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Ai de nós, educAdores e educAdorAs, se deixArmos de sonhAr ...

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MulheresLei Maria da Penha completa cinco anosALei Maria da Penha (11.340/06),que protege a mulher vítima <strong>de</strong>violência doméstica, foi aprovadapor 95,5% dos entrevistados em sondagem<strong>de</strong> opinião realizada pela Câmarados Deputados entre 30 <strong>de</strong> junho e 11<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011. Há cinco anos, no dia22 <strong>de</strong> <strong>se</strong>tembro <strong>de</strong> 2006,a lei entrava em vigor.A sondagemsobre a percepção dapopulação brasileiraem relação aos cincoanos <strong>de</strong> vigência da leifoi feita com 1.295 pessoas,com abrangêncianacional. Dos entrevistados,77,5% <strong>de</strong>clararamconhecer o conteúdoda lei, ainda que parcialmente.“São pessoasque já po<strong>de</strong>m, minimamente,invocar a lei paraexercer <strong>se</strong>us direitos”, diza consultora da pesquisa,Giovana Perlin, especialistaem estudos <strong>de</strong> gênero, famíliae <strong>se</strong>xualida<strong>de</strong>. “Levando-<strong>se</strong> em contaque o percentual dos que aprovam asmedidas é maior do que o percentualdos que conhecem o conteúdo da lei,alguns entrevistados aprovam medidaspunitivas mesmo <strong>se</strong>m conhecê-las”,complementa.Giovana <strong>de</strong>staca que não houvediferenças estatísticas significativas napercepção <strong>de</strong> homens e mulheres. “Ambosmostram intolerância em relação àviolência contra mulher”, afirma. A pesquisatambém mostra que 90,7% dos entrevistadosacham que a punição contraagressores <strong>de</strong>veria <strong>se</strong>r mais rigorosa. “Odado mais relevante talvez <strong>se</strong>ja o do an<strong>se</strong>iopor justiça, pelo fim da impunida<strong>de</strong>dos agressores e pelas relações familiarespacificadas”, diz a consultora.Para os próximos anos, a pesquisadorarecomenda que <strong>se</strong>jam divulgadosaspectos específicos do conteúdoda lei, por meio <strong>de</strong> campanha<strong>se</strong>ducativas na mídia, especialmentenos meios públicos e institucionais.“As pessoas sabem da existência da lei,mas não sabem os <strong>de</strong>talhes do que eladiz”, explica.PROBLEMA PÚBLICOSegundo a diretora-executivado instituto feminista Patrícia Galvão(Pagu), Jacira Melo, a pesquisa da Câmararevela uma mudança na percepçãoda população sobre a violênciadoméstica. “Antigamente, a socieda<strong>de</strong>brasileira tinha a percepção <strong>de</strong> que eraum problema privado. Hoje a socieda<strong>de</strong>reconhece a violência domésticacomo um problema social sério, quenecessita <strong>de</strong> intervenção do Estado.”APLICAÇÃO DA LEIA coor<strong>de</strong>nadora dabancada feminina naCâmara, <strong>de</strong>putada JaneteRocha Pietá (PT-SP),lembra que a Lei Mariada Penha é consi<strong>de</strong>radauma das três melhoresdo mundo na área <strong>de</strong>proteção à mulher peloFundo <strong>de</strong> De<strong>se</strong>nvolvimentodas Nações Unidaspara a Mulher, masé necessário colocá-latotalmente em prática.“Falta implementar tudoo que está na lei, a partir<strong>de</strong> políticas públicasintegradas, incluindo asáreas <strong>de</strong> educação, culturae saú<strong>de</strong>”, explica.Janete Pietá lembrou que aviolência doméstica inclui a chamadaviolência psicológica – ou <strong>se</strong>ja,agressões verbais. A <strong>de</strong>putada dis<strong>se</strong>,ainda, que profissionais da área <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> precisam notificar os casos <strong>de</strong>violência contra a mulher. Além disso,ela acredita <strong>se</strong>rem necessários maisabrigos para mulheres ameaçadas<strong>de</strong> morte; mais <strong>de</strong>legacias da mulher,com maior qualificação das pessoasque trabalham nessas <strong>de</strong>legacias; emais juizados especializados.Fonte: Agência CâmaraSetembro <strong>de</strong> 20115


