<strong>na</strong> <strong>da</strong> distribuição.Antes disso, uma discussão sobre a rejeição apropria<strong>da</strong> de pontos de uma distribuição v<strong>em</strong> deDaniel Bernoulli [53] (1777) e Bessel e Baeyer (1838) [54] explorando a rejeição de outliers feitapor Boscovich. Muitos nomes pod<strong>em</strong> ser citados como precursores ou pesquisadores que travaramconhecimento <strong>da</strong>s limitações do mínimos quadrados e tentaram encontrar alguma saí<strong>da</strong> para taislimitações. Uma descrição histórica dos avanços <strong>em</strong> métodos robustos no fim do século XIX, ain<strong>da</strong>que in<strong>completa</strong> - com deze<strong>na</strong>s de nomes relevantes, pode ser encontra<strong>da</strong> <strong>na</strong>s referências [54] e [55].Em 1925 Ro<strong>na</strong>ld Aylmer Fisher publica seu primeiro livro, “Statistical Methods for ResearchWorkers” [56], que foi um espécie de marco onde mostrou o triunfo do modelo paramétrico exato.Porém, E. S. Pearson [57], <strong>em</strong> 1931 - utilizando os testes para variância, mostrou a drástica faltade robusteza dos modelos paramétricos exatos.O termo “Robust” foi primeiro utilizado por George Edward Pelham Box [58] <strong>em</strong> 1953.Nesta época os métodos não-paramétricos foram bastante popularizados, como os testes deKolmogorov-Smirnov [59] e Neyman-Pearson [60], por ex<strong>em</strong>plo. Estes são caracterizados por umadistribuição assimétrica e não há disposição dos <strong>da</strong>dos <strong>em</strong> escala numérica, portanto o cálculo <strong>da</strong>média perde o sentido.Em 1960, John Wilder Tukey 7 [61] resume diversos resultados <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>s de 1940 e 1950concluindo novamente a extr<strong>em</strong>a falta de robusteza sobre a média e investiga algumas alter<strong>na</strong>tivasde métodos robustos.Em 1964 Peter J. Huber [62] e Frank R. Hampel (1968) [54] publicam, de forma concisa, compreensivae aplicável <strong>em</strong> diversas situações, uma teoria que trata explicitamente a robusteza.No espaço <strong>da</strong> distribuição de probabili<strong>da</strong>des t<strong>em</strong>os que métodos não-paramétricos são livres depré-definições <strong>da</strong> distribuição considera<strong>da</strong>, mas permit<strong>em</strong> um conhecimento reduzido a ape<strong>na</strong>s uma6 Boscovich, <strong>em</strong> 1755, utilizou-se <strong>da</strong> rejeição de outliers para tratar algumas distribuições.7 Tukey, trabalhando com John von Neumann <strong>em</strong> concepção de computadores, escreve um m<strong>em</strong>orado para oslaboratórios Bell <strong>em</strong> 9 de Janeiro de 1947 e introduz a palavra “bit” como uma contração de “bi<strong>na</strong>ry digit”.24


ou poucas dimensões, conforme visto <strong>na</strong> figura 1.29. Estatística paramétrica clássica permite umalto conhecimento <strong>da</strong> distribuição <strong>em</strong> questão, porém restrito a um pequeno subconjunto de <strong>da</strong>dosdo espaço de probabili<strong>da</strong>de, como <strong>na</strong> figura 1.30. Huber e Hampel, seguindo alguns princípiosde métodos não-paramétricos e paramétricos, propõ<strong>em</strong> uma estatística onde o conhecimento <strong>da</strong>vizinhança do modelo paramétrico clássico seja incluso <strong>na</strong>s considerações do método. Assim, elescriaram um modelo mais realista, como o não-paramétrico, mas providenciando as mesmas vantagensdo modelo paramétrico clássico, figura 1.31. As figuras de 1.29 a 1.31 foram extraí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ref. [54].Figura 1.29: Não-paramétrico. Figura 1.30: Paramétrico. Figura 1.31: Estat. Robusta.A medi<strong>da</strong> de robusteza de um método é fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> no conceito de “ponto de quebra” ou“breakdown point” e foi introduzi<strong>da</strong> por Donoho e Huber [55] (1983).Tomando uma amostrag<strong>em</strong> com n conjuntos de pontos,Z = {(x 11 ,...,x 1p ,y 1 ),...,(x n1 ,...,x np ,y n )} (1.24)sendo T um estimador <strong>da</strong> regressão e aplicando T a ca<strong>da</strong> amostrag<strong>em</strong> Z, isso produz um vetor decoeficientes de regressão:T(Z) = ˆθ, onde ˆθ = (θ 1 ,...,θ p ) (1.25)Agora, definimos como Z ′ to<strong>da</strong>s as possíveis amostragens corrompi<strong>da</strong>s, que são obti<strong>da</strong>s substituindoquaisquer m pontos dos <strong>da</strong>dos origi<strong>na</strong>is por valores arbitrários.A diferença entre o valor esperado e o valor ver<strong>da</strong>deiro (conheci<strong>da</strong> como bias), pode ser expressapor: bias(m;T,Z).O máximo valor de bias provocado por alguma contami<strong>na</strong>ção pode ser expresso como:bias(m;T,Z) = sup Z ′‖T(Z ′ ) − T(Z)‖, (1.26)onde o supr<strong>em</strong>o é sobre todos os possíveis Z ′ . Se bias(m;T,Z) é finito, os m outliers pod<strong>em</strong>produzir um efeito arbitrário <strong>em</strong> T, de forma a podermos dizer que aconteça uma “quebra” - parauma <strong>da</strong><strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de deles.25


Portanto o “ponto de quebra” do estimador T de uma amostrag<strong>em</strong> Z é definido como:En ∗ (T,Z) = min{m ;bias(m;T,Z)finito}. (1.27)nEm poucas palavras, En ∗ (T,Z) representa a fração de contami<strong>na</strong>ção, <strong>em</strong> uma <strong>da</strong><strong>da</strong> distribuição,que possa provocar valores arbitrários <strong>em</strong> T(Z).O método dos mínimos quadrados possui um “ponto de quebra” de 0%, ou seja, ape<strong>na</strong>s umponto longe <strong>da</strong> distribuição principal já altera o estimador T, como já vimos <strong>na</strong>s figuras 1.27 e 1.28.Peter J. Rousseeuw, utilizando todos estes conceitos, publica <strong>em</strong> 1984 - o “Least median ofsquares regression”[55], onde propõe um método paramétrico aproximado baseado <strong>na</strong> “melhor”media<strong>na</strong> de distribuições lineares ou linearizáveis. O próprio Rousseeuw diz que se baseou nostrabalhos de Huber, Hampel e Tukey para desenvolvê-lo.1.2.4 Método <strong>da</strong> Mínima Media<strong>na</strong> Quadra<strong>da</strong> - LMSEsta seção está basea<strong>da</strong> <strong>na</strong> referência [55].O método denomi<strong>na</strong>do “Least Median of Squares” ou Mínima media<strong>na</strong> quadra<strong>da</strong> foi nossaescolha para tratar a função distribuição lateral ou LDF.O método possui um “ponto de quebra” de até 50%. Ou seja, se a distribuição trata<strong>da</strong> contiveraté 50% de outliers, <strong>em</strong> princípio, o estimador T permanece i<strong>na</strong>lterado, obedecendo a distribuiçãoprincipal. Também é bastante robusto contra flutuações nos eixos x e y.A idéia foi primeiro proposta por Hampel[54] (1975) e consiste <strong>em</strong> ajustar a “melhor” media<strong>na</strong>,para uma <strong>da</strong><strong>da</strong> distribuição, com o menor resíduo quadrático <strong>em</strong> relação a esta media<strong>na</strong>:• Min ∑ i w ir 2 i , onde r i = y i − y e y = media<strong>na</strong>.O termo w i é o peso relacio<strong>na</strong>do aos outliers e é <strong>da</strong>do por:{1 se|r i /s o | ≤ 2.5σw i =0 caso contrário.(1.28)( ) √A,onde s o = 1.4826 1+ 5∑n−p n = número de pontos, p = número of parâmetros e A =i w iri 2.O fator 1.4826 = 1/Φ −1 (0.75) 8 foi introduzido porque med i |z i |/Φ −1 (0.75) é um estimador consistentede σ quando os z i estão distribuídos como N(0,σ 2 ). Segundo Rousseeuw, o fator multiplicativo1+5/(n−p) v<strong>em</strong> de um estudo <strong>em</strong>pírico <strong>da</strong>ndo uma solução satisfatória para uma grande quanti<strong>da</strong>dede funções estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, e, além do mais, tende a 1 para n grande.8 Φ é a função distribuição acumula<strong>da</strong> normal.26


O erro associado a LMS não pode ser calculado facilmente porque o método de regressão não éa<strong>na</strong>lítico.Para ilustrar a idéia básica do algoritmo usado, tomamos uma distribuição artificial ilustra<strong>da</strong><strong>na</strong> figura 1.32.To<strong>da</strong> a distribuição é divi<strong>da</strong> <strong>em</strong> pares, aqui ex<strong>em</strong>plificados ape<strong>na</strong>s por três deles (f,g), (f,h) e(g,h). Começamos com os pontos f e g. A reta que passa por f e g pode ser encontra<strong>da</strong> resolvendoo sist<strong>em</strong>a de equações:y f = θ o 1x f + θ o 2 e y g = θ o 1x g + θ o 2, (1.29)onde (x f ,y f ) e (x g ,y g ) são as coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s dos pontos f e g, e (θ1 o,θo 2 ) os estimadores procurados.Os resíduos y i − θ1 ox i − θ2 o desta reta são determi<strong>na</strong>dos para todos os pontos i <strong>na</strong> amostrag<strong>em</strong>.A media<strong>na</strong> do resíduo quadrático é então calcula<strong>da</strong>, e compara<strong>da</strong> com o menor valor encontradopreviamente para outros pares de pontos. Como nós quer<strong>em</strong>os que esta quanti<strong>da</strong>de seja a menorpossível, a estimativa para f e g será retoma<strong>da</strong> somente se os outros pares não apresentar<strong>em</strong> omenor valor. Neste caso (f,g) mostrou-se melhor que (f,h) e (g,h).Este método possui confiabili<strong>da</strong>de de 95% a 98% de que a melhor media<strong>na</strong> do resíduo quadráticoserá encontra<strong>da</strong>.geixo − yfheixo − xFigura 1.32: Ilustração do algoritmo utilizado para calcular LMS.O programa utilizado para calcular LMS foi o PROGRESS (Program for RObust reGRESSion)por Leroy e Rousseeuw - 1996.As condições para utilizar o método são:• A distribuição deve ser linear ou linearizável.27


• n o de pontos <strong>da</strong> distribuição precisa ser no mínimo: 2p+1, onde p = n o de parâmetros.• e os erros precisam ser gaussianos.1.2.5 Método dos Mínimos Quadrados “Aparados” - LTSO método denomi<strong>na</strong>do por “Least Trimmed Squares” é muito s<strong>em</strong>elhante ao Mínimos Quadrados.h∑Min (r 2 ) i:n , (1.30)i=1onde (r 2 ) i:n ≤ · · · ≤ (r 2 ) n:n são os resíduos quadráticos orde<strong>na</strong>dos (note que os resíduos são primeiroquadrados e então orde<strong>na</strong>dos).O processo de minimização é exatamente o mesmo como nos Mínimos Quadrados, porém osresíduos muito grandes são cortados ou aparados(“Trimmed”) <strong>da</strong> soma. O critério de exclusão édependente do número de pontos <strong>da</strong> distribuição.Há ain<strong>da</strong> os métodos RLS (“Reweighted Least Square”) onde os outliers são identificados porLMS ou LTS e extraídos. Então, um ajuste com Mínimos Quadrados é realizado nos pontos restantes<strong>da</strong> distribuição. Eis o porque do termo “Reweighted”, reponderado.Ao longo deste trabalho, nós optamos por utilizar os RLS devido a possibili<strong>da</strong>de de cálculo deerro dos coeficientes.1.2.6 Ex<strong>em</strong>plos de aplicação de LMSHá um bom ex<strong>em</strong>plo de aplicação para melhor explicarmos o alcance <strong>da</strong> estatística robusta.Neste ex<strong>em</strong>plo, figura 1.33, o algoritmo foi aplicado no famoso diagrama de Hertzprung-Russellpara o aglomerado estelar CYG-OB1.Este diagrama relacio<strong>na</strong> a t<strong>em</strong>peratura versus a luminosi<strong>da</strong>de e pode ser relacio<strong>na</strong>do a umaespécie de medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> massa de estrelas. Ele é usado para classificar os diferentes tipos de estrelasnos estudos de evolução estelar.Ao tentar ajustar uma simples reta com Mínimos Quadrados observa-se que esta não descreveos <strong>da</strong>dos corretamente.Porém, aplicando LMS - figura 1.34, o ajuste mostra-se b<strong>em</strong> mais realista conformando-se adistribuição principal e identificando alguns outliers.Neste ex<strong>em</strong>plo o valor 2.5σ é a distância <strong>da</strong> reta ajusta<strong>da</strong> para que o “ponto de quebra” seja aoredor de 50%.Todos os pontos fora desta região são considerados outliers.28


76,5Log Intensi<strong>da</strong>de Luminosa65,554,54L.S.3,5354,84,64,4 4,2Log t<strong>em</strong>peratura43,83,63,4Figura 1.33: Diagrama de Hertzprung-Russell para o aglomerado estelar CYG OB1. Figura extraí<strong>da</strong><strong>da</strong> ref.[55].76,5L.M.S.Log Intensi<strong>da</strong>de Luminosa65,554,542.5 sigmaL.S.3,52.5 sigma35 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4Log t<strong>em</strong>peraturaFigura 1.34: Diagrama de Hertzprung-Russell para o aglomerado estelar CYG OB1 aplicando LMS.29


R<strong>em</strong>ovendo os outliers identificados por LMS e aplicando novamente Mínimos Quadrados t<strong>em</strong>osum RLS com respeito ao LMS, como se pode ver <strong>na</strong> figura 1.35.Os quatro pontos dentro <strong>da</strong> elipse traceja<strong>da</strong> são chamados de gigantes vermelhas (estrelas muitograndes) e saíram <strong>da</strong> distribuição principal. É necessário encontrar outra forma de descrever estasestrelas.Neste caso, o método LMS, ao classificar os outliers, acabou por identificar uma distribuiçãodistinta <strong>da</strong> distribuição principal com possibili<strong>da</strong>de de novas informações.76,5L.M.S.Log Intensi<strong>da</strong>de Luminosa65,554,54L.S.3,5R.L.S.35 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4Log t<strong>em</strong>peraturaFigura 1.35: Diagrama de Hertzprung-Russell para o aglomerado estelar CYG OB1 aplicandoRLS LMS .Ao longo de várias reuniões <strong>da</strong> Colaboração Auger, nós identificamos que o ajuste <strong>da</strong> FunçãoDistribuição Lateral - LDF era o ponto chave para a determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> energia <strong>da</strong> partícula primária.Em geral, há poucos pontos a ser<strong>em</strong> ajustados (de 3 a 20 pontos aprox. por evento) o que tor<strong>na</strong>o ajuste fort<strong>em</strong>ente sensível a flutuações. Como observamos <strong>na</strong>s figuras de 1.18 e 1.19, o si<strong>na</strong>lapresenta grande flutuação a grandes distâncias do centro do chuveiro.No próximo capítulo aplicar<strong>em</strong>os os métodos LMS e LTS no ajuste <strong>da</strong> LDF, observando ecomparando os resultados com ajustes feitos por Mínimos Quadrados.30


Capítulo 2Uma primeira estimativa de Energia -S 1000Das seções anteriores pod<strong>em</strong>os descrever um CAE de dois modos: 1) observando a distribuição departículas <strong>em</strong> relação à profundi<strong>da</strong>de atmosférica (esta é conheci<strong>da</strong> como perfil ou desenvolvimentolongitudi<strong>na</strong>l), e 2) observando a distribuição de partículas, no nível de altitude do detector desuperfície, <strong>em</strong> relação ao centro do chuveiro (conheci<strong>da</strong> como função distribuição lateral).Um tanque Cherenkov não consegue, <strong>em</strong> princípio 1 , distinguir as componentes eletromagnéticae muônica de um chuveiro 2 - a soma <strong>da</strong>s contribuições destas duas componentes é que constitui osi<strong>na</strong>l total no tanque. A figura 2.1 é proveniente de simulação de chuveiros iniciados por prótone ferro, cujos primários possu<strong>em</strong> energia de 1 × 10 19 EeV e θ = 30 o . Um total de 200 chuveirosforam simulados, sendo 100 iniciados por ferro e 100 iniciados por próton; as curvas representam asmédias <strong>da</strong>s distribuições de elétrons e múons para os 100 chuveiros de ambas composições.1 Atualmente a Colaboração Auger estu<strong>da</strong> uma possível relação entre a forma do si<strong>na</strong>l e o número de múons eelétrons. Observar as figuras 1.18 e 1.19 que mostram a forma do si<strong>na</strong>l dependente <strong>da</strong> distância ao centro do chuveiro.2 Simulações prevê<strong>em</strong> [13] que o número total de múons no nível do detector, para um chuveiro iniciado por próton,aumenta com a energia do primário como E 0.85 . Portanto, se considerarmos um chuveiro iniciado por um núcleo denúmero atômico A como um conjunto de “A” chuveiros iniciados por núcleons individuais, ca<strong>da</strong> um com energia E/A,tal chuveiro produziria um número total de múons que se relacio<strong>na</strong>ria ao total observado <strong>em</strong> um chuveiro de próton,com a mesma energia total, por meio <strong>da</strong> expressão:N A µ = A 0.15 N p µ. (2.1)Desse modo, um chuveiro iniciado por um núcleo de ferro (A=56) produzirá, no nível de observação, um número d<strong>em</strong>úons aproxima<strong>da</strong>mente 80% maior que o observado <strong>em</strong> um chuveiro iniciado por próton de mesma energia.Tendo <strong>em</strong> vista as considerações acima, o estudo <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de múons pode ser útil para distinguir chuveirosproduzidos por núcleo pesado (como ferro) <strong>da</strong>queles iniciados por núcleo leve (como próton).31


Densi<strong>da</strong>de de múons e elétrons10 8Densi<strong>da</strong>de de Partículas (N/metro quadrado)10 710 610 510 410 310 210 1elétron (ferro)elétron (proton)múon (ferro)múon (proton)10 00.0 300.0 600.0 900.0 1200.0 1500.0Distância do centro do chuveiro (metros)Figura 2.1: Distribuição lateral média <strong>da</strong>s densi<strong>da</strong>des de múons e elétrons de grupos de chuveirosde ferro e próton.Para simplificar a notação adotar<strong>em</strong>os a partir <strong>da</strong>qui a sigla LDF (Lateral Distribution Function),mais comumente usa<strong>da</strong> <strong>na</strong> área de Física de Radiação Cósmica.2.1 Função Distribuição Lateral ou LDFCom base <strong>na</strong> teoria de cascatas eletromagnéticas, Nishimura e Kamata [19] encontraram umafunção que descreve razoavelmente a distribuição lateral de partículas; Greisen [13] a modificou ea forma fi<strong>na</strong>l até hoje é conheci<strong>da</strong> como NKG, uma alusão às iniciais dos três pesquisadores. Aexpressão geral desta fórmula está descrita <strong>na</strong>s equações 1.11, 1.12 e 1.13.Um ex<strong>em</strong>plo do uso <strong>da</strong> fórmula NKG pode ser <strong>da</strong>do pela LDF para o experimento AGASAconforme equação 2.2:( ) r −1.2ρ(r) = C(1 + r ) (η−1.2) ( ( ) r 2 ) −δ1.0+(2.2)r 1 r 1 1000monde C é um fator de normalização, η = 3.8, δ = 0.6 ± 0.1, para chuveiros próximos <strong>da</strong> verticalcom sec θ ≤ 1.2, r > 1km e energias entre 6 × 10 17 e 2 × 10 18 eV [63].Para o Observatório Auger foram propostas duas formas para a LDF, ambas basea<strong>da</strong>s <strong>na</strong> NKG,porém modifica<strong>da</strong>s para se adequar<strong>em</strong> à nova geometria do detector de superfície. Uma <strong>da</strong>s fórmulas,<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>na</strong> equação 2.4, divide a LDF <strong>em</strong> duas partes: uma para distâncias de até 300 metros do centrodo chuveiro e outra para distâncias acima de 300 metros do centro do chuveiro.32


As duas expressões, ambas <strong>em</strong> uso atualmente, estão mostra<strong>da</strong>s abaixo, <strong>na</strong>s equações 2.3 e 2.4:[ r] β [ 700 + r] (β+γ)S(r) = S 1000 × × (2.3)1000 700 + 1000⎧⎪⎨S(r) =⎪⎩[r1000[r1000] (β+γ·logr1000 ) , r > 300 metros] (β+2·γ·log(3001000 )) [ ] (−γ·log(300× 300 1000 ))1000, r < 300 metrosonde r é a distância ao centro do chuveiro e β e γ constantes de ajuste que a colaboração ain<strong>da</strong>estu<strong>da</strong> se dev<strong>em</strong> ser flutuantes ou fixas. O fator S 1000 será abor<strong>da</strong>do <strong>na</strong> subseção seguinte.Um ex<strong>em</strong>plo de si<strong>na</strong>l no tanque versus distância ao centro do chuveiro, no qual pod<strong>em</strong>os aplicaros ajustes acima, está mostrado <strong>na</strong> figura 2.2. O si<strong>na</strong>l no tanque já está convertido <strong>em</strong> VEM.É a partir desta distribuição que conseguimos extrair a estimativa <strong>da</strong> energia do primário.(2.4)1800Si<strong>na</strong>l no tanque (VEM)1600140012001000800600400200Evento - 05 Jul 2006Energia: 93,4 EeVTheta: 59,02 grausS1000: 207,61 VEM0-2000 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000Dist. centro do chuveiro (metros)Figura 2.2: Ex<strong>em</strong>plo de LDF para chuveiro detectado pelo Observatório Auger.2.1.1 O fator S 1000Em fins <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 60 e começo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 70 Hillas [64], utilizando-se de simulações deMonte Carlo e modelos <strong>da</strong> época para as interações hadrônicas, descobre um fator relativamenteestável para estimar a energia <strong>da</strong> partícula primária.Em geral é possível, por meio de simulação, encontrar uma distância do centro do chuveiro, parauma particular configuração <strong>da</strong> rede de detectores de superfície, <strong>em</strong> que as flutuações de densi<strong>da</strong>dede partículas (elétrons + múons) são mínimas. Essa distância deve ser diferente para diferentesredes de detectores dependendo do espaçamento <strong>da</strong> rede, altitude, etc [64]. Para Haverah Park [25]esta distância foi encontra<strong>da</strong> ao redor dos 600 metros, sendo então, denomi<strong>na</strong><strong>da</strong> como fator ρ(600).33


