12.07.2015 Views

Número 11 - Escola Profissional Gustave Eiffel

Número 11 - Escola Profissional Gustave Eiffel

Número 11 - Escola Profissional Gustave Eiffel

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ficha TécnicaDirectorAugusto Ferreira GuedesDirectora AdjuntaRosa Maria dos Santos MosaColaboradores neste número:Alcinda MatosMónica Filipa GomesAlexandre MaiaNuno MarocoAna CorreiaPatrícia OliveiraCarla MartinsPedro BrásCarlos SimõesPedro RodriguesEduardo PintoPorfírio SilvaHugo DeodatoRute MachadoMargarida MarquesRute MendonçaMaria de Fátima Roldão Susana FonsecaMécio AfonsecaOs artigos publicados nesta revistasão da responsabilidade dos seus autoresCopy Desk António LimaDesign Gráfico e Layout – Informaster, Lda.Conselho RedactorialAdelino SerrasCristina CorreiaCristina MarquesIrene GuedesLuís CarvalhoPedro RodriguesPorfírio SilvaImpressão Rolo & Filhos II, S.A.Periodicidade SemestralTiragem 2500 exemplaresDepósito Legal: 205651/04PropriedadeCooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> CRLSede - Rua Elias Garcia, 29 - Venda Nova2700-312 AmadoraTel.: 214 996 440Fax: 214 996 449e-mail: direccao@gustaveeiffel.ptISSN 1645-9<strong>11</strong>3Distribuição gratuita aos membros da Cooptécnica<strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>Índice1 Editorial2 Turmas em funcionamento no Ano Lectivo 2009-20103 EntrevistaLuís CapuchaPresidente da Agência Nacional para a QualificaçãoFormação9 Aprender Compensa<strong>11</strong> Centro Novas Oportunidades <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>13 Educação/Formação na União Europeia14 Técnico de Protecção CivilEnsino <strong>Profissional</strong>16 Técnico de Construção Civil17 Testemunho dos coordenadores do Curso de Técnicode Construção Civil18 Testemunho de alunos do Curso de Técnicode Construção Civil19 Teixeira Duarte, Engenharia e Construções SA – empresaacolhedora de estágios20 <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> – Uma <strong>Escola</strong> em Movimento22 O Modelo Inovador das <strong>Escola</strong>s ProfissionaisA Nossa <strong>Escola</strong> – Ensinar e Aprender25 <strong>Escola</strong> e Profissão30 Cursos de Educação e Formação de Adultos31 Formação Modular Certificada32 Mécio Dinarco Afonseca – ex - alunoNotícias33 <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> da Aprodaz34 <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> participa no Robocup 200935 Comenius SOS Earth36 <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> representou Portugalna maior Feira de Ciência dos EUAOpinião38 O País somos nósInternet39 www.bananatrips.pt - Banana Tripswww.bidrivals.com.pt - BidRivalsLivros40 Código Regulamentar <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>, Higiene e Segurança noTrabalho , Matemática Aplicada T2 e Matemática Aplicada T341 Oferta FormativaVenda ao público 2 €


EDITORIAL 120 ANOS DESERVIÇO PÚBLICOUm futuro melhor faz-se com aelevação do nível de formaçãoescolar dos portuguesesPorque acreditamos no futuro, e porque estamos convictosque esse futuro só será melhor se ocorrer a elevação donível de formação académica e profissional dos portugueses,participamos activamente no processo de Reconhecimento,Validação e Certificação de Competência e noutrasmodalidades de formação tais como: o Sistema de Aprendizagem,os Cursos de Educação e Formação de Adultos, asFormações Modulares, a Formação de Formadores e, ainda,na Formação de Motoristas de Táxi, entre outras.Vinte anos passados sobre a criação da <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong><strong>Eiffel</strong> (EPGE), sentimo-nos como crianças que recebemuma prenda. De facto, coincidente com a efeméride que oEnsino <strong>Profissional</strong> assinalou neste mês de Outubro, recebemosduas notícias muito reconfortantes: o anúncio da extensãodo ensino obrigatório a 12 anos e a confirmação de existiremhoje, em Portugal, mais de 50% de alunos a frequentar cursosprofissionais, da rede de educação pública e privada.Para este patamar que agora atingimos, temos correspondidoem conformidade, procurando a todo o momento responder aosvários e imensos desafios que nos vão surgindo pela frente.A EPGE acolhe actualmente um total de quase 1900 alunos (1449do Ensino <strong>Profissional</strong> e 443 alunos dos Cursos de Educação Formação),numa actividade diária muito intensa nas escolas deArruda dos Vinhos, Entroncamento, Lisboa (Lumiar), Amadora(Venteira e Venda Nova) e em parceria com o Externato AlexandreHerculano – Sociedade de Ensino Studium e com a <strong>Escola</strong>Intercultural das Profissões e do Desporto da Amadora.Para além destas parcerias, a Cooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>, proprietáriada EPGE, tem vindo a contribuir, com a sua experiência,para o desenvolvimento de outras instituições, designadamenteatravés de participações no Instituto de TecnologiasNáuticas, na <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> Alda Brandão de Vasconcelos,na <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> da Nazaré e também na Associaçãopara a Promoção do Desenvolvimento dos Açores.A nível internacional desenvolvemos a nossa actividade emCabo Verde e Angola, onde participamos na <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong>do Sal e na <strong>Escola</strong> Politécnica do Huambo, respectivamente,com elevado sucesso.Estes primeiros 20 anos de actividade foram muito gratificantese queremos, por isso, continuar a dar o nosso contributo no sentidode ajudar o nosso país a ser mais competitivo e inovador.Porque estamos em tempo de comemoração de efemérides,mais uma vez reitero o meu agradecimento a todosos nossos colaboradores, de professores a funcionários,pelo esforço e empenho que têm dedicado através doseu trabalho sem o qual não seria possível alcançar osresultados positivos de que nos orgulhamos e que sãoreconhecidos pela sociedade em que nos inserimos.Desde a sua fundação e com dados recolhidos da base de dadosdo nosso Sistema Informático (disponível desde 1992), a EPGEteve mais de <strong>11</strong>304 pessoas inscritas em todas as acções de formaçãoe actividades desenvolvidas. Olhando para este númeroapercebemo-nos de que a nossa responsabilidade social é maior,a cada dia que passa e maior e mais séria, ainda, para o futuro!Por esse motivo continuo a apelar a todos os nossos colaboradores,para que exerçam as suas funções com grande apego edeterminação de modo que, juntos, possamos melhorar, cadavez mais, a qualidade dos serviços que prestamos à comunidade,uma vez que a EPGE, hoje, faz parte de um númerocrescente de famílias que ajudou a progredir.É este o meu desejo sincero.Augusto GuedesEngenheiro Técnico CivilLicenciado em Higiene e SegurançaPresidente da Cooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>


2Turmas em funcionamento no Ano Lectivo 2009/2010Pólo/<strong>Escola</strong> Curso TipoN.ºTurmasN.ºAlunosTécnico de Design EP 3 57Animador Sociocultural EP 3 58Técnico de Energias Renováveis EP 2 39Técnico de Multimédia EP 5 88Amadora Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos EP 6 123(Venda Nova) Técnico de Electrónica Automação e Comando EP 3 52Técnico de Mecatrónica EP 2 32Técnico de Apoio à Infância EP 4 73Práticas de Acção Educativa (Tipo 2) CEF 1 13Instalação e Reparação de Computadores (Tipo 2) CEF 1 18Técnico de Comunicação - Marketing, Relações Públicas e Publicidade EP 2 44AmadoraTécnico de Gestão EP 5 82(Venteira)Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos EP 7 129Instalação e Reparação de Computadores (Tipo 2) CEF 1 13Instalação e Reparação de Computadores (Tipo 3) CEF 1 14Práticas Técnico Comerciais (Tipo 3) CEF 1 15Amadora II Práticas Técnico Comerciais (Tipo 2) CEF 1 14Práticas de Acção Educativa (Tipo 3) CEF 1 14Práticas de Acção Educativa (Tipo 2) CEF 2 22Técnico de Construção Civil EP 2 21Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos EP 2 34Técnico de Electrónica Automação e Computadores EP 1 10Animador Sociocultural EP 1 14Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente EP 3 60Entroncamento Técnico de Protecção Civil EP 1 18Técnico de Apoio à Infância EP 1 20Instalação e Reparação de Computadores (Tipo 2) CEF 3 35Instalação e Reparação de Computadores (Tipo 3) CEF 1 14Práticas Técnico Comerciais (Tipo 2) CEF 1 15Práticas de Acção Educativa (Tipo 2) CEF 1 9Técnico de Construção Civil EP 5 102Técnico de Apoio à Infância EP 7 131Lisboa (Lumiar) Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente EP 4 68Técnico de Protecção Civil EP 1 18Técnico de Comunicação - Marketing, Relações Públicas e Publicidade EP 4 84Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos EP 2 40Animador Sociocultural EP 2 37Arruda dos Vinhos Técnico de Multimédia EP 1 15Instalação e Reparação de Computadores (Tipo 2) CEF 2 28Práticas de Acção educativa (Tipo 2) CEF 1 14<strong>Escola</strong> Intercultural dasProfissõese do Desportoda Amadora*Externato AlexandreHerculano*(Amadora – Venteira)EP – Ensino <strong>Profissional</strong>*Formação em parceriaPráticas de Acção Educativa (Tipo 2) CEF 1 19Instalação e Reparação de Computadores (Tipo 2) CEF 1 20Práticas Técnico Comerciais (Tipo 2) CEF 1 9Electricista de Instalações (Tipo 2) CEF 1 17Instalação e Reparação de Computadores (Tipo 2) CEF 3 45Práticas Administrativas (Tipo 2) CEF 1 16Práticas Administrativas (Tipo 3) CEF 1 10Práticas de Acção Educativa (Tipo 2) CEF 1 18Práticas de Acção Educativa (Tipo 3) CEF 1 <strong>11</strong>Instalação e Operação de Sistemas Informáticos (Tipo 2) CEF 2 29Instalação e Operação de Sistemas Informáticos (Tipo 3) CEF 1 <strong>11</strong>TOTAIS <strong>11</strong>1 1892CEF – Cursos de Educação e Formação


ENTREVISTA 3Luís CapuchaPresidente da Agência Nacional para a QualificaçãoLuís Manuel Antunes Capucha, 51 anos, é Doutorado emSociologia do Desenvolvimento e professor no ISCTE, ondelecciona desde 1987. É, desde 1 de Setembro de 2008, Presidenteda Agência Nacional para a Qualificação, ANQ-IP.Entre 1997 e 1999 foi adjunto do Coordenador Nacionaldo Projecto Vida e entre 1999 e 2002 foi Director-Geraldo Departamento de Estudos, Prospectiva e Planeamento,do Ministério do Trabalho e da Solidariedade, CoordenadorNacional do Plano Nacional de Emprego, membro doComité de Emprego da União Europeia e membro do ConselhoEconómico e Social. Foi Director-Geral da Direcção-Geralde Inovação e de Desenvolvimento Curricular, do Ministérioda Educação, entre Maio de 2006 e Agosto de 2008.Coordenou ou participou em treze projectos de avaliaçãode programas e políticas sociais de educação/formação ede desenvolvimento social de nível nacional e transnacionale na avaliação de dezassete iniciativas de desenvolvimentolocal. Fez parte de equipas responsáveis por seteprojectos de pesquisa internacionais e vinte e um nacionais,na qualidade de coordenador ou de membro dasequipas de investigadores.É autor, co-autor e coordenador de livros, capítulos delivros, artigos em revistas científicas e textos publicadosem actas de colóquios e congressos científicos editadosno estrangeiro (Espanha, França, Alemanha, Itália, Gréciae Reino Unido) e em Portugal, num total de cento e trintatítulos.É ainda autor de cento e quarenta comunicações em congressoscientíficos, seminários e outras sessões de debateem Portugal e de cinquenta e cinco comunicações em reuniõescientíficas em países como a Polónia, Itália, Irlanda,Bélgica, Brasil, Canadá, Espanha, França, Alemanha, ReinoUnido e EUA.Tem sido e continua a ser, na qualidade de voluntário,membro activo e dirigente de grande número de associaçõesde carácter profissional e também de carácter cultural,desportivo e recreativo.


4 ENTREVISTACom o regime de alargamento da escolaridade obrigatóriapara 12 anos e a idade de 18 anos, como deverãoos jovens ser incentivados a permanecer na escola,considerando que muitos anseiam pela integração nomercado de trabalho?A entrada no mundo do trabalho com qualificações inferioresao secundário não é benéfica nem para as empresasnem para os jovens. A prioridade é, portanto, criar ascondições para que todos os nossos alunos possam concluiro secundário. Se pretenderem entrar imediatamenteapós essa conclusão no mercado de emprego, a melhoropção que se lhes pode oferecer é a conclusão de uma viavocacional de ensino (Cursos Profissionais, Cursos de Educação-Formaçãoou Sistema de Aprendizagem).O actual Código do Trabalho possui já uma “cláusula” queobriga os empregadores de jovens com menos de 18 anosa facilitar a participação em acções de educação e/ou formação,que é obrigatória. Assim, não sendo condenável oexercício de uma actividade profissional em acumulaçãocom o estudo e a formação, já o é, principalmente entreos menores de idade, a primeira prejudique a frequênciada segunda. A flexibilidade das condições de trabalhoe das ofertas de educação-formação, de modo a compatibilizaro trabalho com a qualificação, é neste domínioimprescindível.As formas de incentivo para que os jovens prossigam osestudos ou a formação são várias e não cabe nesta respostareferi-las detalhadamente. Mas podem-se elencar algumasprioridades. A primeira tem a ver com a informação e aorientação. Os jovens e as suas famílias precisam de saberA diferença entre possuirou não qualificações elevadasé enorme, em todos os domíniosda vida individual e colectiva,pois Portugal é dos paísesem que os diplomas escolarese profissionais mais recompensamquem os possui.quais as consequências para si próprios, para os seus futurosempregadores e para o país da opção que tomarem.A diferença entre possuir ou não qualificações elevadas éenorme, em todos os domínios da vida individual e colectiva,pois Portugal é dos países em que os diplomas escolarese profissionais mais recompensam quem os possui.Depois é preciso que essa informação crie maior visibilidadeacerca do mundo do trabalho, das empresas e dasprofissões, sobre a sua variedade e sobre as vantagens decada uma, para que os jovens possam fazer escolhas maisinformadas sobre o que desejam ser no futuro e sobrea oferta de percursos educativos-formativos hoje em diaacessíveis para atingir os objectivos escolhidos.Claro está que melhores escolas, com edifícios e instalaçõesmais adequadas às diversas actividades e projectosque nelas se desenrolam; com mais e melhor equipamentopara as diversas vias de ensino; com condições pedagógicascentradas nos alunos e nas suas necessidades; com promoçãode relações empáticas entre educadores e educandos,formadores e aprendizes, profissionais e jovens, sãooutras tantas condições importantíssimas. <strong>Escola</strong>s abertasao meio e capazes de cooperar com diversos parceiros,incluindo empregadores, autarquias, associações, organismospúblicos e famílias.Por fim, gostaria de salientar o papel que pode desempenharo apoio económico às famílias e aos jovens. Os jovensnão abandonam, nem abandonavam antes, as escolas pornão gostarem delas. Era principalmente porque a escola nãofornecia um serviço adequado se não a uma parte dos seusalunos, seleccionando os que tinham condições para prosseguirestudos para o ensino superior. E também porque entreum projecto escolar com poucas probabilidades de sucessoe a entrada precoce no mundo do trabalho, num contextode forte escassez de recursos e meios, o abandono pareciaser uma solução plausível. Assim, se as famílias de menoresrecursos forem apoiadas financeiramente e se a escolaoferecer um serviço que permita motivar todos os alunos,o abandono pode ser drasticamente reduzido.Sendo o abandono escolar dos jovens muito elevado,quais as estratégias a adoptar pela ANQ para alteraresta situação?A ANQ não pode responder sozinha a todas as medidasacima referidas. O seu papel é porém muito relevante.Nomeadamente porque é responsável pela diversificaçãoda oferta de percursos de educação-formação, pela promoçãoda procura dessas vias, pela valorização do trabalhoe dos percursos qualificantes, pela regulação e desenvolvimentoda rede de oferta e pela promoção contínua


ENTREVISTA 5da qualidade e do prestígio dos cursos de dupla certificaçãopara jovens.Está prevista a continuação dos programas de Educaçãoe Formação de Adultos e de Formação <strong>Profissional</strong> comoforma de trazer para o sistema educativo, os indivíduosque se encontram inseridos no mercado de trabalho?Não há memória na sociedade portuguesa de nada quesequer se aproxime do que se tem passado nos últimosanos em termos de educação e formação de adultos. Pertode 950.000 adultos passaram pelos Centros Novas Oportunidades,por Cursos de Educação e Formação de Adultos eoutras modalidades de conclusão do secundário. Foram jámais de 300.000 os que obtiveram uma certificação de nívelbásico ou secundário. É certo que o ensino recorrente temvisto diminuir a frequência, mas os ganhos são extraordinários.Os aspectos mais valorizados pelas centenas de milharesde adultos são o “regresso à escola”, a “auto-estima”, osentimento de que estão a aprender e a valorizar-se peloseu esforço, corrigindo uma lacuna de que não são responsáveis.Valoriza-se, pois, mais os valores intrínsecos da aprendizagemdo que as recompensas extrínsecas que dela podemadvir. Olhando, então, simultaneamente, para a emergênciade um verdadeiro movimento social de massas de procurade qualificações e para a valorização da escola e do saber,então concluímos que, ao contrário do que muitos pensavame diziam, o problema dos portugueses não era o de rejeitarema escola e serem refractários em relação ao conhecimento.O problema era o de não terem tido condições paraestudar quando eram jovens e o das respostas tradicionaisserem completamente desadequadas, pedagógica e organizacionalmente,em relação aos modos de aprendizagem e àsnecessidades da população adulta. Neste quadro, as respostasque foram lançadas, como a diversificação de ofertas, aformatação dessa oferta em relação aos métodos aconselháveisem educação de adultos, a capilaridade e proximidadedos serviços, a afirmação do conceito da dupla qualificação,a progressão geométrica da escala de intervenção, a centralidadepolítica conferida a este segmento do sistema e a significânciados meios humanos, institucionais, organizativos eoutros, investidos, deverão continuar activas.…se as famílias de menoresrecursos forem apoiadasfinanceiramente e se a escolaoferecer um serviço que permitamotivar todos os alunos,o abandono pode serdrasticamente reduzido.Entretanto, enquanto se afinam e reajustam procedimentose práticas e se procura cumprir objectivos para abrangera totalidade da população potencial (uma parte significativados 2.500.000 activos sem o ensino básico e os3.500.000 sem o secundário), há que preparar uma peçaimportantíssima do sistema, os Centros Novas Oportunidades,para completarem o seu papel, digamos assim, nodomínio da formação inicial e iniciarem tarefas que cadavez mais alimentem a entrada em percursos de aprendizagemao longo da vida por parte de todos aqueles que,agora, já perceberam que esse é o caminho a seguir.Que avaliação faz dos Centros Novas Oportunidades?Existem actualmente 450 Centros Novas Oportunidadesem todo o país. Brevemente serão mais de 500. <strong>Escola</strong>sPúblicas, <strong>Escola</strong>s Privadas, <strong>Escola</strong>s Profissionais, Instituiçõesde Ensino Superior, Centros de Formação, CâmarasMunicipais, Associações Empresariais, Associações deDesenvolvimento e empresas são promotoras desses Centros.Por isso se pode dizer que a Iniciativa Novas Oportunidades,foi apropriada por diversos agentes que são parceirosnesta pequena revolução que está em curso no país.O trabalho que desenvolve, em termos gerais (é semprepossível progredir e isso é claramente visível no dia a diados Centros), é de grande qualidade, empenho e seriedade.As equipas são relativamente jovens, mas muito motivadase envolvidas. As centenas de milhares de adultos que comelas trabalharam dão, a todos os momentos, os melhorestestemunhos desta realidade.Que papel ocupa a ANQ no actual contexto do sistemaeducativo? Que acções significativas vão ser realizadase a quem se dirigem?A ANQ é um Instituto Público com dupla tutela do Ministérioda Educação e do Ministério do Trabalho e da SolidariedadeSocial.Constitui missão da ANQ coordenar a execução da políticade educação e formação de adultos e dinamizar a políticade educação e formação de dupla certificação de jovenscoordenando, em termos programáticos, a Iniciativa NovasOportunidades.