FormaçãoFÓRUM DISTRITAL PERMANENTEDE APOIO À FORMAÇÃO DOCENTEOFórum Distrital Permanente <strong>de</strong>Apoio à Formação Docente <strong>de</strong>finiuas datas <strong>de</strong> convocação das(os)professoras(es) que não possuem a licenciaturaplena. Estas reuniões ocorrerãoentre agosto e outubro, com objetivo<strong>de</strong> informar professoras(es) que as(os)mesmas(os) po<strong>de</strong>rão ingressar em cursos<strong>de</strong> nível superior que <strong>se</strong>rão ofertados peloInstituto Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Brasília (IFB) e pela Universida<strong>de</strong><strong>de</strong> Brasília (UnB), via convênio daSecretaria <strong>de</strong> Educação do Distrito Fe<strong>de</strong>ralcom o Ministério <strong>de</strong> Educação (MEC).No primeiro <strong>se</strong>mestre <strong>de</strong> 2012ocorrerá o curso <strong>de</strong> Licenciatura em Artes/Dança,no Instituto Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Brasília.Serão montadas duas turmas com capacida<strong>de</strong>para 30 alunos cada uma. As(os)professoras(es) <strong>se</strong> inscreverão pela PlataformaFreire, do Ministério <strong>de</strong> Educação,entre os dias 3 <strong>de</strong> agosto e 10 <strong>de</strong> <strong>se</strong>tembro,participando <strong>de</strong>stas turmas todas(os) quefazem parte da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino doDF e que possuem licenciatura curta emartes, educação física e pedagogia. A turmatambém <strong>se</strong>rá estendida a professoras(es)com licenciatura plena em Educação Físicae Artes. Neste caso, todas(os) terão <strong>de</strong> comprovarque atuam em projetos <strong>de</strong> dançanas escolas.“O próximo passo é garantir 800vagas <strong>de</strong> pedagogia para os professoresque não possuem nenhuma licenciatura.Para isto já estamos negociando estas vagascom a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília, para o<strong>se</strong>gundo <strong>se</strong>mestre <strong>de</strong> 2012. As inscrições<strong>se</strong>rão abertas pela Plataforma Freire no final<strong>de</strong>ste ano”, conclui o diretor Cláudio Antunes,membro do Fórum.IDEB NO MURO DA ESCOLA: A QUEM INTERESSA?Está tramitando no Congresso Nacionalum projeto <strong>de</strong> lei apre<strong>se</strong>ntadopelo ícone da bancada ruralista, <strong>de</strong>putadoRonaldo Caiado, que obriga todasas escolas da re<strong>de</strong> pública a colocar o <strong>se</strong>uÍndice <strong>de</strong> De<strong>se</strong>nvolvimento da EducaçãoBásica (IDEB) em um lugar visível na entradado estabelecimento <strong>de</strong> ensino. Aqui noDF também existe um PL com o mesmoobjetivo, <strong>de</strong> autoria da <strong>de</strong>putada Luzia <strong>de</strong>Paula e do <strong>de</strong>putado Agaciel Maia.Es<strong>se</strong> projeto é fruto da i<strong>de</strong>ia do consultoreducacional e “especialista em educação”Gustavo Ioschpe (professor do projeto“JN no Ar” da Re<strong>de</strong> Globo e da revistaVeja, o que dispensa comentários). A i<strong>de</strong>iado economista é <strong>de</strong> que a exposição doíndice mobilize a comunida<strong>de</strong> para pressionaras instituições e os educadores. Écurioso e contraditório que o referido “especialistaem educação” tenha es<strong>se</strong> título<strong>se</strong>m jamais colocar os pés numa sala <strong>de</strong>aula para ministrar aulas.A conclusão <strong>de</strong> Especialistas na Educaçãoé que es<strong>se</strong> projeto expõe os/as estudantesa constrangimentos e vexamesvetados pelo Estatuto da Criança e Adolescentee pela Constituição Fe<strong>de</strong>ral.O PL nº 488/2011 da <strong>de</strong>putada Luzia<strong>de</strong> Paula