Assim, a energia do primário era, para este experimento, estima<strong>da</strong> por E = k[ρ(600)] α , onde k e αsão constantes de ajuste. O erro foi estimado <strong>em</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 10%.No Observatório Auger a mesma estimativa de cálculo é utiliza<strong>da</strong>, porém com um novo fatorρ. Para a rede de detectores de superfície do Observatório Auger a distância com menor flutuaçãoocorre ao redor dos 1000 metros do centro do chuveiro e é denomi<strong>na</strong><strong>da</strong> por S 1000 . Assim a estimativa<strong>da</strong> energia do primário é <strong>da</strong><strong>da</strong> por: E = k[S(1000)] α .Na figura 2.3 faz<strong>em</strong>os o ajuste <strong>da</strong> LDF utilizando a equação 2.3 e então calculamos a quanti<strong>da</strong>dede si<strong>na</strong>l à distância de 1000 metros do centro do chuveiro. Neste gráfico nota-se que a NKGmodifica<strong>da</strong> se ajusta muito b<strong>em</strong>, porém pod<strong>em</strong>os tentar outras funções decrescentes, como uma leido potência simples - por ex<strong>em</strong>plo, como estudo compl<strong>em</strong>entar.Si<strong>na</strong>l (VEM)300280260240220200180160140120100806040200Evento 3096084 - 01 Fev. 2007Energia: 26.54 EeV, Theta: 59.58 oS(R) = S 1000*(R/1000) beta *((700+R)/(1700)) (beta+gama) -> S 1000: 72,49 VEM-20400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000Dist. ao centro do chuveiro (m)Figura 2.3: Ex<strong>em</strong>plo de LDF para chuveiro detectado pelo Observatório Auger.Observando as figuras 2.2 e 2.3 v<strong>em</strong>os que há poucos pontos e a maioria <strong>da</strong>s estações acio<strong>na</strong><strong>da</strong>sestá a grandes distâncias do centro do chuveiro. Novamente utilizando as figuras 1.18 e 1.19 nota-seque, a distâncias maiores do que 1000 metros do centro a intensi<strong>da</strong>de de si<strong>na</strong>l <strong>na</strong>s fotomultiplicadoraschega a ser 10 vezes menor <strong>em</strong> relação ao si<strong>na</strong>l de estações a 800 metros, por ex<strong>em</strong>plo. Ou seja,a variação no si<strong>na</strong>l é grande e, portanto, estações outliers pod<strong>em</strong> influenciar significativamente oajuste <strong>da</strong> LDF.2.2 Ex<strong>em</strong>plo de aplicação de LMS e LTSUm evento real providencia um bom ex<strong>em</strong>plo de como aplicar a estatística robusta nos <strong>da</strong>dos doObservatório Auger.Para aplicarmos os ajustes utilizamos antes o programa de reconstrução oficial <strong>da</strong> colaboração,34


chamado “Offline”. O programa converte o si<strong>na</strong>l nos tanques <strong>em</strong> VEM e utiliza a posição e t<strong>em</strong>poGPS de ca<strong>da</strong> tanque (<strong>em</strong> metros e <strong>na</strong>nosegundos, respectivamente) para reconstruir o centro dochuveiro e seu respectivo ângulo de incli<strong>na</strong>ção. O programa providencia uma reconstrução <strong>completa</strong>,<strong>da</strong> con<strong>versão</strong> dos si<strong>na</strong>is à estimativa de energia, porém este foi modificado para obtermos estasinformações separa<strong>da</strong>mente e assim aplicarmos os métodos robustos para os ajustes <strong>da</strong> LDF.Como mencio<strong>na</strong>do <strong>na</strong> introdução, os métodos LMS e LTS são métodos lineares. Assim, apesar <strong>da</strong>LDF não ser linear, nós a supomos linearizável aplicando log e <strong>em</strong> ambos os eixos, e assim utilizamosuma lei de potência simples, y = Ax B , para calcular o LMS e o LTS.Aplicando as condições mínimas 3 para o uso dos métodos propostos t<strong>em</strong>os que p = 2. Assim, on o mínimo de estações acio<strong>na</strong><strong>da</strong>s por evento deve ser igual a 5.Nós escolh<strong>em</strong>os o evento 3077458 detectado <strong>em</strong> 25 de janeiro de 2007. A energia reconstruí<strong>da</strong>pelo Offline fornece o valor de 26.94 EeV com θ = 49.48 o e S 1000 = 103.43 VEM.Primeiramente nós ajustamos LS, LMS e LTS para lei de potência simples e LS para a NKGmodifica<strong>da</strong>, como pode ser visto <strong>na</strong> figura 2.4.O LMS e o LTS identificaram 3 tanques outliers identificados <strong>na</strong> figura 2.5 como círculos vermelhos.Ain<strong>da</strong> <strong>na</strong> figura 2.5 nós ajustamos RLS LMS e RLS LTS usando uma lei de potência simplese a NKG modifica<strong>da</strong>, equação 2.3.Na tabela 2.1, logo abaixo, nota-se que os valores de S 1000 (RLS) são sist<strong>em</strong>aticamente menoresdo que os valores de S 1000 (LS). Porém, <strong>na</strong>s seções seguintes ver<strong>em</strong>os que isso não ocorre sist<strong>em</strong>aticamentepara todos os eventos a<strong>na</strong>lisados.Method S 1000 χ 2 /ndofLS - S(r) = Ar B 99,9 ± 6,9 0,7843LS - NKG-Modif. 103,2 ± 4,4 0,6089⇒ LMS - S(r) = Ar B 90,3 0,0155⇒ RLS LMS - S(r) = Ar B 93,5 ± 8,0 0,0554⇒ RLS LMS - NKG-Modif. 99,8 ± 5,1 0,0487⇒ LTS - S(r) = Ar B 93,2 0,0163⇒ RLS LTS - S(r) = Ar B 93,2 ± 9,6 0,0219⇒ RLS LTS - NKG-Modif. 99,8 ± 5,6 0,0426Tabela 2.1: Valores para S 1000 e χ 2 redNa próxima seção aplicar<strong>em</strong>os os métodos propostos nos <strong>da</strong>dos coletados pelo detector de superfície.3 Ver seção 1.2.435


1000Evento 3077458 (25 JAN 2007)L.S. => y=A*x B - S 1000 = 97,328 +/- 13.1L.S. => y=S 1000 *(x/1000) (a-0.2) *((700+x)/1700) a - S 1000 = 103,2 +/- 4.4L.T.S. => y=A*x B - S 1000= 93.15L.M.S. => y=A*x B - S 1000= 90.25SINAL NO TANQUE (VEM)1001011000DIST. AO CENTRO DO CHUVEIRO (m)Figura 2.4: Evento 3077458, 25 JAN 2007, LS, LMS e LTS.Evento 3077458 (25 JAN 2007)RLS(LMS) => y=A*x B - S 1000 = 93,5 +/- 8,4RLS(LMS) => y=S 1000 *(x/1000) (a-0.2) *((700+x)/1700) a - S 1000 = 99,8 +/- 5.1SINAL NO TANQUE (VEM)100010010RLS(LTS) => y=A*x B - S 1000= 93.2 +/- 9.6RLS(LTS) => y=S 1000*(x/1000) (a-0.2) *((700+x)/1700) a - S 1000= 99,0 +/- 5.63 "Outliers" identificados com LMS4 "Outliers" identificados com LTS11000DIST. AO CENTRO DO CHUVEIRO (m)Figura 2.5: Evento 3077458, 25 JAN 2007, RLS LMS e RLS LTS .36


2.3 Resultados e convenções adota<strong>da</strong>sDevido ao algoritmo <strong>em</strong>pírico de cálculo, os métodos LMS e LTS não nos fornec<strong>em</strong> as propagaçõesdos erros dos coeficientes ajustados, por isso serão usados somente <strong>na</strong> identificação de outliers.Assim, os resultados apresentados são para RLS proveniente de LMS, RLS LMS , e RLS provenientede LTS, RLS LTS . Nós comparamos os resultados para LS, RLS LMS e RLS LTS aplicados <strong>em</strong> lei depotência e NKG-modifica<strong>da</strong>.A <strong>versão</strong> do Offline utiliza<strong>da</strong> para as reconstruções foi a v2r4p1.A estação possui 5 níveis de trigger para a seleção de si<strong>na</strong>is [65]:• T1, chamado de trigger de hardware, identifica a possibili<strong>da</strong>de do si<strong>na</strong>l ser útil numa reconstrução<strong>em</strong> geral,• T2, identifica se o si<strong>na</strong>l pode ser parte de um chuveiro,• T3, verifica a coincidência entre os tanques ao redor e confirma T2,• T4, selecio<strong>na</strong> as coincidências principais e as correlacio<strong>na</strong> com um evento físico (este é ochamado trigger físico),• T5, selecio<strong>na</strong> os eventos que apresentaram as melhores reconstruções.Nós utilizamos somente os eventos selecio<strong>na</strong>dos pelo trigger T5. Uma <strong>da</strong>s características principaisdeste trigger é o critério de no mínimo 5 estações estar<strong>em</strong> ativas ao redor <strong>da</strong> estação com maiorsi<strong>na</strong>l. Portanto, todos os eventos de bor<strong>da</strong> 4 são elimi<strong>na</strong>dos.Todos os eventos <strong>em</strong> período ruim 5 foram excluídos.4 Quando a posição do centro de um chuveiro é estima<strong>da</strong> próxima à última estação antes <strong>da</strong> bor<strong>da</strong> <strong>da</strong> rede detanques, este evento é classificado como “evento de bor<strong>da</strong>”. O critério para reconstruí-lo é a garantia de que a posiçãodo centro do chuveiro esteja dentro <strong>da</strong> rede. Caso haja dúvi<strong>da</strong>s sobre a posição do centro do chuveiro, este não éreconstruído e, ain<strong>da</strong>, é elimi<strong>na</strong>do dos arquivos principais, passando a constar ape<strong>na</strong>s nos arquivos T3 que tambémsão utilizados para se fazer monitoramento.5 As estações possu<strong>em</strong> alarmes que disparam quando alguma anomalia persiste por um determi<strong>na</strong>do período. Estasanomalias pod<strong>em</strong> ser, por ex<strong>em</strong>plo: voltagens irregulares do painel solar ou <strong>da</strong> bateria ou <strong>da</strong> eletrônica, sensores <strong>da</strong>sante<strong>na</strong>s GPS e de comunicação falhando, voltagens irregulares <strong>da</strong>s fotomultiplicadoras, etc. Quando mais de 30% dostanques está com algum tipo de alarme acio<strong>na</strong>do, o software de monitoramento dispara um contador. Este conta ot<strong>em</strong>po de duração dos alarmes enquanto mais de 30% dos tanques estiver<strong>em</strong> com os alarmes acio<strong>na</strong>dos. Este períodoé classificado como “período ruim” e é recomen<strong>da</strong>do fort<strong>em</strong>ente que os <strong>da</strong>dos coletados não sejam utilizados, apesarde ser<strong>em</strong> reconstruídos pelo Offline. O programa de reconstrução atribui a todos os eventos um flag (1 - período ruim,0 - período bom).37


Ape<strong>na</strong>s os eventos com ângulo de incli<strong>na</strong>ção θ abaixo de 60 o foram selecio<strong>na</strong>dos 6 .Para os <strong>da</strong>dos de saí<strong>da</strong> do programa Offline utilizamos o módulo ’RecDataLister’ 7 , e o próprioprograma Offline foi modificado para fornecer arquivos com as informações necessárias para nossaanálise.O período de observação considerado foi de 1 ◦ de janeiro de 2004 até 30 de abril de 2008. Nósdividimos os resultados <strong>em</strong> faixas de ângulo com o intuito de identificar algum efeito provocado pelaincli<strong>na</strong>ção do chuveiro. Estes são: 0 o − 60 o , 0 o − 15 o , 15 o − 30 o , 30 o − 45 o e 45 o − 60 o .A tabela 2.2 relacio<strong>na</strong> o número de eventos para as faixas de ângulo propostas aplicando ocritério de seleção 8 requerido por LMS e LTS e também o número de eventos s<strong>em</strong> a aplicação destescritérios. É interessante notar que o corte <strong>em</strong> número de tanques, de certa forma, representa umcorte <strong>em</strong> energia e <strong>em</strong> ângulo simultaneamente.Faixas de ângulo No. Eventos (critério LMS/LTS) No. Eventos Total0 o − 60 o 63.338 734.5170 o − 15 o 1.560 58.81515 o − 30 o 6.483 198.38630 o − 45 o 18.942 299.85745 o − 60 o 36.353 177.459Tabela 2.2: Número de eventos por faixas de ângulo.Os resultados com os respectivos S relativo1000 e erros relativo estão mostrados <strong>na</strong>s figuras de:• 2.6 a 2.14 <strong>da</strong> seção 2.4 para L. Potência e• 2.17 a 2.25 <strong>da</strong> seção 2.5 para NKG-Modifica<strong>da</strong>.Os histogramas estão dispostos de forma a comparar LMS e LTS. Assim t<strong>em</strong>os, para ca<strong>da</strong> faixade ângulo e função de ajuste, os mesmos histogramas porém tratados com LMS e LTS.Observa-se que os ajustes dos histogramas S 1000 (RLS LMS ) e S 1000 (RLS LTS ) são sist<strong>em</strong>aticament<strong>em</strong>enores do que o ajuste S 1000 (LS) para S 1000 até 50 VEM, e isso para to<strong>da</strong>s as faixas de6 Para chuveiros com ângulos de incli<strong>na</strong>ção acima de 60 o a interação <strong>da</strong>s partículas carrega<strong>da</strong>s com o campogeomagnético tor<strong>na</strong>-se bastante relevante. O desvio provocado <strong>na</strong>s partículas carrega<strong>da</strong>s do chuveiro precisa, então,ser considerado <strong>na</strong>s análises. Esta é uma tarefa bastante complexa, tanto que a Colaboração Auger criou um grupo deanálise específico para tratar os chuveiros com ângulos acima de 60 o , também denomi<strong>na</strong>dos de “chuveiros horizontais”.7 Este módulo foi desenvolvido pelo Grupo “Auger Observer” [66]. Assim os <strong>da</strong>dos de saí<strong>da</strong> estão no mesmo formatodo “Auger Observer”.8 O número mínimo de pontos para a análise deve ser 2n+1, onde n é o número de parâmetros do ajuste, nestecaso n=2. Portanto, ape<strong>na</strong>s os eventos com 5 estações acio<strong>na</strong><strong>da</strong>s serão selecio<strong>na</strong>dos. Ver seção 1.238


ângulo zenital, θ. Para S 1000 acima de 50 VEM observamos alguma tendência dos ajustes dos histogramasS 1000 (RLS LMS ) e S 1000 (RLS LTS ) ser<strong>em</strong> maiores que o ajuste S 1000 (LS). Porém, devidoa proximi<strong>da</strong>de dos ajustes, não pod<strong>em</strong>os qualificá-los melhor.Comparando S 1000 (RLS LMS ), S 1000 (RLS LTS ) e S 1000 (LS) para ambas as funções (L. Potência eNKG-Modifica<strong>da</strong>) com o S 1000 extraído diretamente do programa Offline, v<strong>em</strong>os alguma similari<strong>da</strong>decom os S 1000 (LS) obtidos usando a NKG-Modifica<strong>da</strong>.Em termos gerais pod<strong>em</strong>os ver uma tendência para superestimar eventos de baixa energia(S 1000 < 50 VEM) e subestimar eventos de mais alta energia (S 1000 > 50 VEM) quando os ajustessão feitos por estatística convencio<strong>na</strong>l. Mas, novamente, não t<strong>em</strong>os relevância estatística suficientepara concluir isso de forma muito clara.Portanto, no próximo capítulo, considerar<strong>em</strong>os a correção do fator S 1000 , <strong>em</strong> função do ângulode chega<strong>da</strong>, para a<strong>na</strong>lisarmos como este possível efeito se propaga.39


el.errrel.err2.4 Histogramas de S 1000 para L. Potência - LMS e LTSLei de PotenciaS 100060005000400030002000S1000-DiretoEntries 63338Mean 11.17RMS 8.662S1000-LP-LSEntries 63338Mean 12.18RMS 8.273S1000-LP-RLS(LMS)Entries 63338Mean 11.58RMS 8.496Direto-OfflineLSRLS (LMS)Lei de PotenciaS 100080706050403020S1000-DiretoEntries 63338Mean 75.55RMS 23.21S1000-LP-LSEntries 63338Mean 74.29RMS 22.87S1000-LP-RLS(LMS)Entries 63338Mean 75.25RMS 22.98Direto-OfflineLSRLS (LMS)rel.rel.S 1000 e erro1200010000800060004000S1000-LP-RLS(LMS)Entries 63338Mean -0.1279RMS 0.314114000 rel.rel.S1000-LP-RLS(LMS)Entries 63338Mean 0.05715RMS 0.1604LS RLS(LMS)erro - erroerro LSLS RLS(LMS)S 1000 - S 1000LSS 1000100010200000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.6: Histogramas para S LS1000 e SRLS LMS1000 , L. Potência, 0 o − 60 o .Lei de PotenciaS 100060005000S1000-DiretoEntries 63338Mean 11.17RMS 8.662S1000-LP-LSEntries 63338Mean 12.18RMS 8.273Lei de PotenciaS 1000807060S1000-DiretoEntries 63338Mean 75.55RMS 23.21S1000-LP-LSEntries 63338Mean 74.29RMS 22.87rel.rel.S 1000 e erro10000rel.errS1000-LP-RLS(LTS)Entries 63338Mean -0.1484RMS 0.32512000rel.rel.S1000-LP-RLS(LTS)Entries 63338Mean 0.05685RMS 0.1618400030002000S1000-LP-RLS(LTS)Entries 63338Mean 11.58RMS 8.487Direto-OfflineLSRLS (LTS)50403020S1000-LP-RLS(LTS)Entries 63338Mean 75.21RMS 23.06Direto-OfflineLSRLS (LTS)800060004000LS RLS(LTS)erro - erroerro LSLS RLS(LTS)S 1000 - S 1000LSS 1000100010200000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.7: Histogramas para S LS1000 e SRLS LTS1000 , L. Potência, 0 o − 60 o .Lei de PotenciaS 100070605040302010S1000-DiretoEntries 1560Mean 23.33RMS 10.42S1000-LP-LSEntries 1560Mean 22.64RMS 10.11S1000-LP-RLS(LMS)Entries 1560Mean 21.43RMS 10.81Direto-OfflineLSRLS (LMS)Lei de PotenciaS 100010 S1000-LP-LSEntries 1560Mean 74.84RMS 23.188S1000-LP-RLS(LMS)Entries 15606Mean 73.84RMS 21.5142S1000-DiretoEntries 1560Mean 74.57RMS 21.79Direto-OfflineLSRLS (LMS)rel.rel.S 1000 e erro35030025020015010050S1000-LP-RLS(LMS)Entries 1560Mean -0.1734RMS 0.2248rel.S1000-LP-RLS(LMS)Entries 1560Mean 0.04848RMS 0.1791LS RLS(LMS)erro - erroerro LSLS RLS(LMS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.8: Histogramas para S LS1000 e SRLS LMS1000 , L. Potência, 0 o − 15 o .Lei de PotenciaS 100070S1000-DiretoEntries 1560Mean 23.33RMS 10.42Lei de PotenciaS 1000S1000-DiretoEntries 1560Mean 74.57RMS 21.79rel.rel.S 1000 e errorel.errS1000-LP-RLS(LTS)Entries 1560Mean -0.193RMS 0.233605040302010S1000-LP-LSEntries 1560Mean 22.64RMS 10.11S1000-LP-RLS(LTS)Entries 1560Mean 21.42RMS 10.8Direto-OfflineLSRLS (LTS)10 S1000-LP-LSEntries 1560Mean 74.84RMS 23.188S1000-LP-RLS(LTS)Entries 15606Mean 73.93RMS 21.542Direto-OfflineLSRLS (LTS)rel.300 S1000-LP-RLS(LTS)Entries 1560Mean 0.04904250RMS 0.174920015010050LS RLS(LTS)erro - erroerro LSLS RLS(LTS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.9: Histogramas para S LS1000 e SRLS LTS1000 , L. Potência, 0 o − 15 o .40


el.errrel.errLei de PotenciaS 100035030025020015010050S1000-DiretoEntries 6483Mean 19.78RMS 10.11S1000-LP-LSEntries 6483Mean 19.68RMS 9.797S1000-LP-RLS(LMS)Entries 6483Mean 18.82RMS 10.49Direto-OfflineLSRLS (LMS)Lei de PotenciaS 100025 S1000-LP-LSEntries 6483Mean 74.6520RMS 22.2115105S1000-DiretoEntries 6483Mean 76.15RMS 22.62S1000-LP-RLS(LMS)Entries 6483Mean 75.94RMS 22.96Direto-OfflineLSRLS (LMS)rel.rel.S 1000 e erro1600140012001000800600400200S1000-LP-RLS(LMS)Entries 6483Mean -0.1706RMS 0.2444rel.S1000-LP-RLS(LMS)Entries 6483Mean 0.04942RMS 0.1714LS RLS(LMS)erro - erroerro LSLS RLS(LMS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.10: Histogramas de S LS1000 e SRLS LMS1000 , L. Potência, 15 o − 30 o .Lei de PotenciaS 100035030025020015010050S1000-DiretoEntries 6483Mean 19.78RMS 10.11S1000-LP-LSEntries 6483Mean 19.68RMS 9.797S1000-LP-RLS(LTS)Entries 6483Mean 18.8RMS 10.45Direto-OfflineLSRLS (LTS)Lei de PotenciaS 100025 S1000-LP-LSEntries 6483Mean 74.6520RMS 22.2115105S1000-DiretoEntries 6483Mean 76.15RMS 22.62S1000-LP-RLS(LTS)Entries 6483Mean 76.01RMS 23.06Direto-OfflineLSRLS (LTS)rel.rel.S 1000 e erro140012001000800600400200rel.errS1000-LP-RLS(LTS)Entries 6483Mean -0.1928RMS 0.2538rel.S1000-LP-RLS(LTS)Entries 6483Mean 0.04881RMS 0.1692LS RLS(LTS)erro - erroerro LSLS RLS(LTS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.11: Histogramas de S LS1000 e SRLS LTS1000 , L. Potência, 15 o − 30 o .Lei de PotenciaS 10001600S1000-DiretoEntries 18942Mean 13.75RMS 8.768Lei de PotenciaS 100035S1000-DiretoEntries 18942Mean 76.11RMS 24.47rel.rel.S 1000 e erro4500S1000-LP-RLS(LMS)Entries 18942Mean -0.1484RMS 0.2826140012001000800600400S1000-LP-LSEntries 18942Mean 14.43RMS 8.445S1000-LP-RLS(LMS)Entries 18942Mean 13.82RMS 8.865Direto-OfflineLSRLS (LMS)3025201510S1000-LP-LSEntries 18942Mean 74.57RMS 23.85S1000-LP-RLS(LMS)Entries 18942Mean 75.76RMS 23.65Direto-OfflineLSRLS (LMS)4000350030002500200015001000rel.S1000-LP-RLS(LMS)Entries 18942Mean 0.0523RMS 0.1623LS RLS(LMS)erro - erroerro LSLS RLS(LMS)S 1000 - S 1000LSS 1000200550000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.12: Histogramas de S LS1000 e SRLS LMS1000 , L. Potência, 30 o − 45 o .Lei de PotenciaS 10001600S1000-DiretoEntries 18942Mean 13.75RMS 8.768Lei de PotenciaS 100035S1000-DiretoEntries 18942Mean 76.11RMS 24.47rel.rel.S 1000 e erro4000rel.errS1000-LP-RLS(LTS)Entries 18942Mean -0.1704RMS 0.2928140012001000800600400S1000-LP-LSEntries 18942Mean 14.43RMS 8.445S1000-LP-RLS(LTS)Entries 18942Mean 13.82RMS 8.861Direto-OfflineLSRLS (LTS)3025201510S1000-LP-LSEntries 18942Mean 74.57RMS 23.85S1000-LP-RLS(LTS)Entries 18942Mean 75.66RMS 23.79Direto-OfflineLSRLS (LTS)350030002500200015001000rel.S1000-LP-RLS(LTS)Entries 18942Mean 0.05196RMS 0.1632LS RLS(LTS)erro - erroerro LSLS RLS(LTS)S 1000 - S 1000LSS 1000200550000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.13: Histogramas de S LS1000 e SRLS LTS1000 , L. Potência, 30 o − 45 o .41


el.errLei de PotenciaS 100050004000300020001000S1000-DiretoEntries 36353Mean 8.032RMS 6.164S1000-LP-LSEntries 36353Mean 9.442RMS 6.165S1000-LP-RLS(LMS)Entries 36353Mean 8.929RMS 6.302Direto-OfflineLSRLS (LMS)Lei de PotenciaS 1000161412108642S1000-DiretoEntries 36353Mean 73.87RMS 22.44S1000-LP-LSEntries 36353Mean 72.65RMS 21.69S1000-LP-RLS(LMS)Entries 36353Mean 73.79RMS 22.39Direto-OfflineLSRLS (LMS)rel.rel.S 1000 e erroS1000-LP-RLS(LMS)Entries 36353Mean -0.108RMS 0.34078000 rel.S1000-LP-RLS(LMS)Entries 363537000Mean 0.0614RMS 0.1564600050004000300020001000LS RLS(LMS)erro - erroerro LSLS RLS(LMS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.14: Histogramas de S LS1000 e SRLS LMS1000 , L. Potência, 45 o − 60 o .Lei de PotenciaS 100050004000300020001000S1000-DiretoEntries 36353Mean 8.032RMS 6.164S1000-LP-LSEntries 36353Mean 9.442RMS 6.165S1000-LP-RLS(LTS)Entries 36353Mean 8.927RMS 6.296Direto-OfflineLSRLS (LTS)Lei de PotenciaS 1000161412108642S1000-DiretoEntries 36353Mean 73.87RMS 22.44S1000-LP-LSEntries 36353Mean 72.65RMS 21.69S1000-LP-RLS(LTS)Entries 36353Mean 73.62RMS 22.36Direto-OfflineLSRLS (LTS)rel.rel.S 1000 e erro7000600050004000300020001000rel.errS1000-LP-RLS(LTS)Entries 36353Mean -0.1274RMS 0.3523rel.S1000-LP-RLS(LTS)Entries 36353Mean 0.06114RMS 0.159LS RLS(LTS)erro - erroerro LSLS RLS(LTS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.15: Histogramas de S LS1000 e SRLS LTS1000 , L. Potência, 45 o − 60 o .42


el.errrel.rel.errrel.errrel.rel.err2.5 Histogramas de S 1000 para NKG-Modifica<strong>da</strong> - LMS e LTSS 1000NKG-Modif.7000S1000-DiretoEntries 63338Mean 11.17RMS 8.662S 1000NKG-Modif.S1000-DiretoEntries 63338Mean 75.55RMS 23.21rel.rel.S 1000 e erroS1000-NKG-RLS(LMS)Entries 63328Mean -0.1189RMS 0.169860005000S1000-NKG-LSEntries 63338Mean 11.38RMS 8.4870 S1000-NKG-LSEntries 6333860Mean 74.54RMS 22.8614000 rel.S1000-NKG-RLS(LMS)12000Entries 63328Mean -0.01609RMS 0.1711400030002000S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 63338Mean 11.45RMS 8.636Direto-Offline)LSRLS (LMS)50403020S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 63338Mean 75.61RMS 23.31Direto-Offline)LSRLS (LMS)10000800060004000LS RLS(LMS)erro - erroerro LSLS RLS(LMS)S 1000 - S 1000LSS 1000100010200000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(V.E.M.)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(V.E.M.)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.16: Histogramas de S LS1000 e SRLS LMS1000 , NKG-Offline, 0 o − 60 o .S 1000NKG-Modif.7000S1000-DiretoEntries 63338Mean 11.17RMS 8.662S 1000NKG-Modif.S1000-DiretoEntries 63338Mean 75.55RMS 23.21rel.rel.S 1000 e erroS1000-NKG-RLS(LTS)Entries 63328Mean -0.1294RMS 0.172360005000S1000-NKG-LSEntries 63338Mean 11.38RMS 8.4870 S1000-NKG-LSEntries 6333860Mean 74.54RMS 22.8612000 rel.10000rel.S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 63328Mean -0.02055RMS 0.1752400030002000S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 63338Mean 11.49RMS 8.634Direto-Offline)LSRLS (LTS)50403020S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 63338Mean 75.6RMS 23.42Direto-Offline)LSRLS (LTS)800060004000LS RLS(LTS)erro - erroerro LSLS RLS(LTS)S 1000 - S 1000LSS 1000100010200000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(V.E.M.)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(V.E.M.)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.17: Histogramas de S LS1000 e SRLS LTS1000 , NKG-Offline, 0 o − 60 o .S 1000NKG-Modif.605040302010S1000-DiretoEntries 1560Mean 23.33RMS 10.42S1000-NKG-LSEntries 1560Mean 22.52RMS 10.35S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 1560Mean 21.79RMS 10.94Direto-Offline)LSRLS (LMS)S S1000-Direto1000 NKG-Modif.Entries 1560Mean 74.57RMS 21.7910 S1000-NKG-LSEntries 1560Mean 75.02RMS 23.268S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 15606Mean 74.05RMS 22.18Direto-Offline)4LSRLS (LMS)2rel.rel.S 1000 e erro40035030025020015010050S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 1559Mean -0.1336RMS 0.1687S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 1559Mean 0.0255RMS 0.1623LS RLS(LMS)erro - erroerro LSLS RLS(LMS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(V.E.M.)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(V.E.M.)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.18: Histogramas de S LS1000 e SRLS LMS1000 , NKG-Offline, 0 o − 15 o .S 1000NKG-Modif.605040302010S1000-DiretoEntries 1560Mean 23.33RMS 10.42S1000-NKG-LSEntries 1560Mean 22.52RMS 10.35S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 1560Mean 21.82RMS 10.93Direto-Offline)LSRLS (LTS)S S1000-Direto1000 NKG-Modif.Entries 1560Mean 74.57RMS 21.7910 S1000-NKG-LSEntries 1560Mean 75.02RMS 23.268S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 15606Mean 74.17RMS 22.14Direto-Offline)4LSRLS (LTS)2rel.rel.S 1000 e erro35030025020015010050S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 1559Mean -0.1399RMS 0.1649rel.S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 1559Mean 0.02367RMS 0.1613LS RLS(LTS)erro - erroerro LSLS RLS(LTS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(V.E.M.)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(V.E.M.)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.19: Histogramas de S LS1000 e SRLS LTS1000 , NKG-Offline, 0 o − 15 o .43


