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Outros Retratos – Ensaiando um panorama do ... - Itaú Cultural

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30 31O<strong>do</strong>c<strong>um</strong>entário, gênero que nasce com o cinema, procura lançar a câmera paramostrar e desvendar o real. Isso significa conhecer as paisagens, a natureza, aspráticas e os mo<strong>do</strong>s de viver <strong>do</strong>s homens. Significa também interrogar o próprioexercício de <strong>do</strong>c<strong>um</strong>entar.Sen<strong>do</strong> assim, questionar o <strong>do</strong>c<strong>um</strong>entário é interrogar a forma como se busca e se expressao conhecimento, a empatia ou a rejeição <strong>do</strong> outro, que está diante da câmera. A questãocentral, portanto, é saber como o <strong>do</strong>c<strong>um</strong>entário fez e faz da alteridade o sujeito dasimagens, sobretu<strong>do</strong> no Brasil, <strong>um</strong>a vez que o artista – o cineasta – depara com <strong>um</strong>a relaçãocom o outro, que envolve, em geral, <strong>um</strong>a diferença social marcante. Esta não deixa deinfluir de forma significativa no resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu trabalho.Tendências e perspectivas <strong>do</strong> <strong>do</strong>c<strong>um</strong>entário contemporâneo:<strong>um</strong> olhar histórico retrospectivoSheila SchvarzmanHistoria<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Condephaat, professora <strong>do</strong> curso de audiovisual das Faculdades Senac,professora convidada <strong>do</strong> Departamento de Multimeios da Unicamp. Realizou pós-<strong>do</strong>utora<strong>do</strong>sobre a obra de Octávio Gabus Mendes. É autora de H<strong>um</strong>berto Mauro e as Imagens <strong>do</strong> Brasil,São Paulo, Edunesp, 2004, e “H<strong>um</strong>berto Mauro e o Doc<strong>um</strong>entário”, no livro organiza<strong>do</strong> porFrancisco Elinal<strong>do</strong> Teixeira Doc<strong>um</strong>entário no Brasil – Tradição e Transformação, São Paulo,S<strong>um</strong>mus Editorial, 2004.Em busca de <strong>um</strong> objetoSe iniciarmos nosso questionamento pelo <strong>do</strong>c<strong>um</strong>entário clássico brasileiro, produzi<strong>do</strong>pelo Instituto Nacional de Cinema Educativo (Ince) entre os anos de 1936 e 1945, porexemplo, veremos que o que se enfoca ali são seres e situações edificantes, buscan<strong>do</strong> criarmodelos pedagógicos a ser segui<strong>do</strong>s n<strong>um</strong>a sociedade autoritária.São assim os grandes heróis cultos que o arqueólogo e diretor <strong>do</strong> Ince, Roquette Pinto,associa<strong>do</strong> ao realiza<strong>do</strong>r H<strong>um</strong>berto Mauro, tratou de construir, forjan<strong>do</strong> <strong>um</strong> panteão dehomens exemplares por seus feitos e obras, que deveriam restar como modelos para asnovas gerações: Macha<strong>do</strong> de Assis, Castro Alves, Rui Barbosa, Princesa Isabel ou Barão <strong>do</strong> RioBranco. Eles eram os grandes mortos, heróis românticos em que se deveria inspirar o Brasilextraordinário que aqueles filmes buscavam moldar.Nesse mesmo momento histórico, as reportagens <strong>do</strong> Departamento de Imprensa e

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