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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

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A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaClaro que não podemos tomar a língua como a causa principal de semigrar para certo destino, senão, nessa lógia, os imigrantes da Europa deLeste dificilmente escolheriam Portugal como destino da sua migração!Contudo DURANTI (1997, pp. 49, 332 e 334) reforça a ideia de que a linguagemé um instrumento de interacção do indivíduo com o mundo,sendo a fala a actividade mediadora dessa mesma relação. Ter uma culturasignifica, segundo este autor, usufruir de um meio de comunicação,pelo qual é necessário usar uma língua. Esta é a expressão da própriacomunidade, da sua dinâmica, dos seus usos e costumes, das suasregras, daí que a não partilhar essa língua ou falá-la de forma limitada,condicionará certamente o acesso a uma plena integração.Nesta linha de ideias, poderemos reflectir sobre o caso dos imigrantes daEuropa de Leste no nosso país. O português é uma língua românica debase latina 45 , enquanto que a grande maioria das línguas da Europa deLeste são línguas eslavas de base urálica. Isto significa que, em termoslinguísticos, apresentam estruturas gramaticais, léxico, morfologia eacentuação diferentes, embora se verifiquem algumas interacções fonéticas,uma vez que existem palavras similares em ambas as bases 46 . Estabelece-seentão um ponto comum entre o português e as línguas eslavas,capaz de prover a compreensão da mensagem falada (ainda que commuitas limitações), bem como o ponto de partida para a aprendizagem danova língua.Desta forma, o imigrante passará a vivenciar uma situação de bilinguismo,através da utilização da língua de origem, aquela que é umamarca da sua identidade, e a nova língua (BILLIEZ, 1985, pp. 96 e 105;FASSOLD, 1984, p. 4). Este será um elemento a ter em conta na reapreciaçãoda identidade individual, bem como na própria construção da identidadecolectiva, como elemento promotor da integração do imigrante nanova realidade.Mas, e a geração dos mais novos, a segunda geração, aquela que muitasvezes só tem contacto com a língua original através dos pais, em casa: oque significa a língua para eles? Singular a declaração que um jovemárabe, a viver em França, faz a este autor, ao afirmar que a sua língua é oárabe, apesar de não a falar. (BILLIEZ, 1985, p.102) Este facto estará associadoà significância e simbolismo que a língua adquire no meio familiar.(GAL, 1997, p. 337) Nota-se que se constitui como parte saliente e indis-45. O Romeno também apresenta a mesma base.46. Deve ter-se em consideração que as línguas europeias partem de uma base comum,a língua indo-europeia.Fátima Velez de Castro83

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