e do <strong>de</strong>putado Agaciel Maiarevela um conteúdo i<strong>de</strong>ológico <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconstruçãoda escola pública. Ele apontaum mecanismo inacabado (o I<strong>de</strong>b) paramassificar a cultura da avaliação restritivae que orienta a p<strong>se</strong>udorecompensa meritória(bônus) aos educadores; consi<strong>de</strong>raa escola pública como um bem <strong>de</strong> consumogerido pelas leis <strong>de</strong> mercado, on<strong>de</strong> abaixa qualida<strong>de</strong> condiciona a substituiçãodo produto por outro similar; reforça o elitismoeducacional, que <strong>se</strong> pauta na cruelmarginalização <strong>de</strong> <strong>se</strong>tores educacionais.Pior que classificar a escola comoruim é subtrair a autoestima da comunida<strong>de</strong>usuária e colocá-la em confronto com a instituição,quando a melhor solução consistena união <strong>de</strong> esforços, sobretudo do po<strong>de</strong>rpúblico, para elevar a qualida<strong>de</strong> da educação;transferir a baixa qualida<strong>de</strong> da educaçãobásica para estudantes e educadores éuma gran<strong>de</strong> injustiça! Não dá para compararescolas cuja origem social dos estudantes étão distinta, pois existe uma correlação entreo <strong>de</strong><strong>se</strong>nvolvimento acadêmico e o nível sócioeconômicodos estudantes.Para aferir com maior eficácia osníveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino é necessárioob<strong>se</strong>rvar conceitos como políticas pedagógicas,financiamento, currículo, formação,salário, saú<strong>de</strong> e, fundamentalmente,gestão <strong>de</strong>mocrática.Enten<strong>de</strong>mos que a qualida<strong>de</strong> daeducação pública reflete as políticas e ocompromisso do Estado e da socieda<strong>de</strong>para com essa prática social, assim comona participação social nas instâncias <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão dos sistemas <strong>de</strong> ensino e das escolas.Essas são políticas <strong>de</strong> caráter sistêmico,que precisam <strong>se</strong>r urgentemente ampliada<strong>se</strong> aprofundadas para romper comas discriminações e exclusões e garantir aefetiva oportunida<strong>de</strong> para todos/as.6 Setembro <strong>de</strong> 2011


MobilizaçãoUniversida<strong>de</strong> Distrital é uma luta da cida<strong>de</strong>OSinpro já colocou em sua pauta <strong>de</strong>luta a discussão sobre a criação daUniversida<strong>de</strong> Distrital. I<strong>de</strong>alizadopelo <strong>de</strong>putado distrital Wasny <strong>de</strong> Roure(PT), o projeto já foi discutido em audiênciapública no início do ano, mas aindaaguarda aprovação na Câmara Legislativado Distrito Fe<strong>de</strong>ral para sair do papel.O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> universida<strong>de</strong> estadual ampliaa oferta <strong>de</strong> vagas no ensino superior,principalmente, aos alunos que <strong>de</strong>ixamo ensino público anualmente e po<strong>de</strong> <strong>se</strong>rum instrumento <strong>de</strong> formação continuadapara professores(as) da re<strong>de</strong>.“A universida<strong>de</strong> distrital passariaa <strong>se</strong>r um espaço <strong>de</strong> formação continuadapara os professores da re<strong>de</strong>,através <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> novas graduaçãoe pós-graduação. Faria também um linkpara este professor, já que ele po<strong>de</strong>ria<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r te<strong>se</strong>s <strong>de</strong> mestrado e doutorado,tendo uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exercitareste conhecimento”, comenta o diretorFernando Ferreira, salientando que ai<strong>de</strong>ia é que 50% das vagas na instituição<strong>se</strong>jam <strong>de</strong>stinadas para estudantes oriundosda re<strong>de</strong> pública. “Queremos cobrardo governo o compromisso que é a universida<strong>de</strong>distrital pública”.Outros governos já discutiram acriação <strong>de</strong>sta instituição <strong>de</strong> ensino superiore mesmo tendo amparo na Lei Orgânicado DF o projeto ainda aguarda aprovação.