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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

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A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaNeste clima, é posto em causa a segurança em torno das migrações(agora ainda mais, com os actos terroristas), debate este que mal conduzido,ou até «propositadamente» conduzido, poderá exacerbar de formadesequilibrada os comportamentos xenófobos de toda uma população(COLLINSON, 2000, p. 317).Mesmo assim, os motivos que possam validar uma posição de não-aceitação,sejam eles de que natureza forem, ligados a uma posturaracista/xenófoba, nunca serão de certo suficientes para justificar as atitudesde recusa do Outro.3.4. O espaço associativo como caminho para a integraçãoIntegrar um imigrante na sociedade de chegada, pode processar-se deuma forma «familiar», ou seja, a partir do contacto com outros imigrantesque tenham já uma vivência no país de acolhimento e cuja experiêncialhes permita encaminhar os conterrâneos. É certo, como diz TRIPIER(1989, p. 85), que a posterior manutenção dos direitos/deveres e a própriaintegração, são o produto duma complexa acção das instâncias administrativase da própria sociedade civil. Não entanto, penso que não devemosdescurar o papel do próprio imigrante, também ele bastante pertinentena medida em que ele próprio é o agente que actuará a montante (comoactor) e a jusante (como aquele que «beneficia» das consequências)de todo o processo.As associações de imigrantes parecem ser assim um ponto fulcral e coadjuvantena dinâmica de inserção. É nestes espaços que muitos delesencontram o apoio e lugar para esclarecer as suas dúvidas, colocar osseus problemas, sem que entraves de vária ordem se coloquem (a língua,por exemplo…). Porém, a vida associativa encerra um duplo sentido…é certo que por um lado favorece a própria expressão do indivíduo, permitea manutenção da sua identidade, coloca-o em contacto com indivíduos doseu grupo de origem, mas por outro pode promover o favorecimento daindividualidade e a manutenção da discriminação, através do afastamentodo imigrante da «nova comunidade», o que por si só não assegura a integraçãonem uma verdadeira cidadania! Nos anos 80 é particularmentevisível um pouco por todo o lado, o desenvolvimento de associações decarácter económico, religioso, de jovens… no sentido de tratar questõessociais quotidianas (educação, habitação, saúde…), bem como de sindicatosligados às questões dos imigrantes (não só para questões profissionaisligadas à defesa de direitos, mas também no sentido de promover a sociabilizaçãoe a integração destes no local de trabalho). (Ob. Cit., pp. 87 a 91)Fátima Velez de Castro80

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