el.errrel.rel.errrel.errrel.rel.errS 1000NKG-Modif.350S1000-DiretoEntries 6483Mean 19.78RMS 10.11S 1000NKG-Modif.25S1000-DiretoEntries 6483Mean 76.15RMS 22.62rel.rel.S 1000 e erro1600S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 6483Mean -0.1301RMS 0.163930025020015010050S1000-NKG-LSEntries 6483Mean 19.4RMS 10.03S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 6483Mean 19.04RMS 10.6Direto-Offline)LSRLS (LMS)2015105S1000-NKG-LSEntries 6483Mean 75.06RMS 22.66S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 6483Mean 76.51RMS 23.41Direto-Offline)LSRLS (LMS)140012001000800600400200S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 6483Mean 0.02003RMS 0.1546LS RLS(LMS)erro - erroerro LSLS RLS(LMS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(V.E.M.)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(V.E.M.)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.20: Histogramas de S LS1000 e SRLS LMS1000 , NKG-Offline, 15 o − 30 o .S 1000NKG-Modif.350S1000-DiretoEntries 6483Mean 19.78RMS 10.11S 1000NKG-Modif.25S1000-DiretoEntries 6483Mean 76.15RMS 22.62rel.rel.S 1000 e erro1400S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 6483Mean -0.1391RMS 0.16330025020015010050S1000-NKG-LSEntries 6483Mean 19.4RMS 10.03S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 6483Mean 19.07RMS 10.58Direto-Offline)LSRLS (LTS)2015105S1000-NKG-LSEntries 6483Mean 75.06RMS 22.66S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 6483Mean 76.58RMS 23.5Direto-Offline)LSRLS (LTS)12001000800600400200rel.S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 6483Mean 0.01733RMS 0.153LS RLS(LTS)erro - erroerro LSLS RLS(LTS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(V.E.M.)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(V.E.M.)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.21: Histogramas de S LS1000 e SRLS LTS1000 , NKG-Offline, 15 o − 30 o .S 1000NKG-Modif.140012001000800600400S1000-DiretoEntries 18942Mean 13.75RMS 8.768S1000-NKG-LSEntries 18942Mean 13.8RMS 8.66S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 18942Mean 13.8RMS 9Direto-Offline)LSRLS (LMS)S 1000NKG-Modif.353025201510S1000-DiretoEntries 18942Mean 76.11RMS 24.47S1000-NKG-LSEntries 18942Mean 74.55RMS 23.44S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 18942Mean 76.02RMS 23.86Direto-Offline)LSRLS (LMS)rel.rel.S 1000 e erro45004000350030002500200015001000S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 18936Mean -0.124RMS 0.1636S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 18936Mean-9.248e-05RMS 0.1527LS RLS(LMS)erro - erroerro LSLS RLS(LMS)S 1000 - S 1000LSS 1000200550000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(V.E.M.)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(V.E.M.)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.22: Histogramas de S LS1000 e SRLS LMS1000 , NKG-Offline, 30 o − 45 o .S 1000NKG-Modif.140012001000800600400S1000-DiretoEntries 18942Mean 13.75RMS 8.768S1000-NKG-LSEntries 18942Mean 13.8RMS 8.66S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 18942Mean 13.84RMS 9.005Direto-Offline)LSRLS (LTS)S 1000NKG-Modif.353025201510S1000-DiretoEntries 18942Mean 76.11RMS 24.47S1000-NKG-LSEntries 18942Mean 74.55RMS 23.44S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 18942Mean 76.1RMS 24.11Direto-Offline)LSRLS (LTS)rel.rel.S 1000 e erro4000350030002500200015001000S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 18936Mean -0.1344RMS 0.1648rel.S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 18936Mean -0.003459RMS 0.1555LS RLS(LTS)erro - erroerro LSLS RLS(LTS)S 1000 - S 1000LSS 1000200550000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(V.E.M.)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(V.E.M.)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.23: Histogramas de S LS1000 e SRLS LTS1000 , NKG-Offline, 30 o − 45 o .44


el.errrel.rel.errS 1000NKG-Modif.50004000300020001000S1000-DiretoEntries 36353Mean 8.032RMS 6.164S1000-NKG-LSEntries 36353Mean 8.455RMS 6.158S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 36353Mean 8.676RMS 6.33Direto-Offline)LSRLS (LMS)S 1000NKG-Modif.1412108642S1000-DiretoEntries 36353Mean 73.87RMS 22.44S1000-NKG-LSEntries 36353Mean 73.04RMS 21.49S1000-NKG-RLS(LMS)Entries 36353Mean 74.09RMS 22.55Direto-Offline)LSRLS (LMS)rel.rel.S 1000 e erroS1000-NKG-RLS(LMS)Entries 36350Mean -0.1138RMS 0.17368000rel.S1000-NKG-RLS(LMS)7000600050004000300020001000Entries 36350Mean -0.03261RMS 0.1809LS RLS(LMS)erro - erroerro LSLS RLS(LMS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(V.E.M.)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(V.E.M.)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.24: Histogramas de S LS1000 e SRLS LMS1000 , NKG-Offline, 45 o − 60 o .S 1000NKG-Modif.50004000300020001000S1000-DiretoEntries 36353Mean 8.032RMS 6.164S1000-NKG-LSEntries 36353Mean 8.455RMS 6.158S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 36353Mean 8.712RMS 6.328Direto-Offline)LSRLS (LTS)S 1000NKG-Modif.1412108642S1000-DiretoEntries 36353Mean 73.87RMS 22.44S1000-NKG-LSEntries 36353Mean 73.04RMS 21.49S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 36353Mean 73.67RMS 22.45Direto-Offline)LSRLS (LTS)rel.rel.S 1000 e erro7000600050004000300020001000S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 36350Mean -0.1248RMS 0.1776rel.S1000-NKG-RLS(LTS)Entries 36350Mean -0.03808RMS 0.1866LS RLS(LTS)erro - erroerro LSLS RLS(LTS)S 1000 - S 1000LSS 100000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(V.E.M.)1000S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(V.E.M.)1000S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 2.25: Histogramas de S LS1000 e SRLS LTS1000 , NKG-Offline, 45 o − 60 o .45


Capítulo 3Correção de S 1000 → S 38A descoberta de Hillas, sobre a região de mínimo <strong>da</strong> LDF, não leva <strong>em</strong> consideração a incli<strong>na</strong>ção, θ,do chuveiro. A quanti<strong>da</strong>de de atmosfera atravessa<strong>da</strong> é dependente deste ângulo e, portanto, tor<strong>na</strong>s<strong>em</strong>ais uma fonte de flutuação <strong>na</strong> distribuição lateral. Num gráfico de S 1000 versus θ pod<strong>em</strong>ostentar extrair a função de correção. Uma primeira tentativa seria: S 1000 (θ) = A · f(θ). Porém,ao observarmos tal relação <strong>na</strong> figura 3.1, não é possível concluir diretamente que haja algumacorrelação coerente. Para obtermos tal correlação precisamos do conceito de Constant Intensity Cutou, simplesmente CIC.Figura 3.1: S 1000 <strong>em</strong> função de θ.46


3.1 Constant Intensity Cut - CICEsta seção foi fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> <strong>na</strong> referência [67].O conceito de CIC foi introduzido <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> de 60. O método assume que a direção de chega<strong>da</strong><strong>da</strong> radiação cósmica é isotrópica e assim o fluxo integral a uma <strong>da</strong><strong>da</strong> energia é independente doângulo zenital.A integral do fluxo diferencial para uma <strong>da</strong><strong>da</strong> energia, E limiar , pode ser escrita como:E limiar =∫ ∞1 ∂ 2 n(Ω,E)E limiarA ef ∂Ω · ∂E dE = 1 dn(Ω,E limiar )A ef dΩ= cte., (3.1)onde n = dN dté a taxa de eventos, A ef é a área de detecção efetiva, E é a energia e ∂Ω é o el<strong>em</strong>entode ângulo sólido.É claro que isto funcio<strong>na</strong> ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> faixa de ângulo onde a aceitação do detector de superfícienão depen<strong>da</strong> do ângulo zenital. No caso do Observatório Pierre Auger, a eficiência do detector desuperfície atinge os 100% acima de 3EeV e θ menor que 60 o .A área total do detector de superfície, A, está relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> à área de detecção efetiva, A ef , por:A ef = A · cos θ. Integrando o ângulo sólido <strong>em</strong> azimute (2π) t<strong>em</strong>os:1 dn(cos 2 θ,E > E limiar )2πA dcos 2 = I(E limiar ) = cte. (3.2)θPara um <strong>da</strong>do intervalo de t<strong>em</strong>po e intervalos equidistantes, <strong>em</strong> cos 2 θ, t<strong>em</strong>os o mesmo númerode eventos. Assim, integrando sobre todo o t<strong>em</strong>po de detecção, a taxa de eventos se transforma <strong>em</strong>número de eventos:∆N(E > E limiar )∆ cos 2 θ= cte. (3.3)Primeiramente dividimos o céu <strong>em</strong> intervalos de 0.11 <strong>em</strong> sec θ (ver figura 3.2). Para ca<strong>da</strong>intervalo de sec θ obt<strong>em</strong>os uma curva integrando o número de eventos <strong>em</strong> intervalos de S 1000 , sendoque para ca<strong>da</strong> intervalo de S 1000 , os eventos com valor de S 1000 inferiores são somados novamente.Esta correlação está mostra<strong>da</strong> <strong>na</strong> figura 3.3. Nesta última figura é que aplicamos, então, os cor<strong>tese</strong>m número de eventos integrados. Estes são escolhidos de forma a que se conform<strong>em</strong> aos <strong>da</strong>dosobservados, no nosso caso escolh<strong>em</strong>os: 100, 316.2, 1000, 3162 e 10000. Os pontos de intersecção <strong>da</strong>sretas com as curvas nos fornec<strong>em</strong> um gráfico de log10(S 1000 ) versus sec θ (ver figura 3.4). O ajuste<strong>da</strong>s curvas deste último gráfico é que nos fornece uma relação do tipo: S 1000 (θ) = A · f(θ).47


Neste ponto pod<strong>em</strong>os propor diversas possibili<strong>da</strong>des de ajustes 1 . A Colaboração Auger utilizacom mais freqüência os três ajustes mostrados <strong>na</strong>s equações 3.4, 3.5 e 3.6.S 38 (S 1000 ,θ) = S 1000CIC(θ) = S 10001.049+0.00974θ−0.00029θ 2 → Ref. [69](3.4)( ))S 38 (S 1000 ,cos(θ),λ) = S 1000 × exp(X0λ × 1cos(θ) − 1cos(θ 0 ), → Ref. [70]X 0 = 875.5g/cm 2 ,λ = 959g/cm 2 . (3.5)S 38 (S 1000 ,cos 2 (θ)) =S 10001.0+0.849(cos 2 (θ)−0.6201)−1.057(cos 2 (θ)−0.6201) 2 . → Ref. [71](3.6)Por simplici<strong>da</strong>de nós os nomear<strong>em</strong>os como icrc2005 ref.[69], gap2006 [70] e CY [71].O valor de θ 0 = 38 o v<strong>em</strong> <strong>da</strong> media<strong>na</strong> dos <strong>da</strong>dos de S 1000 versus sec θ. Ou seja, o número deeventos que chegam dentro do ângulo sólido de 0 − 38 o é aproxima<strong>da</strong>mente o mesmo para o ângulosólido de 38 − 60 o .Do capítulo 2 tomamos os valores de S 1000 obtidos diretamente do programa Offline e os valorescalculados por LS-L. Potência, RLS LMS -L. Potência, RLS LTS -L. Potência, LS-NKG-Modif.,RLS LMS -NKG-Modifica<strong>da</strong> e RLS LTS -NKG-Modifica<strong>da</strong>. Associando para ca<strong>da</strong> possível S 1000 astrês possíveis correções S 38 , t<strong>em</strong>os um total de 21 possíveis valores de S 1000 corrigidos. Nesta seçãoapresentamos ape<strong>na</strong>s os resultados <strong>na</strong> faixa de 0−60 o , uma vez que os efeitos 2 , relatados no capítulo2, permanec<strong>em</strong> para S 38 de forma sist<strong>em</strong>ática.Estes estão mostrados <strong>na</strong>s figuras de:• 5.12 a 5.16 <strong>da</strong> seção 3.2 para ICRC-2005,• 3.9 a 3.12 <strong>da</strong> seção 3.3 para GAP-NOTE 2006-024 e• 3.13 a 3.16 <strong>da</strong> seção 3.4 para Cronin e Yamamoto (CY).No próximo capítulo ir<strong>em</strong>os abor<strong>da</strong>r a correlação entre energia híbri<strong>da</strong> e S 38 e verificar se essesefeitos afetam esta correlação.1 Pod<strong>em</strong>os também aplicar novamente o método utilizando outras definições de intervalos como por ex<strong>em</strong>plo θ,cos θ, cos 2 θ, csc θ, sin 2 θ, etc.2 Sobre os ajustes dos histogramas LMS e LTS tender<strong>em</strong> a ser sist<strong>em</strong>aticamente menores para S 1000 até 50 VEM eo inverso para S 1000 acima de 50 VEM48


Figura 3.2: S 1000 <strong>em</strong> função de sec θ.S 1000Integral do numero de eventos5104103101.06 < sec θ < 1.181.18 < sec θ < 1.291.29 < sec θ < 1.411.41 < sec θ < 1.521.52 < sec θ < 1.641.64 < sec θ < 1.761.76 < sec θ < 1.881.88 < sec θ < 1.991.99 < sec θ < 2.112.11 < sec θ < 2.232.23 < sec θ < 2.342.34 < sec θ < 2.452100.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4 2.6log(S(VEM))Figura 3.3: Integral do número de eventos N para intervalos de S 1000 .101000x θ S 1000(VEM))1000(S10log2.221.81.61.41.210.80.60.40.2χ 2/ ndf125.7 865.1 341.8 2242 6229 / 10p0 -0.3252 -0.3542 -0.3195 -0.3807 -0.341 ±0.0047580.0027440.0070070.0013790.01579p1 1.579 1.838 2.624 2.126 2.375 ±±0.0024740.0048220.024330.008330.0122701 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4sec θFigura 3.4: S 1000 <strong>em</strong> função de sec θ.49


383838rel.errrel.errrel.errrel.err3.2 Resultados para S 38 - ICRC-2005S 38ICRC Lei de Potencia6000S 38 LP ICRC RLS(LMS)Entries 63230Mean 13.02RMS 8.34S 38ICRC Lei de Potencia80S 38 LP ICRC RLS(LMS)Entries 63230Mean 74.74RMS 23.11rel.S e erro rel.38 - Lei de PotenciaS{38}rel.LP ICRC RLS(LMS)Entries 63230Mean 0.05719RMS 0.160450004000300020001000S 38LP ICRC LSEntries 63230Mean 13.72RMS 8.062S 38ICRC DiretoEntries 63230Mean 12.42RMS 8.412RLS(LMS)LSDireto-Offline70605040302010S 38LP ICRC LSEntries 63230Mean 73.97RMS 22.8S 38ICRC DiretoEntries 63230Mean 75.32RMS 23.31RLS(LMS)LSDireto-Offline16000 rel.errSLP ICRC RLS(LMS)1400012000100008000600040002000Entries 63230Mean 0.03151RMS 0.09246ls rls(lms)S 38 - S 38lserrolsS 38rls(lms)- erroerro ls00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.5: Histogramas de S LS38 e SRLS LMS38 , L. Potência, 0 o − 60 o .S 38ICRC Lei de Potencia6000S 38 LP ICRC RLS(LTS)Entries 63230Mean 13.02RMS 8.337S 38ICRC Lei de Potencia80S 38 LP ICRC RLS(LTS)Entries 63230Mean 74.77RMS 23.15rel.S e erro rel.38 - Lei de PotenciaS{38}rel.LP ICRC RLS(LTS)Entries 63230Mean 0.05688RMS 0.161850004000300020001000S 38LP ICRC LSEntries 63230Mean 13.72RMS 8.062S 38ICRC DiretoEntries 63230Mean 12.42RMS 8.412RLS(LTS)LSDireto-Offline70605040302010S 38LP ICRC LSEntries 63230Mean 73.97RMS 22.79S 38ICRC DiretoEntries 63230Mean 75.32RMS 23.31RLS(LTS)LSDireto-Offline14000rel.errSLP ICRC RLS(LTS)12000100008000600040002000Entries 63230Mean 0.03153RMS 0.09273ls rls(lts)S 38 - S 38erro lslsS 38rls(lts)- erroerro ls00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.6: Histogramas de S LS38 e SRLS LTS38 , L. Potência, 0 o − 60 o .S 38ICRC NKG-Modif.60005000400030002000S 38 NKG ICRC RLS(LMS)Entries 63230Mean 12.84RMS 8.466S 38LP ICRC LSEntries 63230Mean 12.72RMS 8.242S 38ICRC DiretoEntries 63230Mean 12.42RMS 8.412RLS(LMS)LSS 38ICRC NKG-Modif.90807060504030S 38 NKG ICRC RLS(LMS)Entries 63230Mean 75.16RMS 23.53S 38LP ICRC LSEntries 63230Mean 74.2RMS 23.21S 38ICRC DiretoEntries 63230Mean 75.32RMS 23.31RLS(LMS)LSrel. rel.S 38 e erro - NKG180001600014000120001000080006000rel.S NKG ICRC RLS(LMS)38Entries 63220Mean -0.01608RMS 0.1711S 38NKG ICRC RLS(LMS)Entries 63220Mean -0.007089RMS 0.09305ls rls(lms)S 38lserro- S 38lsS 38rls(lms)- erroerro ls1000Direto-Offline2010Direto-Offline4000200000 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.7: Histogramas de S LS38 e SRLS LMS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o .S 38ICRC NKG-Modif.600050004000300020001000S 38 NKG ICRC RLS(LTS)Entries 63230Mean 12.88RMS 8.462S 38LP ICRC LSEntries 63230Mean 12.72RMS 8.242S 38ICRC DiretoEntries 63230Mean 12.42RMS 8.412RLS(LTS)LSDireto-OfflineS 38ICRC NKG-Modif.908070605040302010S 38 NKG ICRC RLS(LTS)Entries 63230Mean 75.06RMS 23.46S 38LP ICRC LSEntries 63230Mean 74.2RMS 23.21S 38ICRC DiretoEntries 63230Mean 75.32RMS 23.31RLS(LTS)LSDireto-Offlinerel. rel.S 38 e erro - NKG160001400012000100008000600040002000Srel.S NKG ICRC RLS(LTS)38Entries 63220Mean -0.02054RMS 0.1753NKG ICRC RLS(LTS)Entries 63220Mean -0.009234RMS 0.09477ls rls(lts)S 38 - S 38erro lslsS 38rls(lts)- erroerro ls00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.8: Histogramas de S LS38 e SRLS LTS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o .50


38383838rel.errrel.errrel.errrel.err3.3 Resultados para S 38 - GAP-NOTE 2006-024S 38GAP Lei de PotenciaS 38 LP GAP RLS(LMS)Entries 63230Mean 13.4RMS 8.312S 38GAP Lei de Potencia90S 38 LP GAP RLS(LMS)Entries 63230Mean 74.74RMS 23.24rel.S e erro rel.38 - Lei de Potencia16000relS LP GAP RLS(LMS) .38Entries 63230Mean 0.05719RMS 0.160450004000300020001000S 38LP GAP LSEntries 63230Mean 14.13RMS 8.009S 38GAP DiretoEntries 63230Mean 12.73RMS 8.312RLS(LMS)LSDireto-Offline8070605040302010S 38LP GAP LSEntries 63230Mean 73.57RMS 22.38S 38GAP DiretoEntries 63230Mean 75.06RMS 23.34RLS(LMS)LSDireto-Offline1400012000100008000600040002000SLP GAP RLS(LMS)Entries 63230Mean 0.04884RMS 0.1408ls rls(lms)S 38 - S 38lserrolsS 38rls(lms)- erroerro ls00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.9: Histogramas de S LS38 e SRLS LMS38 , L. Potência, 0 o − 60 o .S 38GAP Lei de PotenciaS 38 LP GAP RLS(LTS)Entries 63230Mean 13.4RMS 8.309S 38GAP Lei de Potencia90S 38 LP GAP RLS(LTS)Entries 63230Mean 74.71RMS 23.2rel.S e erro rel.38 - Lei de PotenciaS38relLP GAP RLS(LTS) .Entries 63230Mean 0.05688RMS 0.161850004000300020001000S 38LP GAP LSEntries 63230Mean 14.13RMS 8.009S 38GAP DiretoEntries 63230Mean 12.73RMS 8.312RLS(LTS)LSDireto-Offline8070605040302010S 38LP GAP LSEntries 63230Mean 73.56RMS 22.38S 38GAP DiretoEntries 63230Mean 75.06RMS 23.34RLS(LTS)LSDireto-Offline12000100008000600040002000SLP GAP RLS(LTS)Entries 63230Mean 0.04863RMS 0.142ls rls(lts)S 38 - S 38erro lslsS 38rls(lts)- erroerro ls00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.10: Histogramas de S LS38 e SRLS LTS38 , L. Potência, 0 o − 60 o .S 38GAP NKG-Modif.600050004000300020001000S 38 NKG GAP RLS(LMS)Entries 63230Mean 13.2RMS 8.415S 38NKG GAP LSEntries 63230Mean 13.07RMS 8.166S 38GAP DiretoEntries 63230Mean 12.73RMS 8.312RLS(LMS)LSDireto-OfflineS 38GAP NKG-Modif.908070605040302010S 38 NKG GAP RLS(LMS)Entries 63230Mean 74.76RMS 23.17S 38NKG GAP LSEntries 63230Mean 73.71RMS 22.73S 38GAP DiretoEntries 63230Mean 75.06RMS 23.34RLS(LMS)LSDireto-Offlinerel. rel.S 38 e erro - NKG160001400012000100008000600040002000Srel.S NKG GAP RLS(LMS)38Entries 63220Mean -0.01608RMS 0.1711NKG GAP RLS(LMS)Entries 63220Mean -0.01552RMS 0.1497ls rls(lms)S 38 - S 38lserrolsS 38rls(lms)- erroerro ls00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.11: Histogramas de S LS38 e SRLS LMS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o .S 38GAP NKG-Modif.600050004000300020001000S 38 NKG GAP RLS(LTS)Entries 63230Mean 13.25RMS 8.41S 38NKG GAP LSEntries 63230Mean 13.07RMS 8.166S 38GAP DiretoEntries 63230Mean 12.73RMS 8.312RLS(LTS)LSDireto-OfflineS 38GAP NKG-Modif.908070605040302010S 38 NKG GAP RLS(LTS)Entries 63230Mean 74.78RMS 23.29S 38NKG GAP LSEntries 63230Mean 73.71RMS 22.73S 38GAP DiretoEntries 63230Mean 75.06RMS 23.34RLS(LTS)LSDireto-Offlinerel. rel.S 38 e erro - NKG1400012000100008000600040002000S38Srel.NKG GAP RLS(LTS)Entries 63220Mean -0.02054RMS 0.1753NKG GAP RLS(LTS)Entries 63220Mean -0.01938RMS 0.1534ls rls(lts)S 38 - S 38erro lslsS 38rls(lts)- erroerro ls00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.12: Histogramas de S LS38 e SRLS LTS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o .51