“Não é possível que com mais <strong>de</strong>dois milhões <strong>de</strong> habitantes esta unida<strong>de</strong>da fe<strong>de</strong>ração tenha <strong>de</strong> ficar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntesomente da UnB e <strong>de</strong> faculda<strong>de</strong>s particulares.Precisamos criar uma verda<strong>de</strong>ira instituiçãouniversitária preocupada em nãoapenas difundir conhecimento e prepararprofissionais para o mercado <strong>de</strong> trabalho,mas que <strong>se</strong> envolva ativamente com asnecessida<strong>de</strong>s e expectativas da população,especialmente dos <strong>se</strong>gmentos menosfavorecidos”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u Wasny. Umaárea do Clube do Servidor – no SCE Norte,Lotes 1A 1B –, hoje abandonada, já foi cogitadapara abrigar a universida<strong>de</strong> do DF.Lutas das trabalhadoras e dos trabalhadores ruraiscon<strong>se</strong>guem resultados positivos neste <strong>se</strong>gundo <strong>se</strong>mestreApesar <strong>de</strong> a lista <strong>de</strong> reivindicaçõesdas trabalhadoras e dos trabalhadoresrurais ainda <strong>se</strong>r extensa, suasjornadas <strong>de</strong> lutas, intensificadas nes<strong>se</strong>sdois últimos me<strong>se</strong>s, resultaram em avançospositivos. O Sinpro <strong>se</strong>mpre apoioue continuará apoiando os movimentossociais rurais por enten<strong>de</strong>r que, comoeducadores, não po<strong>de</strong>mos nos manter amargem das lutas que visam o alcance <strong>de</strong>um país livre, soberano, com justiça sociale igualda<strong>de</strong> para todos. <strong>Ai</strong>nda há muitocaminho pela frente para chegarmosaon<strong>de</strong> queremos, mas nossa disposiçãoaumenta a cada etapa vencida.Realizada no dia 17 <strong>de</strong> agosto,a 4ª edição da Marcha das Margaridas,que reuniu trabalhadoras rurais <strong>de</strong> todoo país, teve como resultado a certeza dacontinuida<strong>de</strong> do diálogo entre agricultora<strong>se</strong> governo fe<strong>de</strong>ral. As trabalhadorasapre<strong>se</strong>ntaram uma pauta com 150 itens,divididos em temas que nunca foram tratadosnuma mobilização do campo e dafloresta, que foram respondidos pela presi<strong>de</strong>ntada República, Dilma Rous<strong>se</strong>ff, duranteencontro ocorrido no final do dia,no Parque da Cida<strong>de</strong>, em Brasília.Na ocasião a presi<strong>de</strong>nta informouque a meta do governo é investirna melhoria <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> distribuiçãopara atingir o índice <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong> alimentosfornecidos pela agricultura familiar paraas merendas escolares, garantir ao menos30% do total disponível <strong>de</strong> créditopara o agricultor familiar às mulheres eampliar o acesso à creche <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>no campo. Ela dis<strong>se</strong> ainda ter <strong>de</strong>terminadoum diag<strong>nós</strong>tico das condições <strong>de</strong>todos os as<strong>se</strong>ntamentos existentes hojeno Brasil. A presi<strong>de</strong>nta reconheceu que amulher vive uma situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>em todos os espaços e que é necessárioter políticas públicas para romper essadiscriminação.Após uma <strong>se</strong>mana <strong>de</strong> lutas (<strong>de</strong>23 a 28 <strong>de</strong> agosto), o Acampamento Nacionalda Via Campesina, instalado emBrasília, chegou ao <strong>se</strong>u final com o