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Princípios da natureza na Física A, de Aristóteles: pré ... - IFCS

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ANAIS DE FILOSOFIA CLÁSSICA, vol. V nº 9, 2011ISSN 1982-5323SANTOS, José Trin<strong>da</strong><strong>de</strong>Princípios <strong>da</strong> <strong><strong>na</strong>tureza</strong> <strong>na</strong> Física A, <strong>de</strong> Aristóteles: pré-socráticos, PlatãoNo entanto, embora o não <strong>de</strong>clare, Aristóteles aceita com reservas o princípio<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>nte <strong>da</strong> crítica platônica aos pré-socráticos, expresso <strong>na</strong> concepção fi<strong>na</strong>lista <strong>da</strong>i<strong>de</strong>ali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ser (Sofista 243-256, Timeu, Filebo). Neste sentido, a linha que vai <strong>de</strong>senvolver<strong>na</strong> Física irá acomo<strong>da</strong>r os dois pólos inconciliáveis <strong>da</strong> reflexão sobre a <strong><strong>na</strong>tureza</strong> <strong>da</strong>s coisas,<strong>na</strong>s abor<strong>da</strong>gens paralelas <strong>da</strong> física e metafísica <strong>da</strong> Natureza.Por um lado, reconhece o movimento <strong>na</strong> <strong><strong>na</strong>tureza</strong>, conferindo aos contrários a funçãoque lhes foi atribuí<strong>da</strong> pela tradição pré-socrática, como princípios <strong>da</strong> constituição e explicaçãofísica. Por outro, insere esta perspectiva física no contexto metafísico <strong>da</strong> substância,reforçando o teleologismo e rejeitando o dualismo platônicos.O seu ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> é a <strong><strong>na</strong>tureza</strong> (physis), que o filósofo enten<strong>de</strong> em diversossentidos, dos quais <strong>de</strong>staco três:1. “a gênese <strong>da</strong>s coisas que crescem” (Met. Δ4,1014b16-17);2. “a substância dos seres <strong>na</strong>turais” (Ibid. 36);3. “a substância <strong>da</strong>s coisas que têm o princípio <strong>de</strong> movimento em si mesmas,enquanto tais” (Id. 1015a14-15).To<strong>da</strong>s estas expressões receberão <strong>na</strong> Física A a explicitação e estruturação conceituaisem que assenta a teoria física <strong>de</strong> Aristóteles.OS PRINCÍPIOS DA NATUREZAEstas três citações <strong>de</strong>limitam o problema <strong>de</strong> Aristóteles. Para o abor<strong>da</strong>r, começarei poruma breve exposição <strong>da</strong> Física A, cujo objetivo será <strong>de</strong>finir os conceitos que permitemcompreen<strong>de</strong>r o tratamento aristotélico <strong>da</strong> Natureza. Termi<strong>na</strong>rei com a aplicação <strong>de</strong>stesconceitos à teoria física <strong>de</strong> Aristóteles, cujo estudo concluirei com uma exposição sumária doproblema <strong>da</strong> materia prima, sem o qual a teoria física do Estagirita se mostra inconsistente.Se as substâncias dos seres <strong>na</strong>turais explicam a sua gênese e crescimento, então asubstância <strong>de</strong>ve ser entendi<strong>da</strong> como o “princípio <strong>de</strong> movimento e do repouso” que as fazserem como são. Mantendo o uso do termo como princípio em virtu<strong>de</strong> do qual as coisas são oque são, “enquanto tais”, a análise do Estagirita confere dois sentidos complementares àphysis:1) individualmente, o princípio em virtu<strong>de</strong> do qual ca<strong>da</strong> coisa é aquilo que é(B1,193b32-193a2);23

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