38383838rel.errrel.errrel.errrel.err3.4 Resultados para S 38 - Cronin e YamamotoS 38CY Lei de PotenciaS 38 LP CY RLS(LMS)Entries 63230Mean 13.33RMS 8.341S 38CY Lei de Potencia90S 38 LP CY RLS(LMS)Entries 63230Mean 74.78RMS 23.22rel.S e erro rel.38 - Lei de Potencia16000rel.S LP CY RLS(LMS)38Entries 63230Mean 0.05719RMS 0.160450004000300020001000S 38LP CY LSEntries 63230Mean 14.04RMS 8.037S 38CY DiretoEntries 63230Mean 12.68RMS 8.368RLS(LMS)LSDireto-Offline8070605040302010S 38LP CY LSEntries 63230Mean 73.64RMS 22.55S 38CY DiretoEntries 63230Mean 75.27RMS 23.49RLS(LMS)LSDireto-Offline1400012000100008000600040002000SLP CY RLS(LMS)Entries 63230Mean 0.04349RMS 0.1271ls rls(lms)S 38 - S 38lserrolsS 38rls(lms)- erroerro ls00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.13: Histogramas de S LS38 e SRLS LMS38 , L. Potência, 0 o − 60 o .S 38CY Lei de PotenciaS 38 LP CY RLS(LTS)Entries 63230Mean 13.33RMS 8.344S 38CY Lei de Potencia90S 38 LP CY RLS(LTS)Entries 63230Mean 74.95RMS 23.37rel.S e erro rel.38 - Lei de Potencia14000rel.S LP CY RLS(LTS)38Entries 63230Mean 0.05688RMS 0.161850004000300020001000S 38LP CY LSEntries 63230Mean 14.04RMS 8.037S 38CY DiretoEntries 63230Mean 12.68RMS 8.368RLS(LTS)LSDireto-Offline8070605040302010S 38LP CY LSEntries 63230Mean 73.63RMS 22.55S 38CY DiretoEntries 63230Mean 75.27RMS 23.49RLS(LTS)LSDireto-Offline12000100008000600040002000SLP CY RLS(LTS)Entries 63230Mean 0.04334RMS 0.1276ls rls(lts)S 38 - S 38erro lslsS 38rls(lts)- erroerro ls00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.14: Histogramas de S LS38 e SRLS LTS38 , L. Potência, 0 o − 60 o .S 38CY NKG-Modif.6000500040003000S 38 NKG CY RLS(LMS)Entries 63230Mean 13.13RMS 8.441S 38NKG CY LSEntries 63230Mean 13.01RMS 8.221S 38CY DiretoEntries 63230Mean 12.68RMS 8.368S 38CY NKG-Modif.8070605040S 38 NKG CY RLS(LMS)Entries 63230Mean 74.73RMS 23.2S 38NKG CY LSEntries 63230Mean 74.11RMS 23.08S 38CY DiretoEntries 63230Mean 75.27RMS 23.49rel. rel.S 38 e erro - NKG160001400012000100008000rel.S NKG CY RLS(LMS)38Entries 63220Mean -0.01608RMS 0.1711SCY NKG RLS(LMS)Entries 63220Mean -0.01051RMS 0.1296ls rls(lms)S 38 - S 38lserrolsS 38rls(lms)- erro20001000RLS(LMS)LSDireto-Offline302010RLS(LMS)LSDireto-Offline600040002000erro ls00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.15: Histogramas de S LS38 e SRLS LMS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o .S 38CY NKG-Modif.600050004000300020001000S 38 NKG CY RLS(LTS)Entries 63230Mean 13.17RMS 8.444S 38NKG CY LSEntries 63230Mean 13.01RMS 8.221S 38CY DiretoEntries 63230Mean 12.68RMS 8.368RLS(LTS)LSDireto-OfflineS 38CY NKG-Modif.8070605040302010S 38 NKG CY RLS(LTS)Entries 63230Mean 74.83RMS 23.29S 38NKG CY LSEntries 63230Mean 74.11RMS 23.08S 38CY DiretoEntries 63230Mean 75.27RMS 23.49RLS(LTS)LSDireto-Offlinerel. rel.S 38 e erro - NKG1400012000100008000600040002000Srel.S NKG CY RLS(LTS)38Entries 63220Mean -0.02054RMS 0.1753CY NKG RLS(LTS)Entries 63220Mean -0.01375RMS 0.1322ls rls(lts)S 38 - S 38erro lslsS 38rls(lts)- erroerro ls00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50(VEM)38S050 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150(VEM)38S0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1Figura 3.16: Histogramas de S LS38 e SRLS LTS38 , NKG-Modif., 0 o − 60 o .52


Capítulo 4Calibração <strong>da</strong> energia com eventoshíbridosA utilização de eventos híbridos é uma vantang<strong>em</strong> a mais para a calibração <strong>da</strong> energia. Os doisdetectores pod<strong>em</strong> enxergar simultaneamente o mesmo evento e, <strong>em</strong> princípio, a estimativa de energiadeveria ser a mesma para ambos. É claro que os métodos de estimativa de um e de outro são b<strong>em</strong>diferentes; enquanto o detector de superfície mede densi<strong>da</strong>de de partículas num nível específico dodesenvolvimento, o detector de fluorescência mede a energia calorimétrica deposita<strong>da</strong> <strong>na</strong> atmosfera.A Colaboração Auger utiliza a correlação energia híbri<strong>da</strong> versus S 38 como ferramenta para calibrara energia entre os detectores. As seções 4.1 e 4.2 foram basea<strong>da</strong>s <strong>na</strong> ref. [72].4.1 Reconstrução Híbri<strong>da</strong>O detector de fluorescência possui um ângulo de visão, <strong>em</strong> elevação reta, de aproxima<strong>da</strong>mente30 o . Para uma <strong>da</strong><strong>da</strong> geometria (ver figura 4.1) o t<strong>em</strong>po de chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> radiação fluorescente nosfototubos pode ser expressa <strong>em</strong> função de um ângulo θ i :t(θ i ) = R ( )pc tan θi+ t 0 (4.1)2onde t 0 é o t<strong>em</strong>po que o chuveiro passa pelo ponto mais próximo do telescópio e R p é um parâmetrode impacto.Com esta informação é possível determi<strong>na</strong>r o plano que contenha o eixo do chuveiro e a incli<strong>na</strong>çãodeste eixo. Porém, a faixa de θ i percorri<strong>da</strong> não é grande o suficiente para se detectar uma curvaturasignificativa <strong>na</strong> função tangente <strong>da</strong> equação acima. Infelizmente, isso nos leva a ambigüi<strong>da</strong>des53


Eixo do ChuveiroFaixa de ângulo de visão do TelescópioθT 0R PT 1T2T3T NψFrente do Chuveiro000 1110000 1111 000 1110000 1111 T N+1R c000 111 T Centro 000 111000 111 000 1111500 m 1500 mFigura 4.1: Ilustração de detecção híbri<strong>da</strong> com os parâmetros para os ajuste do timing.no ajuste, devido a diversas possibili<strong>da</strong>des de combi<strong>na</strong>ções de R p e ψ. Este probl<strong>em</strong>a pode serresolvido usando informações de reconstrução geométrica de outro telescópio (detecção estereo) ou<strong>da</strong> geometria reconstruí<strong>da</strong> pelo detector de superfície, figura 4.1.Todos os “olhos” e o detector de superfície possu<strong>em</strong> um relógio <strong>em</strong> comum, e portanto, há umvínculo do ajuste de t(θ i ) ou timing e o plano de detecção do chuveiro. A ajuste para a funçãotiming é feito minimizando um χ 2 que inclui os t<strong>em</strong>pos dos dois detectores.Para fluorescência:χ 2 1 =N ∑i∑ peii(t i − t esperado ) 2pe i (4.2)σ 2 ionde t i é a estimativa de t<strong>em</strong>po do pulso no ponto médio e σ i é a incerteza deste t<strong>em</strong>po para ca<strong>da</strong>fototubo, t esperado é o t<strong>em</strong>po esperado para a frente do chuveiro atravessar o tanque. Os el<strong>em</strong>entos<strong>da</strong> soma são normalizados pelo peso pe i que é o si<strong>na</strong>l <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> fototubo. A soma é multiplica<strong>da</strong> porN i que é o número de tubos disparados.Para o detector de superfície:χ 2 2 = ∑ i(t i − t esperado ) 2σ 2 i(4.3)onde σ i = √ σ′ inié a soma sobre todos os detectores com mais de 10 partículas conta<strong>da</strong>s, t i é o t<strong>em</strong>pomédio de chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> partícula <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> detector, σ ′ i é a dispersão no t<strong>em</strong>po de chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> partículae n i é o número de partículas detecta<strong>da</strong>s. O χ 2 fi<strong>na</strong>l é a soma linear de χ 2 1 e χ2 2 . Esta é a denomi<strong>na</strong><strong>da</strong>reconstrução geométrica híbri<strong>da</strong> ou simplesmente reconstrução híbri<strong>da</strong>.54


4.2 Função Perfil Longitudi<strong>na</strong>lA equação 4.4 apresenta uma expressão a<strong>na</strong>lítica aproxima<strong>da</strong> para a distribuição longitudi<strong>na</strong>lde um chuveiro iniciado por próton ou núcleos atômicos, basea<strong>da</strong> <strong>em</strong> simulações de Monte Carlo eestabeleci<strong>da</strong> por Gaisser e Hillas [73]. Essa expressão do perfil longitudi<strong>na</strong>l foi utiliza<strong>da</strong> no ajustedos <strong>da</strong>dos de chuveiros detectados pelo experimento “Fly’s Eye” 1( )(Xmax−Xo) [ ]X − Xo λ (Xmax − X)N(X) = N max expX max − X o λonde X o é uma constante de ajuste 2 e λ = 70g/cm 2 .No Observatório Auger a proposta de ajuste do perfil longitudi<strong>na</strong>l é a mesma porém λ = 61g/cm 2 .O programa Offline determi<strong>na</strong> o perfil longitudi<strong>na</strong>l usando a reconstrução geométrica híbri<strong>da</strong>,o fluxo de luz fluorescente, informações de transparência atmosférica e o fluorescence yield departículas do chuveiro.O perfil longitudi<strong>na</strong>l de partículas carrega<strong>da</strong>s é, então, integrado para se obter a per<strong>da</strong> total deenergia por ionização, equação 4.5:E cal = α∫ ∞0(4.4)N ch (X)dX, (4.5)onde N ch (X) é o número de partículas carrega<strong>da</strong>s a uma profundi<strong>da</strong>de atmosférica X e α =2,19MeV/g/cm 2 [76].A energia precisa ser corrigi<strong>da</strong> pela per<strong>da</strong> de energia por múons de alta energia, neutrinos etambém por excitação nuclear. Simulações foram utiliza<strong>da</strong>s para se quantificar estas per<strong>da</strong>s e nosforneceram a parametrização 4.6:E cal /E FDo = 0.959 − 0.082E −0.150cal, (4.6)onde EoFD é a energia do primário, conheci<strong>da</strong> como energia híbri<strong>da</strong>. Esta equação é váli<strong>da</strong> para3 × 10 16 < EoFD < 3 × 10 20 eV. As simulações mostram que diferentes correções precisam seraplica<strong>da</strong>s para chuveiros iniciados por próton, gama e ferro. Porém, não é possível determi<strong>na</strong>r acomposição química <strong>da</strong> partícula primária evento a evento. Assim, a Colaboração estimou um errode 5% nesta determi<strong>na</strong>ção de energia.1 No caso deste experimento, os <strong>da</strong>dos também puderam ser ajustados a uma Gaussia<strong>na</strong>, <strong>da</strong><strong>da</strong> a resolução limita<strong>da</strong>do detector. Recent<strong>em</strong>ente, Song [74] apresentou como alter<strong>na</strong>tiva para o ajuste do perfil longitudi<strong>na</strong>l uma <strong>versão</strong> <strong>da</strong>função gaussia<strong>na</strong>, defini<strong>da</strong> <strong>em</strong> termos <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de do chuveiro.2 O parâmetro X o era interpretado como a profundi<strong>da</strong>de de primeira interação <strong>da</strong> partícula primária [75], porémnão há evidências, <strong>em</strong> simulações, que comprov<strong>em</strong> tal interpretação.55


4.3 Critérios para seleção dos eventos híbridosDesde 2001 a Colaboração Auger estu<strong>da</strong> alguns aspectos <strong>da</strong> observação de eventos híbridos, <strong>na</strong>detecção e reconstrução, que caracteriz<strong>em</strong> os eventos como “b<strong>em</strong> reconstruídos”. Estes critériosestão relacio<strong>na</strong>dos abaixo e são utilizados neste trabalho <strong>na</strong> seleção dos eventos híbridos.Os seguinte critérios de seleção [77] foram aplicados:• Os eventos <strong>em</strong> períodos ruins foram excluídos 3 .• A profundi<strong>da</strong>de do máximo do chuveiro, X max , precisa estar dentro do campo de visão dotelescópio.• Resolução do X max < 40g/cm 2• Janela de observação > 15 o .• R p > 0m.• Ângulo do chuveiro no Sist<strong>em</strong>a do Plano do Chuveiro (SPC) > 0o .• Nível de Reconstrução = 4.• χ 2 /ndof do ajuste do SPC < 7.• χ 2 /ndof do ajuste do timing < 8.• A distância do plano do chuveiro ao tanque utilizado para a reconstrução híbri<strong>da</strong> < 750m.• χ 2 /ndof do ajuste do perfil longitudi<strong>na</strong>l por Gaisser-Hillas < 2,5.• T<strong>em</strong>po de atraso entre o FD e SD < 200ns.• A porcentag<strong>em</strong> de radiação Cherenkov < 50%.O período utilizado para os eventos híbridos foi de 1 ◦ de Janeiro de 2004 a 30 de Abril de 2008.O número total de eventos híbridos reconstruídos, no período citado acima, é de 884.178 eventos.Aplicando os cortes indicados, t<strong>em</strong>os o número reduzido para 28.989 eventos.Estes 28.989 eventos precisam ain<strong>da</strong> ser correlacio<strong>na</strong>dos com os critérios de seleção T5 de reconstruçãodo detector de superfície para os 63.230 eventos, anteriormente utilizados para o cálculode S 38 , o que reduz o número para 11.171 eventos. Estes são utilizados para se fazer a correlaçãoentre energia híbri<strong>da</strong> e o fator S 38 .3 Ver nota de ro<strong>da</strong>pé <strong>da</strong> seção 2.3. Critérios s<strong>em</strong>elhantes são adotados para os telescópios de fluorescência.56


Ambos os detectores possu<strong>em</strong> limitações para eventos a baixa energia. Portanto, não pod<strong>em</strong>osutilizar eventos com energia muito baixa sob o risco de influenciarmos erroneamente a correlação.Porém, o critério de corte <strong>em</strong> energia, é pouco claro e suscita vastas discussões dentro Colaboração,que ain<strong>da</strong> não estabeleceu critérios definitivos. Assim, tomamos os nossos próprios critérios baseadosnos cálculos de eficiência do detector de superfície.Como mencio<strong>na</strong>do anteriormente, o SD atinge 100% de eficiência a aproxima<strong>da</strong>mente 3 EeV 4 .Para não pe<strong>na</strong>lizarmos d<strong>em</strong>ais o SD, aplicamos um corte de 2,5 EeV <strong>em</strong> energia híbri<strong>da</strong> e fiz<strong>em</strong>osos ajustes por LS, RLS LMS e RLS LTS . Os pontos de intersecção, entre uma reta paralela ao eixox e que passe pelo valor 2,5 EeV e as retas ajusta<strong>da</strong>s, são tomados como os cortes <strong>em</strong> S 38 . Umavez retirados os eventos abaixo dos cortes <strong>em</strong> S 38 , faz<strong>em</strong>os novamente os ajustes por LS, RLS LMSe RLS LTS . Os coeficientes provenientes destes últimos ajustes são os utilizados para se fazer arecorreção <strong>em</strong> energia.4.4 Resultados para os 21 possíveis valores de S 38Por motivo didático fiz<strong>em</strong>os um pequeno sumário dos 21 possíveis valores de S 38 . Este estámostrado <strong>na</strong> tabela 4.1:Tipo de ajuste S 38 ICRC GAP CYTipo de ajuste LDF NKG L.Potência NKG L.Potência NKG L.PotênciaMétodo Estatísticoutilizado no ajuste <strong>da</strong> LDFS 38 calculado com os valores de S 1000 obtidosdiretamente do programa Offline 2.4LS LS LS LS LS LSLMS LMS LMS LMS LMS LMSLTS LTS LTS LTS LTS LTSS38-ICRC S38-GAP S38-CYTabela 4.1: 21 possíveis valores para S 38 .Os ajustes lineares, utilizando mínimos quadrados - LS, nos fornec<strong>em</strong> uma estimativa fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong>energia expressa como função do parâmetro S 38 , E = A × S38 B . Na tabela 4.2 estão os valores5para A e B e seus respectivos erros.Pod<strong>em</strong>os, é claro, aplicar os métodos LMS e LTS para estes três gráficos. Os resultados para Ae B e seus respectivos erros estão mostrados <strong>na</strong> tabela 4.3.Nas tabelas de 4.4 a 4.9 estão todos os valores de A e B com seus respectivos erros propagados,para os outros 18 possíveis valores de S 38 robusto ajustados por LS, RLS LMS e RLS LTS .As figuras 4.2, 4.3 e 4.4 são os gráficos de correlação entre a energia híbri<strong>da</strong> e os três possíveis4 Este cálculo é feito por meio de estatística convencio<strong>na</strong>l.5 Talvez aqui seja necessário l<strong>em</strong>brar que A = 10 a , onde a é o valor do coeficiente linear dos ajustes nos gráficosde 4.2 a 4.40.57


Tipo de ajuste S 38 A Erro de A B Erro de B χ 2 /ndofICRC 0,109 0,005 1,161 0,013 0,973GAP 0,105 0,008 1,177 0,021 0,412CY 0,106 0,007 1,167 0,019 0,438Tabela 4.2: Valores para os coeficientes A e B com ajustes LS.Tipo de ajuste S 38 A Erro de A B Erro de B χ 2 /ndofICRC-RLS LMS 0,119 0,005 1,139 0,013 0,665GAP-RLS LMS 0,119 0,008 1,143 0,020 0,274CY-RLS LMS 0,119 0,008 1,138 0,019 0,300ICRC-RLS LTS 0,118 0,005 1,139 0,013 0,665GAP-RLS LTS 0,119 0,008 1,143 0,020 0,276CY-RLS LTS 0,121 0,008 1,133 0,019 0,302Tabela 4.3: Valores para os coeficientes A e B com ajustes LMS e LTS.valores de S 38 calculados <strong>na</strong> seção anterior a partir dos valores de S 1000 extraídos diretamente doprograma Offline.As figuras de 4.8 a 4.40 são os gráficos de correlação utilizando estatística robusta <strong>na</strong> obtençãodo S 38 .Na pági<strong>na</strong> seguinte a ca<strong>da</strong> gráfico de correlação estão mostra<strong>da</strong>s as diferenças entre energiahíbri<strong>da</strong> e energia recorrigi<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> ajuste LS, RLS LMS e RLS LTS .Observando as tabelas e os gráficos a seguir, v<strong>em</strong>os que os melhores valores de χ 2 /ndof 6 dosajustes são para os valores de S 38 calculados pela correção do CIC-ICRC. Portanto, para as análisesseguintes tomar<strong>em</strong>os ape<strong>na</strong>s as correções <strong>em</strong> energia dos ajustes obtidos utilizando o CIC-ICRC.É interessante notar que há uma razoável similari<strong>da</strong>de entre o número de outliers obtidos porLMS e LTS que representam entre 5% e 6% do total de eventos.Os ajustes robustos tend<strong>em</strong> a produzir uma reta com incli<strong>na</strong>ção ligeiramente menor <strong>em</strong> relaçãoao ajuste por LS.Para a diferença de energia, o RMS varia entre 16% e 18%.Os efeitos destas recorreções poderão ser melhor observados no capítulo seguinte, onde faz<strong>em</strong>osas varreduras <strong>em</strong> energia para os cálculos de anisotropia.6 A Colaboração Auger [78] estimou as incertezas relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s a S 1000 <strong>em</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 10% e o absolutefluorecence yield <strong>em</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 14%. Estes são os dois parâmetros mais influentes <strong>na</strong> estimativa <strong>da</strong> energiapelo detector de superfície e pelos telescópios de fluorescência respectivamente. A incerteza <strong>na</strong> estimativa fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong>energia, ape<strong>na</strong>s por E F D , foi calcula<strong>da</strong> <strong>em</strong> torno de 22% e a incerteza <strong>na</strong> estimativa de energia por E = a · S38 b <strong>em</strong>torno de 18%.58


ICRC - S 38 - L. PotênciaMétodo Est. para S 38 Tipo de ajuste A Erro de A B Erro de B χ 2 /ndofLS 0,078 0,005 1,261 0,017 1,082LSLMS 0,099 0,006 1,190 0,017 0,681LTS 0,095 0,006 1,204 0,017 0,709LS 0,117 0,006 1,133 0,013 1,463LMSLMS 0,136 0,006 1,094 0,013 0,838LTS 0,136 0,006 1,093 0,013 0,835LS 0,115 0,006 1,135 0,013 1,466LTSLMS 0,133 0,006 1,100 0,013 0,880LTS 0,132 0,006 1,101 0,013 0,900Tabela 4.4: Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS .ICRC - S 38 - NKG-Modif.Método Est. para S 38 Tipo de ajuste A Erro de A B Erro de B χ 2 /ndofLS 0,089 0,005 1,228 0,016 1,164LSLMS 0,106 0,006 1,178 0,016 0,727LTS 0,106 0,006 1,177 0,016 0,726LS 0,115 0,005 1,133 0,013 1,426LMSLMS 0,134 0,006 1,095 0,013 0,822LTS 0,134 0,006 1,095 0,013 0,829LS 0,114 0,005 1,136 0,013 1,451LTSLMS 0,132 0,006 1,099 0,013 0,860LTS 0,130 0,006 1,104 0,013 0,890Tabela 4.5: Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS .GAP - S 38 - L. PotênciaMétodo Est. para S 38 Tipo de ajuste A Erro de A B Erro de B χ 2 /ndofLS 0,065 0,007 1,317 0,029 0,461LSLMS 0,085 0,008 1,236 0,027 0,281LTS 0,088 0,008 1,224 0,027 0,274LS 0,108 0,008 1,160 0,022 0,536LMSLMS 0,125 0,009 1,122 0,021 0,332LTS 0,133 0,010 1,102 0,021 0,331LS 0,108 0,008 1,161 0,022 0,542LTSLMS 0,125 0,009 1,123 0,021 0,345LTS 0,122 0,009 1,126 0,021 0,361Tabela 4.6: Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS .59


GAP - S 38 - NKG-Modif.Método Est. para S 38 Tipo de ajuste A Erro de A B Erro de B χ 2 /ndofLS 0,074 0,007 1,283 0,027 0,506LSLMS 0,096 0,009 1,207 0,026 0,273LTS 0,100 0,009 1,190 0,026 0,288LS 0,106 0,008 1,162 0,022 0,526LMSLMS 0,123 0,009 1,124 0,021 0,332LTS 0,128 0,010 1,110 0,021 0,334LS 0,105 0,008 1,163 0,022 0,538LTSLMS 0,120 0,009 1,129 0,021 0,346LTS 0,120 0,009 1,129 0,021 0,360Tabela 4.7: Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS .CY - S 38 - L. PotênciaMétodo Est. para S 38 Tipo de ajuste A Erro de A B Erro de B χ 2 /ndofLS 0,068 0,006 1,290 0,025 0,527LSLMS 0,090 0,008 1,214 0,024 0,327LTS 0,091 0,008 1,210 0,024 0,328LS 0,103 0,007 1,165 0,020 0,605LMSLMS 0,121 0,008 1,126 0,019 0,390LTS 0,121 0,008 1,123 0,019 0,396LS 0,102 0,007 1,167 0,020 0,608LTSLMS 0,120 0,008 1,127 0,019 0,402LTS 0,120 0,008 1,127 0,019 0,417Tabela 4.8: Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS .CY - S 38 - NKG-Modif.Método Est. para S 38 Tipo de ajuste A Erro de A B Erro de B χ 2 /ndofLS 0,079 0,007 1,259 0,024 0,562LSLMS 0,106 0,008 1,174 0,023 0,338LTS 0,104 0,008 1,179 0,023 0,327LS 0,105 0,008 1,158 0,020 0,591LMSLMS 0,122 0,008 1,119 0,019 0,389LTS 0,123 0,008 1,117 0,019 0,393LS 0,103 0,007 1,161 0,020 0,598LTSLMS 0,118 0,008 1,129 0,019 0,408LTS 0,120 0,008 1,123 0,019 0,416Tabela 4.9: Valores de A e B para S 38 robusto ajustado com RLS LMS e RLS LTS .60


4.5 S 38 calculado a partir dos ajustes ICRC, GAP e CYEnergia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 1075No de eventos LMS = 1085No de eventos LTS = 1086LS -> y=1.160761*x + (-0.964367)RLS(LMS) -> y=1.139224*x + (-0.925219)RLS (LTS) -> y=1.139298*x + (-0.927109)44 "Outliers" identificados por LMS47 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - ICRCFigura 4.2: Energia híbri<strong>da</strong> versus S 38 - ICRC-2005 - LS, LMS, LTS.Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 1077No de eventos LMS = 1091No de eventos LTS = 1091LS -> y=1.176946*x + (-0.979598)RLS(LMS) -> y=1.143215*x + (-0.925469)RLS (LTS) -> y=1.143274*x + (-0.925856)49 "Outliers" identificados por LMS48 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - GAPFigura 4.3: Energia híbri<strong>da</strong> versus S 38 - GAP-2006 - LS, LMS, LTS.Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 1081No de eventos LMS = 1096No de eventos LTS = 1099LS -> y=1.167314*x + (-0.974586)RLS(LMS) -> y=1.137560*x + (-0.923702)RLS (LTS) -> y=1.133345*x + (-0.918183)48 "Outliers" identificados por LMS49 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - CYFigura 4.4: Energia híbri<strong>da</strong> versus S 38 - CY - LS, LMS, LTS.61