retornopositivo do governo às reivindicaçõesda organização. A Via Campesina é umaarticulação internacional <strong>de</strong> movimentossociais campone<strong>se</strong>s que no Brasil éintegrada pelo Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra (MST), ComissãoPastoral da Terra (CPT) entre outros.A principal conquista anunciada pelogoverno foi a suplementação <strong>de</strong> 400 milhões<strong>de</strong> Reais no orçamento do InstitutoNacional <strong>de</strong> Colonização e Reforma Agrária(Incra) para obtenção <strong>de</strong> terras.Além disso, houve a liberaçãodos 15 milhões <strong>de</strong> Reais do Programa Nacional<strong>de</strong> Educação na Reforma Agrária(Pronera), que estava contingenciado, e<strong>se</strong>rá implementado o Programa <strong>de</strong> AlfabetizaçãoRural, nos mol<strong>de</strong>s propostospela Via Campesina. O governo também<strong>se</strong> comprometeu em apre<strong>se</strong>ntar no início<strong>de</strong> <strong>se</strong>tembro um plano emergencial <strong>de</strong>as<strong>se</strong>ntamento até o fim do ano.Setembro <strong>de</strong> 20117


as plantas. Dizia ele numa entrevista dadano Instituto Paulo Freire naquele dia:“Quero <strong>se</strong>r lembrado como alguém queamou os homens, as mulheres, as plantas,os animais, a Terra”. Um dos <strong>se</strong>us últimoslivros foi À sombra <strong>de</strong>sta mangueira on<strong>de</strong>ele fala do prazer <strong>de</strong> respirar ar puro (umadas necessida<strong>de</strong>s humanas), <strong>de</strong> entrarnum rio <strong>de</strong>spoluído, <strong>de</strong> pisar na grama,na areia da praia. E criticava a lógica capitalistaque não valoriza es<strong>se</strong>s prazeresgratuitos e por substituí-los por prazeresvendidos e comprados, prazeres que dãolucro. O capitalismo tem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>substituir felicida<strong>de</strong>s gratuitas (necessida<strong>de</strong>shumanas) por felicida<strong>de</strong>s vendida<strong>se</strong> compradas, que são, acima <strong>de</strong> tudo, necessida<strong>de</strong>sdo capital e, muitas vezes, nãosão necessida<strong>de</strong>s humanas; são necessida<strong>de</strong>simpostas aos <strong>se</strong>res humanos, coma finalida<strong>de</strong> do lucro.4ª - O planejamento comunitário,participativo, a gestão <strong>de</strong>mocrática, apesquisa participante. Sob influência dopensamento <strong>de</strong> Paulo Freire, principalmenteda década <strong>de</strong> 90 para cá, no Brasil,estão <strong>se</strong> realizando muitas experiência<strong>se</strong>ducacionais <strong>de</strong> enorme impacto.Mais recentemente, <strong>de</strong>stacamoso município <strong>de</strong> Osasco, cuja política educacional<strong>se</strong> fundamenta em quatro gran<strong>de</strong>sdiretrizes: <strong>de</strong>mocratização do acessoe garantia da permanência, <strong>de</strong>mocratizaçãoda gestão, qualida<strong>de</strong> sociolculturalda educação e valorização profissionalQN - O que está <strong>se</strong>ndo preparado peloInstituto para lembrar a data? Há algumapublicação prevista?Angela Antunes - O IPF tem <strong>se</strong> colocadoà disposição para diversas entrevistas,em diferentes meios <strong>de</strong> comunicação, sobreo pensamento <strong>de</strong> Paulo Freire. Alémdisso, tem participado <strong>de</strong> inúmeras homenagensa Paulo Freire e também estáorganizando, com o apoio da Capes, emparceria com a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educaçãoda USP, com realização prevista para dia10 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> um encontro que comemoraráos <strong>se</strong>us 90 anos <strong>de</strong> existência,com Círculos <strong>de</strong> Cultura, <strong>de</strong> manhã e àtar<strong>de</strong>. Mais informações, entrar em contatocom o IPF: