TEMA OBJETIVO E TEMA SUBJETIVO - Simonsen
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Capítulo VI• Gíria – É uma forma de expressão oral de determinados grupos, que teemafinidades quanto à ideologia, ou à faixa etária, ou à condição sócio-econômica, enfim,algum tipo de traço característico, que também é tranferido para a forma de expressãolingüística. Algumas palavras da gíria passaram a compor nosso vocabulário, perdendo aidentidade antes conferida apenas a um grupo. Veja um exemplo, retirado de umaexcelente questão de Vestibular, na qual se explorava os diferentes níveis de linguagem:Massa“Pô, Erundina, massa! Agora que o maneiro Cazuza virou nome num pedaço aqui naSampa, quem sabe tu te anima e acha aí um point pra botá o nome de MagdalenaTagliaferro, Cláudio Santoro (...) e Radamés Gnattali. Esses caras não foi cruner de banda ala “Trogloditas do Sucesso”, mas se a tua moçada não manjar quem eles foi, dá um look aína Enciclopédia Britânica ou no Groves International e tu vai sacá que o astral do século 20musical deve muito a eles.”Este trecho está contido na carta escrita pelo maestro Júlio Medaglia que foi publicadano Painel do Leitor do jornal Folha de S.Paulo. Ele faz uso de uma linguagem que certamentenão é a dele, para fazer criticar a decisão da então prefeita Luiza Erundina (melhor dizendo,aos administradores públicos em geral) que, em nome do populismo, preocupam-se em darnomes de ídolos populares aos logradouros públicos.Ao “navegar na rede” (veja aí um exemplo de neologismo: criação de novas palavras),você encontrará o site http://www.cowboysdoasfalto.com.br que contém um link com gíriasutilizadas pelos caminhoneiros entre si. Observe algumas, por curiosidade, verificando aapropriação que esse grupo fez da linguagem:água de eloquência – cachaça;anzol – polícia rodoviária;batom a batom - pessoalmente (ela/ela);bigode a bigode - pessoalmente (ele/ele);capacete – sogro;casa de beijo – motel;chuva artificial - banho;cristalina – filha;cristalíssima/primeiríssima – mãe;cristalografia – família;cristalórde - filho;feijão queimado – amante.Será que existe algum erro nesse vocabulário específico dos caminhoneiros? Não! Porisso, o aluno precisa ter a habilidade de reconhecer essas variantes linguísticas e entender ocontexto em que são usadas.Poesia e ProsaAntes de terminarmos este capítulo, acrescentamos que existem diferentes linguagenstambém na escrita, por exemplo, em prosa ou em poesia. Na poesia, a linguagem é subjetivae pode-se quebrar a estrutura lógica das frases, contrariar a gramática, usar palavras emsentido figurado, enfim, escrever sem muitas “regras”. Já na prosa, produzimos frases10