6 ENTREVISTANeste contexto, assegurar o desenvolvimento do sistemanacional de reconhecimento, validação e certificação decompetência, a valorização das intervenções da RedeNacional de Centros Novas Oportunidades e a regulaçãoe acompanhamento das ofertas de educação e formaçãode dupla certificação de nível não superior, para jovense adultos, são atribuições prioritárias da ANQ – AgênciaNacional para a Qualificação.As intervenções da ANQ têm como destinatários finaisjovens e adultos à procura de um percurso de qualificação,escolar e/ou profissional, de nível não superior. OsCentros Novas Oportunidades, as entidades promotoras decursos EFA, os estabelecimentos de ensino básico e secundáriocom ofertas de dupla certificação (incluindo as escolasdo ensino artístico especializado), os Centros de Formaçãoe Reabilitação <strong>Profissional</strong> de Gestão Directa e deGestão Participada do IEFP, os estabelecimentos de ensinoparticular e cooperativo, as escolas profissionais, as entidadesformadoras certificadas e as instituições de ensinosuperior (nos termos da legislação que lhes é aplicável),constituem-se, enquanto entidades do Sistema Nacionalde Qualificações, como beneficiários das intervenções daANQ. A esta ampla rede a ANQ presta serviços de:Construção e disponibilização de instrumentos de análise,regulação e acompanhamento da rede de ofertasde educação e formação de dupla certificação (jovens eadultos);A ANQ é responsável peladiversificação da ofertade percursos de educaçãoformação,pela promoçãoda procura dessas vias, pelavalorização do trabalhoe dos percursos qualificantes,pela regulação e desenvolvimentoda rede de oferta e pela promoçãocontínua da qualidadee do prestígio dos cursos de duplacertificação para jovens.Coordenação da rede de Centros Novas Oportunidades edo seu funcionamento;Apoio às entidades do Sistema Nacional de Qualificaçãono desenvolvimento de ofertas educativas e formativas,através do desenvolvimento de referenciais e orientaçõesmetodológicas e instrumentais;Disponibilização de informação aos públicos da IniciativaNovas Oportunidades e aos operadores e agentes de educaçãoe formação;Desenvolvimento do Sistema Nacional de Reconhecimento,Validação e Certificação de Competências através, nomeadamente,da formação de agentes, da concepção de instrumentose do apoio técnico à sua operacionalização;Desenvolvimento e actualização do Catálogo Nacional deQualificações, no quadro de uma estreita articulação comas orientações e instrumentos nacionais e comunitários.No imediato, a ANQ está a trabalhar, entre outras coisas,no alargamento da rede de Centros Novas Oportunidadese no concurso para o financiamento para os anos de 2010 e20<strong>11</strong>; no acompanhamento do processo de crescimento daoferta de cursos de dupla certificação para jovens; na promoçãoda qualidade no trabalho dos Centros Novas Oportunidades,tanto em termos de processos de RVCC, comoem termos de gestão dos percursos dos alunos adultos edo encaminhamento para as ofertas de educação-formação;no apoio a todo o sistema no sentido de manter a dinâmicade procura massiva de educação e formação; na estimulaçãoda procura, com um enfoque particular na valorizaçãodo sistema de educação de adultos e de informação eorientação dos jovens, de modo a promover a informaçãosobre o mundo do trabalho e das profissões e as vias paraa elas aceder; no alargamento das parcerias que fazem jáda Iniciativa Novas Oportunidades um programa assumidopor uma grande diversidade de agentes; no alargamentodas profissões do Catálogo Nacional de Qualificações e naimplementação do funcionamento dos Conselhos Sectoriaiscujo funcionamento se associa ao Catálogo.Elevado abandono e insucesso escolar, formação equalificação abaixo da média europeia são algumasdas dificuldades com que se depara o nosso sistemaeducativo. Quais deverão ser as estratégias a adoptar,para combater esta situação?De facto, entre 1995 e 2006 praticamente todos os indicadoresde educação se mantiveram inalterados. A taxa decobertura escolar atingiu nessa altura toda a população das


ENTREVISTA 7gerações até aos 14 anos, mas só a partir de 2006 a taxa decobertura cresceu, até abranger as de 15 anos e a quase totalidadeda de 16 anos. Também a cobertura aos 17 conheceuum progresso significativo, permanecendo o défice aos 18anos. Por outro lado, a taxa de abandono escolar precoce(jovens entre os 18 e os 24 anos que não completaram oensino secundário e não estão em educação ou formação)apenas conheceu uma diminuição muito ténue. Nos níveisinferiores, as taxas de retenção e abandono também decresceram,mas ainda não se atingiram valores próximos da conclusãouniversal da escolaridade obrigatória. Só nos últimostrês anos Portugal conheceu valores médios de frequênciade cursos de dupla certificação próximos dos padrõeseuropeus. Assim, os défices de qualificação geral da população,em vez de diminuírem, permaneciam bastante estáveis,dada a entrada de milhares de jovens, todos os anos,no mercado de trabalho, sem as qualificações mínimas exigíveispara uma participação de qualidade na economia ena sociedade dos nossos dias.Não se trata, simplesmente,de criar cursos profissionaisou de educação-formaçãopara os alunos em desvantagemsocial e cultural. Trata-sede alargar e qualificar as ofertas,valorizando as diversas viase colocando-as no mesmopatamar de dignidadee de relevância.Para combater o insucesso escolar é preciso compreenderas suas causas. Elas são variadas e complexas. Estão relacionadascom a desvantagem dos alunos de meios desfavorecidosface a uma escola que tendia a valorizar apenaspadrões de cultura que elas tinham dificuldade em descodificarsem um esforço e apoio especial; com a atracçãoque os segmentos do mercado de trabalho pouco qualificadosexerce sobre os jovens das famílias de menoresrecursos; com realidades várias, associadas ao funcionamentode uma escola selectiva, na qual, durante muitotempo, não se investiu nem em equipamentos e tecnologias,nem em instalações, com currículos demasiado rígidos;com a existência de dificuldades particulares de certosgrupos e comunidades particularmente problemáticas;com a organização escolar centrada não nos alunos masnoutros interesses; com a baixa frequência do ensino préescolar;com a inexistência de sistemas de detecção precocedo risco de insucesso – que tende a repetir-se – ecom a debilidade dos programas de apoio aos alunos emrisco, para enunciar apenas alguns tópicos.Os programas de requalificação da rede escolar e de investimentoem equipamentos e infra-estruturas; a criação decondições para a existência de lideranças fortes nas escolase de mecanismos de cooperação entre agentes de ensino;os ajustamentos curriculares; a aposta no apoio às iniciativasdas escolas no campo das aprendizagens-chave emtodos os níveis de ensino; a disponibilização de meios e oapoio aos projectos das escolas para o acompanhamentodos alunos em maior risco de insucesso e retenção; o enriquecimentocurricular no primeiro ciclo, são algumas dasmedidas que têm vindo a ser tomadas.Porém, talvez que a maior das mudanças passe pela profundatransformação dos projectos educativos das escolas,como há muito se aconselhava, no sentido da diversificaçãoda oferta. Não se trata, simplesmente, de criar cursosprofissionais ou de educação-formação para os alunos emdesvantagem social e cultural. Trata-se de alargar e qualificaras ofertas, valorizando as diversas vias e colocando-asno mesmo patamar de dignidade e de relevância.Nos últimos anos, o Governo tem apostado nas formaçõesprofissionalizantes como forma de responder àsnecessidades do País e, consequentemente, diminuir oinsucesso e abandonos escolares. Neste contexto, quepapel têm as <strong>Escola</strong>s Profissionais?As <strong>Escola</strong>s Profissionais, nas quais nasceu e se manteve omodelo dos cursos profissionais agora presente em quasetodas as escolas secundárias são, do ponto de vista do sistemade ofertas, determinantes, na medida em que sãoparceiros decisivos no esforço que todos têm de fazer afavor das qualificações dos nossos jovens. Não apenas paracombater o abandono, porque essa é uma tarefa de todosem todas as vias de ensino. A diversidade de promotoresé um bem do nosso sistema de ensino que deve sercultivado.Passada que está a etapa de maior adesão ao processode Reconhecimento, Validação e Certificaçãode Competências (RVCC), qual é a sua opinião quantoàs expectativas e motivações dos adultos em rela-


8 ENTREVISTAção ao aumento do período de tempo necessário àconcretização da etapa seguinte, em que a continuaçãoda prossecução dos objectivos de aumentar osníveis de escolaridade e de qualificação profissionalpassará, necessariamente, na maior parte dos casos,por formação formal com vista à obtenção de novascompetências? Será que, a curto prazo, se poderãoperspectivar muitas desistências nestes percursos deformação, nomeadamente dos adultos que se encontramempregados?Não é verdade que tenha passado a etapa de maior adesãoao processo de Reconhecimento, Validação e Certificaçãode Competências. As inscrições nos Centros NovasOportunidades têm crescido este ano a um ritmo muitosuperior aos anos anteriores, provando que os portuguesesexigem condições para se qualificarem e melhoraremas suas competências, gostam de aprender e gostam daescola, desde que esta ofereça as respostas adequadas.Como vimos, são já cerca de 950.000 os inscritos, a maioriados quais são encaminhados para processos de RVCC.São, sem dúvida, muitas pessoas. Mas ainda há muitas maisque não deram o primeiro passo e, à medida que o movimentocresce, cresce a motivação dos que já participarame o interesse dos que ainda não o fizeram. Os processos deRVCC implicam um diagnóstico que permita verificar qualo melhor percurso, em face das competências possuídaspelos adultos, podendo elas ser de nível básico (4.º, 6.º e9.º ano) ou secundário. Normalmente, quem conclui umprocesso de 9.º ano não tem condições para seguir directamentepara um RVCC de nível secundário. Para essaspessoas são, geralmente, mais aconselháveis as restantesmodalidades de conclusão do secundário. Isso pode levaralgumas pessoas a desistir? Mais perigoso, desse ponto devista, seria uma diminuição da qualidade e qualquer facilitaçãoface aos referenciais de competências e ao rigornos processos. É isso que as pessoas rejeitam. A esmagadoramaioria dos alunos adultos dos Centros Novas Oportunidadesficam motivados para prosseguir estudos e paraparticipar em acções de aprendizagem ao longo da vida.Sabem que cada patamar é mais exigente que o anterior,mas estão a revelar-se atentos às enormes vantagens deaceitar novos desafios.Que importância atribui aos Cursos de Educação e Formaçãono actual sistema educativo e que balanço fazdos cursos já concluídos?Os Cursos de Educação e Formação têm vindo a ser crescentementeutilizados por todas as escolas, públicas e privadas,para responder às características e necessidades dealunos menos adaptados a outras modalidades e vias deensino. A sua maior vantagem consiste em fazer com queesses alunos progridam e, muitas vezes, construam umamelhor relação com as escolas e com as restantes ofertas,de prosseguimento de estudos ou, mais ainda, de caráctervocacional.Que papel perspectiva para as <strong>Escola</strong>s Profissionaisprivadas, agora que o ensino profissional sealargou às <strong>Escola</strong>s Públicas? A harmonização dosdois modelos deve fazer-se em colaboração e/oucomplementaridade?Não me parece que existam dois modelos. Existem sim entidadescom níveis de especialização diferente e com estatutotambém diferente. Mas que desenvolvem o mesmomodelo no campo do ensino profissional. São, pois, parceirosque trabalham para o mesmo fim.Que mudanças devem ser feitas no Ensino Secundário,no sentido de preparar os alunos para as alteraçõesque o modelo de Bolonha aplica no Ensino Superior?O Ensino Secundário é fortemente penalizado pelo factodo Ensino Superior utilizar não os seus próprios critérios,mas as notas do secundário, para o acesso às universidadese politécnicos. Isso coloca demasiada pressão noensino secundário e, algumas vezes, retira espaço ao trabalhodirigido à aquisição de competências e à qualidadedas aprendizagens. Dito de outra forma, as mudanças queforem necessárias no ensino secundário devem ser resultantesdos objectivos deste nível de ensino e não das aparentesnecessidades do ensino superior. Digo aparentesporque se este ganha em comodismo no trabalho a fazerpara organizar o acesso, perde depois em termos das competênciasque os alunos, por causa desse facto, por vezesnão desenvolvem. Mas isto nada tem a ver com o Processode Bolonha.O processo de Bolonha tem, a meu ver, uma outra implicação:retira espaço e pertinência aos Cursos de EspecializaçãoTecnológica, reforçando a necessidade de dar prioridadeàs formações de nível 3.Que mensagem gostaria de transmitir a toda a comunidadeescolar e, em particular, à da <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong><strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>?A <strong>Escola</strong> <strong>Eiffel</strong> pode orgulhar-se do trabalho que tem feito, oqual lhe granjeou grande prestígio e gerou muito proveitopara os seus alunos. Faço votos que prossiga no caminho quetraçou e que continue a constituir-se como um bom exemplono sistema de educação-formação português.


FORMAÇÃO 9Aprender CompensaA Cooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> e a <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong>promovem e incentivam a aprendizagem ao longo da vidaA aposta na educação e na formação/qualificação da populaçãoportuguesa tornou-se primordial, como forma demodernizar o país e de colmatar a desvantagem que nossepara dos países mais desenvolvidos.Portugal atravessa, no quadro da União Europeia e na economiaglobal, desafios provenientes das mudanças científicas etecnológicas e das respectivas mutações sociais e profissionais.A prioridade estratégica para Portugal visa um compromissode desenvolvimento onde o crescimento socioeconómicose atinge através da valorização da pessoa, da formação,do conhecimento, da ciência, da tecnologia e da inovação.A realidade deste mundo, recém-chegado ao século XXI,demonstra que as empresas necessitam de pessoas cada vezmais qualificadas, polivalentes, capazes de interagir em situaçõesnovas e em constante mutação. Neste sentido, urgeuma mudança de atitude, quer ao nível da entidade empregadora,através da aposta na contínua qualificação do capitalhumano como um valor acrescentado para a competitividadedo tecido empresarial português, quer ao nível dosseus recursos humanos, mobilizando-os para o desafio daaprendizagem ao longo da vida.As competências de grande parte dos activos portuguesesforam adquiridas pela experiência da vida e do trabalho.No entanto, o novo paradigma da aprendizagem ao longoda vida pretende inovar e construir pessoas competentese empreendedoras, aptas a contribuírem de forma decisivana evolução e competitividade das empresas.Consciente do facto do nosso país apresentar elevados déficesde escolarização e de qualificação, aliado ao baixo nívelde produtividade da economia e ao contínuo abandonoescolar, urge um maior investimento nas pessoas, o maiore mais valioso capital de uma sociedade. Este é o investimentoprioritário da Cooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>: estimularnovas atitudes e posturas, garantir meios de obtençãode ferramentas indutoras de novas competências e conhecimentosque possibilitem o prosseguimento de estudos ouuma integração sócio profissional eficaz e mobilizadora.As tarefas que assumimos têm como finalidade “fazercom que o 12.º ano de escolaridade seja o patamar mínimode escolarização” e “elevar a formação de base dos activos”, investindo numa lógica de assimilação de esforços, disponibilizando,aproveitando e potenciando recursos mas,sobretudo, agindo eficazmente e garantindo soluções deintegração social.É uma aposta numa sociedade de conhecimento, noaumento dos níveis de competência, no desenvolvimentocientífico e tecnológico e no estabelecimento de um processode aprendizagem ao longo da vida, qualificando emelhorando a produtividade da população portuguesa.A inovação que se pretende para o desenvolvimento dopaís prende-se, por um lado, com a implementação denovas metodologias de resposta aos elevados níveis deinsucesso e abandono escolar da população portuguesa,e, por outro lado, a aposta num novo público-alvo da qualificação,nomeadamente, a população activa.Neste sentido, a estratégia de desenvolvimento da Cooptécnica<strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> passa pela contínua aposta na educação/formaçãode jovens e adultos e encontra-se materializadaem quatro eixos, nomeadamente:• Facultar a preparação adequada para o exercício profissionalqualificado;• Contribuir para a melhoria de desempenho e reforçoda empregabilidade dos activos;• Possibilitar soluções potenciadoras de uma aprendizagemde sucesso;• Investir na qualidade dos serviços prestados.