comunicacao@paulofreire.org ou Unifreire <strong>se</strong>cretaria@unifreire.orgou ipf@paulofreire.orgQN - Paulo Freire refletia muito sobre ofazer do educador, sua atitu<strong>de</strong> diante domundo. O Instituto trabalha nessa questãoda formação do professor?Angela Antunes - O InstitutoPaulo Freire é uma associação civil fundadaoficialmente em 1º <strong>de</strong> <strong>se</strong>tembro<strong>de</strong> 1992. Atualmente, constitui-<strong>se</strong> numare<strong>de</strong> internacional que possui membrosdistribuídos em mais <strong>de</strong> 90 paí<strong>se</strong>s em todosos continentes, com o objetivo principal<strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> e reinventar olegado <strong>de</strong> Paulo Freire, visando à construção<strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> mais <strong>de</strong>mocráticae socialmente justa.Para alcançar nossos objetivos,<strong>de</strong><strong>se</strong>nvolvemos programas e projetos <strong>de</strong>as<strong>se</strong>ssoria, <strong>de</strong> consultoria, <strong>de</strong> pesquisas,cursos <strong>de</strong> formação (pre<strong>se</strong>ncial e a distância)e acompanhamento, orientadospelas dimensões socioambiental e intertranscultural,constituindo três áreas:Educação <strong>de</strong> Adultos, Educação Cidadã eEducação Popular.Para melhor cumprir sua missãoinstitucional, o IPF criou quatro InstituiçõesMantidas: a Editora e Livraria InstitutoPaulo Freire que tem por finalida<strong>de</strong>publicar, distribuir e comercializar, <strong>se</strong>mfins lucrativos, material <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> erelevância científica, cultural, didática. aCasa da Cidadania Planetária, com o objetivo<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>se</strong>nvolver projetos que contribuampara a sua missão <strong>de</strong> aglutinar pessoas,organizações, movimentos e fórunscom vistas a um “outro mundo possível”;o Centro <strong>de</strong> Referência Paulo Freire, que<strong>se</strong> constitui num espaço <strong>de</strong> estudo, pesquisae documentação <strong>de</strong> e sobre PauloFreire, com bibliotecas que pertencerama Paulo Freire e inúmeros registros audiovisuais,manuscritos e outros documentosdisponíveis ao público interessado ea UNIFREIRE, que tem por missão interconectara comunida<strong>de</strong> freiriana pelo mundopor meio da articulação <strong>de</strong> cátedras,institutos e outros centros nacionais einternacionais <strong>de</strong> tradição freiriana, bemcomo <strong>de</strong><strong>se</strong>nvolver pesquisas e oferecerformação inicial e educação continuada,pre<strong>se</strong>ncial e a distância.Setembro <strong>de</strong> 20119


ArtigoReorientação Curricular: Um <strong>de</strong>bate urgente!No último <strong>de</strong>cênio foramrealizadas quatroreformas curricularesna re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong>ensino do DF. Essa questãofaz lembrar Miguel Arroyoem <strong>se</strong>u último livro, quetraz o sugestivo título <strong>de</strong>“Currículo, território emdisputa”. Isso reflete nacentralida<strong>de</strong> que o currículoassumiu nas duasúltimas décadas. É interessanteob<strong>se</strong>rvar, que, nadécada <strong>de</strong> 90 (auge do neoliberalismo),tivemos forteinfluência/intervençãonos assuntos educacionaispor parte dos organismosinternacionais. Nunca <strong>se</strong>fizeram tantas diretrizes enormatizações sobre o currículo.Isso nos alerta para os tensionamentoscada vez maiores que perpassamnossa dinâmica escolar.O Sinpro já realizou <strong>de</strong>batessobre o currículo em vários momentos,com encontros, publicações, cursos,nas conferências da entida<strong>de</strong> etc.Colocamos em <strong>de</strong>bate as pedagogiasprogressistas, discutimos conceitos,procuramos conhecer e <strong>de</strong>bater a<strong>se</strong>xperiências <strong>de</strong>mocrático-populares<strong>de</strong> educação, como a Escola Plural<strong>de</strong> Belo Horizonte, a Escola Cidadã<strong>de</strong> Porto Alegre e as contribuições <strong>de</strong>Paulo Freire para as políticas curriculares,a partir do <strong>se</strong>u trabalho como<strong>se</strong>cretário <strong>de</strong> educação da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>São Paulo (1989/1991).Na nossa visão, relacionamoscurrículo com gestão <strong>de</strong>mocrática e aJÚLIO BARROSMestre em Educação pela UnB, professor <strong>de</strong> História naCeilândia e Diretor <strong>de</strong> Políticas Educacionais do Sinpro/DF.organização da escola, formação iniciale continuada, o sistema <strong>de</strong> avaliação,projeto político-pedagógico e as concepções<strong>de</strong> conhecimento. Enten<strong>de</strong>mosque o currículo <strong>se</strong>ja uma <strong>se</strong>leção<strong>de</strong> conhecimentos, permeada por relações<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e a escola faz escolhas<strong>de</strong>ntre as muitas possíveis, e que o<strong>se</strong>ducadores e educadoras <strong>de</strong>vem saberos “porquês” <strong>de</strong> uma escolha em <strong>de</strong>trimento<strong>de</strong> outras, agindo em favor dosfilhos e filhas da clas<strong>se</strong> trabalhadora e<strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> educação transformadoraque contenha uma metodologia<strong>de</strong> ação realmente <strong>de</strong>mocráticae participativa.Consi<strong>de</strong>ramos algun<strong>se</strong>lementos como pontos<strong>de</strong> partida para a discussãocurricular: o projeto social e<strong>de</strong> educação; a concepção<strong>de</strong> escola, e, con<strong>se</strong>quentemente,do que apren<strong>de</strong>r,para que apren<strong>de</strong>r, que currículoe para qual escola.É indispensável discutir ascondições <strong>de</strong> trabalho e valorizaçãodos profissionais<strong>de</strong> educação para implementação<strong>de</strong> uma escola eum currículo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudantespor sala <strong>de</strong> aula, materialdidático, condições doslaboratórios, salas <strong>de</strong> aula,instalações <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, mobiliárioa<strong>de</strong>quado... Para que essas questõesnão fiquem reduzidas aos discursos,elas <strong>de</strong>vem <strong>se</strong>r formuladas e implementadaspor meio <strong>de</strong> condições <strong>de</strong>trabalho dignas. Não con<strong>se</strong>guiremosimplementar um currículo, <strong>se</strong> educadore<strong>se</strong> educadoras não <strong>se</strong> <strong>se</strong>ntiremsujeitos <strong>de</strong> sua ação, construindoum projeto <strong>de</strong> educação pública eum projeto histórico <strong>de</strong> Estado, paraalém <strong>de</strong> governos.12 Setembro <strong>de</strong> 2011


CategoriaSinpro retoma Ciclo <strong>de</strong> Debates sobrequestão étnico-racialASecretaria <strong>de</strong> Raça e Sexualida<strong>de</strong>do Sinpro-DF dará continuida<strong>de</strong>ao ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates sobre a questãoétnico-racial, iniciado em junho. Otema <strong>de</strong>s<strong>se</strong>s <strong>de</strong>bates é a Literatura Infantilcom uma abordagem étnico-racial.Os encontros acontecerão na sub<strong>se</strong><strong>de</strong>do Sindicato em Planaltina e noCentro <strong>de</strong> Ensino Médio 2 do Gama. Nodia 4 <strong>de</strong> outubro, o encontro aconteceráno CEM nº 2, no Gama, e para fecharo ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, no dia 6 <strong>de</strong> outubroa ativida<strong>de</strong> acontecerá na sub-<strong>se</strong><strong>de</strong> doSINPRO em Planaltina. Segundo a professoraLucilene Costa, que ministraráas