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Princípios da natureza na Física A, de Aristóteles: pré ... - IFCS

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ANAIS DE FILOSOFIA CLÁSSICA, vol. V nº 9, 2011ISSN 1982-5323SANTOS, José Trin<strong>da</strong><strong>de</strong>Princípios <strong>da</strong> <strong><strong>na</strong>tureza</strong> <strong>na</strong> Física A, <strong>de</strong> Aristóteles: pré-socráticos, Platãojá encontrados, que são o substrato e a forma. É ele a privação, entendi<strong>da</strong> como “o não-serenquanto não-ser” (A8,191b9-25).Por exemplo, os pares contrários quente/frio, seco/húmido existem <strong>na</strong> água – um <strong>de</strong>lesem potência, o outro em ato –, como privação um do outro. Por ação do fogo, os contráriosfrio e úmido sofrem corrupção, possibilitando aos respectivos contrários – quente e seco – ageração <strong>de</strong> uma outra substância: o ar.Para culmi<strong>na</strong>r a refutação dos Eleatas, o exemplo permite perceber que neste sentido oente se origi<strong>na</strong> aci<strong>de</strong>ntalmente tanto a partir do ser, quanto do não-ser. Como Platão já tinhavisto no Timeu (49b-e), pelo fato <strong>de</strong> continuamente se transmutarem uns nos outros, oselementos “não suportam ser <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>dos como enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s estáveis” (49e). Embora o arprovenha <strong>da</strong>quilo que a água não é, essa privação não <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> essencialmente aquilo que oar é.Em particular, esta referência permite-me expressar um <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iro intento: <strong>da</strong>r contado intransponível abismo que separa as concepções aristotélica e cartesia<strong>na</strong> <strong>de</strong> “matéria”, hojeassimila<strong>da</strong> pelo senso-comum. A crítica <strong>de</strong>sferi<strong>da</strong> pelo Estagirita ao dualismo platônicoafasta-o ain<strong>da</strong> mais do bi-substancialimo cartesiano. Em Aristóteles, enquanto correlato <strong>da</strong>forma, concorrente com ela tanto <strong>na</strong> <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> substância (Met. Z3), como <strong>na</strong> <strong>da</strong> physis(Física B1), a matéria nunca po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>la separa<strong>da</strong> e trata<strong>da</strong> como se fosse o constituinteamorfo dos corpos.REFERÊNCIASA) FONTES1. AristótelesL. Angioni, Aristóteles, Física I-II, (Prefácio, introdução, tradução e comentários), Campi<strong>na</strong>s2009.M. Boeri, Aristóteles: De anima, Traducción directa <strong>de</strong>l griego, Estudio Prelimi<strong>na</strong>r, notas eapéndice, Buenos Aires 2009.D. Bostock, Aristotle: Metaphysics, Books Z and H, Oxford 2003.H. Carteron, Aristote, Physique I-IV, Paris 1983.H. Carteron, Aristote, Physique V-VIII, Paris 1986.W. Charlton, Aristotle: Physics, Books I and II, Oxford 1992.F. J. A. Chorão, Tradução e comentário do De generatione et corruptione, em Matéria emAristóteles: O problema <strong>da</strong> materia prima (ver abaixo).43

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