10 FORMAÇÃONuma época em que a aquisição de saberes e competênciasé, necessariamente, um processo permanente que se desenvolveao longo de toda a vida, a Cooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>abre um novo círculo e vai ao encontro da iniciativa NovasOportunidades, ao dar resposta às aspirações individuais dejovens e adultos, de filhos, pais e avós, que através do Ensino<strong>Profissional</strong>, do Sistema de Aprendizagem, da Educação eFormação de Jovens, da Formação e Educação de Adultos,das Formações Modulares e do Processo de Reconhecimento,Validação e Certificação de Competências encontremuma resposta coerente às suas necessidades.Ensino<strong>Profissional</strong>CEF’SSistema deAprendizagemCapitalHumanoO caminho a percorrer passa, por um lado, pela opção desistemas de ensino diversificados e estruturados que desenvolvemas competências necessárias para o exercício de umaprofissão. E passa, por outro lado, pela resposta aos baixosníveis de qualificação da população activa.Este novo paradigma tem como objectivo a permanenteaquisição de saberes e competências e o despertar do espíritocrítico potenciador de uma cidadania participativa, doreforço da inserção e coesão social, de uma elevada motivaçãoe, consequente, melhor empregabilidade.Com a inovação tecnológica o conteúdo qualitativo do trabalhopassa a ser privilegiado, perante uma maior exigência nacapacidade de flexibilidade e de resolução de problemas, natomada de decisões autónomas, capacidade de abstracção,bem como uma maior polivalência. É necessário saber pensarestrategicamente, estar focado no resultado, resolver problemase ser assertivo, versátil e comunicativo, ter desenvoltura,determinação e estar apto ao saber-fazer. Grande partedos activos de Portugal não consegue responder a estas exigências.É a falta de recursos humanos qualificados e a resistênciadestes às mudanças que condicionam o processo dedesenvolvimento, ou seja, a evolução tecnológica não andoude braço dado com os recursos humanos.Neste sentido, tem sido nota dominante a concepção de formaçãoprofissional vinculada na qualidade didáctica, que aRVCCEFA’SFormaçõesModularesObjectivo12º AnoCooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> transmite ao seu público-alvouma progressão curricular e laboral sustentada, consentâneanão só com os padrões de progressão técnica e de evoluçãotecnológica que emergem no universo laboral, mas tambémcom as complexas mutações que se fazem sentir no mercadode trabalho.A Cooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> fomenta uma orgânica de diálogoe interdependência com o mundo empresarial e coma comunidade envolvente, garantindo um caudal de recursosque convergem no aumento da taxa de actividade e nograu de desenvolvimento socio-laboral nas regiões onde seencontra implementada.A promoção da aprendizagem ao longo da vida é tambémum objectivo da Cooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>. Surge assima nobre tarefa, e acima de tudo a grande responsabilidade,de acompanhar as pessoas durante todo o seu desenvolvimentoeducativo e profissional, processo que se desenvolvedurante toda a vida.A Cooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> prosseguindo o seu objectivocomo agente formador, tem estabelecido uma dinâmicade interacção privilegiada com o mercado de trabalho,constituindo um eixo propulsor de uma intervençãointegrada e transversal ao tecido económico-social e àmalha empresarial das regiões em que se encontra implementadae infundindo junto do seu público-alvo uma culturade conhecimento e o espírito de iniciativa, que têmcontribuído para o aumento dos índices de produtividadelocais e um estímulo contínuo para a sempre inacabadademanda da qualidade.A procura constante da qualidade resulta do envolvimentoe pressupõe o compromisso individual de cada elementoconstituinte desta entidade na procura da melhoria contínua.A importância conferida ao capital humano da empresaé potenciadora do aumento da motivação, da criatividade eda produtividade de cada um. A qualidade pode, então, serdefinida como a procura permanente de melhores resultados,com o objectivo de alcançar a excelência na formação.É uma nova realidade que se impõe plena de desafios paraa educação e formação numa sociedade tecnologicamentedesenvolvida. Vive-se em mudança permanente e o capitalhumano deve aproveitar essas mudanças, explorando-asenquanto oportunidades.Patrícia OliveiraDirectora da EPGE do Lumiar, Lisboa


FORMAÇÃO <strong>11</strong>Centro NovasOportunidades<strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>Mais de três anos a pilotarfuturos e oportunidadesEm dois mil e seis disseram-nos para voar. Não havia asas, nemavião, nem pilotos…Entrei num espaço pequeno, quase desprovido de pessoas,desprovido de adultos, habitualmente fechado ao público, edisseram-me: “agora voa...” A minha primeira reacção foi defugir... pensei, impossível voar aqui... neste pequeno espaço...sem pessoas que voassem comigo, de porta fechada... e euapenas com o mapa (experiência na Educação e Formaçãode Adultos), com o complicado manual de instruções(orientações legais e técnico-financeiras), e com a vozinha(Direcção da <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>) nos meus ouvidos: “Agora, voe...É mesmo capaz de voar?” De seguida, uma segunda reacçãoque me fez avançar para o escuro vazio: rodear-me de pessoasque me permitissem voar, de pessoas que pensassem,como eu, que para voar é preciso, acima de tudo, acreditar.Encontrei em dois mil e seis essas pessoas entre as poucasque me foi permitido absorver da <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> (os formadores)e as pouquíssimas que nesse ano me foi permitidorecrutar de fora (os profissionais de RVC e administrativa).Com a pequena equipa de técnicos a tempo inteiro edocentes a tempo parcial, demos as primeiras investidas nonosso pequeno avião e fomos capazes de abrir as portas a 2de Maio e de receber os primeiros passageiros para a nossaviagem inicial no Sistema Nacional de Reconhecimento Validaçãoe Certificação de Competências. Nascia nesse dia, verdadeiramente,o Centro de Reconhecimento, Validação eCertificação de Competências <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>.Em dois mil e seis, os voos eram de curta duração e compoucos passageiros. O destino era rapidamente alcançadopodendo-se escolher apenas entre três: 4.º ano, 6.ºano e 9.º ano.Os passageiros também eram poucos e seleccionados deentre os que acudiam directamente às nossas portas verdeescurasou os que nos eram enviados pelos nossos três primeirosparceiros: o Centro de Emprego da Amadora, o Centrode Emprego de Sintra e a empresa AGSM. Assim, a equipaera também pequena e frequentemente fazia voos individuaiscom os passageiros. Os poucos recursos financeiros daDirecção Geral de Formação Vocacional obrigaram a que aformação dos técnicos fosse principalmente interna, de curtaduração e maioritariamente em autoformação. A pequenaequipa voou, mas também teve tempo para criar e recriar,para ser inovadora, para brincar, para conhecer todos ospotenciais voadores pessoalmente... desse conhecimento edesse convívio nasceram o Centro de Recursos e o EspaçoCriança, para apoiar os passageiros mais carenciados noacesso ao processo de reconhecimento, validação e certificaçãode competências. Nesse ano transportámos noventae um a bom porto, de entre os mais de setecentos que seinscreveram e os mais de quinhentos que iniciaram o voo...mas que não o abandonariam, pois os nossos voos iriam continuarem dois mil e sete com renovada confiança, após termossido rebatizados pelo governo, éramos agora o CentroNovas Oportunidades <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> e iríamos ter em breveum novo, mas importantíssimo destino: o 12.º ano.Em dois mil e sete, a vozinha disse-nos: “Agora voem maisalto...”Rapidamente mudámos de torre de controlo (a AgênciaNacional para a Qualificação), acrescentámos um destinolongíquo e exigente (o 12.º ano) com complicados mapase cartas de navegação (referencial e guia de operacionalização),um apoio inestimável para os passageiros (o Programae-oportunidades) e vários parceiros com muitos eávidos passageiros (Fergrupo, Servilusa, Centro Militar deElectrónica, Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, entremuitos). Assim, foi necessário apostar no alargamento deuma equipa que se queria necessariamente a tempo inteiroe disposta a fazer voos nocturnos, pelo que foram recrutadosdocentes a tempo inteiro para os voos a curta duração(nível básico) e toda uma nova equipa para os voos delonga duração (nível secundário). A nova torre de controloexigiu horas e horas de voos de formação com a equipa delonga duração. Esta equipa também exigiu horas e horas


12 FORMAÇÃOde preparação interna, adequação aos seus novos espaços,aos novos e experientes passageiros. Fizeram-se muitasreuniões, criaram-se muitos instrumentos, testaram-semilhares de metodologias...Enquanto isso, a equipa de curta duração ganhou experiência,torna-se mais rápida e eficaz, mais produtiva... ganhouconfiança e num piscar de olhos duplicou, triplicou, quadruplicouo número de voos, e antes do verão acabar, játinham concluído duzentos e cinquenta voos bem sucedidos,no nível básico.No verão chegámos também a acordo sobre os voos deensaio no nível secundário e escolhemos os primeiros dezpassageiros de entre as muitas centenas de inscritos… estesdez passageiros, com a vontade de nos meses de verãoverem o seu voo concluído, compareciam diariamentedurante várias horas no nosso Centro, contactando oracom este elemento da equipa, ora com aquela e levandomuito trabalho para casa, construíram os primeiros PortefóliosReflexivos de Aprendizagem (PRA), fizeram mais de 30sessões de voo de duas horas, sem nunca desistir...Levámos estes primeiros PRA à torre de controlo, que felizmentenos ajudou a encontrar as coordenadas certas, entreas quais já nos tínhamos perdido... os passageiros aceitaramvoltar à casa de partida e reformular as suas asas paraque pudessem chegar ao seu destino... tudo porque, comonós, acreditaram que o voo era merecido...No Outono, recebemos os responsáveis da torre de controloque transmitiram aos adultos e à equipa renovadasenergias por confiarem no seu sucesso pessoal e profissional.No final do ano, tínhamos levado a bom porto 501adultos, do nível básico, e 10 adultos, do nível secundário.Este último, um número modesto mas revelador de um trabalhode qualidade e compensador em si mesmo: fomosdos primeiros Centros Novas Oportunidades a certificaradultos com o 12.º ano.Em dois mil e oito, não foi preciso a vozinha dizer “Agoravoem com mais passageiros!” pois foi a própria torre de controloa fazer esse pedido. Nós, acreditando sempre que otrabalho que fazemos é válido e importante para todosaqueles que não puderam continuar na escola, não fizemosmais do que arregaçar as mangas e começámos naconstrução de novos e potentes aviões, realizando váriasparcerias para tentar chegar ao maior número de potenciaispassageiros. Ainda assim, arriscámos a inclusão detrês novos destinos no reconhecimento, validação e certificaçãode competências profissionais: Técnico de Obra,Técnico de Medições e Orçamentos e Técnico de Desenhode Construção Civil. Foi necessário recrutar novo pessoalespecializado, engenheiros, para o acompanhamentoe pilotagem destes novos destinos. No entanto, o atrasosucessivo na criação dos mapas (kits de RVCC PRO) impediuque qualquer avião descolasse ainda naquele ano. Assim,dedicámo-nos com todo afinco a dar resposta às milharesde solicitações nos níveis básico e secundário.À semelhança do que acontecera com o nível básico no anoanterior, a equipa de longa duração, ganhando experiência,começou a realizar mais voos bem sucedidos, pelo queas solicitações foram crescendo em todas as nossas frentesde combate, tendo sido frequente tentarmos explicaraos adultos e parceiros que os voos neste Centro não sãooferecidos nem para o Básico nem para o Secundário, poisqualquer passageiro terá de trabalhar individualmente nasua própria viagem, criando o seu próprio Portefólio.Revelou-se necessário o redimensionamento dos locaisde intervenção, da equipa do Centro, das parcerias, dasmetodologias aplicadas e foi criado o segundo CentroNovas Oportunidades <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>, em funcionamentono Entroncamento.O trabalho de ambos os Centros <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> foi reconhecidopelas mais altas instâncias, mas o reconhecimentoque fica para qualquer membro desta equipa éa cara de felicidade dos “nossos” adultos nos dias emque entregamos diplomas e certificados, símbolos deum sonho que na juventude ficou por realizar.Não baixámos os braços, e no final do ano tínhamos realizado502 voos de nível básico e 350 de nível secundário.Ainda assim, a torre de controlo pediu mais e melhorpara o ano seguinte e nós não fizemos mais do que darum passo em frente e aceitar o desafio, pois para certificarmosem qualidade todos aqueles que precisam, não devemosdeixar que as metas nos assustem ou envergonhemmas, devemos sim, saber conciliar a qualidade com o marde pessoas que nos procuram todos os dias, não só nestecentro, como em todos os outros.Em dois mil e nove temos esse desafio pela frente…Voar com mais passageiros, garantindo a qualidadee razoabilidade de cada voo de forma a não enganaros adultos nem atropelar o Sistema Nacional deReconhecimento, Validação e Certificação de Competências.A <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> tem de continuar a ser umamarca de confiança.Rute MendonçaDirectora do CNO <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> da Amadora


FORMAÇÃO 13A Educação / Formação na Agenda EuropeiaCimeira dos CidadãosCidadãos europeus analisam com os decisores políticos da UniãoEuropeia as suas preocupações, expectativas e recomendaçõesE foi com estas recomendações que os Portugueses escolhidosno contexto daquele debate nacional integraram ogrupo dos 150 cidadãos que participaram naquela cimeira,com decisores políticos europeus. As recomendações políticasque foram discutidas na Cimeira dos Cidadãos em Bruxelassão, portanto, o fruto de um processo de selecção iniciadopelos 1 600 cidadãos que participaram em debatesnacionais nos 27 Estados-Membros para elegerem as suas15 prioridades principaisMargarida Marques - Chefe da Representação da Comissão Europeia em PortugalVou deter-me sobre a Cimeira dos Cidadãos, que reuniuno dia <strong>11</strong> de Maio em Bruxelas cidadãos dos 27 EstadosMembros da União Europeia. 150 Cidadãos europeus discutirama União Europeia com os decisores políticos europeus:as suas preocupações, as suas expectativas, as suasrecomendações.Esta cimeira foi antecedida de debates nacionais em todosos países e debates on-line. Em Portugal, o ponto alto destedebate “Consulta aos Cidadãos Europeus 2009” decorreu nofinal do mês de Março, quando 50 cidadãos portugueses(as)escolhidos, seguindo os mesmo critérios dos restantes estadosmembros, representando os grupos sociais, etários, profissionais…existentes em Portugal, realizaram uma reflexãoprofunda sobre os principais desafios com que a EU é confrontada.E este debate conduziu a Recomendações.As recomendações finais incluem apelos às instituiçõeseuropeias para que adoptem medidas de carácter abrangenteque reforcem a economia europeia, que instituamuma supervisão mais rigorosa dos mercados financeiros,uma concentração das despesas na investigação e na inovaçãoe fomentem um investimento crescente em energiasustentável. Outras questões como o combate à pobreza,a promoção de um maior equilíbrio entre a vida profissionale a vida privada e a adopção de medidas no domínioda educação estiveram em cima da mesa. E é sobre estasúltimas que gostaria de me debruçar.Os cidadãos portugueses participantes formalmente nodebate nacional propuseram, no que à educação diz respeito,as suas recomendações: “Todos os responsáveis depolítica educativa dos Estados-membros devem fomentaro conceito de Identidade Europeia, recorrendo à criaçãode um projecto piloto, a partir do 5.º ano de escolaridade,com um tronco comum, incluindo currículos como Cidadaniae Educação Financeira nas disciplinas existentes.Para tal, atribuir-se-ia uma maior fatia do actual orçamentocomunitário na melhoria da qualidade da Educaçãode acordo com a Agenda de Lisboa”.Todos temos consciência de que a participação dos cidadãosé um instrumento vital para a democracia. É um instrumentopolítico para o futuro; uma parte dinâmica e necessária dademocracia do século XXI. A escola tem uma contribuiçãoimportantíssima a dar.


14 FORMAÇÃOTécnico deProtecção CivilUma Nova Área de FormaçãoTécnico qualificado que desenvolve actividades deprevenção de riscos colectivos inerentes a situaçõesde acidente grave ou catástrofe e participa no planeamentode actividades de atenuação dos seus efeitos,de protecção, socorro e assistência às pessoas ebens em perigoUm dos objectivos que conduziu à criação da Cooptécnica<strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> – proporcionar o desenvolvimento decompetências pessoais e profissionais para o exercício deuma profissão, de acordo com as necessidades de trabalholocais e regionais - continua a ser um “farol” cada vezque avaliamos o desempenho, no presente, e preparamosactividades futuras.Neste âmbito, e respondendo ao contexto evolutivo dasorganizações, às novas exigências e solicitações em matériade segurança na protecção civil, tanto ao nível da fiscalização,como ao nível da gestão do socorro e limitaçãode danos e riscos, a Cooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> efectiva asua aposta no desenvolvimento do curso de Técnico deProtecção Civil nas EPGE de Lisboa, Lumiar, do Entroncamentoe na participada <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> Alda Brandãode Vasconcelos em Colares, Sintra.Este curso surge na sequência da experiência adquiridano desenvolvimento do curso de Técnico deConstrução Civil e do curso de Técnico de Higiene eSegurança no Trabalho e Ambiente, ambos ministradosna EPGE e da publicação do decreto-lei 220/2008de 12 de Novembro que vem regular toda a problemáticados incêndios e dar importância à existênciade técnicos competentes na área.O curso de Técnico de Protecção Civil habilita os seus formandospara uma grande diversidade de saídas profissionaisdas quais destacamos os gabinetes de protecção civil a nívelmunicipal, distrital e nacional, institutos e organismos públicose privados com competência ou intervenção nesta área,empresas de segurança com actividades de projecto, de produçãoe/ou comercialização de equipamentos de segurança,ou ainda em serviços de consultoria e formação.O Técnico de Protecção Civil é um profissional qualificadoque, sob orientação do técnico superior da área,está apto a desenvolver actividades de prevenção deriscos colectivos inerentes a situações de acidentegrave ou catástrofe, assim como participar no planeamentode actividades de atenuação dos seus efeitos,de protecção, socorro e assistência às pessoas e bensem perigo quando aquelas situações ocorram.As actividades principais a desempenhar por este técnicosão:Participar no levantamento, previsão, avaliação e prevenção dosriscos colectivos de origem natural ou tecnológica;Prestar apoio na avaliação e implantação de sistemas deprevenção contra incêndios e outros riscos de origem naturalou tecnológica;Participar em campanhas de informação e formação daspopulações, visando a sua sensibilização em matéria deautoprotecção e de colaboração com as autoridades;Participar no planeamento de soluções de emergência,visando a busca, o salvamento, a prestação de socorro ede assistência, bem como a evacuação, alojamento e abastecimentodas populações;Participar na inventariação dos meios e recursos disponíveis edos mais facilmente mobilizáveis ao nível local e regional;Participar em estudos e divulgação de formas adequadasde protecção dos edifícios em geral, de monumentos e deoutros bens culturais, de instalações de serviços essenciais,bem como do ambiente e dos recursos naturais;Participar na implementação de projectos em protecção civil;Participar em vistorias e auditorias de segurança ou outrasno domínio da protecção civil;Participar na elaboração de relatórios técnicos e manterEunice Brásinformado o seu superior hierárquico.