4.6 Energia Relativa para os ajustes ICRC, GAP e CYEnergia Relativa ICRC - LSNo. de Eventos300250200dif_E_ic_lsEntries 1075Mean -0.02137RMS 0.1639Energia Relativa ICRC - LMSNo. de Eventos300250200dif_E_ic_lmsEntries 1085Mean -0.005466RMS 0.1623Energia Relativa ICRC - LTSNo. de Eventos300250200dif_E_ic_ltsEntries 1086Mean -0.008728RMS 0.16241501501501001001005050500-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Eic H H0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(Eic- E H )/EH0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Eic H HFigura 4.5: Energia Relativa - ICRC-2005 - LS, LMS, LTS.Energia Relativa GAP - LSNo. de Eventos300250200dif_E_gp_lsEntries 1077Mean -0.01601RMS 0.1659Energia Relativa GAP - LMSNo. de Eventos300250200dif_E_gp_lmsEntries 1091Mean -0.003385RMS 0.1637Energia Relativa GAP - LTSNo. de Eventos300250200dif_E_gp_ltsEntries 1091Mean -0.003897RMS 0.16371501501501001001005050500-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(Egp- E H )/EH0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(Egp- E H )/EH0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(Egp- E H )/EHFigura 4.6: Energia Relativa - GAP-2006 - LS, LMS, LTS.Energia Relativa CY - LSNo. de Eventos300250200dif_E_cy_lsEntries 1081Mean -0.02176RMS 0.1643Energia Relativa CY - LMSNo. de Eventos300250200dif_E_cy_lmsEntries 1096Mean -0.005517RMS 0.1622Energia Relativa CY - LTSNo. de Eventos300250200dif_E_cy_ltsEntries 1099Mean -0.006006RMS 0.16171501501501001001005050500-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(Ecy- E H )/EH0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(Ecy- E H )/EH0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Ecy H HFigura 4.7: Energia Relativa - CY - LS, LMS, LTS.62


4.7 S38 ICRC obtido por S 1000 (Lei de Potência − LS, LMS, LTS)Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 872No de eventos LMS = 871No de eventos LTS = 871LS -> y=1.261136*x + (-1.109711)RLS(LMS) -> y=1.190413*x + (-1.006219)RLS (LTS) -> y=1.204400*x + (-1.022029)50 "Outliers" identificados por LMS42 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - ICRC - POT - LSFigura 4.8: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 ICRC - L. Potência(LS).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 874No de eventos LMS = 872No de eventos LTS = 872LS -> y=1.132511*x + (-0.933057)RLS(LMS) -> y=1.094314*x + (-0.866568)RLS (LTS) -> y=1.093307*x + (-0.867033)50 "Outliers" identificados por LMS51 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - ICRC - POT - LMSFigura 4.9: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 ICRC - L. Potência(RLS LMS ).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 874No de eventos LMS = 868No de eventos LTS = 868LS -> y=1.134959*x + (-0.937426)RLS(LMS) -> y=1.100410*x + (-0.876032)RLS (LTS) -> y=1.101039*x + (-0.880218)43 "Outliers" identificados por LMS44 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - ICRC - POT - LTSFigura 4.10: Energia híbri<strong>da</strong> versus S ICRC38 - L. Potência(RLS LTS ).63


4.8 Energia Relativa para os ajustes ICRC - L. Potência- LSEnergia Relativa ICRC - L.Potencia LSNo. de Eventos20018016014012010080604020dif_E_ic_ls_lsEntries 872Mean -0.02745RMS 0.18130-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Eic-pot-ls H H- LMSEnergia Relativa ICRC - L.Potencia LSNo. de Eventos20018016014012010080604020dif_E_ic_ls_lmsEntries 871Mean -0.01552RMS 0.17320-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Eic-pot-ls H H- LTSEnergia Relativa ICRC - L.Potencia LSNo. de Eventos22020018016014012010080604020dif_E_ic_ls_ltsEntries 871Mean -0.01033RMS 0.17490-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Eic-pot-ls H HFigura 4.11: Energia Relativa - ICRC - L. Potência LS - LS, LMS, LTS.- LSEnergia Relativa ICRC - L.Potencia LMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020dif_E_ic_lms_lsEntries 874Mean -0.02933RMS 0.18440-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Eic-pot-lms H H- LMSEnergia Relativa ICRC - L.Potencia LMSNo. de Eventos24022020018016014012010080604020dif_E_ic_lms_lmsEntries 872Mean -0.00525RMS 0.18060-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Eic-pot-lms H H- LTSEnergia Relativa ICRC - L.Potencia LMSNo. de Eventos24022020018016014012010080604020dif_E_ic_lms_ltsEntries 872Mean -0.008183RMS 0.18030-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Eic-pot-lms H HFigura 4.12: Energia Relativa - ICRC - L. Potência LMS - LS, LMS, LTS.Energia Relativa ICRC - L.Potencia LTS - LSNo. de Eventos220dif_E_ic_lts_lsEntries 874Mean -0.02898RMS 0.1841200180160140120100806040200-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Eic-pot-lms H HNo. de EventosEnergia Relativa ICRC - L.Potencia LTS - LMS220dif_E_ic_lts_lmsEntries 868Mean -0.004418RMS 0.1808200180160140120100806040200-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Eic-pot-lms H HNo. de EventosEnergia Relativa ICRC - L.Potencia LTS - LTS220dif_E_ic_lts_ltsEntries 868Mean -0.009726RMS 0.1805200180160140120100806040200-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Eic-pot-lms H HFigura 4.13: Energia Relativa - ICRC - L. Potência LTS - LS, LMS, LTS.64


4.9 S38 ICRC obtido por S 1000 (NKG − LS, LMS, LTS)Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 879No de eventos LMS = 875No de eventos LTS = 875LS -> y=1.227827*x + (-1.051521)RLS(LMS) -> y=1.178167*x + (-0.974226)RLS (LTS) -> y=1.177031*x + (-0.973428)42 "Outliers" identificados por LMS43 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - ICRC - NKG - LSFigura 4.14: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 ICRC - NKG(LS).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 875No de eventos LMS = 869No de eventos LTS = 869LS -> y=1.132764*x + (-0.937530)RLS(LMS) -> y=1.095278*x + (-0.872459)RLS (LTS) -> y=1.094878*x + (-0.873066)48 "Outliers" identificados por LMS46 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - ICRC - NKG - LMSFigura 4.15: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 ICRC - NKG(RLS LMS ).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 879No de eventos LMS = 874No de eventos LTS = 873LS -> y=1.135637*x + (-0.942900)RLS(LMS) -> y=1.099154*x + (-0.877786)RLS (LTS) -> y=1.104335*x + (-0.887714)44 "Outliers" identificados por LMS39 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - ICRC - NKG - LTSFigura 4.16: Energia híbri<strong>da</strong> versus S ICRC38 - NKG(RLS LTS ).65


4.10 Energia Relativa para os ajustes ICRC - NKGEnergia Relativa ICRC - NKGLSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LSdif_E_ic_ls_lsEntries 879Mean -0.03155RMS 0.18030-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Eic-nkg-ls H HEnergia Relativa ICRC - NKGLSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LMSdif_E_ic_ls_lmsEntries 875Mean -0.01381RMS 0.1740-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Eic-nkg-ls H HEnergia Relativa ICRC - NKGLSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LTSdif_E_ic_ls_ltsEntries 875Mean -0.01499RMS 0.17390-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Eic-nkg-ls H HFigura 4.17: Energia Relativa - ICRC - NKG LS - LS, LMS, LTS.Energia Relativa ICRC - NKGLMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LSdif_E_ic_lms_lsEntries 875Mean -0.03156RMS 0.18340-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E H )/Eic-nkg-lms HEnergia Relativa ICRC - NKGLMSNo. de Eventos24022020018016014012010080604020- LMSdif_E_ic_lms_lmsEntries 869Mean -0.007134RMS 0.17860-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E H )/Eic-nkg-lms HEnergia Relativa ICRC - NKGLMSNo. de Eventos24022020018016014012010080604020- LTSdif_E_ic_lms_ltsEntries 869Mean -0.008978RMS 0.17850-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E H )/Eic-nkg-lms HFigura 4.18: Energia Relativa - ICRC - NKG LMS - LS, LMS, LTS.Energia Relativa ICRC - NKGLTSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LSdif_E_ic_lts_lsEntries 879Mean -0.03178RMS 0.18420-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E H )/Eic-nkg-lms HEnergia Relativa ICRC - NKGLTSNo. de Eventos24022020018016014012010080604020- LMSdif_E_ic_lts_lmsEntries 874Mean -0.005928RMS 0.18060-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E H )/Eic-nkg-lms HEnergia Relativa ICRC - NKG - LTSLTS240No. de Eventos22020018016014012010080604020dif_E_ic_lts_ltsEntries 873Mean -0.0103RMS 0.18090-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E H )/Eic-nkg-lms HFigura 4.19: Energia Relativa - ICRC - NKG LTS - LS, LMS, LTS.66


4.11 S38 GAP obtido por S 1000 (Lei de Potência − LS, LMS, LTS)Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 868No de eventos LMS = 863No de eventos LTS = 863LS -> y=1.261136*x + (-1.109711)RLS(LMS) -> y=1.190413*x + (-1.006219)RLS (LTS) -> y=1.204400*x + (-1.022029)50 "Outliers" identificados por LMS42 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - GAP - POT - LSFigura 4.20: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 GAP - L. Potência(LS).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 881No de eventos LMS = 879No de eventos LTS = 879LS -> y=1.132511*x + (-0.933057)RLS(LMS) -> y=1.094314*x + (-0.866568)RLS (LTS) -> y=1.093307*x + (-0.867033)50 "Outliers" identificados por LMS51 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - GAP - POT - LMSFigura 4.21: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 GAP - L. Potência(RLS LMS ).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 880No de eventos LMS = 880No de eventos LTS = 880LS -> y=1.134959*x + (-0.937426)RLS(LMS) -> y=1.100410*x + (-0.876032)RLS (LTS) -> y=1.101039*x + (-0.880218)43 "Outliers" identificados por LMS44 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - GAP - POT - LTSFigura 4.22: Energia híbri<strong>da</strong> versus S GAP38 - L. Potência(RLS LTS ).67


4.12 Energia Relativa para os ajustes GAP - L. Potência- LSEnergia Relativa GAP - L.Potencia LSNo. de Eventos200180160140dif_E_gp_ls_lsEntries 868Mean -0.02321RMS 0.1906- LMSEnergia Relativa GAP - L.Potencia LSNo. de Eventos200180160140dif_E_gp_ls_lmsEntries 863Mean -0.009745RMS 0.1806- LTSEnergia Relativa GAP - L.Potencia LSNo. de Eventos200180160140dif_E_gp_ls_ltsEntries 863Mean -0.009087RMS 0.17941201201201001001008080806060604040402020200-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Egp-pot-ls H H0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Egp-pot-ls H H0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Egp-pot-ls H HFigura 4.23: Energia Relativa - GAP - L. Potência LS - LS, LMS, LTS.- LSEnergia Relativa GAP - L.Potencia LMSNo. de Eventos20018016014012010080604020dif_E_gp_lms_lsEntries 881Mean -0.01729RMS 0.18940-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Egp-pot-lms H H- LMSEnergia Relativa GAP - L.Potencia LMSNo. de Eventos20018016014012010080604020dif_E_gp_lms_lmsEntries 879Mean 0.001871RMS 0.18550-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Egp-pot-lms H H- LTSEnergia Relativa GAP - L.Potencia LMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020dif_E_gp_lms_ltsEntries 879Mean 0.0006547RMS 0.18320-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Egp-pot-lms H HFigura 4.24: Energia Relativa - GAP - L. Potência LMS - LS, LMS, LTS.Energia Relativa GAP - L.Potencia LTS - LSNo. de Eventos200180160140dif_E_gp_lts_lsEntries 880Mean -0.0169RMS 0.191No. de EventosEnergia Relativa GAP - L.Potencia LTS - LMS200180160140dif_E_gp_lts_lmsEntries 880Mean 0.002447RMS 0.1875No. de EventosEnergia Relativa GAP - L.Potencia LTS - LTS200180160140dif_E_gp_lts_ltsEntries 880Mean -0.003794RMS 0.18741201201201001001008080806060604040402020200-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Egp-pot-lms H H0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Egp-pot-lms H H0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Egp-pot-lms H HFigura 4.25: Energia Relativa - GAP - L. Potência LTS - LS, LMS, LTS.68


4.13 S38 GAP obtido por S 1000 (NKG − LS, LMS, LTS)Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 877No de eventos LMS = 870No de eventos LTS = 865LS -> y=1.227827*x + (-1.051521)RLS(LMS) -> y=1.178167*x + (-0.974226)RLS (LTS) -> y=1.177031*x + (-0.973428)42 "Outliers" identificados por LMS43 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - GAP - NKG - LSFigura 4.26: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 GAP - NKG(LS).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 874No de eventos LMS = 867No de eventos LTS = 872LS -> y=1.132764*x + (-0.937530)RLS(LMS) -> y=1.095278*x + (-0.872459)RLS (LTS) -> y=1.094878*x + (-0.873066)48 "Outliers" identificados por LMS46 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - GAP - NKG - LMSFigura 4.27: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 GAP - NKG(RLS LMS ).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 879No de eventos LMS = 872No de eventos LTS = 876LS -> y=1.135637*x + (-0.942900)RLS(LMS) -> y=1.099154*x + (-0.877786)RLS (LTS) -> y=1.104335*x + (-0.887714)44 "Outliers" identificados por LMS39 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - GAP - NKG - LTSFigura 4.28: Energia híbri<strong>da</strong> versus S GAP38 - NKG(RLS LTS ).69


4.14 Energia Relativa para os ajustes GAP - NKGEnergia Relativa GAP - NKGLSNo. de Eventos20018016014012010080604020- LSdif_E_gp_ls_lsEntries 877Mean -0.03539RMS 0.18480-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Egp-nkg-ls H HEnergia Relativa GAP - NKGLSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LMSdif_E_gp_ls_lmsEntries 870Mean -0.01631RMS 0.17480-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Egp-nkg-ls H HEnergia Relativa GAP - NKGLSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LTSdif_E_gp_ls_ltsEntries 865Mean -0.01905RMS 0.17240-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Egp-nkg-ls H HFigura 4.29: Energia Relativa - GAP - NKG LS - LS, LMS, LTS.Energia Relativa GAP - NKGLMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LSdif_E_gp_lms_lsEntries 874Mean -0.02192RMS 0.18680-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Egp-nkg-lms H HEnergia Relativa GAP - NKGLMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LMSdif_E_gp_lms_lmsEntries 867Mean 0.001395RMS 0.18210-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Egp-nkg-lms H HEnergia Relativa GAP - NKGLMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LTSdif_E_gp_lms_ltsEntries 872Mean -0.002962RMS 0.18120-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Egp-nkg-lms H HFigura 4.30: Energia Relativa - GAP - NKG LMS - LS, LMS, LTS.Energia Relativa GAP - NKGLTSNo. de Eventos20018016014012010080604020- LSdif_E_gp_lts_lsEntries 879Mean -0.02174RMS 0.18870-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Egp-nkg-lms H HEnergia Relativa GAP - NKGLTSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LMSdif_E_gp_lts_lmsEntries 872Mean -0.001111RMS 0.18440-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Egp-nkg-lms H HEnergia Relativa GAP - NKGLTSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LTSdif_E_gp_lts_ltsEntries 876Mean -0.006725RMS 0.18490-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Egp-nkg-lms H HFigura 4.31: Energia Relativa - GAP - NKG LTS - LS, LMS, LTS.70


4.15 S38 CY obtido por S 1000 (Lei de Potência − LS, LMS, LTS)Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 859No de eventos LMS = 860No de eventos LTS = 862LS -> y=1.261136*x + (-1.109711)RLS(LMS) -> y=1.190413*x + (-1.006219)RLS (LTS) -> y=1.204400*x + (-1.022029)50 "Outliers" identificados por LMS42 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - CY - POT - LSFigura 4.32: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 CY - L. Potência(LS).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 860No de eventos LMS = 861No de eventos LTS = 861LS -> y=1.132511*x + (-0.933057)RLS(LMS) -> y=1.094314*x + (-0.866568)RLS (LTS) -> y=1.093307*x + (-0.867033)50 "Outliers" identificados por LMS51 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - CY - POT - LMSFigura 4.33: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 CY - L. Potência(RLS LMS ).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 863No de eventos LMS = 866No de eventos LTS = 865LS -> y=1.134959*x + (-0.937426)RLS(LMS) -> y=1.100410*x + (-0.876032)RLS (LTS) -> y=1.101039*x + (-0.880218)43 "Outliers" identificados por LMS44 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - CY - POT - LTSFigura 4.34: Energia híbri<strong>da</strong> versus S CY38 - L. Potência(RLS LTS ).71


4.16 Energia Relativa para os ajustes CY - POT- LSEnergia Relativa CY - L.Potencia LSNo. de Eventos20018016014012010080dif_E_cy_ls_lsEntries 859Mean -0.03872RMS 0.1824- LMSEnergia Relativa CY - L.Potencia LSNo. de Eventos20018016014012010080dif_E_cy_ls_lmsEntries 860Mean -0.01249RMS 0.1746- LTSEnergia Relativa CY - L.Potencia LSNo. de Eventos20018016014012010080dif_E_cy_ls_ltsEntries 862Mean -0.01512RMS 0.17496060604040402020200-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Ecy-pot-ls H H0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Ecy-pot-ls H H0-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Ecy-pot-ls H HFigura 4.35: Energia Relativa - CY - L. Potência LS - LS, LMS, LTS.- LSEnergia Relativa CY - L.Potencia LMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020dif_E_cy_lms_lsEntries 860Mean -0.02974RMS 0.18460-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Ecy-pot-lms H H- LMSEnergia Relativa CY - L.Potencia LMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020dif_E_cy_lms_lmsEntries 861Mean -0.005809RMS 0.18130-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Ecy-pot-lms H H- LTSEnergia Relativa CY - L.Potencia LMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020dif_E_cy_lms_ltsEntries 861Mean -0.009215RMS 0.18080-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Ecy-pot-lms H HFigura 4.36: Energia Relativa - CY - L. Potência LMS - LS, LMS, LTS.Energia Relativa CY - L.Potencia LTS - LSNo. de Eventos220dif_E_cy_lts_lsEntries 863Mean -0.03015RMS 0.1865200180160140120100806040200-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Ecy-pot-lms H HEnergia Relativa CY - L.Potencia LTS - LMSdif_E_cy_lts_lmsEntries 866220Mean -0.007643RMS 0.1831200180160140120100806040200-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Ecy-pot-lms H HNo. de EventosEnergia Relativa CY - L.Potencia LTS - LTSNo. de Eventos220dif_E_cy_lts_ltsEntries 865Mean -0.01097RMS 0.1828200180160140120100806040200-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Ecy-pot-lms H HFigura 4.37: Energia Relativa - CY - L. Potência LTS - LS, LMS, LTS.72


4.17 S38 CY obtido por S 1000 (NKG − LS, LMS, LTS)Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 875No de eventos LMS = 872No de eventos LTS = 874LS -> y=1.227827*x + (-1.051521)RLS(LMS) -> y=1.178167*x + (-0.974226)RLS (LTS) -> y=1.177031*x + (-0.973428)42 "Outliers" identificados por LMS43 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - CY - NKG - LSFigura 4.38: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 CY - NKG(LS).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 863No de eventos LMS = 868No de eventos LTS = 864LS -> y=1.132764*x + (-0.937530)RLS(LMS) -> y=1.095278*x + (-0.872459)RLS (LTS) -> y=1.094878*x + (-0.873066)48 "Outliers" identificados por LMS46 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - CY - NKG - LMSFigura 4.39: Energia híbri<strong>da</strong> versus S38 CY - NKG(RLS LMS ).Energia Hibri<strong>da</strong> (log (EeV))2,52,2521,751,51,2510,750,50,250-0,25-0,5-0,75No de eventos reais = 865No de eventos LMS = 865No de eventos LTS = 867LS -> y=1.135637*x + (-0.942900)RLS(LMS) -> y=1.099154*x + (-0.877786)RLS (LTS) -> y=1.104335*x + (-0.887714)44 "Outliers" identificados por LMS39 "Outliers" identificados por LTS-10 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3S 38(log (VEM)) - CY - NKG - LTSFigura 4.40: Energia híbri<strong>da</strong> versus S CY38 - NKG(RLS LTS ).73


4.18 Energia Relativa para os ajustes CY - NKGEnergia Relativa CY - NKGLSNo. de Eventos20018016014012010080604020- LSdif_E_cy_ls_lsEntries 875Mean -0.03874RMS 0.18150-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Ecy-nkg-ls H HEnergia Relativa CY - NKGLSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LMSdif_E_cy_ls_lmsEntries 872Mean -0.0156RMS 0.17140-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Ecy-nkg-ls H HEnergia Relativa CY - NKGLSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LTSdif_E_cy_ls_ltsEntries 874Mean -0.0157RMS 0.17230-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Ecy-nkg-ls H HFigura 4.41: Energia Relativa - CY - NKG LS - LS, LMS, LTS.Energia Relativa CY - NKGLMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LSdif_E_cy_lms_lsEntries 863Mean -0.03037RMS 0.18330-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Ecy-nkg-lms H HEnergia Relativa CY - NKGLMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LMSdif_E_cy_lms_lmsEntries 868Mean -0.01048RMS 0.17970-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Ecy-nkg-lms H HEnergia Relativa CY - NKGLMSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LTSdif_E_cy_lms_ltsEntries 864Mean -0.008538RMS 0.17940-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Ecy-nkg-lms H HFigura 4.42: Energia Relativa - CY - NKG LMS - LS, LMS, LTS.Energia Relativa CY - NKGLTSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LSdif_E_cy_lts_lsEntries 865Mean -0.03003RMS 0.18490-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1ls(E - E )/Ecy-nkg-lms H HEnergia Relativa CY - NKGLTSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LMSdif_E_cy_lts_lmsEntries 865Mean -0.009931RMS 0.18160-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lms(E - E )/Ecy-nkg-lms H HEnergia Relativa CY - NKGLTSNo. de Eventos22020018016014012010080604020- LTSdif_E_cy_lts_ltsEntries 867Mean -0.01215RMS 0.18170-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1lts(E - E )/Ecy-nkg-lms H HFigura 4.43: Energia Relativa - CY - NKG LTS - LS, LMS, LTS.74


4.19 Histogramas de Energia - ICRC-2005Energia ICRC1400012000100008000Energia-ICRC-LSEntries 63230Mean 2.383RMS 2.479Energia-ICRC-LMSEntries 63230Mean 2.442RMS 2.483Energia-ICRC-LTSEntries 63230Mean 2.423RMS 2.47Energia ICRC35302520Energia-ICRC-LSEntries 63230Mean 32.46RMS 14.52Energia-ICRC-LMSEntries 63230Mean 32.14RMS 14.15Energia-ICRC-LTSEntries 63230Mean 32.03RMS 14.05Dif. Energia e Erro relativo35000300002500020000lsElsErls(lms)- ElsErls(lts)- ElsErls(lms)erro ls - erroerro lsrls(lts)erro ls - errolserroDif. Energia LS-LMSEntries 63230Mean -0.03555RMS 0.01541Dif. Energia LS-LTSEntries 63230Mean -0.02685RMS 0.01528Erro rel. LS-LMSEntries 63230Mean -0.01593RMS 0.0151260004000LSRLS LMSRLS LTS1510LSRLS LMSRLS LTS1500010000Erro rel. LS-LTSEntries 63230Mean -0.007393RMS 0.0149920005500000 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20Energia (EeV)020 30 40 50 60 70 80 90 100Energia (EeV)0-0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3Figura 4.44: Histogramas de Energia para S 1000 obtido direto do Offline, 0 o − 60 o .Energia ICRC-POT-LS160001400012000100008000600040002000Energia-ICRC-LS-LSEntries 63230Mean 2.487RMS 2.481Energia-ICRC-LS-LMSEntries 63230Mean 2.574RMS 2.421Energia-ICRC-LS-LTSEntries 63230Mean 2.57RMS 2.443LSRLS LMSRLS LTSEnergia ICRC-POT-LS252015105Energia-ICRC-LS-LSEntries 63230Mean 32.69RMS 14Energia-ICRC-LS-LMSEntries 63230Mean 31.6RMS 13.44Energia-ICRC-LS-LTSEntries 63230Mean 31.81RMS 13.36LSRLS LMSRLS LTSDif. Energia e Erro relativo160001400012000100008000600040002000lsElsErls(lms)- ElsErls(lts)- ElsErls(lms)erro ls - erroerro lsrls(lts)erro ls - errolserroDif. Energia LS-LMSEntries 63230Mean -0.06048RMS 0.04334Dif. Energia LS-LTSEntries 63230Mean -0.0542RMS 0.03473Erro rel. LS-LMSEntries 63230Mean -0.0007722RMS 0.0409Erro rel. LS-LTSEntries 63230Mean -0.006543RMS 0.0331600 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20Energia (EeV)020 30 40 50 60 70 80 90 100Energia (EeV)0-0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3Figura 4.45: Histogramas de Energia para S 1000 - L. Potência - LS, 0 o − 60 o .Energia ICRC-POT-LMS1400012000100008000600040002000Energia-ICRC-LMS-LSEntries 63230Mean 2.492RMS 2.435Energia-ICRC-LMS-LMSEntries 63230Mean 2.588RMS 2.433Energia-ICRC-LMS-LTSEntries 63230Mean 2.583RMS 2.43LSRLS LMSRLS LTSEnergia ICRC-POT-LMS3530252015105Energia-ICRC-LMS-LSEntries 63230Mean 32.22RMS 14.08Energia-ICRC-LMS-LMSEntries 63230Mean 31.72RMS 13.52Energia-ICRC-LMS-LTSEntries 63230Mean 31.71RMS 13.46LSRLS LMSRLS LTSDif. Energia e Erro relativo2000018000160001400012000100008000600040002000lsElsErls(lms)- ElsErls(lts)- ElsErls(lms)erro ls - erroerro lsrls(lts)erro ls - errolserroDif. Energia LS-LMSEntries 63230Mean -0.05599RMS 0.02702Dif. Energia LS-LTSEntries 63230Mean -0.0534RMS 0.02764Erro rel. LS-LMSEntries 63230Mean -0.01964RMS 0.02609Erro rel. LS-LTSEntries 63230Mean -0.01621RMS 0.0266600 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20Energia (EeV)020 30 40 50 60 70 80 90 100Energia (EeV)0-0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3Figura 4.46: Histogramas de Energia para S 1000 - L. Potência - LMS, 0 o − 60 o .Energia ICRC-POT-LTS1400012000100008000Energia-ICRC-LTS-LSEntries 63230Mean 2.466RMS 2.425Energia-ICRC-LTS-LMSEntries 63230Mean 2.574RMS 2.434Energia-ICRC-LTS-LTSEntries 63230Mean 2.563RMS 2.428Energia ICRC-POT-LTS35302520Energia-ICRC-LTS-LSEntries 63230Mean 32.37RMS 14.11Energia-ICRC-LTS-LMSEntries 63230Mean 31.94RMS 13.76Energia-ICRC-LTS-LTSEntries 63230Mean 31.91RMS 13.74Dif. Energia e Erro relativo250002000015000lsElsErls(lms)- ElsErls(lts)- ElsErls(lms)erro ls - erroerro lsrls(lts)erro ls - errolserroDif. Energia LS-LMSEntries 63230Mean -0.06103RMS 0.02439Dif. Energia LS-LTSEntries 63230Mean -0.05564RMS 0.02358Erro rel. LS-LMSEntries 63230Mean -0.02831RMS 0.02364600040002000LSRLS LMSRLS LTS15105LSRLS LMSRLS LTS100005000Erro rel. LS-LTSEntries 63230Mean -0.02402RMS 0.0228700 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20Energia (EeV)020 30 40 50 60 70 80 90 100Energia (EeV)0-0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3Figura 4.47: Histogramas de Energia para S 1000 - L. Potência - LTS, 0 o − 60 o .75