oficinas, o trabalho proposto terácomo elementos os principais estudossobre a conexão existente entre o currículo,a cultura e a construção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>satravés do ensino da culturaafricana e afro-brasileira.Também <strong>de</strong>ve ter o condão<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar a riqueza do materialpedagógico que constitui a literaturainfantil que trata dos conhecimentosda África e dos afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, bemcomo, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção<strong>de</strong> repre<strong>se</strong>ntações sociais positivas dapopulação negra. Esta iniciativa é umaforma <strong>de</strong> <strong>se</strong>nsibilizar as educadoras eos educadores do Distrito Fe<strong>de</strong>ral paraa importância <strong>de</strong> valorizar a Cultura ea História afro-brasileiras, bem como, aaplicabilida<strong>de</strong> da Lei nº 10.639/03, queobriga as instituições <strong>de</strong> ensino a incluíremessa temática em <strong>se</strong>us currículosoficiais, nas áreas <strong>de</strong> Educação Artística,Literatura e História brasileiras.Próximos <strong>de</strong>bates04/10CEM nº 2 do Gama. Horários: 8h às12h (turma da manhã) e das 14h às17h (turma da tar<strong>de</strong>).06/10Sub-<strong>se</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planaltina. Horários: 8hàs 12h (turma da manhã) e das 14h às17h (turma da tar<strong>de</strong>).JurídicoTRT lança 2ª listagem dos contemplados no Precatório <strong>de</strong> Priorida<strong>de</strong>ASecretaria <strong>de</strong> Assuntos Jurídicos do Sinpro-DF informa queo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) enviou a <strong>se</strong>gundalistagem com 1.286 mil professores(as) contemplados como requerimento <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com a Emenda Constitucionalnº 62/2009. Os créditos já estão disponíveis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia12 <strong>de</strong> <strong>se</strong>tembro, na conta e na agência informadas no ato do preenchimento<strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>. A Secretaria tambémenviará carta nominal aos contemplados para confirmação.Sinpro-DF recebe do governador projetoque cria Regime Jurídico Único dos Servidores do DFOSindicato dos Professores no DistritoFe<strong>de</strong>ral (Sinpro-DF) recebeudas mãos do governador AgneloQueiroz o texto do projeto que cria oRegime Jurídico Único dos Servidores doDF. A entrega foi feita durante solenida<strong>de</strong>no dia 14 <strong>de</strong> <strong>se</strong>tembro, no Palácio doBuriti. O projeto unifica em uma única leimais <strong>de</strong> 50 já existentes e normatiza avida funcional dos <strong>se</strong>rvidores públicos <strong>de</strong>Brasília. O objetivo é que o Regime <strong>se</strong>ja,na verda<strong>de</strong>, o estatuto que vai normatizaros direitos e <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> todos os <strong>se</strong>rvidores.O governador <strong>de</strong>u <strong>de</strong>z dias paraque os sindicatos apre<strong>se</strong>ntem suas crítica<strong>se</strong> sugestões. De pos<strong>se</strong> do documento,o Sinpro já acionou <strong>se</strong>u <strong>de</strong>partamentojurídico para analisar a proposta com aas<strong>se</strong>ssoria dos advogados e <strong>de</strong> técnicosdo DIEESE e emitir nos próximos diasum posicionamento sobre a proposta dogoverno. “A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> unificar a legislaçãoque trata dos <strong>se</strong>rvidores públicos do DF, aprincípio, é interessante, mas tem <strong>de</strong> <strong>se</strong>ranalisada com muito cuidado para evitara retirada <strong>de</strong> direitos”, analisou o diretorWashington Dourado.Setembro <strong>de</strong> 201113

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