FORMAÇÃO 15Esta formação dota os formandos de conhecimentos multidisciplinaresque os habilitam a intervir de forma adequada nas diferentessolicitações, não descurando a preparação necessária paraaceder a formações pós-secundárias ou ao ensino superior.A formação técnica é composta pelas seguintes disciplinas:organização, gestão e planeamento; tecnologias e processo;meio ambiente e protecção civil e relações públicas.Com a disciplina de organização, gestão e planeamentopretende-se que os formandos adquiram conhecimento debase no âmbito da legislação que enquadra este sistema noordenamento do território, planeamento e gestão de emergênciae na área da segurança e higiene no trabalho, áreastransversais à actividade de protecção civil.Esta disciplina complementa-se com as tecnologias e processosutilizados nas actividades de protecção civil, incluindo no queconcerne à segurança contra riscos de incêndio em edifícios.Pretende-se que o formando adquira os conhecimentos básicosrelacionados com as operações de socorro e salvamento, emespecial as que são desenvolvidas pelos corpos de bombeiros.A disciplina de meio ambiente e protecção civil tem como finalidadeproporcionar conhecimentos de gestão ambiental essenciaispara o desenvolvimento de uma cultura de segurança.Por fim, na disciplina de relações públicas pretende-se queos formandos, através da aquisição de conhecimentos teóricose técnicos sobre o indivíduo e as organizações, desenvolvamas competências necessárias ao relacionamento interpessoale gestão da informação, matéria fundamental parao desenvolvimento da actividade de protecção civil.A componente de formação Técnica inclui uma Formação emContexto de Trabalho/Estágio, que visa a aquisição e o desenvolvimentode competências técnicas, relacionais e organizacionaisrelevantes para a qualificação profissional a adquirir.Este curso culmina com a apresentação de um projecto,designado por Prova de Aptidão <strong>Profissional</strong> (PAP), na qualsão demonstradas as competências e saberes desenvolvidasao longo da formação.A conclusão, com aproveitamento deste curso profissionalconfere um diploma de nível secundário de educação e umcertificado de qualificação profissional de nível 3.Por consideramos esta área de conhecimento muito importanteestá em preparação, a formação pós secundária não superior,através de um Curso de Especialização Tecnológica – CET, quevisa conferir uma qualificação profissional de nível 4, ao qualpodem aceder os detentores do curso de nível 3 de protecçãocivil ou outro, bem como os detentores do 12.º ano e ainda osque, para concluir o 12.º ano, de qualquer formação, lhes falte nomáximo duas disciplinas. A par das saídas profissionais referidasanteriormente, o CET permite o prosseguimento de estudos comequivalência a algumas disciplinas do ensino superior.Mónica Filipa GomesCoordenadora do curso de Técnico de Protecção Civil


16 ENSINO PROFISSIONALTécnico de Construção CivilFormação de técnicos profissionais que desempenhamfunções nas áreas do Desenho, de Medições e Orçamentos,Condução de Obras e TopografiaTestemunhos dos Coordenadores do CursoO Curso de Técnico de Construção Civil visa a formação deprofissionais de nível 3 que, ao serem integrados em estruturasde produção ou de projecto, serão interlocutores privilegiadosjunto de técnicos superiores.É de realçar que o curso vai ao encontro das metas impostaspelo mercado de trabalho e tem objectivos ao nível daactualidade.Para isso contamos com o trabalho de uma equipa de profissionaisdo ramo que proporcionam o ensinamento e apreparação necessárias ao desenvolvimento individual decada um dos formandos e com os apoios materiais, emtermos de teoria e prática, que são essenciais para queos alunos possam adquirir experiência na resolução dediversos problemas. A colaboração com a EPGE de entidadesexternas, através de palestras, seminários, exposições,entre outras, reveste-se, igualmente, de grandeimportância.Nos dois primeiros anos de curso, os alunos têm um planocurricular comum, assegurando a sua polivalência numfuturo desempenho profissional.No 3.º ano, os alunos escolhem, entre as quatro formaçõesespecíficas, Desenho, de Medições e Orçamentos, Conduçãode Obras e Topografia, aquela que melhor se identificacom a sua aptidão profissional.Os estágios são feitos em empresas de construção comquem a escola estabelece protocolos e parcerias e realizamseno último período lectivo, do 3.º ano do curso.Enquanto coordenador, procuro sempre, com a colaboraçãodos intervenientes da área técnica, corresponder às expectativasdos formandos e superar os objectivos dando o apoionecessário que possa proporcionar o sucesso individual decada um, de modo a poderem sentir-se seguros e preparadosno mercado de trabalho competitivo que os aguarda.De salientar, igualmente, o esforço e o empenho dos alunosem terminar e ingressar no mercado de trabalho, o quecontribui para que os professores se sintam orgulhosos pelotrabalho prestado.Hugo DeodatoCoordenador do Curso na EPGE do LumiarLembro todos os dias aqueles que comigo passaram osdias na ansiedade de tudo aprender para hoje tudo poderquestionar.A experiência formativa que os alunos atravessam no decorrerdo curso profissional de Técnico de Construção Civil, ao longode três anos, é porventura o primeiro “marco” para a maioria.


ENSINO PROFISSIONAL 17É o primeiro marco no sentido em que alcançado o mesmo,iniciarão um novo caminho das suas vidas. Uns optarão peloingresso no ensino superior e outros optarão pelo ingresso navida activa; caminho este longo e seguramente escarpado.Esta experiência inicia-se desde logo pela escolha formativa. Adiversificação das opções formativas e posteriores percursos profissionaisenvolvem os alunos, numa primeira fase de múltiplasincertezas e inseguranças. Muitas vezes a escolha do curso temem conta o nome apelativo do mesmo (e neste momento existemmuitos), ou o facto de ter amigos nesse mesmo curso ouaté (devo dizer que uma menor percentagem) assumem o factode possuírem perfil para o desempenho daquele percurso profissional.Posso testemunhar que os alunos do curso de Técnicode Construção Civil são, provavelmente, aqueles que maioritariamentevincam a necessidade de afirmar muito cedo esse perfil,já que a ideia de que os alunos possam passar por um períodode formação com vista exclusiva à obtenção de uma certificaçãofica completamente comprometida se o aluno não apresentaruma grande capacidade crítica que resulta do processo de aliaras suas aptidões intrínsecas a uma vocação pessoal e à aquisiçãode conhecimentos que a formação neste curso o qualificou. Destemodo, o grande entusiasmo com que os alunos desenvolvem asdiferentes actividades e projectos desta área exigem de nós, formadores,e de toda a comunidade escolar um grande empenho,não só técnico como de acompanhamento pessoal.região que irá receber os nossos alunos na vida activa, impulsionauma maior segurança e, consequentemente, um maiorsucesso enquanto profissionais activos. Tal tem sido alcançadotransmitindo essa realidade não só aos alunos mas a todosos intervenientes no processo educativo: formadores e todaa comunidade escolar, encarregados de educação e ainda àsmúltiplas empresas e instituições empresariais, ao nível regionale nacional, da área da construção civil. Aliás, é esta relaçãofranca e directa com as diferentes empresas e instituições queconnosco têm colaborado, quer como entidades estagiárias,quer como colaboradoras nas diferentes actividades e projectoslectivos e extra lectivos e até ao nível das sugestões queprontamente acolhemos, que a validação das competênciasdos nossos alunos têm sido todos os anos alvo de elogios e,prova disso, é a grande percentagem dos nossos alunos queingressam na área profissional com grande sucesso.Posso mesmo dizer que, a experiência dos nossos alunos docurso de Técnico de Construção Civil, no decorrer das múltiplasactividades e projectos por eles realizados, desembocam semprenum testemunho de valorização deles bem como de todaa comunidade escolar que lhes vão incutindo um enriquecimentode valores que fazem de nós, e dos nossos alunos, profissionaisde sucesso, integrados de forma activa nas múltiplasáreas que a construção civil hoje despoleta na nossa sociedadee que reforça uma procura acentuada deste curso.A área da construção civil aparece ligada com muito do que nosrodeia, desde a responsabilização de todos os que actuam numdeterminado territórios, ao estudo desse território, ao desenhocom a pormenorização de partes integrantes no mesmo: edifícios,arranjos de espaços exteriores, ao estudo de previsõesde custos e orçamentos dessas obras e de tudo o que constamnelas (portas, vidros, materiais, equipamentos que permitemdiferentes usos do território ou edifícios), ainda estudosque envolvem a promoção desses espaços e também o acompanhamentoe condução muito directa de todos os procedimentosque fazem erguer novos edifícios ou novos espaçosterritoriais. Neste sentido, a área da construção civil é aquelaque melhor se adequa a uma multiplicidade de interesses evocações, permitindo, independentemente do perfil, atingirum grande sucesso na vida activa dos nossos alunos.Ana CorreiaCoordenadora do Curso na EPGE do EntroncamentoTestemunhos dos AlunosEscolhi este curso por considerar que tem saída profissionale optei por Medições e Orçamentos um pouco por influênciado meu irmão que já concluiu este curso e agora vejoque foi uma escolha acertada.A minha experiência no curso foi muito positiva, pois é umcurso muito prático, o que o torna interessante, e preparanosbem para o mundo do trabalho, assim como para poderPosso dizer que esta é de facto a nossa maior responsabilização,na medida em que no 2.º ano do curso apoiamos eorientamos a opção dos alunos nas múltiplas variantes queesta área permite: Desenho da Construção Civil, Conduçãode Obras, Medição e Orçamentos ou Topografia.Perceber e adequar o perfil profissional à opção a tomar no seiode uma realidade económica ou social regional, não tem sidotarefa fácil. De facto, aliar uma percepção o mais real possível da


18 ENSINO PROFISSIONALcontinuar os estudos. Para além disso estar numa escola profissionaltem vantagens, porque temos um estágio e a escolaainda nos proporciona entrevistas para emprego, emalgumas empresas, no final do curso.Quando ingressei na minha turma achei engraçado seremsó rapazes, mas a experiência revelou-se mais gratificante,pois são verdadeiros companheiros e tivemos um convíviomuito salutar.Em relação à escola, creio que as instalações são boas pararealizarmos o nosso trabalho e a ida para o Lumiar, apesarda distância que percorro actualmente, beneficiou-nos, poiso ambiente é excelente e ainda temos um campo de futebolonde podemos relaxar nos tempos livres.Para além de considerar que a escolha do curso foi acertada,pois senti uma evolução na aprendizagem, de anopara ano, também contribuiu termos os mesmos professores,que nos conhecem bem e acabamos por ter um acompanhamentoe um companheirismo maiores.Essa evolução que refiro notou-se, por exemplo, na realização dosprojectos. No Projecto Tecnológico fiz as medições de uma moradia,enquanto que na PAP, trabalhei com um condomínio.Adriana ValadoAluno que concluiu o curso de Técnico de Construção Civilem Julho de 2009Vim para o curso de Técnico de Construção Civil porque esteestava muito relacionado com o que quero fazer no futuro eoptei pela <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> porque a minhaprima tinha concluído o mesmo curso aqui e incentivou-me.Estar neste curso tem sido uma boa experiência, quer pelainteracção entre colegas e professores, quer pelo contactocom o mundo da construção civil.No início pretendia seguir Desenho, mas quando fui aprendendomais sobre a área, vi que Civil não era só desenho eoptei por Condução de Obra.Com o passar do tempo vou sentindo uma grande evoluçãode conhecimentos e gosto do trabalho que os professoresfazem connosco, pois sabem ajudar-nos e ser amigosquando é preciso. Outra coisa muito positiva, na minha opinião,em relação ao curso, são as saídas profissionais, porquea Construção Civil é sempre necessária, seja em criaçãoou em remodelação. Por isso aconselho este curso, paraquem goste desta área, e digo ainda aos futuros colegaspara não se focarem exclusivamente na parte de desenho,pois o mundo da construção civil é muito vasto.Adonis QuiawacanaAluno do 3.º ano do curso de Técnico de Construção CivilProfessores Alexandre Maia e Susana FonsecaRecolha da informação dos alunos


ENSINO PROFISSIONAL 19Teixeira Duarte,Engenharia e Construções, S.AEmpresa acolhedora de estágiosA Teixeira Duarte, ao longo de vários anos, tem criado uma parceriacom a <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>, no sentido de acolher no seuseio, jovens estagiários do curso Técnico de Construção CivilA Teixeira Duarte, Engenharia e Construções, S.A., criadaem 1921, pelo seu fundador, Eng.º Ricardo Esquível TeixeiraDuarte, é uma empresa com 78 anos de actividade e consideracomo pontos fundamentais da orientação que sempre amoveu, a seriedade, a responsabilidade e a competência.Tendo como base do seu desenvolvimento a construção,foi ao longo destes anos alargando os campos de actuação,mas foi na área da Geotecnia e das Fundações, quetem sido pioneira, demonstrando e exigindo a si própria,padrões de qualidade e um nível tecnológico elevados. Nasáreas da Construção Civil e Industria, os projectos em quese tem envolvido, foram e são ainda de complexidade elevadae de dimensões consideráveis.Para além destas áreas, a Teixeira Duarte, tem mantidopresenças nas áreas especializadas de obras ferroviáriase marítimas, e ainda em obras subterrâneas e de reabilitação.Com a internacionalização iniciada nos anos 70, ocampo de actuação da Teixeira Duarte estendeu-se desdeo continente Africano, passando pelo Sul-Americano atéao Asiático.Todo este envolvimento, carece de profissionalismo ecompetências, que garantam os padrões da empresa,assim, tem a Teixeira Duarte, ao longo de vários anos,criado uma parceria com a <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong><strong>Eiffel</strong>, no sentido de acolher no seu seio, jovens estagiáriosdo Curso Técnico de Construção Civil, os quaistêm assim um primeiro contacto com a realidade daconstrução.Durante os estágios já efectuados na Teixeira Duarte, nãodeixou a mesma de reparar nas capacidades e nas apetênciasdemonstradas por estes jovens, tendo-se verificadoque, para muitos deles, a adaptação ao mundo da construçãofoi quase imediato, demonstrando assim um conhecimentotrazido das competências fornecidas na escola, sinalda preocupação levada a cabo pela escola no seu global,para que a preparação ali ministrada se aproxime o máximoda rude realidade que espera o jovem estagiário.Esta parceria tem-se vindo a estabelecer há já vários anos.Durante o ano de 2008, a Teixeira Duarte recebeu um estagiárioda área de Desenho e um da área de Medições eOrçamentos e em 2009, um de Desenho e outro da áreade Condução de Obras.De referir, que já estão integrados nos quadros destaempresa, alguns técnicos de construção civil das váriassaídas que o curso tem, uns na sequência do estágioaqui realizado, outros que embora tendo efectuado oseu estágio noutras empresas do ramo, foram posteriormentecontratados para as áreas que o curso apresenta.A satisfação quer a nível profissional, quer a nívelpessoal, dos jovens formados pela EPGE, são o factorque levam a que a Teixeira Duarte continue a receberestes técnicos.