Energia-ICRC-LS-LTSEnergia ICRC-NKG-LS160001400012000100008000600040002000Energia-ICRC-LS-LSEntries 63230Mean 2.388RMS 2.513Energia-ICRC-LS-LMSEntries 63230Mean 2.466RMS 2.478Energia-ICRC-LS-LTSEntries 63230Mean 2.461RMS 2.477LSRLS LMSRLS LTSEnergia ICRC-NKG-LS252015105Energia-ICRC-LS-LSEntries 63230Mean 32.21RMS 13.47Energia-ICRC-LS-LMSEntries 63230Mean 31.55RMS 13.52Energia-ICRC-LS-LTSEntries 63230Mean 31.6RMS 13.47LSRLS LMSRLS LTSDif. Energia e Erro relativo160001400012000100008000600040002000lsElsErls(lms)- ElsErls(lts)- ElsErls(lms)erro ls - erroerro lsrls(lts)erro ls - errolserroDif. Energia LS-LMSEntries 63220Mean -0.05471RMS 0.03333Dif. Energia LS-LTSEntries 63220Mean -0.05216RMS 0.03391Erro rel. LS-LMSEntries 63220Mean -0.01176RMS 0.03198Erro rel. LS-LTSEntries 63220Mean -0.00846RMS 0.032500 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20Energia (EeV)020 30 40 50 60 70 80 90 100Energia (EeV)0-0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3Figura 4.48: Histogramas de Energia para S 1000 - NKG - LS, 0 o − 60 o .Energia ICRC-NKG-LMS1400012000100008000600040002000Energia-ICRC-LMS-LSEntries 63230Mean 2.43RMS 2.447Energia-ICRC-LMS-LMSEntries 63230Mean 2.533RMS 2.445Energia-ICRC-LMS-LTSEntries 63230Mean 2.533RMS 2.445LSRLS LMSRLS LTSEnergia ICRC-NKG-LMS30252015105Energia-ICRC-LMS-LSEntries 63230Mean 32.45RMS 14.38Energia-ICRC-LMS-LMSEntries 63230Mean 31.69RMS 13.61Energia-ICRC-LMS-LTSEntries 63230Mean 31.69RMS 13.61LSRLS LMSRLS LTSDif. Energia e Erro relativo2000018000160001400012000100008000600040002000lsElsErls(lms)- ElsErls(lts)- ElsErls(lms)erro ls - erroerro lsrls(lts)erro ls - errolserroDif. Energia LS-LMSEntries 63224Mean -0.06208RMS 0.02724Dif. Energia LS-LTSEntries 63224Mean -0.06208RMS 0.02724Erro rel. LS-LMSEntries 63224Mean -0.02646RMS 0.02633Erro rel. LS-LTSEntries 63224Mean -0.02646RMS 0.0263300 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20Energia (EeV)020 30 40 50 60 70 80 90 100Energia (EeV)0-0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3Figura 4.49: Histogramas de Energia para S 1000 - NKG - LMS, 0 o − 60 o .Energia ICRC-NKG-LTS1400012000100008000Energia-ICRC-LTS-LSEntries 63230Mean 2.438RMS 2.456Energia-ICRC-LTS-LMSEntries 63230Mean 2.533RMS 2.45Energia-ICRC-LTS-LTSEntries 63230Mean 2.53RMS 2.456Energia ICRC-NKG-LTS30252015Energia-ICRC-LTS-LSEntries 63230Mean 32.72RMS 14.58Energia-ICRC-LTS-LMSEntries 63230Mean 31.81RMS 13.5Energia-ICRC-LTS-LTSEntries 63230Mean 31.94RMS 13.68Dif. Energia e Erro relativo250002000015000lsElsErls(lms)- ElsErls(lts)- ElsErls(lms)erro ls - erroerro lsrls(lts)erro ls - errolserroDif. Energia LS-LMSEntries 63225Mean -0.05782RMS 0.02639Dif. Energia LS-LTSEntries 63225Mean -0.05456RMS 0.02278Erro rel. LS-LMSEntries 63225Mean -0.02337RMS 0.02553600040002000LSRLS LMSRLS LTS105LSRLS LMSRLS LTS100005000Erro rel. LS-LTSEntries 63225Mean -0.02485RMS 0.0221400 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20Energia (EeV)020 30 40 50 60 70 80 90 100Energia (EeV)0-0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3Figura 4.50: Histogramas de Energia para S 1000 - NKG - LTS, 0 o − 60 o .76


Capítulo 5AnisotropiaUm dos objetivos principais do Observatório Pierre Auger é o de encontrar possíveis fontes deradiação cósmica.O ângulo de incli<strong>na</strong>ção, a composição química e a energia do primário são as três importantesgrandezas que pod<strong>em</strong> nos fornecer informações sobre as fontes de produção e os mecanismos deaceleração e propagação <strong>da</strong> radiação cósmica.A composição química não pode ser determi<strong>na</strong><strong>da</strong> evento a evento, o que limita razoavelmenteas descrições, e por isso tornou-se objeto de intensos estudos dentro <strong>da</strong> Colaboração Auger.O ângulo de incli<strong>na</strong>ção é melhor estimado pelo detector de superfície com erro associado amedi<strong>da</strong> de aproxima<strong>da</strong>mente 0.5 o .O conhecimento <strong>da</strong> energia do primário nos permite caracterizar, devido à presença de camposmagnéticos galácticos e extragalácticos, os possíveis desvios de trajetória entre a produção e adetecção <strong>da</strong> radiação cósmica. Para primários com energias acima de 10EeV, a probabili<strong>da</strong>de dedesvio diminui substancialmente. Assim, ao associarmos um ângulo de incli<strong>na</strong>ção, uma <strong>da</strong>ta dedetecção 1 e uma energia a um <strong>da</strong>do raio cósmico pod<strong>em</strong>os, <strong>em</strong> princípio, inferir sua orig<strong>em</strong>, oufonte de produção. Ou seja, a estimativa do ângulo e energia do primário são informações cruciaisnos estudos <strong>da</strong>s possíveis fontes desta radiação.Portanto, neste capítulo, utilizar<strong>em</strong>os as correções <strong>em</strong> energia encontra<strong>da</strong>s no capítulo anterior,os métodos do Grupo de Bariloche [79] e o catálogo Véron-Cetty [80], [81] para estu<strong>da</strong>r possíveisfontes de radiação cósmica. Com estes estudos pod<strong>em</strong>os observar os efeitos <strong>da</strong> estatística robustadesde a obtenção do fator S 1000 até a correlação com estas possíveis fontes.Os resultados de correlação de eventos do Observatório Auger e objetos cósmicos do catálogoforam publicados <strong>na</strong> revista Science <strong>na</strong> edição do dia 9 de Nov<strong>em</strong>bro de 2007 [82].1 O ângulo de incli<strong>na</strong>ção associado à <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> detecção (<strong>em</strong> t<strong>em</strong>po GPS), corrigi<strong>da</strong> pelo Dia Juliano, são convertidos<strong>em</strong> ascenção reta e decli<strong>na</strong>ção.77


5.1 Breve resumo sobre modelos de aceleração e PropagaçãoUma vez que estamos iniciando um estudo sobre as possíveis origens <strong>da</strong> radiação cósmica, éinteressante rel<strong>em</strong>brarmos alguns conceitos fun<strong>da</strong>mentais propostos desde a déca<strong>da</strong> de 50 e quecompõ<strong>em</strong> nosso conhecimento teórico prévio sobre os mecanismos de aceleração e propagação.Nas próximas duas subseções abor<strong>da</strong>r<strong>em</strong>os esta rápi<strong>da</strong> revisão.5.1.1 Alguns Modelos de AceleraçãoOs modelos de aceleração são muitos; alguns interessantes, outros ape<strong>na</strong>s especulações. Dequalquer forma descrevo abaixo ape<strong>na</strong>s os mais conhecidos <strong>na</strong> literatura.Modelo de FermiEnrico Fermi, <strong>em</strong> 1949, publicou um artigo [83] onde descrevia mecanismos estocásticos comopossibili<strong>da</strong>de de produção e aceleração de partículas. Estes se tor<strong>na</strong>ram conhecidos como aceleraçãoestatística de Fermi.A idéia é propor mecanismos de aceleração [13] que produzam um espectro de energia descritopor uma lei de potência ( dNdE αE−γ ). A energia cinética macroscópica é transferi<strong>da</strong> pelo movimentode um plasma magnetizado (on<strong>da</strong>s <strong>da</strong> explosão de uma supernova, por ex<strong>em</strong>plo). A ca<strong>da</strong> colisão,a energia de uma partícula é acresci<strong>da</strong> de uma fração de sua própria energia. Após n colisões aenergia fi<strong>na</strong>l é E n = E o (1 + ε) n . O processo continua até a partícula chegar à energia de escapeE o (1 + ε) t/T ciclo≥ E, onde T ciclo é o t<strong>em</strong>po característico para um ciclo de aceleração. Umainformação interessante desta úlitma relação é que partículas com alta energia levam mais t<strong>em</strong>popara acelerar do que partículas com baixa energia, e também o t<strong>em</strong>po de vi<strong>da</strong> de um acelerador deFermi limitado pode ser caracterizado pela energia máxima por partícula.Aceleração DiretaObjetos ultramassivos ro<strong>da</strong>ndo a veloci<strong>da</strong>des altíssimas e que tenham campos magnéticos muitointensos produz<strong>em</strong> força eletromotriz suficiente para acelerar partículas a energias <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 10 18EeV [84]. Discos de acresção ao redor de buracos negros ou estrelas de nêutrons são alguns ex<strong>em</strong>plosdeste tipo de aceleração.Outros ModelosHá diversas propostas de aceleração, to<strong>da</strong>s caracteriza<strong>da</strong>s por objetos cósmicos exóticos ultramassivose instáveis. Monopolonium e cor<strong>da</strong> cósmica supercondutora são alguns ex<strong>em</strong>plos de modelos78


de aceleração que supostamente pod<strong>em</strong> acelerar partículas a energias <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 10 - 100EeV.5.1.2 PropagaçãoAssim como para aceleração, há inúmeros modelos de propagação de radiação cósmica no meiogaláctico e inter-galáctico. Alguns dos mais conhecidos são:Leaky box modelComo o próprio nome já diz, para um determi<strong>na</strong>do volume, a probabili<strong>da</strong>de de escape de um raio1cósmico é considera<strong>da</strong> constante e <strong>da</strong><strong>da</strong> por:τ esc≪ c/h, onde τ esc é o t<strong>em</strong>po médio que a radiaçãocósmica permanece no interior do volume, e h é a meia espessura do disco galáctico ≈ 150pc. 2A quanti<strong>da</strong>de média de matéria atravessa<strong>da</strong> por uma partícula com veloci<strong>da</strong>de βc pode serexpressa por λ esc ≡ ρβcτ esc . Se houver fragmentação durante o processo de interação, a relaçãoentre a partícula primária com energia E 0 e a secundária com energia E 1 = E 0 −∆ é expressa comofunção de λ esc . Um ajuste de 1989 [85] para esta função é <strong>da</strong>do pela equação 5.1:⎧⎨βcρτλ esc = R = 10.8 β( g 4 δ,cm R)R > 4GV2⎩10.8β, R < 4GVonde δ ≈ 0,6 e R ≡ pc/Ze - pc, Z é o número atômico, e a carga do elétron e GV=GeV/carga.(5.1)Nested Leaky box modelModelo s<strong>em</strong>elhante ao anterior, porém os volumes são tomados próximos (aninhados-Nested) afonte, e a densi<strong>da</strong>de de partículas são relativamente altas e difund<strong>em</strong> por pouco t<strong>em</strong>po [86]. Assim,t<strong>em</strong>os duas regiões: próxima à fonte caracteriza<strong>da</strong> por λ 1 (E) e distante <strong>da</strong> fonte, caracteriza<strong>da</strong> porλ 2 . A razão do primário para o secundário pode ser obti<strong>da</strong> como no leaky box model com diferenças,talvez, ocorrendo <strong>na</strong> energia.Neste modelo, os aceleradores cósmicos precisariam produzir um espectro diferencial α = γ+1 ≈2,7 [13]. Supernovas no interior de nuvens densas são bons ex<strong>em</strong>plos deste cenário.Closed galaxy modelConsiderado uma variação do Nested Leaky box model e utilizado para propagação dentro <strong>da</strong>galáxia [87], o grande volume exterior é <strong>completa</strong>mente fechado. Assim, os núcleos instáveis sãodestruídos e a radiação cósmica passa a consistir somente de partículas estáveis. O t<strong>em</strong>po de vi<strong>da</strong>2 1 pc = 1 parsec = 3 × 10 18 cm79


é determi<strong>na</strong>do pela per<strong>da</strong> de energia proporcio<strong>na</strong>l à razão total do gás interestelar <strong>na</strong> galáxia como gás no braço <strong>da</strong> espiral. A Terra é considera<strong>da</strong> dentro de um dos braços a aproxima<strong>da</strong>mente8,5 kpc do centro <strong>da</strong> galáxia. O disco possui um raio de aproxima<strong>da</strong>mente 15 kpc e espessurade 2h = 200 − 300 pc com densi<strong>da</strong>de média de um átomo de hidrogênio por cm 3 [88]. O campomagnético galáctico é suposto ∼ 3µ Gauss e paralelo aos braços <strong>da</strong> espiral local, mas apresentagrandes flutuações. Há um halo provavelmente constituído de gás ionizado e radiação cósmica.Modelos de difusãoUtilizado principalmente <strong>em</strong> propagação dentro <strong>da</strong> galáxia. Uma <strong>da</strong>s principais característicasdeste modelo é que há um gradiente de densi<strong>da</strong>de. O t<strong>em</strong>po necessário para um primário atravessara distância H (onde H é o halo galáctico e H >> h ∼100 pc - referência [89]) é <strong>da</strong>do por:t H = H2D, onde D é o coeficiente de difusão, suposto aproxima<strong>da</strong>mente constante através do volumedo halo e do disco galáctico.A densi<strong>da</strong>de média de gás no volume total, incluindo o halo, é <strong>da</strong><strong>da</strong> por: ρ H = ρ ghH , onde ρ g éa densi<strong>da</strong>de no disco gasoso ( ∼ 1 próton/cm 3 ). Se essa matéria for distribuí<strong>da</strong> homogeneamenteatravés do halo e do disco, então a radiação cósmica viajando com veloci<strong>da</strong>de βc por um t<strong>em</strong>po t Hpassaria através de uma quanti<strong>da</strong>de de matéria <strong>da</strong><strong>da</strong> por λ esc = ρ g βc hH D. A razão de secundáriospara primários de núcleos estáveis é estima<strong>da</strong> <strong>em</strong> λ esc ∼ 10g/cm 2 , com D H ∼ 1.5 × 106 cm/s [13],onde D Hé a veloci<strong>da</strong>de mínima para a radiação cósmica escapar <strong>da</strong> galáxia.5.1.3 A equação de transporteA equação de transporte escrita por Ginzburg e Syrovatskii [13] é suficient<strong>em</strong>ente geral paratratar ambos, aceleração e propagação. Nela estão reunidos todos os termos necessários para tratardifusão <strong>da</strong>s partículas, per<strong>da</strong>s por ionização, convecção, o espectro <strong>da</strong> fonte, decaimentos e per<strong>da</strong>spor colisão, o termo de cascata nucleônica e processos de fragmentação nuclear:∂N∂t= ∇ · (D i N i ) − ∂∂E [b i(E)N i (E)] − ∇ · UN i (E) +Q i (E,x,t) − p i N i + νρ ∫m Σ dσi,k (E,E ′ )k≥iN k (E ′ )dE ′ , (5.2)dEonde N i (E,x,t) é a densi<strong>da</strong>de de partículas do tipo i <strong>na</strong> posição x com energia E e E + dE.80


5.2 Correlação BinomialVerificar a anisotropia <strong>na</strong> distribuição <strong>da</strong> direção de chega<strong>da</strong> dos raios cósmicos de mais altasenergias é um dos maiores desafios <strong>na</strong> área. Isto porque uma distribuição anisotrópica indicaria pelaprimeira vez a existência de fontes relativamente próximas, numa escala cosmológica. A ColaboraçãoAuger v<strong>em</strong> desenvolvendo vários métodos para estu<strong>da</strong>r possíveis anisotropias, entre os quais oestudo de correlações com as posições de objetos astrofísicos catalogados, estudos independentes decatálogos e análise de multipletos (eventos aglomerados <strong>em</strong> uma certa região do espaço, obedecendoa critérios b<strong>em</strong> definidos).A décima segun<strong>da</strong> edição do catálogo Véron-Cetty e Véron (V-C catalog) [81],[81], de quasares enúcleos ativos de galáxias (AGN) foi escolhi<strong>da</strong> por conter um número reduzido de objetos cósmicos.Ao todo o catálogo contém 85.221 quasares, 1.122 objetos BL lac e 21.737 AGN’s. Destes objetos,694 t<strong>em</strong> redshift z < 0.024, correspondendo a distâncias 3 , D, menores que 100Mpc, ou seja, osobjetos mais próximos de nossa galáxia.Os eventos utilizados nesta análise foram coletados entre 01 de Janeiro de 2004 e 30 de Abril de2008, e obedec<strong>em</strong> aos critérios de cortes mencio<strong>na</strong>dos anteriormente 4 , porém há mais um critério<strong>em</strong> energia. Todos os eventos com energia, estima<strong>da</strong> pela correção E = A · S38 B , abaixo de 40EeVforam elimi<strong>na</strong>dos. O valor 40EeV está relacio<strong>na</strong>do com o corte GZK: para energias menores que40EeV, o universo é transparente aos raios cósmicos, ou seja eles pod<strong>em</strong> vir de fontes arbritariamentedistantes [90, 91] 5 .É necessário rel<strong>em</strong>brar, neste ponto, que obtiv<strong>em</strong>os 54 possíveis ajustes de energia no capítuloanterior, portanto, ter<strong>em</strong>os 54 possíveis seleções de eventos acima de 40EeV.A probabili<strong>da</strong>de de um evento coletado pelo observatório correlacio<strong>na</strong>r-se com algum objeto docatálogo possui dependência direta <strong>da</strong> exposição <strong>da</strong> rede de tanques e está melhor explica<strong>da</strong> <strong>na</strong>subseção 5.2.1.Para fazer a correlação entre estes 694 objetos cósmicos e os eventos acima de 40EeV, para asdiversas seleções, foi escolhido o método binomial que está melhor explicado <strong>na</strong> subseção 5.2.2.Como os eventos selecio<strong>na</strong>dos possu<strong>em</strong> energia acima de 3 EeV há ape<strong>na</strong>s uma dependência3 D = 42Mpc·z0.01para a constante de Hubble H 0 = 71 kms·Mpc4 Ver seções 2.3 e 4.3.5 A radiação de corpo negro de 2.7 o K associa<strong>da</strong> ao universo possui uma densi<strong>da</strong>de aproxima<strong>da</strong> de 500 fótons/cm 3 .Prótons com energias <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 50 EeV colidirão inelasticamente com esses fótons, sendo o resultado de taisinterações a fotoprodução de píons, efeito ressaltado por Greisen, Zatsepin e Kuz’min [90, 91], independent<strong>em</strong>ente.Por causa <strong>da</strong>s interações inelásticas ao redor de 50 EeV, espera-se uma mu<strong>da</strong>nça <strong>na</strong> curvatura ou um corte do fluxode radiação cósmica nessa energia - fenômeno que passou a ser conhecido como corte GZK, <strong>em</strong> referência aos autoresacima citados. Um corte a 30 EeV também é esperado se partículas atravessar<strong>em</strong> a radiação de corpo negro de fundopor um t<strong>em</strong>po maior ou igual a 10 9 anos [84].81


geométrica relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> à decli<strong>na</strong>ção δ. A simetria azimutal é assumi<strong>da</strong>, apesar <strong>da</strong> rede de tanquesestar in<strong>completa</strong> 6 .5.2.1 Exposição <strong>da</strong> rede de tanquesA exposição 7 [92] é uma função <strong>da</strong> esfera celeste e nos fornece o t<strong>em</strong>po integrado efetivo <strong>da</strong> áreade coleta para o fluxo de ca<strong>da</strong> posição do céu. Em geral é medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> (km 2 · ano) ou (km 2 · yr).Nós utilizar<strong>em</strong>os o conceito de exposição relativa, ω, que será uma função adimensio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> esferacujo valor máximo é 1. Assim, ω, <strong>em</strong> qualquer ponto do céu, é uma fração entre 0 e 1 <strong>da</strong><strong>da</strong> pelaexposição deste ponto dividi<strong>da</strong> pela exposição de todo o céu.Para calcular a exposição relativa, ω, o detector de superfície precisa estar <strong>em</strong> operação contínua.O t<strong>em</strong>po contínuo de operação significa que não há variação no t<strong>em</strong>po sideral de coleta de <strong>da</strong>dose, portanto, a exposição é constante <strong>em</strong> ascenção reta. O detector está <strong>em</strong> latitude geográfica a 0 epossui 100% de eficiência. Para primários chegando com um ângulo de incli<strong>na</strong>ção θ menor que umângulo máximo θ max , a dependência <strong>em</strong> θ é devi<strong>da</strong> somente à redução <strong>na</strong> área perpendicular <strong>da</strong><strong>da</strong>por cos(θ). Ou seja, há ape<strong>na</strong>s uma dependência <strong>na</strong> decli<strong>na</strong>ção δ <strong>da</strong><strong>da</strong> por:ω(δ) ∝ cos(a 0 )cos(δ)sin(α m ) + α m sin(a 0 )sin(δ) (5.3)onde α m é <strong>da</strong>do por:⎧⎪⎨ 0 se ξ > 1α m = π se ξ < −1⎪⎩cos −1 (ξ) qualquer outro casoeξ ≡ cos(θm)−sin(a 0)sin(δ)cos(a 0 ) cos(δ).(5.4)Somando sobre todos os α m t<strong>em</strong>os:ω(δ) ∝∫ 2π0(cos(a 0 )cos(δ)sin(α m ) + α m sin(a 0 )sin(δ))dα (5.5)O Observatório Pierre Auger possui latitude a 0 = −35.2 o e ângulo máximo θ max = 60 o . Portanto,o valor <strong>da</strong> integral <strong>em</strong> α m é toma<strong>da</strong> como sendo zero para ângulos acima de 60 o .Ao observarmos a região próxima de ca<strong>da</strong> objeto cósmico <strong>em</strong> questão pod<strong>em</strong>os limitar estasregiões ao redor destes objetos por uma “janela” circular, com raio angular γ. Assim, se o fluxo de6 A aplicação do critério de seleção de trigger T5, que impõe a restrição de no mínimo 5 estações ativas ao redordo tanque com maior si<strong>na</strong>l, minimiza os efeitos de bor<strong>da</strong> dentro <strong>da</strong> rede.7 O termo “exposição” também é utilizado para descrever a exposição total integra<strong>da</strong> sobre to<strong>da</strong> a esfera celeste.Em geral este termo é dependente <strong>da</strong> energia e é medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> (km 2 · ano · estereo radiano) ou (km 2 · yr · sr).82


adiação cósmica for isotrópica, a probabili<strong>da</strong>de de um evento “cair” dentro desta região angular é<strong>da</strong><strong>da</strong> por:∫ω(δ) ∝Aω(δ)cos(δ)dδdα, (5.6)onde a integral é sobre a soma <strong>da</strong>s áreas, A, <strong>da</strong>s janelas circulares de raio angular γ ao redor dos694 objetos cósmicos; a exposição é normaliza<strong>da</strong> sobre todo o céu vísivel até o ângulo θ max .5.2.2 O método binomialEm teoria de probabili<strong>da</strong>de e estatística, a distribuição binomial ([93],[94]) é uma distribuição deprobabili<strong>da</strong>de discreta, P p (n|N), do número exato de n sucessos <strong>em</strong> uma seqüência de N experimentosindependentes de sim/não, ou 1/0, ou correlacio<strong>na</strong>/não correlacio<strong>na</strong>. Estes N experimentosindependentes (sim/não, 0/1,...etc) são chamados de experimentos de Bernoulli 8 .A distribuição de probabili<strong>da</strong>de binomial é <strong>da</strong><strong>da</strong> por:( NP p (n|N) = pn)n q N−n N!=n!(N − n)! pn (1 − p) N−n (5.7)A probabili<strong>da</strong>de de se obter mais sucessos que n observados numa distribuição binomial é chama<strong>da</strong>de distribuição binomial acumulativa e <strong>da</strong><strong>da</strong> por:P =N∑k=n+1( Nk)p k q N−k = I p (n + 1,N − n) (5.8)onde I x (a,b) ≡ B(x;a,b)B(a,b) , B(a,b) é a função beta9 e B(x;a,b) é a função beta in<strong>completa</strong> 10 . Parax = 1 t<strong>em</strong>os que B(x;a,b) = B(a,b). Para o nosso caso t<strong>em</strong>os que a probabili<strong>da</strong>de de k ou maisdireções de chega<strong>da</strong> isotrópica caír<strong>em</strong> fora <strong>da</strong>s janelas coloca<strong>da</strong>s ao redor de N objetos cósmicos é<strong>da</strong><strong>da</strong> pela distribuição binomial acumulativa, equação 5.8.5.3 Varredura <strong>em</strong> Energia, γ e redshiftA probabili<strong>da</strong>de p = 1 significa que um evento que caia dentro de alguma janela γ é ape<strong>na</strong>sproveniente de uma distribuição isotrópica; <strong>da</strong> mesma forma para P = 1 significa que um eventoque que caia fora de alguma janela γ também é proveniente de uma distribuição isotrópica. Portanto,o interessante para nós é minimizar P e p, a níveis de confiança tal, que nos permita assegurar aanisotropia relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> aos eventos catalogados. Assim, é preciso estu<strong>da</strong>r estes níveis de confiança.8 Jakob Bernoulli, <strong>na</strong>scido <strong>na</strong> Suiça, foi o primeiro mat<strong>em</strong>ático <strong>da</strong> família Bernoulli (1654-1705) [95].9 B(x; a,b) = Γ(p)Γ(q)Γ(p+q)= (p−1)!(q−1)!(p+q−1)!10 B(x; a,b) = R x0 ua−1 (1 − u) b−1 du = x aˆ 1+ 1−ba a+1(1−b)···(n−b)x + ... + x n + ...˜n!(a+n)83


