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Outros Retratos – Ensaiando um panorama do ... - Itaú Cultural

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80 Érika Bauer O <strong>do</strong>c<strong>um</strong>entário como experiência 81seu próprio discurso, efeitos, impressões e pontos de vista. É a voz <strong>do</strong> texto que ouvimos,que conduz to<strong>do</strong> o filme, mesmo quan<strong>do</strong> essa voz tenta se apagar. Na vida fazemos usode encenações; por que não as utilizar no filme <strong>do</strong>c<strong>um</strong>entário? Por exemplo, quan<strong>do</strong>fazemos uso de entrevistas. A representação é parte <strong>do</strong> processo, não perguntamos oque não nos interessa, de certa forma conduzimos nossos personagens para o local <strong>do</strong>filme, daquilo que nos é importante. Interessante também é destacar o presente <strong>do</strong>spersonagens. O que fazem, além de falar aquilo que o diretor pergunta, ou o que fariam,caso não estivéssemos lá.A construção de <strong>um</strong>a estrutura de mosaicos, revelan<strong>do</strong> a incompletude de <strong>um</strong>a verdade!A intensidade da vida no mun<strong>do</strong> – lembran<strong>do</strong> que vivemos n<strong>um</strong> continente coloniza<strong>do</strong>,com mentes colonizadas, com fortes raízes na injustiça, controla<strong>do</strong> por organizaçõespolíticas ainda confusas, tão próximos à nação mais rica <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.Somos caóticos e a história que conhecemos – sempre a <strong>do</strong>s vence<strong>do</strong>res – foi contadacom base em escolhas. Nossos olhares, no entanto, guardam o potencial de liberdade queLlosa apontou em Dom Quixote. Como a câmera-olho de Vertov, precisam ir onde aindanão enxergamos, reconstruin<strong>do</strong> a realidade, expon<strong>do</strong> outros paradigmas que suavizemvelhas certezas, desvelan<strong>do</strong> a ordem – freqüentemente estranha – por trás <strong>do</strong> caos. Quemsabe, como pessoas e nações, não nos reencontremos menos enquadra<strong>do</strong>s?

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