20 ENSINO PROFISSIONAL<strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>Uma <strong>Escola</strong> em MovimentoInvestir na qualificação profissional é um meio capaz de fomentara ambição e realização pessoal, indispensáveis à produtividade ecompetitividade do nosso paísAo longo dos últimos 18 anos, tive o privilégio de acompanharo desenvolvimento do Projecto Educativo da <strong>Escola</strong><strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> (EPGE) e constatado que o caminhoque tem vindo a ser traçado e preconizado evidenciaum modelo comprovadamente reconhecido como um instrumentocapaz de fomentar o desenvolvimento regionale a reconciliação dos jovens com a <strong>Escola</strong>, fomentando aconstrução de um projecto de vida centrado na qualificaçãosócio-profissional e educativa.No entanto, apesar do muito trabalho desenvolvido, tenhoa clara convicção de que ainda muito há por fazer nesteprojecto em que sempre acreditei e em que permanece anecessidade de se continuarem a correr os riscos inerentesà implementação das reformas que defendemos para a concretizaçãodesta missão, numa atitude prática e objectivade “reformar, a fazer” consubstanciado no lema que defendemospara o nosso ensino: “aprender, a fazer”.Assim e consciente da enorme responsabilidade do exercíciodessas funções, considero que, todos os anos, a EPGE,pela sua dinâmica própria, entra numa nova “fase”, e dessaforma, outros desafios nos esperam a todos, fundamentalmentenuma altura em que considero existir a necessidadede se procederem a algumas intervenções de adequação detoda a estrutura pedagógica, ao nível funcional, procedimental,física e humana, face a mais um crescimento da formação,de cerca de 25% para o ano lectivo 2008/2009 (comparativamenteao ano lectivo 2007/2008), considerando apenasos Cursos Profissionais, Cursos de Educação e Formação (deJovens) e os Cursos de Educação e Formação de Adultos.Torna-se, em minha opinião, absolutamente fundamentala sustentação deste crescimento, de forma a impedirmos amassificação do nosso ensino, mantendo assim, as principaiscaracterísticas que estiveram na génese da EPGE e, com isso,continuar a elevar os respectivos padrões de qualidade.Quanto aos alunos, que são a razão da nossa existênciaenquanto <strong>Escola</strong>, considero que não estão nem melhor nempior, estão diferentes! Absorvidos e influenciados por umasociedade que tende a evoluir para uma cultura assente nofacilitismo e na pouca responsabilidade e responsabilizaçãopessoais, é necessário, e mesmo obrigatório, inverter aideia tradicional que trazem da <strong>Escola</strong>. Já passámos a erados “PORQUÊS” e estamos necessariamente, no que diz respeitoaos alunos de hoje, na era dos “PARA QUÊ”.Tendo por base estas premissas, considero fundamental darcorpo a alguns desafios que preconizo para o ano lectivo2009/2010:


ENSINO PROFISSIONAL 21Incutir nos alunos e professores, o gosto pela <strong>Escola</strong> e as motivaçõespara Aprender e Ensinar. Neste sentido a <strong>Escola</strong> nãotem, necessariamente, de ser considerado um “local” cinzento,onde alguém é “obrigado” a estar, sem perceber muito bemporquê, mas sim, um local agradável, dinâmico e atractivo,onde deverá ser sempre estimulado o espírito de equipa, solidariedadee pró-actividade, com um claro sentido de pertinênciae aplicação das aprendizagens, recorrendo sempre, paraisso, a processos de experimentação. Só desta forma é possívelmostrar que a <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> deve ser considerada comoum investimento na qualificação profissional e um instrumentocapaz de fomentar a ambição e realização pessoal, indispensávelà produtividade e competitividade do nosso país;Garantir que a nossa <strong>Escola</strong> continue a ser, sem qualquerdúvida, o farol orientador do futuro dos nossos jovens, iluminandoum ponto de chegada bem claro e definido e nãoapenas uma luz incerta e obscura que não conduza a coisanenhuma. Para isso, na minha opinião, não poderemos deixarde ter em conta os interesses, motivações e ambições dos alunos,potenciando as características de cada um e recorrendocada vez mais a metodologias de diferenciação pedagógica,de forma a que a qualificação não seja encarada como umobjectivo formal, mas como um desafio e um orgulho pessoal.Só assim será possível inseri-los, com sucesso, numa realidadeprofissional que irão enfrentar no mundo real.Dar todo o apoio e acompanhamento necessários ao processode funcionamento de todas as EPGE e de modo particularda nova <strong>Escola</strong>/Pólo em Arruda dos Vinhos e acompanharo processo de crescimento organizado da <strong>Escola</strong>/Pólo do Lumiar, Lisboa;Impulsionar a criação das infra-estruturas necessárias à práticada Educação Física e do Desporto, com o duplo objectivode, por um lado, cumprir os requisitos pedagógicos inerentesao desenvolvimento dos nossos cursos e por outro, ode imprimir uma nova dinâmica a toda a comunidade educativa,capaz de elevar padrões de motivação, confiança eprodutividade internas;Dar início a um novo projecto de formação - Cursos de Educaçãode Adultos -, coordenando todas as acções inerentesà criação dos procedimentos e instrumentos pedagógicospara o desenvolvimento dos cursos;Apoiar a criação do projecto de formação – FormaçõesModulares;Efectuar a avaliação de desempenho da equipa pedagógica,funcionando como um instrumento de apoio à gestão,assente nos objectivos de QUALIDADE E EXCELÊNCIA,LIDERANÇA e RESPONSABILIDADE, MÉRITO e QUALIFICAÇÃO,visando um estímulo ao desenvolvimento das pessoas e àmelhoria da qualidade dos serviços;Apoiar a abertura de novas áreas de formação, nomeadamenteEnergias Renováveis, Mecatrónica e Comunicação – Marketing,Relações Públicas e Publicidade, numa clara aposta emdar o nosso contributo na qualificação de técnicos intermédiosem áreas em franca expansão e profundamente necessitadaspelo tecido empresarial português, contribuindo decisivamente,desta forma, para o progresso do nosso país;Incentivar o uso da inovação tecnológica, impulsionandoe acompanhando a implementação de um novo sistemade informação escolar - dbGEP - que responda às necessidadesde hoje, em que o acesso à informação tende a sermais exigente, mais rápido e para todos;Apoiar a concretização de um desejo antigo, de criação deuma plataforma de apoio ao processo de ensino/aprendizagem,utilizando a ferramenta – Moodle -, numa perspectivade propiciar um trabalho corporativo entre os membros dacomunidade educativa da EPGE;Ao nível dos recursos humanos, e fruto de uma reestruturaçãoda carreira docente, efectuada no final do ano lectivo2007/2008, propor medidas que ajudem a estabilizaro corpo docente e a redefinir a estrutura pedagógica, a fimde podermos proporcionar, numa primeira fase, os mesmospadrões de qualidade da formação que temos vindo a atingire numa segunda fase, superar esses indicadores, com aintrodução de factores de inovação e metodologias de intervençãodos professores/formadores, que possam conduzira uma maior adequabilidade aos diversos públicos, naturezade conteúdos/competências e elevação dos índices desucesso, principalmente ao nível das taxas de empregabilidadee conclusão de curso;Efectuar uma gestão ao nível macro, relativamente às actividadesdesenvolvidas em todas as EPGE, de forma a garantiruma uniformização no cumprimento e na qualidade doProjecto Educativo, preservando, no entanto, as especificidadespróprias de cada uma das <strong>Escola</strong>s/Pólos.Espero que, no final de cada “fase”, todo o trabalho desenvolvido,em colaboração com toda a estrutura da nossa escola,possa ser motivo de satisfação para todos e se possaconcluir que valeu a pena e que poderemos avançar paraa “fase” seguinte.Pedro RodriguesDirector Pedagógico da EPGE


22 ENSINO PROFISSIONALO ModeloInovadordas <strong>Escola</strong>sProfissionais 1As <strong>Escola</strong>s Profissionais surgem em 1989 como umanecessidade. Assiste-se a uma urgência de formaçãode técnicos com aquele nível de qualificação e a umainsuficiência de resposta por parte dos subsistemas deensino existentes.As <strong>Escola</strong>s Profissionais estão a fazer 20 anos. O Decreto-leinº26/89 foi publicado em 21 de Janeiro e define o enquadramentojurídico que abre caminho para a criação das <strong>Escola</strong>sProfissionais (EP). E em tempo de comemorações muito setem escrito sobre as <strong>Escola</strong>s Profissionais. Cada escola fezo seu percurso; o modelo educativo que as contextualizatambém o fez. Para além das responsabilidades na administraçãoda educação em Portugal que tutelava a criação deuma rede nacional de escolas profissionais (GETAP), desenvolvitrabalho de investigação sobre o que as escolas representavamde inovador, nomeadamente no que diz respeito1 Trata-se de uma adaptação de um artigo já publicado pelo Anuárioda EPRAL, aqui adaptado à especificidade da <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong><strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>.à participação dos parceiros sociais na decisão política emeducação 2 : na concepção, no desenvolvimento e na avaliaçãodo ensino profissional em Portugal. Estudei as <strong>Escola</strong>sprofissionais enquanto Campo Potencial de Inovação 3 . Procureinessa altura sistematizar as inovações geradas pelas<strong>Escola</strong>s Profissionais e vou apoiar-me nesse trabalho: parafalar de inovações geradas pelo modelo educativo das <strong>Escola</strong>sProfissionais, mas também para situar o caso da <strong>Escola</strong><strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>, cuja génese e desenvolvimentodo seu projecto educativo tive o gosto de acompanhar.As EP surgem em 1989 como uma necessidade. Assistesea uma urgência de formação de técnicos com aquelenível de qualificação e a uma insuficiência de respostapor parte dos subsistemas de ensino existentes. E numcontexto favorável pois Portugal tinha acabado de aderir àComunidade Económica Europeia (tornou-se Estado membroa 1 de Janeiro de 1986). Por isso, beneficiava de recursos financeirosadicionais provenientes dos fundos estruturais: FundoSocial Europeu, Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional,entre outros. Desde o início as <strong>Escola</strong>s Profissionais integrarama lista de projectos prioritários a beneficiar do apoiode fundos estruturais. Com a sua integração no espaço europeu,Portugal pôde acompanhar e beneficiar das tendênciassobre ensino profissional a que estávamos a assistir na CEE.2 MARQUES, M. (1992). A decisão política em educação – O partenariadosocioeducativo como modelo decisional. O caso das escolas profissionais.Porto. Afrontamento3 MARQUES, M. (1993) , O Modelo Educativo das <strong>Escola</strong>s Profissionais –Um Campo Potencial de Inovação, Lisboa. EDUCA-Formação


ENSINO PROFISSIONAL 23Porque os seus ministros passaram a estar presentes nos conselhosde ministros da educação e dos assuntos sociais. Porqueas administrações da educação e da formação profissionale os parceiros sociais passaram a frequentar os Comitésdos vários programas europeus nestes domínios. Porque asescolas, centros de formação profissional, associações váriaspassaram a participar em redes europeias de projectos transnacionaise/ou programas de mobilidade no quadro de programase iniciativas comunitários. Em 1986, os ministros daeducação reunidos em Milão, acordaram que todos os EstadosMembros deveriam facultar aos jovens que o pretendessema possibilidade de estes fazerem um, dois ou três anosde formação profissional após a escolaridade obrigatória; atempo inteiro e sem interrupção entre esta e aquela 4 .As <strong>Escola</strong>s Profissionais foram beneficiárias desta cooperaçãotransnacional no âmbito daqueles programas e iniciativas, comdestaque para o programa PETRA 5 ou do programa Língua 6 e,mais tarde, como sucessor, o programa Leonardo da Vinci. Éo caso da <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>. Esta participaçãoproporcionou-lhes a realização de projectos educativos transnacionaisque muito vieram a contribuir para a concepção edesenvolvimento do projecto de cada uma destas escolas e domodelo educativo das EP. Mas também permitiu dar a conhecero modelo educativo das EP em outros países, que o tiveramem conta em reformas que estavam a ocorrer.A <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> entra na rede comum projecto “Modularização da Componente Tecnológicada Formação Informática”. Este projecto desenvolve-seem parceria com projectos do Reino Unido, daIrlanda e da Holanda. O objectivo da parceira, que sesituava no tema “novas tecnologias”, está ligado com aelaboração de módulos, a produção de materiais pedagógicosde apoio aos professores e a formação dos professoresenvolvidos. Para além desta participação nasredes europeias de projectos de formação do programaPetra, a escola beneficiou na altura da chamada acçãoI do programa, organizando estágios de alunos emoutros Estados Membros da União Europeia.4 Esta medida vem a ser retomada pelo chamado “Diálogo Social”designadamente “Parecer comum sobre a Educação e a Formação”(1990) e pelo “Memorando da Formação <strong>Profissional</strong>” de 1992.5 Programa PETRA – Programa Comunitário de formação profissionalde jovens e sua preparação para a vida adulta e activa. Foi criadoem 1987 (decisão 87/569/CEE). Tem como finalidade a promoção dacooperação transnacional no domínio da formação profissional inicialdos jovens, fomentando a criação de redes europeias a partir de projectosde formação apresentados pelos diferentes Estados Membrosda Comunidade Europeia.6 O programa Língua foi lançado em 1990; programa europeu de promoçãode competências linguísticas.Este contexto favorável, que resulta da conjugação de umadiversidade de factores – acabámos de referir alguns -, facilitoua emergência do modelo educativo das <strong>Escola</strong>s Profissionais,assente no aparecimento de projectos educativosa partir de actores ao nível local e/ou regional, em que oEstado assume um papel regulador. Não se pretendeu apenasque as EP respondessem às necessidades regionais e/ousectoriais de formação, mas pretendeu-se que fossem elaspróprios indutoras de novas necessidades.Escrevia Roberto Carneiro, Ministro da Educação naaltura, que “A implantação das escolas profissionais emPortugal representou uma das mais profundas, vastas,significativas e promissoras inovações no panoramaeducativo português nos últimos 5 anos” 7 .Há todo um percurso percorrido pelo modelo educativo epor cada escola. Foram feitas avaliações internas e avaliaçõesexternas sucessivas. Têm sido objecto de sucessivasinvestigações conducentes a teses de mestrado e doutoramento.Podemos identificar segmentos em que as EP foramgeradoras de inovação. Destacarei algumas.A importância do acompanhamento/monitorização dasescolas: foi sempre a metodologia seguida que muito ajudouao desenvolvimento do projecto de cada escola e auma generalização e penetrabilidade de boas práticas,numa cooperação estreita entre a administração da educaçãoe os promotores no início e os responsáveis da escolaa seguir.A ligação escola/empresa permitiu a valorização e o reconhecimentodos diplomados, contribuindo assim para aempregabilidade efectiva dos jovens saídos das EP.As EP não perderam de vista o factor indutor de novasnecessidades, necessidades qualificativas e quantitativas da7 (Marques; 1993: <strong>11</strong>).


24 ENSINO PROFISSIONALregião, isto é, novos perfis e novas competências, lidandocom a “ratoeira” do conceito de necessidade de empregoda Região. Ou seja, estas formações, fortemente ancoradasem actores locais/regionais/sectoriais não se devem limitara responder às necessidades. Têm de gerar elas própriasnovas necessidades do lado das empresas. O facto de umapercentagem elevadíssima de empresários em Portugal terum nível de escolaridade baixíssima não deve ser minoradonesta análise. A incorporação da inovação pela economia éum problema, e um problema europeu.As competências básicas não foram sacrificadas ao “pragmatismo”que sobrevaloriza as competências técnicas, desvalorizandoas primeiras. O curriculum das EP assenta num equilíbrioentre uma componente de formação geral, integrando necessariamenteuma língua estrangeira, outra de formação científicae outra de formação técnica. Equilíbrio que permite queno final da formação os alunos obtenham um diploma técnicoe um diploma de estudos secundários que lhes permite a continuaçãode estudos. E isto com uma formação com a mesmaduração das restantes vias alternativas: três anos.A flexibilidade no recrutamento de professores permitiu orecurso a competências onde a escola pública está ainda bastantelimitada. Sobretudo competências técnicas. Lembro osmestres de restauro do Instituto de Artes e Ofícios (FundaçãoRicardo Espírito Santo). Aquela flexibilidade permitiu que osmelhores mestres do restauro pudessem ser professores deuma escola. E a <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> é também um bom exemploA capacidade de agir junto dos jovens: que simplesmentequerem continuar estudos mas por via do ensino profissional,dos que abandonaram a escola apenas com a escolaridadeobrigatória, dos que abandonaram a escola prematuramente,dos que já conseguiram valorizar o seu nível deescolarização recorrendo por exemplo ao programa novasoportunidades e que querem valorizar ainda mais o seunível escolar. A procura por parte dos alunos ilustra-a.As EP cresceram como organizações que aprendem. A existênciade cursos profissionais nas escolas secundários é umdesafio neste campo.Estava e está em causa, a formação dos jovens numa perspectivade educação ao longo da vida, a formação de umacidadania activa em todas as suas dimensões incluindo asdo trabalho e do emprego. Estava e está em causa a formaçãode técnicos que possam contribuir para a sustentaçãodo investimento e do emprego, para o desenvolvimentoeconómico numa cooperação estreita entre o sistema educativoe o sistema económico e social, entre as escolas e asempresas. Esta cooperação é facilitadora da pertinência dascompetências geradas pelo sistema educativo e é condiçãonecessária para a capacidade de integração das mesmaspelo sistema económico e pelo mercado de trabalho.Finalmente é justo reconhecer a contribuição da <strong>Gustave</strong><strong>Eiffel</strong> para a definição do modelo educativo das<strong>Escola</strong>s Profissionais. Do ponto de vista pedagógico,organizacional, liderança, e do seu sentido de visão. Ea escola é merecedora de parabéns nestes seus 20 Anosde existência.Margarida MarquesChefe da Representação da Comissão Europeia emPortugal


A NOSSA ESCOLAENSINAR E APRENDER 25<strong>Escola</strong> e ProfissãoA Caracterização <strong>Profissional</strong> de um Percurso FormativoProjecto de construção dos instrumentos necessários à caracterização profissionalde um percurso formativo e à explicitação da relação entre <strong>Escola</strong> e Trabalho,para clarificar a correspondência entre o currículo e o mundo laboralComunicação apresentada pelo GIPE a 23 de Janeiro naUniversidade Católica do Porto, no seminário “O Ensino<strong>Profissional</strong> – Analisar o Passado e Olhar o Futuro” - comactualização dos instrumentos desenvolvidos.IntroduçãoOs Cursos Profissionais caracterizam-se pela estreita ligação como Mundo <strong>Profissional</strong>, são um dos percursos de consecução doEnsino Secundário e visam formar cidadãos conscientes, activos,responsáveis e competentes para desempenhar as funçõesinerentes à profissão na qual se diplomaram após a realizaçãode um percurso educativo, formativo e vivencial. Devem, entreoutros, cumprir objectivos como o desenvolvimento de competênciaspessoais e profissionais para o exercício profissional.De acordo com o Decreto-lei nº 396/2007 de 31 de Dezembro,um dos instrumentos de gestão estratégica de qualificaçõesde nível não superior é o Catálogo Nacional de Qualificações(CNQ), de acordo com o qual, para os Cursos Profissionais, osreferenciais orientadores são o Perfil <strong>Profissional</strong> que engloba“a descrição do conjunto de actividades e saberes requeridospara o exercício de uma determinada actividade profissional.Os saberes estruturam-se em saberes: “saberes-fazer e saberes-ser”e o Referencial de Formação, que se caracteriza pelo“conjunto da informação que orienta a organização e desenvolvimentoda formação, em função do perfil profissional oudo referencial de competências associado, referenciada aoCatálogo Nacional de Qualificações(ANQ, 2008).Ora, num mundo cada vez mais competitivo onde os empregadoresnecessitam de conhecer à partida os Actos Profissionais(AP) que um futuro empregado está apto a desempenhar,o Perfil <strong>Profissional</strong>, constituindo uma peça importante,é, normalmente, demasiado abrangente e geral, sendo difícilextrair dele as particularidades de determinado ramo profissional,além de não possuir uma visão integrada com o desenvolvimentodo percurso educativo/formativo.Também, a existência de um Referencial de Formação queelenca as unidades curriculares (UC) no desenvolvimentoda formação, mas não revela a relação entre os conteúdostrabalhados nas UC e as competências a desenvolver, nãopermite a compreensão da relação entre o currículo e omundo laboral, nem a clara diferenciação entre os percursoseducativos/formativos implementados por cada escola.Pois, embora a autonomia das escolas na gestão curriculartenha diminuído com a última reforma, cada escola vivenciauma cultura própria, fruto de variáveis internas, comorecursos materiais e humanos, metodologias de aprendizagemdefinidas e externas, como a relação escola-meio, quelevam a uma diferenciação no desenvolvimento de competências,atitudes e conhecimentos. É por isso necessário queas escolas assumam responsabilidade pela forma como permitemque um aluno evolua até ser um profissional.Considera-se ainda necessário encontrar instrumentos que deuma forma clara elucidem o candidato a aluno e o seu encarregadode educação sobre o que um curso profissional particularo habilita a saber, como será mobilizado esse saber, istoé, saber-fazer “o quê”, bem como, de que forma a sua evoluçãose processará através do plano curricular desse curso.A necessidade da criação destes instrumentos enquadra-seainda na actual tentativa de harmonização do ensino profissionalno espaço europeu que permita a mobilidade e promovaa empregabilidade (Valente e Wochnik, 2008), encontrandomecanismos de comparabilidade entre percursos formativos.O modelo proposto apoia-se no trabalho desenvolvido pelaAssociação Nacional de Engenheiros Técnicos (ANET), associaçãode direito público que regula a profissão de EngenheiroTécnico, que criou os Actos Engenharia por colégio de especialidade,clarificando a visão profissional sobre o que um membrodesse colégio está habilitado a realizar (ANET, 2005).Daqui, surge o projecto da EPGE de construir os instrumentosconsiderados necessários à caracterização profissional deum percurso formativo, sendo clarificadores dos AP que umdiplomado está habilitado para executar e explicitadores domodo como as competências, atitudes e conhecimentos sãoadquiridos para o seu desempenho através do currículo.O Modelo da EPGEO Diagrama 1 ilustra o modelo proposto pela EPGE. Observamsetrês grandes áreas: uma relativa à entidade reguladora daprofissão (câmara profissional ou as agências do estado para