O redshift é característico do objeto catalogado. Para janelas,γ, com raios de 1 o a 8 o fiz<strong>em</strong>os umaanálise numérica de p como função do redshift, z, de 0 a 0,024, figura 5.1. A probabili<strong>da</strong>de p(γ,z max )é justamente a fração <strong>da</strong> exposição relativa que cobre o céu por janelas (ao redor dos objetos) com um<strong>da</strong>do raio angular. Se esta fração for muito próxima de 1, a tentativa de correlação seria s<strong>em</strong> sentido.Mas, a figura 5.1 mostra que p permanece suficient<strong>em</strong>ente pequeno se o raio angular <strong>da</strong> janela nãoexceder alguns graus para redshifts com z ≤ 0,024. Se as deflexões for<strong>em</strong> muito maiores que oesperado, ou as fontes predomi<strong>na</strong>ntes for<strong>em</strong> distribuí<strong>da</strong>s ao longo de grandes distâncias arbitrárias,a existência de correlações poderia ser muito mais difícil de se verificar estatisticamente. Nósadotamos os critérios <strong>da</strong> Colaboração e restringimos a varredura para janelas com menos de 8 o deraio angular para que p permaneça abaixo de 0,8 com redshift z ≤ 0,024. Utilizando os conceitosp(γ,z max)0,80,68 o7 o6 o5 o0,44 o3 o0,22 o1 o00 0,004 0,008 0,012 0,016 0,02 0,024redshift z maxFigura 5.1: Probabili<strong>da</strong>de p <strong>em</strong> função do redshit, z max , para janelas com raios de 1 o a 8 o .<strong>da</strong>s subseções anteriores, fiz<strong>em</strong>os varreduras <strong>em</strong> energia, γ e redshift visando encontrar os menoresP e p .A idéia é fixar duas grandezas e variar a terceira. Nós utilizamos os redshift’s de 0 a 0,024 <strong>em</strong>intervalos de 0,001, γ de 1 o a 8 o <strong>em</strong> intervalos de 0.1 o e a energia, como é característica do evento,está limita<strong>da</strong> <strong>em</strong> 40EeV para o mínimo e o evento de maior energia detectado 11 .O programa utilizado para fazer as varreduras foi desenvolvido pelo grupo de Bariloche [79]. Umex<strong>em</strong>plo de minimização de P e p para um conjunto de 91 eventos detectados com energia acima11 Estes valores são diferentes para ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des de recorreção <strong>em</strong> energia calcula<strong>da</strong>s no capítuloanterior.84


de 40 EeV 12 pode ser observado <strong>na</strong>s figuras 5.2 (energia), 5.3 (redshift) e 5.4 (γ). Os resultados sãomostrados <strong>na</strong> tabela 5.1.No.eventos > 40 EeV Emin. (EeV) No.eventos > Emin. No.eventos correl. ψ( o ) redshift P pOffline-v2r4p1 91 55.74 38 24 4.9 0,013 7.75x10 −6 0,282Tabela 5.1: Valores para Energia obti<strong>da</strong> diretamente do programa Offline.Ou seja, os eventos com energia acima de 55.74 EeV possu<strong>em</strong> uma probabili<strong>da</strong>de P = 7.75x10 −6e p = 0,282 de ser<strong>em</strong> derivados ape<strong>na</strong>s de uma distribuição isotrópica quando correlacio<strong>na</strong>dos aosobjetos do catálogo com distâncias de até 54.6 Mpc (z = 0,013) e dentro de uma janela γ = 4.9 o .EnergiaProbabili<strong>da</strong>de P-210-310-410-510-610-710-81040 50 60 70 80 90 100Energia (EeV)Figura 5.2: Varredura <strong>em</strong> energia para Probabili<strong>da</strong>de P.γProbabili<strong>da</strong>de P-210-310-410RedshiftProbabili<strong>da</strong>de P-210-310-410-510-510-610-610-710-710-8101 2 3 4 5 6 7 8Maxima Distancia Angular (graus)Figura 5.3: Varredura <strong>em</strong> redshift, z, paraProbabili<strong>da</strong>de P.-810 0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02 0.022 0.024RedshiftFigura 5.4: Varredura <strong>em</strong> raio angular,γ,para Probabili<strong>da</strong>de P.12 Valor <strong>da</strong> energia obti<strong>da</strong> diretamente do programa Offline.85


5.4 Teste do métodoUm teste simples para averiguar se o método apresenta algum vício (algo do tipo algum valorpreferencial independent<strong>em</strong>ente do conjunto de eventos) seria misturar os ângulos de chega<strong>da</strong> aleatoriamentee refazer as minimizações. O ângulo de chega<strong>da</strong> está diretamente vinculado à energia,portanto, caso o método esteja correto, os valores para energia serão totalmente alterados a ca<strong>da</strong>mistura.Nós geramos 1000 conjuntos de misturas diferentes tomando o devido cui<strong>da</strong>do para os el<strong>em</strong>entosnão ser<strong>em</strong> repetidos dentro de ca<strong>da</strong> mistura. Os resultados estão mostrados <strong>na</strong> figura 5.5. Tambémfiz<strong>em</strong>os uma correlação entre os parâmetros, figuras de 5.6 a 5.8, e observamos que não há padrão<strong>na</strong>s varreduras de energia, ou θ ou γ; o que indica um bom funcio<strong>na</strong>mento do método. Há umaaglomeração para energias próximas de 40 EeV, porém, isso é devido à maior parte dos eventosestar<strong>em</strong> dentro desta faixa de energia.E minEnergiaEntries 1000Mean 44.89RMS 7.88330025020015010050040 50 60 70 80 90 100Energia (EeV)minFigura 5.5: Shuffling ou mistura para o parâmetro θ e com reflexo <strong>em</strong> energia.86


Energia x γγ(graus)87Energia x γEntries 1000Mean x 44.89Mean y 3.034RMS x 7.883RMS y 0.779165432140 50 60 70 80 90 100Energia (EeV)Figura 5.6: Correlação entre Energia versus γ.redshiftγ x redshift0.0240.0220.020.0180.0160.0140.0120.010.0080.0060.0040.002γx redshiftEntries 1000Mean x 3.034Mean y 0.01747RMS x 0.7794RMS y 0.00215201 2 3 4 5 6 7 8γ (graus)Figura 5.7: Correlação entre γ versus redshift - z max .redshiftEnergia x redshift0.0240.0220.02Energia x redshiftEntries 1000Mean x 44.89Mean y 0.01747RMS x 7.887RMS y 0.0021520.0180.0160.0140.0120.010.0080.0060.0040.002040 50 60 70 80 90 100Energia (EeV)Figura 5.8: Correlação entre Energia versus redshift - z max .87


5.5 Resultados para os melhores ajustes de energiaUtilizamos ape<strong>na</strong>s os melhores χ 2 /ndof dos ajustes de energia do capítulo anterior para aplicaro método de correlação binomial e as decorrentes minimizações. Todos os χ 2 /ndof utilizados aquiestão relacio<strong>na</strong>dos a correção ICRC.Na tabela abaixo, 5.2, estão mostrados os resultados para as minimizações <strong>em</strong> energia, γ eredshift.No.eventos > 40 EeV Emin.(EeV) No.evt.> Emin. No.evt. correl. γ( o ) redshift P pDIRETO-Offline-2.4 89 54,31 40 26 4,9 0,013 1.454e-06 0,282ICRC-DIRETO-LS 127 62,80 38 22 3,2 0,017 6.634e-07 0,208ICRC-DIRETO-LMS 119 61,07 38 22 3,2 0,017 6.634e-07 0,208ICRC-DIRETO-LTS 117 60,83 38 22 3,2 0,017 6.634e-07 0,208ICRC-POT LS -LS 130 76,38 26 14 3,4 0,014 2.975e-05 0,175ICRC-POT LS -LMS 96 65,86 26 14 3,4 0,014 2.975e-05 0,175ICRC-POT LS -LTS 106 68,55 26 14 3,4 0,014 2.975e-05 0,175ICRC-POT LMS -LS 113 56,61 43 23 3,2 0,017 2.449e-06 0,208ICRC-POT LMS -LMS 98 53,55 43 23 3,2 0,017 2.449e-06 0,208ICRC-POT LMS -LTS 96 53,20 43 23 3,2 0,017 2.449e-06 0,208ICRC-POT LT S -LS 115 56,08 46 25 3,2 0,017 6.036e-07 0,208ICRC-POT LT S -LMS 103 53,51 46 25 3,2 0,017 6.036e-07 0,208ICRC-POT LT S -LTS 102 53,18 46 25 3,2 0,017 6.036e-07 0,208ICRC-NKG LS -LS 116 75,50 24 12 2,9 0,014 2.484e-05 0,138ICRC-NKG LS -LMS 94 68,67 24 12 2,9 0,014 2.484e-05 0,138ICRC-NKG LS -LTS 94 68,36 24 12 2,9 0,014 2.484e-05 0,138ICRC-NKG LMS -LS 111 41,91 97 39 3,1 0,017 3.633e-06 0,199ICRC-NKG LMS -LMS 100 40,05 97 39 3,1 0,017 3.633e-06 0,199ICRC-NKG LT S -LTS 96 47,48 63 29 3,2 0,017 6.667e-06 0,208ICRC-NKG LT S -LS 115 57,96 43 23 3,2 0,017 2.449e-06 0,208ICRC-NKG LT S -LMS 105 55,12 43 23 3,2 0,017 2.449e-06 0,208ICRC-NKG LT S -LTS 105 55,43 43 23 3,2 0,017 2.449e-06 0,208Tabela 5.2: Valores <strong>da</strong>s minimizações para energia corrigi<strong>da</strong> por CIC-ICRC.As minimizações de DIRETO-Offline-2.4 são para as energias extraí<strong>da</strong>s diretamente do Offline.É interessante notar como a janela γ é maior e o redshift é menor quando compara<strong>da</strong>s às outraspossibili<strong>da</strong>des de recorreção.De forma geral, comparando os métodos robustos (<strong>em</strong> azul), usados para obter S 1000 , e o métodoconvencio<strong>na</strong>l (<strong>em</strong> vermelho), v<strong>em</strong>os que os primeiros produz<strong>em</strong> um maior número de correlações(colu<strong>na</strong> 5 - entre 23 e 39 eventos) para distâncias maiores (colu<strong>na</strong> 7 - redshift = 0,017 → aprox. 71Mpc.) associados aos menores P ′ s (ao redor de 10 −6 e 10 −7 ). Já o método convencio<strong>na</strong>l gera umaenergia mínima maior (entre 65 e 76 EeV), porém com um menor número de correlações (entre 12e 14 eventos) para distâncias menores (redshift = 0,014 → aprox. 58 Mpc.)e associados a maioresP’s (ao redor de 10 −5 ).Extraindo o S 1000 diretamente do Offline (<strong>em</strong> preto) v<strong>em</strong>os uma razoável boa correlação entreenergia mínima, número de eventos correlacio<strong>na</strong>dos, γ e redshift. Quando comparados aos ajustesrobustos não há diferenças significativas. Na reali<strong>da</strong>de a estatística ain<strong>da</strong> é baixa para produziruma comparação mais confiável.88


5.6 Mapas galácticosOs <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> seção anterior produziram 9 mapas galácticos distintos:• Um mapa para os <strong>da</strong>dos de energia obtidos diretamente do Offline - DIRETO-Offline-2.4,figura 5.9,• 7 mapas, sendo que um para ca<strong>da</strong> conjunto de LS, LMS e LTS, como mostram as subdivisões<strong>da</strong> tabela 5.2, figuras de 5.10 a 5.16,• e 1 mapa proveniente de ICRC-NKG LMS -LTS, figura 5.17.Figura 5.9: DIRETO-Offline-2.4 - 40 eventos acima de 54.31 EeV - 26 eventos correl..Figura 5.10: ICRC-DIRETO LS, LMS, LTS - 38 eventos acima de Emin. - 22 eventos correl..89


Figura 5.11: ICRC-L.Potência LS LS, LMS, LTS - 23 eventos acima de Emin. - 14 eventos correl..Figura 5.12: ICRC-L.Potência LMS LS, LMS, LTS - 43 eventos acima de Emin. - 23 eventos correl..Figura 5.13: ICRC-L.Potência LTS LS, LMS, LTS - 46 eventos acima de Emin. - 25 eventos correl..90


Figura 5.14: ICRC-NKG LS LS, LMS, LTS - 24 eventos acima de Emin. - 12 eventos correl..Figura 5.15: ICRC-NKG LMS LS, LMS - 97 eventos acima de Emin. - 39 eventos correl..Figura 5.16: ICRC-NKG LTS LS, LMS, LTS - 46 eventos acima de Emin. - 23 eventos correl..91


Figura 5.17: ICRC-NKG LMS LTS - 63 eventos acima de Emin. - 29 eventos correl..92


Capítulo 6Análise dos outliersO tratamento dos outliers como uma distribuição pode fornecer mais informações sobre o detectorde superfície e, até mesmo, sobre o desenvolvimento do chuveiro. Neste capítulo far<strong>em</strong>os duasanálises e correlações para o conjunto de outliers obtidos nos ajustes <strong>da</strong> LDF do capítulo 2.6.1 Porcentag<strong>em</strong> relativaA primeira análise a ser feita é <strong>em</strong> relação à quanti<strong>da</strong>de de vezes que um tanque foi classificadocomo outlier.Quando uma estação é classifica<strong>da</strong> como outlier, seja por LMS ou LTS, isto não significa que hajaalgum probl<strong>em</strong>a relacio<strong>na</strong>do àquela estação. Em princípio é ape<strong>na</strong>s resultado do método. Porém,pod<strong>em</strong>os calcular a fração, <strong>em</strong> relação ao número total de acio<strong>na</strong>mentos. Isto é feito dividindo onúmero de vezes que uma estação foi classifica<strong>da</strong> como outlier pelo número total de acio<strong>na</strong>mentosnum <strong>da</strong>do período. Nos gráficos 6.1 e 6.3 colocamos no eixo y a porcentag<strong>em</strong> relativa e no eixo xos identificadores, “ID’s”, dos tanques.Tomamos dois períodos para a análise: 1 ◦ de janeiro de 2004 a 20 de março de 2007 (este ape<strong>na</strong>spara outliers identificados por LMS) e 1 ◦ de janeiro de 2004 a 30 de abril de 2008 (para outliersidentificados por LMS e LTS).As estações com 100% de classificação como outlier foram acio<strong>na</strong>dos ape<strong>na</strong>s uma vez, e as com0% são tanques i<strong>na</strong>tivos no período. Ambas as classificações foram excluí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> análise.Observando os ajustes v<strong>em</strong>os que as estações i<strong>na</strong>tivas influenciam fort<strong>em</strong>ente o ajuste feito porLS, enquanto os ajustes feitos por LMS e LTS nos fornec<strong>em</strong> uma estimativa mais segura. Portanto,a estatística robusta nos diz que é razoavelmente comum um tanque ser classificado como outlier<strong>em</strong> ± 25% do total de acio<strong>na</strong>mentos para os <strong>da</strong>dos do primeiro período.93


Para limitar o número de estações a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s nós estabelec<strong>em</strong>os um corte <strong>em</strong> 32% e consideramosape<strong>na</strong>s as estações que foram acio<strong>na</strong><strong>da</strong>s mais de 50 vezes no período. Estas estão lista<strong>da</strong>s <strong>na</strong> tabela6.1 para outliers identificados por LMS.No mapa de posicio<strong>na</strong>mento dos tanques, figura 6.2, os círculos amarelos equival<strong>em</strong> ao posicio<strong>na</strong>mentodos tanques <strong>da</strong> tabela 6.1.No mapa de posicio<strong>na</strong>mento dos tanques, figuras 6.4 e 6.5, os círculos rosas equival<strong>em</strong> ao posicio<strong>na</strong>mentodos tanques <strong>da</strong>s tabelas 6.2 e 6.3 referentes ao segundo período.A primeira impressão é que os tanques outliers estão <strong>na</strong>s bor<strong>da</strong>s <strong>da</strong> rede ou próximos a buracosno interior <strong>da</strong> rede de tanques. Alguns apresentaram probl<strong>em</strong>as com eletrônica, painel solar,reguladores, baterias entre outros. Infelizmente não há ain<strong>da</strong> uma biblioteca com o histórico dostanques para podermos correlacioná-los com tais probl<strong>em</strong>as.Relative percentage of outliers (%)10095908580757065605550454035302520151050Relative percentage of outliersPeriod: 01-01-2004 - 20-03-2007Num. tanques = 1427LS -> y=-0.01196*x 30.00966LMS -> y=0.00122*x 23.72405RLS -> y=0.00178*x 23.40096No de eventos outliers = 425100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400Tanks IDFigura 6.1: Porcentag<strong>em</strong> relativa de tanques outlier.94


Tanque ID Total No. trig. % Tanque ID Total No. trig. %345 69 0,333 865 187 0,336387 310 0,322 887 77 0,324581 87 0,367 889 141 0,340586 82 0,329 891 100 0,33610 81 0,345 983 128 0,335677 106 0,330 984 58 0,396696 107 0,327 1043 171 0,327706 93 0,333 1068 82 0,329798 142 0,323 1070 130 0,323811 104 0,326 1071 52 0,365814 64 0,375 1325 93 0,333Tabela 6.1: ID do tanque, Número total de triggers e porcentag<strong>em</strong> relativa - LMS - 13 ABR 2007.Figura 6.2: Mapa <strong>da</strong> rede de tanques com tanques outliers identificados <strong>em</strong> amarelo - LMS - 13ABR 2007.95


Porcentag<strong>em</strong> Relativa de "Outliers" (%)Porcentag<strong>em</strong> Relativa de "Outliers" (%)100959085807570Porcentag<strong>em</strong> Relativa de "Outliers" - LMSPeriodo: 01-01-2004 - 30-04-2008Num. tanques = 1629LS -> y=-0.00217*x + (18.52838)LMS -> y=-0.00009*x + (18.12515)RLS -> y=-0.00016*x + (18.15490)Num. outliers RLMS = 310Num. outliers RLTS = 31065605550454035302520151050100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700ID do Tanque100959085807570Porcentag<strong>em</strong> Relativa de "Outliers" - LTSPeriodo: 01-01-2004 - 30-04-2008Num. tanques = 1629LS -> y=-0.00237*x + (20.01487)LMS -> y=-0.00010*x + (19.52392)RLS -> y=-0.00012*x + (19.54551)Num. outliers RLMS = 304Num. outliers RLTS = 30265605550454035302520151050100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700ID do TanqueFigura 6.3: Porcentag<strong>em</strong> relativa de tanques outlier.Usamos as mesmas considerações do gráfico anterior. Para este período pod<strong>em</strong>os observar queé comum que um tanque seja classificado como outlier <strong>em</strong> 18% do total de acio<strong>na</strong>mentos para LMSe 19,5% para LTS.Os tanques com mais de 25% para LMS e 26% para LTS estão listados <strong>na</strong>s tabelas 6.2 e 6.3.96


Tank ID Total No trig. % Tank ID Total No trig. %127 145 0,268 985 83 0,265379 66 0,272 1120 63 0,253395 82 0,256 1124 186 0,252401 54 0,277 1158 83 0,265692 114 0,254 1419 234 0,252779 54 0,259 1487 106 0,254816 57 0,263 1520 119 0,260895 96 0,260 1566 81 0,283914 186 0,274 1568 57 0,280916 79 0,278 1577 54 0,259Tabela 6.2: ID do tanque, Número total de triggers e porcentag<strong>em</strong> relativa - LMS - 30 ABR 2008.Figura 6.4: Mapa <strong>da</strong> rede de tanques com alguns tanques outliers identificados <strong>em</strong> rosa - LMS - 30ABR 2008.97


Tank ID Total No trig. % Tank ID Total No trig. %127 145 0,275 916 79 0,316177 156 0,262 951 98 0,306379 66 0,272 985 83 0,325395 82 0,292 1005 55 0,272401 54 0,296 1006 105 0,304446 57 0,280 1083 173 0,260580 331 0,265 1124 186 0,268610 106 0,264 1151 168 0,267692 114 0,289 1316 51 0,274816 57 0,280 1520 119 0,260886 71 0,267 1566 81 0,308895 96 0,270 1568 57 0,280914 186 0,290 1577 54 0,277Tabela 6.3: ID do tanque, Número total de triggers e porcentag<strong>em</strong> relativa - LTS - 30 ABR 2008.Figura 6.5: Mapa <strong>da</strong> rede de tanques com alguns tanques outliers identificados <strong>em</strong> rosa - LTS - 30ABR 2008.98


6.2 Distribuição de outliersUma outra possível correlação pode ser feita observando a distribuição dos outliers <strong>em</strong> relaçãoà distância ao centro do chuveiro. Dentro desta mesma análise, pod<strong>em</strong>os averiguar o efeito <strong>na</strong>distribuição <strong>da</strong> parte positiva e negativa do chuveiro.A frente do chuveiro pode ser dividi<strong>da</strong> <strong>em</strong> duas partes: negativa e positiva. Quando o centrodo chuveiro atinge o nível do detector de superfície, o t<strong>em</strong>po é tomado como zero; a parte negativasão as partículas que chegaram antes do eixo do chuveiro atingir o solo e, é claro, a parte positivacorresponde às partículas que chegaram depois do centro. A figura 6.6 descreve a situação do pontode vista do observador. A linha vermelha corresponde à parte negativa do chuveiro e a linha azul àparte positiva. Na figura é possível observar que as partículas que chegam depois atravessam maiorquanti<strong>da</strong>de de atmosfera sendo, portanto, mais “atenua<strong>da</strong>s” ao longo <strong>da</strong> trajetória. Este efeitoprovoca uma maior flutuação nos si<strong>na</strong>is dos tanques que participam <strong>da</strong> parte positiva do chuveiro.Há também uma evidente dependência com o ângulo de chega<strong>da</strong>, θ. Quanto maior o ângulo, maispronunciado é o efeito.Eixo do ChuveiroParte Positiva000 111000 111Parte NegativaFrente do Chuveiro000 111 000 111000 111 000 111Ponto de ImpactoTc = 0sFigura 6.6: Ilustração <strong>da</strong> parte positiva e negativa de uma CAE.As figuras 6.7 e 6.8 mostram a distribuição dos outliers, obtidos por LMS, <strong>em</strong> função <strong>da</strong> suadistância ao centro do chuveiro. As figuras 6.9 e 6.10 mostram a distribuição dos outliers obtidospor LTS. Foram tomados intervalos de 100m para to<strong>da</strong>s as distribuições.99


o oθ: 0 - 60200018001600140012001000800600400200o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 360histLate0_60_lmsEntries 72021Mean 1363RMS 578.8histEarly0_60_lmsEntries 64817Mean 1301RMS 572.400 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)Figura 6.7: Outliers obtidos por LMS e distância ao centro para θ de 0 a 60 o .o oθ: 0 - 10o oazimute: 90 - 270o oθ: 10 - 20o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 36070o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 36014 histLate0_10_lmsEntries 34112Mean 1499RMS 593.510histEarly0_10_lmsEntries 3508Mean 1486RMS 600.1642605040302010histLate10_20_lmsEntries 1596Mean 1464RMS 619histEarly10_20_lmsEntries 1549Mean 1469RMS 611.800 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)o oθ: 20 - 30160o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 36000 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)o oθ: 30 - 40350o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 360140120histLate20_30_lmsEntries 4347Mean 1454RMS 599.2300250histLate30_40_lmsEntries 10049Mean 1417RMS 588.21008060histEarly20_30_lmsEntries 4052Mean 1415RMS 601.5200150histEarly30_40_lmsEntries 9163Mean 1363RMS 592.240100205000 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)o oθ: 40 - 50600500400300200100o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 360histLate40_50_lmsEntries 20614Mean 1376RMS 575.8histEarly40_50_lmsEntries 18320Mean 1310RMS 57200 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)o oθ: 50 - 60900800700600500400300200100o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 360histLate50_60_lmsEntries 35074Mean 1323RMS 569.4histEarly50_60_lmsEntries 31383Mean 1253RMS 554.100 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)00 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)Figura 6.8: Outliers obtidos por LMS e distância ao centro para faixas de θ de 0 a 60 o .100


o oθ: 0 - 602200200018001600140012001000800600400200o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 360histLate0_60_ltsEntries 77339Mean 1367RMS 564.6histEarly0_60_ltsEntries 69818Mean 1308RMS 558.100 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)Figura 6.9: Outliers obtidos por LTS e distância ao centro para θ de 0 a 60 o .o oθ: 0 - 10o oazimute: 90 - 270o oθ: 10 - 20o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 360o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 36018161412108642histLate0_10_ltsEntries 368Mean 1509RMS 572histEarly0_10_ltsEntries 367Mean 1515RMS 564.970605040302010histLate10_20_ltsEntries 1703Mean 1478RMS 595.8histEarly10_20_ltsEntries 1654Mean 1474RMS 591.800 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)o oθ: 20 - 30o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 36000 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)o oθ: 30 - 40o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 360160140120100806040histLate20_30_ltsEntries 4630Mean 1463RMS 580.3histEarly20_30_ltsEntries 4334Mean 1424RMS 581.7350300250200150100histLate30_40_ltsEntries 10736Mean 1424RMS 571histEarly30_40_ltsEntries 9834Mean 1374RMS 573.8205000 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)o oθ: 40 - 50o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 36000 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)o oθ: 50 - 60o oazimute: 90 - 270o oazimute: 0 - 90o oe 270 - 360600500histLate40_50_ltsEntries 22116Mean 1380RMS 560.8900800700histLate50_60_ltsEntries 37786Mean 1326RMS 557.4400300histEarly40_50_ltsEntries 19714Mean 1317RMS 557600500400histEarly50_60_ltsEntries 33915Mean 1258RMS 542.420030010020010000 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)00 500 1000 1500 2000 2500 3000Distancia ao centro do chuveiro (m)Figura 6.10: Outliers obtidos por LTS e distância ao centro para faixas de θ de 0 a 60 o .101