A NOSSA ESCOLA26 ENSINAR E APRENDEReste fim, e.g., ANQ), outra relativa à entidade académica (escolaou centro de formação) e uma terceira designada por “mundoexterior” onde se encontram todos os actores que pretendamrecolher informação sobre um dado curso (empregadores, candidatosa alunos, alunos, encarregados de educação).O GIPE tem levado a cabo, em colaboração com os coordenadoresde curso e sua equipa, a elaboração dos instrumentos propostosno Modelo, para todos os cursos da EPGE.Entidade ReguladoraÀ Entidade Reguladora compete definir o conjunto de Actosque o técnico deve estar apto a desempenhar quando obtémo seu diploma – Grelha de Actos Profissionais (GAP). Estes Actosdevem ser concretos e estar distribuídos de forma organizada,por níveis de abrangência, para que sejam entendidos de formaclara e desprovida de ambiguidade. Pode observar-se no Diagrama2 um excerto da GAP para o curso de Técnico de ElectrónicaAutomação e Comando (TEAC).Estes Actos encontram-se alicerçados num conjunto de competênciasque devem constituir um referencial comum para todasas profissões. Assim, o conceito de Competência pode definir‐se,especificamente neste âmbito, como a aptidão adquirida porum profissional que lhe permite o desempenho de Actos relacionadoscom a sua profissão (ANET, 2005), ou em termos maislatos, a capacidade de um indivíduo para mobilizar, num dadocontexto, os conhecimentos necessários à resolução de um problema(Cavaco, 2007). Definiu-se um conjunto de sete competênciaschave para o desenvolvimento dos Actos, apoiados nadefinição realizada pela ANET, com as devidas adaptações aocontexto formativo correspondente (Diagrama 3). É de notar queexistem competências que são transversais a todos os Actos dagrelha, nomeadamente, Comunicar e Assegurar a Qualidade,como se pode observa no Diagrama 2.Entidade AcadémicaNa posse da GAP e do currículo do curso compete à entidadeacadémica explicitar a forma como implementam o currículotendo em vista a aquisição por parte dos alunos dascompetências, atitudes e conhecimentos para o desempenhodos AP. Este trabalho inicia-se com a hierarquização dosmódulos que compõem o currículo, dando ao aluno umaimagem clara da importância de cada módulo no seu percursoeducativo, e culmina com a construção da Grelha deEvidências (GE) que deve clarificar a relação entre os actosenunciados na GAP e a estrutura curricular.A estrutura curricular de um curso, com as suas diferentes componentese unidades curriculares, está organizada num conjuntode vectores que potenciam a evolução do conhecimentodo aluno, onde módulos/conteúdos mais avançados se alicerçamem módulos mais básicos dentro da mesma área curriculare inter-áreas curriculares. A forma como as “precedênciasnaturais” <strong>11</strong> são vistas pela entidade académica constituem o quechamamos a Hierarquia Curricular, exemplificada no Diagrama4. Esta permite ao aluno verificar a importância que cada partedo seu processo educativo tem no todo final do seu diploma.Geralmente, os módulos mais avançados (folhas desta hierarquia”)determinam o conhecimento final do aluno, o ponto aque o aluno chegou no processo de aprendizagem.Mostrar como estes módulos permitem o desempenho dos APconstitui o instrumento que se designou como Grelha de Evidências(GE). No Diagrama 5 pode encontrar-se um excerto daGE construída para o curso de TEAC. A parte esquerda destediagrama mostra alguns AP do excerto do Diagrama 2 e a partedireita as unidades curriculares e respectivos módulos necessáriosao desenvolvimento desses Actos. Na última coluna é expressa apercentagem em que a EPGE considera contribuir com o desenvolvimentodos módulos para a aquisição de conhecimentos,atitudes e competências necessárias ao desempenho dos AP,tendo em conta, além dos conteúdos curriculares, as especificidadesdo seu processo pedagógico, como a prática laboratorial,as visitas de estudo e a experiência dos formadores.Mundo ExteriorCom a criação destes instrumentos os candidatos a alunos, alunos,encarregados de educação e comunidade em geral, ficamcom uma visão clara daquilo que aquele curso, naquela escola,permite aos diplomados desenvolver em termos profissionais,assim como, relacionar o conjunto de UC que o curso agregacom o futuro profissional traduzido em Actos concretos. Poroutro lado, as entidades empregadoras conhecem qual o conjuntodos AP que os técnicos estão aptos a desenvolver e de queforma os seus conhecimentos, competências e atitudes foramdesenvolvidos numa escola/centro de formação específico. Ouseja, o processo de ensino/aprendizagem, reflectido na entidadeacadémica e organizado de acordo com a entidade reguladora,e o resultado desse processo tornam-se facilmente acessíveis atodos os actores que com ele necessitem de contactar.Considerações FinaisEste projecto baseia-se na convicção de que o Ensino<strong>Profissional</strong> carece desta clarificação e explicitação darelação entre <strong>Escola</strong> e Trabalho, tornando transparentea correspondência entre um percurso formativo e acaracterização profissional dos técnicos formados.O Gabinete de Inovação Pedagógica tem estes instrumentosconcluídos para 9 dos cursos profissionais leccionadosna EPGE, disponibilizando-se para construiruma parceria com outras escolas que pretendam aderira esta metodologia.1 Entende-se por precedência natural aquela que resulta da necessidadeobjectiva de um módulo de conteúdos aprendidos num outro.


A NOSSA ESCOLAENSINAR E APRENDER 27Diagrama 1 - Modelo da EPGEDiagrama 2 – Excerto da GAP do curso de Técnico de Electrónica Automação e ComandoCOMUNICARASSEGURAR A QUALIDADECOMPETÊNCIASINVESTIGAR(Enunciar eExperimentar)EXECUTAR(Construir)GERIR(Controlar)INVESTIGAR(EnunciarExperimentar)EXECUTAR(Operar)ACTOS PROFISSIONAISTécnico de Electrónica Automação e Comando – Nível IIII – PROJECTOI - 1.Analisar e Interpretar1.1. Fontes de alimentação 1.2. Sistemas de Comando e Automatismos 1.3. Sistemas de Aquisição e Processamento de dados 1.4. Microcontroladores 1.5. Processamento digital de sinais 1.6. Sistemas de Domótica 1.7. Sistemas de Alarmes (Anti-Intrusão e detecção de fumos e fogo) 1.8. Redes de dados 1.9. Sistemas robotizados 1.10.Sistemas automatizados de controlo de produçãoI - 2.Verificar*2.1. Gestão dos riscos associados ao desenvolvimento 2.2. Supervisão Técnica I - 3. Apoiar*3.1. Levantamento de necessidades de formação 3.2. Distribuição de tarefas pelos membros das equipas I - 4. Medir e orçamentar4.1. Projectos de automação industrial 4.2. Redes eléctricas e de sinalização 4.3. Redes de dados II – DESENVOLVIMENTOII – 1. Elaborar Diagramas/Esquemas com Software Específico1.1. Sistemas de Automação e Comando 1.2. Circuitos Eléctricos e Electrónicos de Especialidades 1.2.1. Amplificadores 1.2.2. Filtros Diagrama 2 – Excerto da GAP do cu(…)


A NOSSA ESCOLA28 ENSINAR E APRENDERDiagrama 3 – Grelha de Competências e SubcompetênciasCOMPETÊNCIASINVESTIGAR: Perceber as relações decausa/efeito, para enunciar problemas,criar e experimentar novas soluções, aonível de processos, produtos e serviços.EXECUTAR: Implementar um projectoou operar um sistema segundo um conjuntode procedimentos pré-determinadosou realizar procedimentos relativosà manutenção preventiva ou à reparaçãode um sistema, componente, produto ouserviço.INSPECCIONAR: Diagnosticar defeitos defuncionamento ou de comportamento,verificar a conformidade com procedimentosdefinidos, comparar situaçõesobservadas com padrões definidos e proporformas de prevenção ou correcção (≈adaptar).GERIR: Identificar necessidades (recursoshumanos e materiais) para a execução deuma tarefa, definir o planeamento de actividadesno espaço e no tempo e monitorara execução dos planos propondomedidas correctivas.LIDERAR: Coordenar e animar, equipas/grupos multidisciplinares, promover oempenho de todos, antecipar problemasde relacionamento entre os participantese apresentar um projecto/tarefa como umnovo desafio.COMUNICAR: Apresentar as soluçõespropostas justificando de forma clara assuas opções e emitindo instruções objectivasaos participantes nas equipas quelidera. (Competência transversal às seisprimeiras).ASSEGURAR A QUALIDADE: Perspectivaras implicações que uma solução propostapoderá ter, quer ao nível da higiene esegurança no trabalho, quer do ambiente,quer do impacto humano. (Competênciatransversal às seis primeiras).SUBCOMPETÊNCIASENUNCIAR: Entender, dividir e descrever problemas identificando relações de causa/efeito entre eles.INOVAR: Desenvolver novas soluções ao nível de processos, produtos ou serviços.EXPERIMENTAR: Ensaiar diferentes soluções, tendo em vista a optimização e/ou criação de sistemas, componentes,processos, produtos ou serviços.CONSTRUIR: Partindo do projecto realizar todas as tarefas conducentes à sua implementação de acordo com osobjectivos e planos definidos.OPERAR: Partindo de procedimentos definidos realizar todas as tarefas conducentes ao bom funcionamento desistemas e processos.MANTER: Partindo de procedimentos definidos realizar todas as tarefas de manutenção preventiva conducentesao bom funcionamento dos sistemas. Diagnosticar falhas e elaborar planos de reparação. Monitorizar, ajustar.EXAMINAR: Reconhecer e diagnosticar defeitos de funcionamento ou de comportamento propondo soluçõespara a sua correcção, manutenção e melhoramento.FISCALIZAR: Acompanhar o evoluir da execução, verificando a aplicação das boas práticas e propondo medidaspreventivas ou correctivas para melhorar o processo.AUDITAR: Verificar a conformidade de um sistema, componente, processo, produto ou serviço com o seu referencial,propondo medidas para ultrapassar a não conformidade detectada.ORGANIZAR: Identificar e localizar os recursos necessários para a concretização de uma tarefa e definir as interdependênciasentre eles de forma a optimizar a sua realização.PLANEAR: Programar no espaço e no tempo, tendo em atenção os custos e as obrigações, as diferentes intervençõesconducentes à realização de uma tarefa, definindo a disponibilidade de recursos e prevendo os riscos.CONTROLAR: A partir de um plano de execução e/ou de trabalhos monitorar o seu desenvolvimento, propondomedidas preventivas que antecipem falhas ou correctivas.DINAMIZAR: Implementar as acções necessárias a promover o envolvimento empenhado de todos os intervenientesna realização de uma tarefa/trabalho, ou alvo de intervenção.MOTIVAR: Exortar nos intervenientes numa tarefa, ou no alvo de intervenção, a importância que cada um tempara o sucesso da sua realização.MOBILIZAR: Promover a geração de um movimento colectivo empenhado, da equipa de trabalho e dos alvos deintervenção, tendo em vista a concretização de um objectivo ou tarefa.DECIDIR: Tomar as decisões necessárias, ouvida a equipa e analisadas as eventuais opções e riscos, em tempo útil.TRANSMITIR: Apresentar, de forma oral ou escrita, informação de forma objectiva e eficaz, tendo em vista, sobretudo,o descrever das soluções que propõe e recorrendo a argumentos de índole técnica.ELUCIDAR: Apresentar, de forma oral ou escrita, através de exemplos, modelos ou experiências, informação, dadosou conhecimento sobre as soluções que propõe.EXPLICAR: Apresentar, de forma oral ou escrita, informação ou conhecimento estruturado(a), relacionando-o(a)com outra informação ou conhecimento previamente adquirido, visando o ensinamento de procedimentos oumetodologias que permitam a realização de uma tarefa.CRIAR: Promover condições que permitam salvaguardar a integridade física e mental de todos os intervenientesno processo, garantindo a sua segurança.GARANTIR: Certificar que se encontram salvaguardadas as normas que permitem manter a higiene e qualidadede toda a envolvente do espaço onde se realizam os trabalhos.VALIDAR: Verificar o impacto social e ambiental da solução encontrada, propondo medidas correctivas se forcaso disso.AVALIAR: Analisar a relação custos/benefício do empreendimento (projecto e obra).


A NOSSA ESCOLAENSINAR E APRENDER 29Diagrama 4 – Hierarquia Curricular do curso de Técnico de Electrónica Automação e ComandoHierarquia CurricularCurso de Técnico de Electrónica Automação e Comando - Nível III3º Ano 2º Ano 1º AnoElectricidade e Electrónica3.1. Osciladores3.2. Electrónica de Potência e Aplicações3.3. Máquinas Eléctricas I3.4. Máquinas Eléctricas IIElectricidade e Electrónica2.1. Semicondutores2.2. Transístores2.3. Amplificadores Operacionais2.4. Fontes de AlimentaçãoElectricidade e Electrónica1.1. Corrente Contínua1.2. Análise de Circuitos em Corrente Contínua1.3. Magnetismo e Electromagnetismo1.5. Corrente Alternada TrifásicaAutomação e Comando3.1. Automatismos Electromecânicos3.2. Pneumática e Hidráulica3.3. Autómatos Programáveis3.4. Projecto de Automatismos3.5. Supervisão e Controlo de Processos3.6. Redes de Dados3.7. Projectos com Autómatos3.8. Electrónica IndustrialFísica3.1. TermodinâmicaPortuguêsMatemáticaInglêsÁrea de IntegraçãoEducação FísicaFísica e QuímicaSistemas Digitais2.1. Arquitectura dos Microcontroladores2.2. Microcontroladores e Autómatos2.3. Projecto com MicrocontroladoresTecnologias Aplicadas2.1. Sensores e Transdutores2.2. Máquinas-ferramenta2.3. Práticas OficinaisAutomação e Comando2.1. Aquisição e Tratamento de Dados2.2. Robótica2.3. Aplicações de DomóticaFísica2.2. Luz e fontes de luz, óptica Geométrica2.3. Circuitos EléctricosPortuguêsMatemáticaInglêsÁrea de IntegraçãoEducação FísicaFísica e QuímicaSistemas Digitais1.1. Sistemas de numeração1.2. Circuitos Lógicos1.3. Circuitos Combinatórios1.4. Circuitos SequenciaisTecnologias Aplicadas1.1. Higiene e Segurança no Trabalho1.2. Instalações Eléctricas1.3. Desenho Assistido por Computador (CAD)1.4. Desenho de Componentes e Esquemas1.5. Placas de Circuito Impresso1.6. Soldadura e Maquinação1.7. Técnicas de ManutençãoTec. Informação e Comunicação1.1. Folha de Cálculo1.2. Gestão de Base de Dados1.3. Criação de Páginas WebPortuguêsMatemáticaInglêsÁrea de IntegraçãoEducação FísicaFísica e QuímicaI – PROJECTOI - 1. ANALISAR E INTERPRETARDiagrama 5 – Excerto da GE do curso de Técnico de Electrónica Automação e ComandoActos Profissionais Técnico de Electrónica Automação Comando - Estrutura Curricular/Módulos %1.1. Fontes de alimentação201.2. Sistemas de Comandoe AutomatismosElectricidade e Electrónica1.1. Corrente Contínua 201.2. Análise de Circuitos em Corrente Contínua 301.3. Magnetismo e Electromagnetismo 601.4. Corrente Alternada Monofásica 302.1. Semicondutores 152.4. Fontes de Alimentação 903.2. Electrónica de Potência e Aplicações 70Sistemas Digitais1.4. Circuitos Sequenciais 10Tecnologias Aplicadas1.3 Desenho Assistido por Computador (CAD) Diagrama 30 2 – Excerto da GAP do cu1.4Desenho de Componentes e Esquemas 30Física2.3 Circuitos Eléctricos 20Electricidade e Electrónica3.3. Máquinas Eléctricas I 203.4. Máquinas Eléctricas II 20Sistemas Digitais1.1.Sistemas de numeração 101.2.Circuitos Lógicos 101.3 Circuitos Combinatórios 101.4 Circuitos Sequenciais 102.2 Microcontroladores e Autómatos 102.3. Projecto com microcontroladores 20Automação e Comando3.1. Automatismos electromecânicos 203.3.Autómatos Programáveis 203.4.Projecto de Automatismos 603.7.Projecto com Autómatos 60Tecnologias Aplicadas2.1.Sensores e Transdutores 20Referências bibliográficasANET (2005). O Processo de Bolonha e as suas implicações para a Engenharia: o caso dos engenheiros técnicos, pp<strong>11</strong>-13,ISBN 972-99919-0-1.Catálogo Nacional de Qualificações (2008). Glossário. Acedido em 22, Dezembro, 2008, HYPERLINK “http://www.catalogo.anq.gov.pt” http://www.catalogo.anq.gov.ptCavaco, C. (2007). Reconhecimento, validação e certificação de competências: complexidade e novas actividades profissionais.Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 2, pp21-34.Decreto-Lei nº 396/2007 de 31 de Dezembro. Diário da República nº 251 - I Série. Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.Lisboa Valente, A. e Wochnik, M., 2008. Novas tendências na Educação e Formação <strong>Profissional</strong> (EFP) na Europa: A convergênciacomo uma driving force na reforma dos sistemas de EFP nacionais? O caso Português. FS – Working Paper, ReferatWestliche Industtrieländer, Lisboa.(…)Rute MachadoGabinete de Inovação Pedagógica