Capítulo 7Conclusões e discussõesA aplicação de métodos robustos (LMS e LTS) para tratar a LDF apresenta resultados nomínimo relevantes. As figuras 6.8 e 6.10 mostram um maior número de tanques outliers a grandesdistâncias do centro do chuveiro, mas há também uma concentração, ain<strong>da</strong> que <strong>em</strong> menor número,a distâncias ao redor de 500 metros do centro.Estes tanques outliers afetam, ain<strong>da</strong> que ligeiramente, o cálculo do parâmetro S 1000 , resultando<strong>em</strong> valores menores dos ajustes para eventos de mais baixa energia (até 50 VEM) e valores maiorespara eventos de mais alta energia (acima de 50 VEM). Assim, a primeira impressão, não confirma<strong>da</strong>estatisticamente até este ponto do trabalho, sugere que a estatística convencial superestima a energiade eventos de mais baixa energia e subestima a energia de eventos de mais alta energia.Para verificarmos esta primeira impressão precisamos percorrer todo o processo de reconstruçãoaté o cálculo <strong>da</strong> energia fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> partícula primária.Portanto, o próximo passo foi atentarmos para o fato do parâmetro S 1000 ser dependente <strong>da</strong>incli<strong>na</strong>ção do chuveiro, uma vez que esta implica <strong>na</strong> quanti<strong>da</strong>de de atmosfera atravessa<strong>da</strong> até o níveldo detector de superfície. O método denomi<strong>na</strong>do CIC foi utilizado como tentativa para corrigir taldependência. O ângulo de 38 o foi encontrado ser a media<strong>na</strong> do ângulo sólido, de 0 o a 60 o <strong>em</strong> ângulozenital, que o divide <strong>em</strong> igual número de eventos. A partir desta media<strong>na</strong>, foram feitas suposiçõesde constância de fluxo de raios cósmicos para se obter uma correlação entre o comprimento deinteração do chuveiro ao longo <strong>da</strong> atmosfera e o parâmetro S 1000 . Os valores destes, obtidos pormeio de estatística convencio<strong>na</strong>l e estatística robusta, foram então corrigidos pelo fator denomi<strong>na</strong>doS 38 . As suposições para as correções S 38 são diversas e neste trabalho nos limitamos a ape<strong>na</strong>s três:ICRC-2005, GAP-2006 024 e Cronin-Yamamoto (seção 3.1). Observamos que o efeito, relatadoacima para S 1000 , se propaga nesta correção.Uma vez feita a correção <strong>em</strong> θ, utilizamos a vantag<strong>em</strong> <strong>da</strong> detecção híbri<strong>da</strong> para recalcularmos102


a energia do primário. Os valores <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> energia híbri<strong>da</strong> (energia estima<strong>da</strong> pela minimizaçãodo timing entre FD e SD) foram extraídos diretamente do programa Offline. Estes, por sua vez,foram comparados aos diversos S 38 convencio<strong>na</strong>is e robustos, obtidos no capítulo 3. A primeiraobservação a ser feita para os diversos gráficos de energia híbri<strong>da</strong> versus S 38 está relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> àpropagação de erros. Os menores erros estão visivelmente relacio<strong>na</strong>dos ao ICRC-2005 e, é claro,os melhores χ 2 /ndof. Portanto, descartamos continuar o processo de reconstrução utilizando assuposições: GAP-2006 024 e Cronin-Yamamoto. Para os ajustes, aplicamos novamente os métodosconvencio<strong>na</strong>l e robustos e obtiv<strong>em</strong>os valores distintos para A e B, sendo estes os valores dos coeficientesrelacio<strong>na</strong>dos à recorreção <strong>da</strong> energia, E = A · S38 B . Os histogramas <strong>da</strong> seção 4.19 mostramque o efeito <strong>da</strong> primeira impressão relata<strong>da</strong> para S 1000 se confirma, ou seja, a estatística robustasugere que o método convencio<strong>na</strong>l superestima a energia de primários de mais baixa eneriga (até2 ou 3 EeV). Porém, para primários com energias acima de 20 EeV, aparent<strong>em</strong>ente, os ajustes s<strong>em</strong>ostram coincidentes.É necessário ressaltar que não houve significância estatística suficiente parafun<strong>da</strong>mentarmos tal afirmação, principalmente para eventos de mais alta energia, onde a estatísticaé ain<strong>da</strong> mais baixa. Observamos também, apesar de não estar evidenciado neste trabalho, umarazoável sensibili<strong>da</strong>de dos ajustes relacio<strong>na</strong>dos aos cortes indicados. Precisamos l<strong>em</strong>brar que paraeventos de mais baixa energia (ao redor de 3EeV), os detectores (SD e FD) funcio<strong>na</strong>m no limiteinferior de operação, sendo fort<strong>em</strong>ente influenciados pelas flutuações intrínsecas de tais eventos. Empoucas palavras, o Observatório Auger não funcio<strong>na</strong> muito b<strong>em</strong> <strong>na</strong> detecção de eventos com energiaabaixo de 3EeV. A Colaboração desenvolve, nesta etapa <strong>da</strong> construção, dois projetos (AMIGA 1 eHEAT 2 .) que visam sa<strong>na</strong>r, pelo menos <strong>em</strong> parte, tais limitações.A possibili<strong>da</strong>de de subestimar ou superestimar a energia do primário pode influenciar os <strong>da</strong>dosde anisotropia, como mostramos no capítulo 5. Na seção 5.5 verificamos que diversos eventos,antes desprezados, passam e ter energia maior e até apresentam correlação com objetos cósmicos.Também observamos o inverso, a energia de eventos acima de 40EeV, quando recalcula<strong>da</strong> porestatística robusta, apresentou valores abaixo de 40 EeV sendo tais eventos subtraídos do cálculode minimização. Ou seja, o cálculo de energia é um ponto extr<strong>em</strong>amente sensível <strong>na</strong> Física de RaiosCósmicos, podendo influenciar nossa compreensão do fenômeno, e portanto, precisamos ser s<strong>em</strong>pr<strong>em</strong>ais cui<strong>da</strong>dosos com tais estimativas.A estatística robusta se mostrou bastante promissora como ferramenta para compreendermosmelhor o funcio<strong>na</strong>mento do detector de superfície. Os <strong>da</strong>dos de outliers pod<strong>em</strong> ser usados para1 O AMIGA (Auger Muons and Infill for the Ground Array) é um projeto onde uma parte <strong>da</strong> rede principal detanques será povoa<strong>da</strong> com detectores de múons e mais tanques de forma a reduzir a distância entre os tanques de1500m para 750m. Ver figura 1.17.2 O projeto HEAT (High Elevation Auger Telescopes) irá aumentar o campo de visão dos telescópios de fluorescênciade 30 o para 60 o <strong>em</strong> elevação.103


análisar a performance do detector, podendo até mesmo identificar características de flutuaçãointrínseca relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s à própria construção e geometria deste, conforme mencio<strong>na</strong>do no capítulo 6.Com base neste sumário de informações, pod<strong>em</strong>os concluir que o uso de métodos robustos setor<strong>na</strong> ca<strong>da</strong> vez mais necessário uma vez que o cálculo <strong>da</strong> energia do primário mostrou-se bastan<strong>tese</strong>nsível aos métodos de análise convencio<strong>na</strong>l.Identificamos também a possibili<strong>da</strong>de de uso de métodos robustos <strong>em</strong> diversas partes <strong>da</strong> reconstrução,inclusive no cálculo do centro do chuveiro e <strong>na</strong> obtenção do ângulo de chega<strong>da</strong> θ. Háain<strong>da</strong> a possibili<strong>da</strong>de de utilizarmos estes nos <strong>da</strong>dos do detector de fluorescência e no cálculo d<strong>em</strong>inimização do timing para obtenção <strong>da</strong> energia híbri<strong>da</strong>. De fato, seria interessante compararmosuma reconstrução 100% robusta com uma reconstrução 100% convencio<strong>na</strong>l. Deixamos aqui estapossibili<strong>da</strong>de como trabalho futuro.Neste ponto voltamos a mencio<strong>na</strong>r a concentração de outliers próxima ao centro do chuveiro.Para eventos com poucos tanques acio<strong>na</strong>dos, a retira<strong>da</strong> de outliers próximos ao centro do chuveiroe o recálculo do centro pode influenciar a LDF, o S 1000 e o θ, conseqüent<strong>em</strong>ente. Portanto, to<strong>da</strong>a cadeia de reconstrução e inclusive os cálculos de anisotropia pod<strong>em</strong> ser influenciados. Nestetrabalho não fiz<strong>em</strong>os o cálculo do centro novamente por se tratar de um processo bastante complexoe d<strong>em</strong>orado, uma vez que necessitaríamos, por coerência, aplicar estatística robusta nos passosde ajustes relacio<strong>na</strong>dos. Alguns eventos com energia acima de 40EeV possu<strong>em</strong> poucos tanquesacio<strong>na</strong>dos e pod<strong>em</strong> sugerir a necessi<strong>da</strong>de de tal recorreção. Assim, propomos como trabalho futuroo cálculo de recorreção do centro do chuveiro por meio de estatística robusta como priori<strong>da</strong>de apóso término desta <strong>tese</strong>.104


Apêndice ARadiação CherenkovEste apêndice já foi antes publicado <strong>em</strong> minha dissertação de mestrado “Determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> ComposiçãoQuímica <strong>da</strong> Radiação Cósmica Primária com o Observatório Pierre Auger” [96]. Nestetrabalho o reproduzi novamente pelo fato desta <strong>tese</strong> manter a mesma linha de conceitos <strong>da</strong> minhadissertação anterior tratando-se assim de informação relevante e de fácil acesso para o leitor leigo.Uma partícula carrega<strong>da</strong> <strong>em</strong> movimento uniforme numa linha reta no espaço livre não irradia.Mas uma partícula se movendo com veloci<strong>da</strong>de constante através de um meio material pode irradiarse sua veloci<strong>da</strong>de for maior do que a veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> luz <strong>na</strong>quele meio. Tal radiação foi primeiroobserva<strong>da</strong> por P. A. Cherenkov e S. I. Vavilow e teoricamente interpreta<strong>da</strong> por I.E.Tamm e I.M.Frank(1937) [97] e [98].A <strong>em</strong>issão de radiação Cherenkov é um fenômeno que envolve um grande número de átomosde um meio cujos elétrons são acelerados por campos de partículas passando por esse meio e <strong>em</strong>itindoradiação. Por causa deste aspecto coletivo do processo é mais conveniente usar conceitosmacroscópicos de constante dielétrica a proprie<strong>da</strong>des individuais dos átomos.Uma expla<strong>na</strong>ção qualitativa do efeito pode ser obti<strong>da</strong> considerando o campo de partículas rápi<strong>da</strong>snum meio dielétrico como função do t<strong>em</strong>po. Nós denotamos a veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> luz num meio por c ea veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> partícula por v.O número e a freqüência <strong>da</strong> on<strong>da</strong> eletromagnética propagando-se num meio transparente sãorelacio<strong>na</strong>dos por k = nω/c, onde n = √ ε é o índice de refração, que é real. O meio é consideradoisotrópico e não magnético. A freqüência <strong>da</strong> componente de Fourier do campo <strong>da</strong> partícula s<strong>em</strong>ovendo uniform<strong>em</strong>ente <strong>na</strong> direção x no meio está relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> à componente x do vetor de on<strong>da</strong>por ω = k x v. Se essa componente é uma on<strong>da</strong> se propagando livr<strong>em</strong>ente, essas duas relações dev<strong>em</strong>ser consistentes. Desde que k > k x , dev<strong>em</strong>os ter: v > c/n(ω).Assim, a <strong>em</strong>issão dessa radiação de freqüência ω ocorre se a veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> partícula excede a105


veloci<strong>da</strong>de de fase <strong>da</strong> on<strong>da</strong> no meio <strong>em</strong> questão.A figura A.1 mostra a sucessão de campos esféricos de on<strong>da</strong> para v < c e para v > c. Somentepara v > c há interferência construtiva de forma a deixar um “rastro” atrás <strong>da</strong> partícula.Figura A.1: Partícula se propagando num meio com veloci<strong>da</strong>de v < c e v > c.Nomeamos θ como sendo o ângulo entre a direção do movimento <strong>da</strong> partícula e a direção <strong>da</strong><strong>em</strong>issão.T<strong>em</strong>os que k x = k cos θ = (nω/c)cos θ e, desde que k x = ω/v encontramoscos θ C = c/nv.(A.1)Essa é a direção de <strong>em</strong>issão <strong>da</strong> radiação Cherenkov. A radiação de ca<strong>da</strong> freqüência é <strong>em</strong>iti<strong>da</strong>para frente, e distribuí<strong>da</strong> por to<strong>da</strong> a superfície do cone com ângulo vertical 2θ.A <strong>em</strong>issão de radiação, se ela ocorrer, envolve per<strong>da</strong> de energia pelo movimento <strong>da</strong> partícula.Nós ir<strong>em</strong>os encontrar a parte correspondente <strong>da</strong> energia perdi<strong>da</strong>, e assim determi<strong>na</strong>r a intensi<strong>da</strong>de<strong>da</strong> radiação Cherenkov.Partimos <strong>da</strong>s equações de Maxwell. Quando cargas exter<strong>na</strong>s (“livres <strong>da</strong> matéria”) estão presentesnuma densi<strong>da</strong>de de volume ρ ex e uma corrente exter<strong>na</strong> com densi<strong>da</strong>de j ex , as equações são escritasassim:∇ · H = 0∇ · ˆεE = 4πρ ex∇ × E = − 1 c∇ × H = 1 c∂H∂t∂ˆεE∂t+ 4π c j ex.106(A.2)


No presente caso a carga exter<strong>na</strong> e a distribuição de corrente são <strong>da</strong><strong>da</strong>s por:ρ ex = eδ(r − vt), j ex = evδ(r − vt). (A.3)Nós introduzimos os potenciais escalar e vetorial como:H = ∇ × A,A condição adicio<strong>na</strong>lE = − 1 c∂A∂t − ∇φ.(A.4)∇ · A + 1 c∂ˆεφ∂t= 0 (A.5)é imposta nos potenciais A e φ; essa é uma generalização <strong>da</strong> condição de Lorentz <strong>na</strong> teoriade radiação. Então, substituindo A.3 e A.4 <strong>em</strong> A.2, nós obt<strong>em</strong>os as seguintes equações para ospotenciais:∇ 2 A − ˆε ∂ 2 A= 4π c 2 ∂t 2 cevδ(r − vt),ˆε(∇ 2 φ − ˆεc 2 ∂ 2 φ∂t 2 ) = 4πeδ(r − vt).(A.6)Nós expandimos A e φ como integrais espaciais de Fourier. Tomando as componentes de Fourier<strong>da</strong>s equações A.6, nós t<strong>em</strong>os:k 2 A k − ˆε ∂ 2 A kc 2 ∂t 2= 4πevcexp(−itv · k),ˆε(k 2 φ k − ˆεc 2 ∂ 2 φ k∂t 2 ) = 4πe exp(−itv · k).(A.7)Assim nós v<strong>em</strong>os que A k e φ k depend<strong>em</strong> no t<strong>em</strong>po através do fator exp(−itv · k). Nós de novocolocamos ω = k · v = k x v, e obt<strong>em</strong>os,A k = 4πecvk 2 −ω 2 ε(ω)/c 2 e −iωt ,φ k = 4πe 1ε(ω) k 2 −ω 2 ε(ω)/ce −iωt . 2(A.8)A componente Fourier do campo elétrico é107


E k = iωA k /c − ikφ k .(A.9)A força <strong>em</strong> função do campo elétrico F = eE atuando <strong>na</strong> partícula√é oposta à veloci<strong>da</strong>de v;tom<strong>em</strong>os esta como sendo <strong>na</strong> direção x. Colocando k x v = ω, q = (ky 2 + kz) 2 e trocando dk y dk zpor 2πqdq, nós pod<strong>em</strong>os escrever a magnitude F como:F = ie2π∫ ∞ ∫ q0−∞0( 1 − ε )ωqdqdωv 2 c 2ε[q 2 + ω 2 ( 1 − ε )]v 2 c 2De acordo com a equação acima, a per<strong>da</strong> de energia no intervalo de freqüência dω é:(A.10)dF = −dω ie2π∑ω(1c 2 − 1εv 2) ∫qdqq 2 − ω 2 ( εc 2 − 1v 2 ) ,onde a soma é sobre todos os termos com ω = ±|ω|. Nós introduzimos as novas variáveis(A.11)ξ = q 2 − ω 2 ( ε c 2 − 1 v 2).(A.12)EntãodF = −dω ie2 ∑ 1 ω(2π c 2 − 1 ∫ dξεv 2) ξ .(A.13)Integrando <strong>em</strong> ξ ao longo do eixo real nós encontramos uma singulari<strong>da</strong>de <strong>em</strong> ξ = 0 (para a qualq 2 + kx 2 = k 2 ) <strong>em</strong> algum comportamento, que é determi<strong>na</strong>do pelo fato de que, pela nossa suposiçãode ε(ω) real(meio transparente), t<strong>em</strong> uma peque<strong>na</strong> parte imaginária, que é positiva para ω > 0 enegativa para ω < 0. Por conseguinte, ε t<strong>em</strong> uma peque<strong>na</strong> parte imaginária negativa ou positiva,e o caminho de integração deveria passar abaixo ou acima do eixo real, respectivamente. Quandoo caminho de integração é deslocado do eixo real, nós dev<strong>em</strong>os passar abaixo ou acima do pontode singulari<strong>da</strong>de, respectivamente. Isso dá uma contribuição a dF, e as partes reais cancelam-se<strong>na</strong> soma. Integrando por resíduo e, portanto, fazendo o caminho de integração com s<strong>em</strong>icírculosinfinitesimais, nós encontramos∑∫ dξ ωξ∫⌣= ω{ dξξ∫⌢− dξξ } = 2iπω.(A.14)108


Assim a fórmula fi<strong>na</strong>l édF = e2c 2 (1 −c2v 2 n 2)ωdω,(A.15)que é intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> radiação no intervalo de freqüência para dω. De acordo com A.1, essaradiação é <strong>em</strong>iti<strong>da</strong> num intervalo de ângulo igual adθ =c dnvn 2 sin θ dω dω.(A.16)A intensi<strong>da</strong>de total <strong>da</strong> radiação é obti<strong>da</strong> pela integração de A.15 sobre to<strong>da</strong>s as freqüências paraas quais o meio é transparente.109


Apêndice BProdução de Fluorescência <strong>na</strong> altaatmosferaEste apêndice já foi antes publicado <strong>em</strong> minha dissertação de mestrado “Determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> ComposiçãoQuímica <strong>da</strong> Radiação Cósmica Primária com o Observatório Pierre Auger” [96]. Nestetrabalho o reproduzi novamente aqui pelo fato desta <strong>tese</strong> manter a mesma linha de conceitos <strong>da</strong>minha dissertação anterior tratando-se assim de informação relevante e de fácil acesso para o leitorleigo.O termo fluorescência refere-se aos processos <strong>em</strong> que átomos absorv<strong>em</strong> fótons de um comprimentode on<strong>da</strong> e <strong>em</strong>it<strong>em</strong> fótons num comprimento de on<strong>da</strong> maior. Uma aplicação comum desse efeito estápresente <strong>na</strong> casa de ca<strong>da</strong> família ao redor do mundo: luz fluorescente. Esta foi primeiro introduzi<strong>da</strong><strong>em</strong> 1939 no World’s Fair <strong>na</strong> ci<strong>da</strong>de de Nova York pela companhia Intereletric e ofereci<strong>da</strong> ao público<strong>em</strong> 1940. Uma corrente elétrica passa através de um bulbo alongado, que então <strong>em</strong>ite luz ultravioleta(UV). Essa <strong>em</strong>issão é atualmente conheci<strong>da</strong> como “luminescência”ou “cintilação”. Esses fótons UVsão absorvidos pela cama<strong>da</strong> de fósforo do bulbo, que re-<strong>em</strong>ite no visível. Esse processo de re-<strong>em</strong>issãoé propriamente chamado de “fluorescência”.A passag<strong>em</strong> de partículas carrega<strong>da</strong>s num chuveiro atmosférico extenso através <strong>da</strong> atmosferaresulta numa excitação ionizante <strong>da</strong>s moléculas de gás (a maioria nitrogênio). Ca<strong>da</strong> uma dessasenergias de excitação é <strong>em</strong>iti<strong>da</strong> <strong>na</strong> forma de radiação visível e invisível.A fluorescência aérea, termo adotado pela comuni<strong>da</strong>de de astrofísicos <strong>da</strong> época, foi primeiroestu<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> de 1960 pelos pesquisadores do Los Alamos Natio<strong>na</strong>l Laboratory (LANL), entãochamado Los Alamos Scientific Laboratory. A técnica foi introduzi<strong>da</strong> como um método para detectarprodução de explosões nucleares <strong>em</strong> testes atmosféricos.Muitas partículas carrega<strong>da</strong>s são expeli<strong>da</strong>s <strong>em</strong> uma explosão nuclear, e essas partículas também110


produzirão cintilação de luz quando passar<strong>em</strong> pelo ar. A quanti<strong>da</strong>de de luz coleta<strong>da</strong> pode, então,ser usa<strong>da</strong> para estimar a quanti<strong>da</strong>de total de energia libera<strong>da</strong> pelo dispositivo.A primeira tentativa para observar chuveiros atmosféricos extensos pela <strong>em</strong>issão de fluorescência(mais corretamente: luminescência) foi feita pelo grupo de Kenneth Greisen <strong>em</strong> Cornell University<strong>em</strong> meados de 1960. Nesse grupo também estavam o Dr. Alan Bunner, trabalhando então comoestu<strong>da</strong>nte de pós-graduação de Greisen. Greisen foi o primeiro estu<strong>da</strong>nte de pós-graduação de BrunoRossi, um dos primeiros físicos de radiação cósmica do século 20. Rossi e Greisen trabalharam noprojeto Manhattan <strong>em</strong> Los Alamos durante a Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial. Greisen foi test<strong>em</strong>unhaocular do teste Trinity e escreveu um documento oficial dessas observações.Em 1967, o grupo de Greisen construiu um experimento de fluorescência, o detector de imagensde Cornell. Este observou o céu à noite usando 500 fotomultiplicadoras, ca<strong>da</strong> uma correspondendoa um pixel cobrindo um ângulo sólido de 0,01 estereoradiano (∼ 6 graus por 6 graus); dividi<strong>da</strong>s <strong>em</strong>10 módulos. Ca<strong>da</strong> módulo foi equipado com uma lente de Fresnel com 0.1 m 2 .O detector de Cornell era disparado quando houvesse coincidência de quaisquer 2 pixels adjacentes.Os si<strong>na</strong>is eram encaminhados para um banco de mostradores de tubo de raios catódicos de3 polega<strong>da</strong>s, e registrado num filme de 70 mm. Esse detector operou por vários anos mas não erasensível o suficiente para detectar radiação cósmica de ultra alta energia (10 19 eV). As lentes de0.1 m 2 eram muito peque<strong>na</strong>s para coletar uma quanti<strong>da</strong>de suficiente de luz, e a atmosfera próximaa Nova York é bastante contami<strong>na</strong><strong>da</strong> com vapor d’água e aerossóis [30].111


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