A NOSSA ESCOLA30 ENSINAR E APRENDERCursos de Educaçãoe Formação de AdultosDestinam-se aos adultos com idade igual ou superior a 18 anos, semqualificação adequada para efeitos de inserção ou progressão no mercado detrabalho e, prioritariamente, sem a conclusão do ensino básico ou secundárioA educação de adultos tem conhecido, nos últimos anos,um inequívoco desenvolvimento suportado por políticaspúblicas de educação que têm em consideração a importânciada aposta na melhoria da qualificação escolar e profissionalda população adulta portuguesa. Atendendo à significativadistância que nesta matéria nos separa dos paísesmais desenvolvidos da Europa, é actualmente unânime quenão basta adoptar medidas de prevenção junto das camadasmais jovens da população, como é também crucial para odesenvolvimento económico e social do país agir de formaactiva e intencional em prol da melhoria da qualificação dapopulação activa.Foi neste contexto que surgiram, no ano de 2000, os cursosde Educação e Formação de Adultos (EFA) então com carácterexperimental. Actualmente no âmbito da Iniciativa NovasOportunidades assistimos à sua generalização, assumindodiversas configurações que permitem uma resposta formativaadequada a públicos com diferentes características.Os cursos EFA são organizados em unidades de formação decurta duração, a partir de um modelo de formação modular,estruturado a partir do Catálogo Nacional de Qualificações,o que permite capitalizar a formação desenvolvida para aconclusão de uma ou várias saídas profissionais.Este modelo permite também responder com precisão apercursos incompletos de qualificação, nomeadamenteadultos oriundos de processos de reconhecimento, validaçãoe certificação de competências, que tendo obtido umacertificação parcial aqui podem desenvolver as competênciasnecessárias para a conclusão do seu percurso. Prevêtambém a tipificação de percursos formativos em funçãodos níveis de escolaridade já obtidos pelos adultos.Esta oferta formativa foi especialmente desenvolvida a partirdos pressupostos da educação de adultos, adoptando ummodelo pedagógico que valoriza a experiência dos formandose incentiva a reflexão crítica. O adulto assume um papelcentral no seu processo de aprendizagem, participando activamenteno estabelecimento dos objectivos de aprendizagem,bem como nos processos formativos desenvolvidos aolongo dos cursos. São privilegiados métodos activos, ondeo debate, os estudos de caso e a resolução de problemasassumem um papel central no processo formativo.Não obstante estarmos perante uma oferta formativa inovadora,é de realçar que esta estrutura mantém todo o rigor característicodos processos formativos de qualificação profissional,tendo em vista o harmonioso desenvolvimento dos adultosem formação. Os cursos EFA estimulam o desenvolvimentointegral do futuro profissional, nomeadamente os saberesnecessários ao exercício responsável e fundamentadoda profissão, o desenvolvimento das competências práticasinerentes ao exercício da profissão (saberes-fazer) bemcomo as atitudes e valores dos adultos (saberes-ser).Reforçando o seu compromisso com o ensino profissionalizantede jovens e adultos, a Cooptécnica <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> dispõeactualmente de uma ampla oferta formativa de cursosEFA nas diversas localidades onde actua.Para mais informações sobre esta oferta formativa sugerimosque contacte a <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> maisperto de si ou os Centros Novas Oportunidades <strong>Gustave</strong><strong>Eiffel</strong> (Amadora e Entroncamento).Carla MartinsCoordenadora do CNO <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> do Entroncamento


A NOSSA ESCOLAENSINAR E APRENDER 31Formação Modular CertificadaDirige-se aos adultos com o 9.º ano e permite a aquisiçãode competências / habilitações que facilitam a (re)inserçãoe progressão no mercado de trabalhoEm Março do corrente ano implementou-se o projecto FormaçãoModular Certificada na EPGE, contemplando assim aflexibilização e diversificação da oferta de formação contínua,integrada no Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ).A Formação Modular Certificada, regulada pela Portarian.º 230/2008 de 7 de Março, dá a possibilidade ao adulto deadquirir mais competências, de obter mais habilitações escolarese qualificações profissionais, com vista a uma (re)inserçãoou progressão no mercado de trabalho, numa perspectivade reciclagem ou mesmo de reconversão profissional.A oferta formativa modular visa a elevação dos níveis dequalificação dos adultos garantindo-lhes o acesso a módulosde formação de curta duração capitalizáveis, cuja frequênciaé totalmente gratuita sendo atribuído subsídio derefeição e subsídio de transporte.É composta por Unidades de Formação de Curta Duração(UFCD) de 25 ou 50 horas, integradas em percursos de nívelbásico e secundário, criando percursos flexíveis de duraçãovariada. Propõe-se colmatar algumas lacunas verificadas,pelos candidatos, no decurso da respectiva actividadeprofissional. É uma oferta formativa individualizada,que pressupõe a frequência parcial das unidades de formaçãode curta duração, em função das necessidades decada candidato e não a totalidade de um determinado percursoformativo.Pode ser frequentada por todos os activos empregadosou desempregados, que pretendam desenvolvercompetências em alguns domínios de âmbito geral ouespecífico, com idade igual ou superior a 18 anos, sem aqualificação adequada para efeitos de inserção ou progressãono mercado de trabalho e, prioritariamente,sem a conclusão do ensino básico e secundário. Os formandos,com menos de 18 anos, poderão ser integrados emformação modular, desde que comprovadamente inseridosno mercado de trabalho ou em centros educativos tuteladospelo Ministério da Justiça.Estas Unidades conferem a atribuição de um certificado dequalificações, constantes do CNQ, sempre que um adultoconclua com aproveitamento uma formação modular.Plano de Formação 2009Área de Formação: Gestão e AdministraçãoUFCD Nível de Formação Carga Horária Datas de RealizaçãoProcessos de Recrutamento, Selecção e Admissão de Pessoal 3 50 horas 02/<strong>11</strong>/2009 a 29/<strong>11</strong>/2009Área de Formação: Construção Civil e Engenharia CivilUFCD Nível de Formação Carga Horária Datas de RealizaçãoAmbiente, Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho 3 50 horas 02/12/2009 a 22/12/2009Área de Formação: Ciências InformáticasUFCD Nível de Formação Carga Horária Datas de RealizaçãoRedes – Instalação e Configuração 3 50 horas 02/<strong>11</strong>/2009 a 29/<strong>11</strong>/2009Inglês - Iniciação 3 50 horas 02/10/2009 a 29/<strong>11</strong>/2009Processador de Texto 3 50 horas 02/12/2009 a 22/12/2009Inglês - Continuação 3 50 horas 02/12/2009 a 22/12/2009Alcinda MatosTécnica acompanhante das Formações Modulares Certificadas


A NOSSA ESCOLA32 ENSINAR E APRENDERMécio DinarcoAfonsecaex-aluno, 37 anosCurso: Técnico de InformáticaFundamental, concluído em 1994Profissão: Project Management OfficeO que o levou, em 1991, a optar pelo ensino profissional?Fundamentalmente a ausência de alternativas para a áreade informática, no ensino tradicional.Porquê a escolha do curso de Informática Fundamentale da <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> (EPGE)?A escolha do curso resulta, em parte, da época que então vivíamos,início da década de 90, em que a micro informática davaos primeiros passos em Portugal e quase todos os adolescentesqueriam saber mais e mais sobre informática. Escolhi a <strong>Escola</strong><strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>, por me ter sido uma recomendadapor alguns alunos que na altura frequentavam a escola.Que aspectos gostaria de realçar da sua passagem pelaEPGE?O elevado nível de conhecimentos dos docentes, principalmentedas áreas tecnológicas. A relação entre os alunos eprofessores era saudável e muito próxima, o que facilitavabastante o esclarecimento de dúvidas.De que modo os conhecimentos adquiridos na EPGE lheestão a ser úteis?Os conceitos e princípios adquiridos na EPGE ajudaram econtinuam a ajudar-me a estar atento e a compreender algumasevoluções tecnológicas.Concluído o curso profissional, em 1994, prosseguiuestudos no Ensino Superior.De que modo os conhecimentos adquiridos na EPGEforam postos em prática na faculdade?Fiz o curso de Engenharia Informática, pelo ISTEC – InstitutoSuperior de Tecnologias Avançadas e, mais recentemente,fiz uma pós-graduação em Gestão de Projectos pelo ISLA.Os conhecimentos que trazia da componente tecnológica,ajudaram-me a fazer as cadeiras de forma mais tranquila ecom melhores resultados.O seu actual trabalho está relacionado com a suaformação?Sim, actualmente desempenho a função de PMO – ProjectManagment Office na Glintt IT Consulting. As funções de umPMO passam por: providenciar a formação e acompanhamentoaos Gestores de Projecto; estabelecer e verificar ocumprimento de padrões e métricas de gestão de projecto;garantir o alinhamento dos projectos à estratégia da divisão/empresa; controlar, armazenar e difundir as lessons Learneddos projectos; padronizar ferramentas de gestão de projectos;assumir o papel de mentor para projectos complexos.Que avaliação faz do mercado de trabalho na sua áreade formação?O mercado das Tecnologias de Informação continua activo masmuito selectivo. A contratação desenfreada, os projectos megalómanose a ausência de gestão, julgo que fazem parte do passado.Os bons alunos/profissionais terão sempre colocação no mercadode trabalho, quanto a isso não tenho a menor dúvida.Qual é o seu projecto de vida, a nível profissional e queprojectos gostaria de desenvolver no futuro?O meu projecto profissional, neste momento, passa por criaras condições necessárias à formação de um Centro de Competênciaem Gestão de Projecto, na divisão Glintt IT Consulting,que possa servir as áreas de negócio internas e externasda organização.Gostaria de, num futuro próximo, ter oportunidade de gerirum projecto internacional de grande dimensão.


NOTÍCIAS 33<strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong>da APRODAZAssociação para a Promoção eDesenvolvimento dos Açores• Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente• Técnico de Informática/GestãoFormar jovens tendo como preocupação central proporcionarum ensino profissional de qualidade em áreasconexas com as engenhariasEm Setembro passado foi inaugurada, em Ponta Delgada(Açores), a <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> da APRODAZ (Associação paraa Promoção e Desenvolvimento dos Açores), mais uma <strong>Escola</strong>que fará parte do “Universo <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>”.As metas traçadas para os primeiros cinco anos de actividadepassam por formar 500 jovens, sendo a preocupação centralproporcionar um ensino profissional de qualidade em áreasconexas com as engenharias.A APRODAZ tem igualmente levado a efeito cursos de requalificaçãono âmbito do projecto REACTIVAR – um programaregional para a formação de adultos, com dupla certificação– profissional e académica.Como se trata de uma escola nova, a criar de raiz, procurámosenquadrar os docentes e responsáveis de curso dentroda “nossa” filosofia de trabalho, trabalhada e aperfeiçoada aolongo de 20 anos. Assim, realizámos no passado dia 10 deSetembro, no Hotel Açores Atlântico, em Ponta Delgada, umareunião em que foi realizada a apresentação pelo Prof. HélderPita, seguido de um debate e troca de impressões.Esta associação foi criada com o intuito de criar uma <strong>Escola</strong>Superior de Engenharia que pudesse proporcionar cursossuperiores de engenharia de 1º ciclo na Região Autónomados Açores, oferta que não existe.No entanto, a ausência de resposta por parte do MCTES aoprojecto, entregue no dia 30 de Novembro de 2004, levou àreorientação do projecto inicial para o Ensino <strong>Profissional</strong>.Estiveram presentes cerca de 60 pessoas que, de uma formaou de outra, estão envolvidas no processo de criação dessa<strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong>.Mais informações podem ser obtidas emhttp://www.aprodaz.comPedro BrásMembro da Direcção da APRODAZAssim, foi deliberado prosseguir os passos conducentes à criaçãode uma <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong>, a qual irá funcionar num edifícioda Rua Bruno Tavares Carreiro e arrancará com mais deuma centena de alunos distribuídos por sete cursos:• Técnico de Construção Civil - Condução de Obra• Técnico de Construção Civil – Desenho de Construção Civil• Técnico Topógrafo / Geómetra• Técnico de Energias Renováveis• Técnico de Gás


34 NOTÍCIAS<strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>participou no RoboCup 2009 na Austria8 th May, 2003 : it was when our school participated for the firsttime in a Robotics competition. I remember the fear I had aboutthe competition and therefore we do not advertised to the restof the school that we are participating. Of the three competitionsof the festival we took part in two. We won one and gota second place in the other (a gross error of programming, leftturn instead of right turn ...). It was also with lots of fear that wedecided to participate on World Cup Robotics: RoboCup 2003in Padua, Italy. That way we have entered history being the firstPortuguese school to participate in the RoboCup. The result: aSecond place in the dance competition... In the following yearswe got more than 40 places on the podium involving more than100 students from 3 different courses. Our school became thereference in this area in Portugal and even outside it! But therewas always a premium that has escaped us, despite the manyattempts... The first individual place in dance robotics competition.This year, as a result of a long work made in our schoolgroup during the past 3 years involving students from variouscourses: Electronics, Multimedia, Animation, and several polesof our school: Amadora, Queluz and Entroncamento, we achievedto beat all opponents in the strongest festival nationalrobotics ever weld in Castelo Branco, winning the dancecompetition. That way we classified to RoboCup 2009 held inGraz, Austria. Huge and enormous difficulties only know fromthe members of the team, had to be overcome to make possiblethe participation this year in RoboCup ... But the team I had chosen,students and teachers, with an immense amount of planningthat remounts back to November 2008, and through a veryprofessional attitude overcame these difficulties and achievedto win one of the most coveted prizes in RoboCup: the individualtitle in dance competition. For me, as a teacher, moreimportant than the prize, was that once again our studentshave been recognized as among the best in the world in thisarea, along with students from Japan, China and Israel ... bygetting the best possible score in the interview!The editor has asked me to choose some photos for this article.From many thousands of photos I chose one that revealsthe secret behind our success: when a group of individuals ofmy choice participate in RoboCup, it becames and acts as onlyand only one team. The photo shows what we were during the15 days out of Portugal: a group of friends that after a work ofmany months are “just” the world champions in robotics... Atleast until June 2010 in Singapore…Eduardo PintoProf.º da EPGEEste texto foi escrito em inglês uma vez que é a língua mais falada no RoboCup onde professores ealunos participantes têm a oportunidade de pôr em prática os seus conhecimentos linguísticos.


NOTÍCIAS 35COMENIUS SOS EARTHUm Projecto de intercâmbio entre quatro escolas europeiasque promovem a Educação AmbientalO Projecto Comenius SOS Earth insere-se no Programa deAprendizagem ao Longo da Vida e tem como objectivos principaispromover a Educação Ambiental, contribuindo para aformação de novos padrões de comportamento individual,colectivo e social na área do desenvolvimento sustentável.Os principais temas em análise neste projecto são: energia eiluminação, eficiência energética, poupar energia em casa ena escola e alterações climáticas. O produto final do projectoincluirá um site na internet sobre a Educação Ambiental, umarevista intitulada SOS Earth, um CD com o registo de todasas actividades desenvolvidas, uma exposição sobre a evoluçãodas formas de energia - From de Candles to Lasers- e umespectáculo pedagógico.Neste Projecto participam escolas de quatro países: Roménia(país coordenador) com a escola Mihai Bravu de Bucareste;Inglaterra com a Lincoln Christ´s Hospital School, Finlândia coma Upper Comprehensive Saarnilaakson Koulu e Portugal com a<strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>.Até agora sucederam já diversas reuniões de trabalho e umaSemana de Intercâmbio com alunos e professores e que decorreuna Roménia, entre 29 de Março e 4 de Abril. Participaramnessa Semana de Intercâmbio 6 alunos da nossa escola (quatrodo pólo do Entroncamento e dois do pólo da Amadora)acompanhados por três professores.As próximas etapas do projecto decorrerão em Portugal comuma reunião de trabalho entre 27 de Outubro e 1 de Novembroque terá como objectivo preparar a segunda Semana deIntercâmbio em 2010. Esta semana realizar-se-á em Maio de2010 e a nossa escola será a anfitriã recebendo um grupode cerca de 30 alunos e professores. As Alterações Climáticasserá o tema a ser desenvolvido, envolvendo alunos dos pólosda Venda Nova / Amadora e Entroncamento que realizarão,em conjunto, com os alunos romenos, ingleses e finlandeses,diversas actividades tais como palestras, ateliês de reciclagem,actividades lúdicas e pedagógicas, exposições, visitasculturais na região, entre outras. O pólo do Entroncamentoirá, também, preparar um espectáculo pedagógico sobre ostemas do projecto a ser apresentado a toda a comunidadeescolar e local.Este Projecto é um enorme desafio para a nossa escola, envolvendoalunos e professores com iniciativas diversas que mobilizamo currículo de várias disciplinas e que possam ser apresentadase partilhadas na referida Semana.Convida-se toda a Comunidade <strong>Escola</strong>r a aderir a este Projectocom ideias, sugestões, iniciativas e actividades quegravitem à volta do tema da Educação Ambiental. Todosserão bem-vindos com contributos e participação empenhada- matéria-prima essencial para os melhores e maisoriginais desempenhos.Maria de Fátima RoldãoProf.ª da EPGE


36 NOTÍCIAS<strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>representou Portugal na maiorfeira de ciência, nos EUAApresentação de um balão em forma de óvni a funcionar com hélioe robotizado captando imagens e enviando-as para uma estação demonitorização onde são gravadasNo passado mês de Maio entre os dias 10 e 16, decorreuno Sparks Convention Center na cidade de Reno, no estadode Nevada, nos EUA, uma das maiores feiras de ciência domundo, patrocinada pela INTEL (Intel International Scienceand Engineering Fair - ISEF)Ali foram exibidos projectos e trabalhos científicos inovadoresde várias áreas do conhecimento, desde a Física à Medicina,às Ciências Comportamentais, à Farmacêutica, à Engenhariae Equipamentos, entre outros.Foi grande o orgulho e patriotismo sentido ao ver escrito“BEM VINDO” num quadro gigante, na entrada principal,entre dezenas de línguas estrangeiras de boas vindas.Estiveram presentes 56 Nações entre as quais Portugalrepresentado pela <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong> <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> (EPGE),com a participação do Coordenador do Curso de Técnicode Electrónica, Automação e Comando, o professor CarlosSimões e dos alunos Rafael Vieira, André Silvestre e TiagoGonçalves.Neste evento, destacaram-se alguns momentos tais como:boas vindas, registo e certificação, instalação do expositor,abertura oficial da feira, visitas e entrevista do júri aos finalistas,abertura da exposição ao público em geral, eventossociais organizados para integração dos participantes, atribuiçãodos prémios e encerramento e uma parte lúdica livredos participantes.


NOTÍCIAS 37No primeiro dia, 10 de Maio, Domingo, decorreu a cerimóniade troca de pinos que serviu de ice break para as pessoasse começarem a conhecer e a integrarem.O projecto da nossa escola com o título Rádio ControlledBlimp for Inside Surveillance consistia num balão em formade óvni a funcionar com hélio e robotizado captando imagense enviando-as para uma estação de monitorizaçãoonde podem ser gravadas. A sua forma permite-lhe umagrande capacidade de manobra e torna-o mais eficiente eflexível quando comparado com o zepelim convencional.Futuramente, este projecto pode evoluir para o transportede pessoas em actividades turísticas.No segundo dia foi realizada a abertura oficial da exposiçãoque se iniciou com um jantar convívio seguindo-se umacerimónia com muita cor, luz e som onde todos os finalistassubiram ao palco exibindo um cartaz feito por eles alusivoao seu país. No nosso cartaz para além da referênciaaos Descobrimentos e a Luís de Camões não faltou tambémo vinho do Porto, o queijo da serra, chouriço e umtinto alentejano.O ponto mais alto desta cerimónia decorreu quando o presidenteda INTEL discursou perante os milhares de participantesreforçando a importância da formação daqueles jovenscientistas para poderem influenciar o mundo e a humanidadecom as suas descobertas científicas.Os alunos finalistas foram entrevistados sobre as várias vertentesdos projectos/experiências por um Júri Sénior queimpunha grande respeito.Os projectos foram avaliados pela sua inovação, técnica,funcionalidade e pelo desempenho dos finalistas nas suasexplicações sobre os mesmos.Durante um dia a exposição foi aberta ao público, em geral,e contou com milhares de pessoas a visitá-la e que manifestavamgrande interesse pela feira da ciência. A maior partedos visitantes eram pessoas de escolas e universidades interessadaspelas várias temáticas, que faziam bastantes perguntassobre os projectos, em visitas organizadas.O último dia foi marcado pela cerimónia de encerramento eentrega dos prémios aos melhores projectos e aos finalistasque mais se distinguiram pelo seu conhecimento sobre osconceitos científicos, em geral, e especialmente pelos seusprojectos. A maior parte dos prémios foram atribuídos atrabalhos científicos dos EUA, Índia e países nipónicos. Mas,como o presidente da INTEL referiu no seu discurso de abertura,a participação neste evento é já uma vitória.Paralelamente às actividades científicas decorreram sempreeventos sociais programados pela própria organizaçãopara proporcionar o convívio saudável entre os participantes.Alguns destinavam-se a todas as pessoas envolvidas,outros eram exclusivamente para os alunos.Era visível o entusiasmo e alegria dos alunos nesta envolvênciada ciência e diversão que muito contribui para a suamotivação para prosseguirem a sua formação e os seus estudospor diante, para um nível superior.Decorreu também uma sessão aberta aos finalistas para perguntase debate com a presença de vários Cientistas prémiosNobel, que foi um momento importante e, talvez, único paraos pequenos génios.Para além das actividades programadas houve ainda tempopara fazer algum turismo e conhecer os pontos mais atractivosnos arredores da cidade de Reno e participar em actividadeslúdicas e radicais.Por fim e em jeito de conclusão considero que tudo estavamuito bem organizado, quer a nível nacional, pela FundaçãoJuventude que apoiou financeiramente esta participaçãoe que tudo planeou para que nada falhasse quer tambémao nível da ISEF que nada deixou ao acaso, desde aparte logística à exposição e avaliação dos projectos da ciênciae tecnologia.A participação neste evento foi, sem dúvida, muito interessantee importante do ponto de vista científico e tecnológiconão só para os alunos finalistas como também para osprofessores participantes.Esta Feira crê-se que seja a montra da ciência mundial, aonível júnior, onde se podem ver projectos curiosos e valiosos,desde a medicina à engenharia. Certamente que algunsdeles evoluirão para grandes programas que vão influenciare/ou contribuir para a evolução da humanidade e domundo.Dada a motivação e a importância que este tipo de actividadesinduz nos alunos, destes níveis etários, entendo quedeveria haver uma participação mais expressiva do nossoPaís quer na quantidade quer na diversidade de projectose no número de alunos.Carlos SimõesCoordenador do Curso de Técnicode Electrónica Automação e Comando


38 OPINIÃOO PAÍS SOMOS NÓS“…. muito depende de nós. Dos nossos pequenos gestos. Fazer bem efazer bem à primeira.Fazer melhor do que pedem os regulamentos.Encontrar a nossa maneira de termos prazer no que fazemos, o quegeralmente só acontece quando sabemos colocar qualidade no nossodesempenho”.Porfírio SilvaNo momento em que escrevo, o paísacaba de encerrar um longo períodode eleições. O clima de campanhaeleitoral, que começou há váriosmeses antes das eleições europeiase acaba agora com as eleições autárquicas,é útil e necessário à democracia– mas às vezes faz com quese esqueçam momentaneamenteoutros aspectos da realidade.Face a umas eleições, quando se avalia o que fizeram antesos candidatos e a credibilidade que têm para desempenharos mandatos que nos pedem que lhes demos, a atitude damaioria dos eleitores é uma atitude de “juiz”. É como senos sentássemos nas nossas cadeiras a olhar para os candidatosa deputados ou a autarcas e fossemos atribuindodefeitos e qualidades a este e aquele. A “voz do povo”, nessascircunstâncias, é usualmente muito crítica, indo desdea detecção inteligente das forças e fraquezas dos candidatosaté a exercícios de pura má-língua que resultam noboato (ou, mais recentemente, e mais saudável, nos programasde humor). Esse exercício por vezes conduz-nosa uma decisão acerca do sentido do nosso voto. Ou donosso não-voto. De qualquer modo, quando nos colocamosnessa posição, é como se o foco da nossa vida emcomum estivesse nos outros: os candidatos. É como se nós,a imensa maioria, só tivéssemos apenas que olhar para omenu e escolher.Terminado o período eleitoral, esfuma-se a ilusão de queos defeitos do país sejam apenas os defeitos de umas dezenasde candidatos a esta ou aquela eleição. E torna-se maisclaro que… o país somos nós. Se trabalhamos bem, se nosesforçamos, se cooperamos com os outros, se tomamos iniciativaspara eliminar os pequenos defeitos que estão aonosso alcance: vamos conseguindo melhorar algumas coisase vamos criando melhor qualidade de vida para nós própriose para os que connosco convivem.Claro, a vida é difícil para muitos e muitas dessas dificuldadesresultam de factores que não somos nós a controlara nível local. Por isso mesmo não podemos passar culpaspara esta ou aquela pessoa individualmente considerada,nem desculpar os poderes públicos. Temos de ser exigentese continuar a lutar por um país mais justo, menos desequilibrado,com mais oportunidades para quem trabalha, játrabalhou, ou quer começar a trabalhar. E, por ser verdadeque muitos problemas têm de ser atacados globalmente,o desinteresse pela causa pública (o que muitos dizem serdesinteresse pela política) é uma estratégia errada. É tentarignorar o que na realidade marca o nosso quotidiano.Contudo, é bom ter a noção de que muito depende de nós.Dos nossos pequenos gestos. Fazer bem e fazer bem à primeira.Fazer melhor do que pedem os regulamentos. Encontrara nossa maneira de termos prazer no que fazemos, oque geralmente só acontece quando sabemos colocar qualidadeno nosso desempenho. Reconhecer o papel dos outrose respeitá-los, quer no desempenho das suas funções, quercomo pessoas. Poupar esforços, anulando inutilidades, paranos concentrarmos no que é importante. Um exemplo muitopequeno: já repararam na quantidade de tempo que desperdiçamospor causa de meros atrasos que deviam ser evitados?Dez pessoas têm uma reunião, mas todos perdemmeia hora por uma delas chegar atrasada, fazendo-se esperar.Vamos ao médico e esperamos uma hora depois da horamarcada, uma hora improdutiva. Entretanto, o tempo, essebem precioso, esvai-se por entre os nossos dedos. E tudoisto multiplicado por dezenas, por centenas, por milharesdurante a nossa vida activa – já viram que desperdício? Equantas vezes não somos nós os causadores dessas situações?Melhor seria estarmos conscientes do impacte dos nossosactos. Estarmos cientes de que o país somos nós.


INTERNET 39A crise chegou mas a nossa vontade de viajar e conhecer novos destinos e culturas não partiu. Por isso, cada vez mais,recorremos à internet para efectuar pesquisas e reservas de viagens, obtendo preços mais competitivos que os praticadospelas tradicionais agências de viagens.Apesar das vantagens proporcionadas pela internet, colocamos sempre a questão se estaremos realmente a poupardinheiro ou simplesmente a comprar uma viagem para o desconhecido. Para nos ajudar a dissipar estas dúvidas foi criadoo site que vos recomendo: www.bananatrips.pt.O bananatrips é um site onde, por um pequeno valor, uma equipa de viajantes experientes efectua as pesquisas por nóse, posteriormente, nos remete as melhores opções encontradas para satisfazer o nosso pedido. As consequentes reservasserão da nossa responsabilidade.Para além deste serviço, a visita ao bananatrips, oferece-nos uma navegação agradável e muitos outros conteúdos deinteresse.Se tem vontade de viajar não deixe de visitar este site.www.bidrivals.comCompras a preços incríveisMuitos de nós já acedemos, algumas vezes, a sites de leilões on-line, mesmo que só para ver como funcionam ou se existemboas oportunidades de negócio.É verdade que em alguns destes sites se conseguem comprar artigos a preços bastante interessantes mas, em nenhumoutro consegui encontrar preços tão baixos como no BidRival. Normalmente consegue-se adquirir um artigo por menosde 20% do seu valor.No BidRivals os artigos vão a leilão por €0,01 e as licitações são feitas através de lances pré comprados (€0,50 cada) queacrescentam tempo de duração ao leilão.Penso que vale a pena visitar este site para aprofundar melhor os conhecimentos sobre o seu funcionamento e tentar adquirirum produto.Nuno Maroco


40 LIVROSEdições <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>Código Regulamentar <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> - CRGEO Código Regulamentar <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong> contém: Carta de Princípios, OrganigramaInstitucional, Oferta Formativa, Projecto Educativo, RegulamentosEspecíficos e Guias de Aluno/Formando e Professor/Formador.Esta publicação, editada em Maio de 2009 e distribuída por toda a comunidadeeducativa é uma ferramenta de trabalho e também um contributopara o reforço de Ensino, em particular do Ensino <strong>Profissional</strong>.Segurança e Higiene no Trabalho – ManualTécnico(2ª edição em Maio 2009)Fernando M. D. Oliveira NunesNesta publicação procura-se fornecer conteúdos que, sem descurar o rigortécnico e a aplicabilidade prática, mantenha uma abordagem didáctica dosmesmos, por forma a poder ser útil quer aos profissionais em exercício, querà formação inicial de novos técnicos.O livro teve na sua génese a compilação dos textos de apoio, elaborados peloautor, para a leccionação de pós-graduações na área da Segurança e Higieneno Trabalho.Matemática Aplicada T2e Matemática Aplicada T3(de acordo com o Programa homologado pelo Ministério da Educação)Ana Rita Campos e Cidália CarvalheiroManuais escolares executados por duas professoras da <strong>Escola</strong> <strong>Profissional</strong><strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>, que se destinam aos formandos dos Cursosde Educação e Formação (CEF).A estrutura dos manuais consiste na apresentação do módulo, em exercícios a realizare num teste para verificação de conhecimentos, no final de cada módulo.


OFERTA FORMATIVA 41Ensino <strong>Profissional</strong>Cursos de Nível 3Construção Civil e Engenharia Civil• Técnico de Desenho de Construção Civil• Técnico de Medições e Orçamentos• Técnico de Condução de Obra• Técnico de TopografiaCiências Informáticas• Técnico de Gestão de EquipamentosInformáticos• Técnico de Gestão e Programação de SistemasInformáticosElectrónica e Automação• Técnico de Electrónica, Automação eComando• Técnico de Mecatrónica• Técnico de Electrónica, Automação eComputadoresElectricidade e Energia• Técnico de Energias RenováveisTrabalho Social e Orientação• Animador SocioculturalServiço de Apoio a Crianças e Jovens• Técnico de Apoio à InfânciaDesign• Técnico de DesignGestão e Administração• Técnico de GestãoAudiovisuais e Produção dos Media• Técnico de MultimédiaMarketing e Publicidade• Técnico de Comunicação – Marketing,Relações Públicas e PublicidadeSegurança e Higiene no Trabalho• Técnico de Higiene e Segurança do Trabalhoe AmbienteProtecção de Pessoas e Bens• Técnico de Protecção CivilCursos de SistemaAprendizagemCursos de Nível 3Formação Inicial ou de Aperfeiçoamento• Assistente Comercial Bancário• Técnico de SegurosCursos de Educaçãoe Formação (CEF)Cursos de Nível 2 - Tipo 2 e 3Educação e Formação de Jovens• Electricidade de Instalações• Instalação e Operação de SistemasInformáticos• Instalação e Reparação de Computadores• Práticas Administrativas• Práticas de Acção Educativa• Práticas Técnico-ComerciaisCursos de Educação e Formaçãode Adultos (EFA)Secundário – Nível 3• Técnicas de Acção Educativa• Técnicas Comerciais• Técnicas de Apoio à Gestão• Instalação e Gestão de Redes Informáticas• Técnicas Administrativas• Topografia• Segurança e Higiene no Trabalho• Organização de EventosSecundário• EFA – <strong>Escola</strong>rCentro Novas Oportunidades<strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong><strong>Escola</strong>r:• 4.º ano• 6.º ano• 9.º ano• Secundário<strong>Profissional</strong>: Construção Civil• Construção Civil• Técnico de Obra• Técnico de Medições e Orçamentos• Técnico de Desenho de Construção CivilFormações ModularesCertificadasGestão e Administração• Técnicas de Marketing• Plano de Marketing• Processos de Recrutamento, Selecção eAdmissão de PessoalConstrução Civil e Engenharia Civil• Introdução ao CAD• CAD Projecto de Arquitectura• Ambiente, Higiene, Segurança e Saúdeno TrabalhoCiências Informáticas• Folha de Cálculo• Redes – Instalação e Configuração• Processador de Texto• Inglês (Iniciação)• Inglês (Continuação)Centro de Qualificaçãode Activos <strong>Gustave</strong> <strong>Eiffel</strong>Formação para obtenção de Certificadosde Aptidão <strong>Profissional</strong> (CAP)Transporte Rodoviários(Cursos homologados pelo IMTT)Transporte em Táxi• Curso de Formação de Motorista de Táxi- Tipo 1 (550 h)• Curso de Formação de Motorista de Táxi- Tipo 2 (550 h)• Cursos de Actualização (24 h)• Cursos de Aperfeiçoamento (30 h)Transporte Colectivo de Crianças• Curso de Formação de Motorista deTransporte Colectivo de Crianças (35 h)Transporte Colectivo de MercadoriasFormação Pedagógica de Formadores(Cursos homologados pelo IEFP)• Inicial (96 h)• Contínua (60 h)Segurança e Higiene do Trabalho(Cursos homologados pelo ACT)• Coordenador de Segurança na Construção(200 h) *• Técnico Superior de Segurança e Higienedo Trabalho (540 h)• Técnico de Segurança e Higiene do Trabalho(1200 h)* a aguardar legislação de enquadramentoFormação à MedidaOrganizamos soluções de formaçãopara empresas de acordocom as necessidades• Comunicação e Relações Interpessoais• Liderança e Gestão de Equipas• Excelência no Posto de Trabalho• Técnicas de Procura Activa de Emprego• Balanço de Competências• Desenvolvimento de Competências


(Sede) Amadora / Venda NovaRua Elias Garcia 29 • 2700-312 Amadora • Telef. 214 996 440 • Fax 214 996 449 • direccao@gustaveeiffel.pt • secretaria.vn@gustaveeiffel.ptAmadora / centroRua Luís de Camões, 4 e 6 • 2700-535 Amadora • Telef. 214 987 950 • Fax 214 987 970 • secretaria.amd@gustaveeiffel.ptQueluzRua César de Oliveira, 15 • 2745-091 Queluz • Telef. 214 362 521/24 • Fax 214 364 577 • secretaria.qlz@gustaveeiffel.ptEntroncamentoRua Mouzinho de Albuquerque, 8 • 2330-183 Entroncamento • Telef. 249 718 246 • Fax 249 719 862 • secretaria.ent@gustaveeiffel.ptLisboa / LumiarAlameda das Linhas de Torres, 179 • Campus Univertistário • 1750‐142 Lisboa • Telef. 913 630 078 • Fax 214 996 449 • secretaria.lum@gustaveeiffel.ptArruda dos VinhosPavilhão Multiusos - Vale Quente • 2630-233 Arruda dos Vinhos • Tel 263978900 • Fax 263978903• secretaria.av@gustaveeiffel.pt

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!