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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

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A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosaliteral da palavra, uma fusão de culturas. É certo que domina uma matrizcultural anglo-americana (questão da língua), no entanto apesar de separtilhar uma base cultural comum, o que se verifica é a existência de umconjunto de grupos, com as suas fronteiras mais ou menos esbatidas,mas que em muitos dos casos mantém as suas particularidades. Essadiferenciação cultural pode encarar-se também sob duas perspectivas:por um lado, a noção de «ser posto de parte» desaparece, uma vez quetodos os grupos, mais ou menos intensamente, se encontram na mesmasituação, por outro mantém-se a própria cultura sem haver uma dependênciado sistema dos Estados Unidos, com todas as consequências quedaí poderiam advir. No entanto, a segunda perspectiva, de âmbito negativo,leva-nos a reflectir sobre o facto de poderem eventualmente ocorrer«choques».Então, a coabitação deve ocorrer num molde homogéneo ou heterogéneo?MALHEIROS (1996, p. 47) acha que o processo de Acomodação seráo mais propício, na medida em que implica a cooperação entre os grupos,em que se verifica um «ajuste», para que posteriormente possa desenvolver-seuma verdadeira Integração, que implica a participação na estruturasocial vigente. Não posso deixar de citar FEHÉR e HELLER (1994,p. 139), quando afirmam que o trauma de partilhar uma cultura monolíticae global com indivíduos que pensam que isso se pode fazer de formalegal (assimilação forçada), é uma tarefa tão homérica, em que o multiculturalismosairá vitorioso se um dos da cultura dominante vir que háuma cultura alternativa à sua e a aceitar! Estes autores vão mais longe, ena linha dos anteriores conceitos apresentados, propõem a Culturalizaçãocomo sendo um processo ainda mais complexo e completo, ou seja,uma estratégia para criar coesão, através da tolerância e aceitação doOutro, onde coexistam vários grupos sem que necessariamente seexcluam uns aos outros (Ob. Cit., p. 137). Trata-se pois de uma variantemais dinâmica e complexa da forma de acomodação, mas onde há a trocade experiências e a própria experimentação da cultura do Outro numaversão de transigência.Fazer da assimilação, adaptação ou da culturalização processos espontâneos,pode ser difícil, tal como BAUER e BÜRKNER (1998, p. 439) explicitampara o caso alemão, onde qualquer um destes processos é praticamenteinexistente, visto tratar-se de uma sociedade muito fechada aoimigrante. Apesar de até agora constatarmos que a assimilação se apresentacomo o processo mais «perigoso», no sentido de aniquilar a identidadedo alóctone, a verdade é que o caso da indiferença também se poderevelar verdadeiramente preocupante. Se no primeiro caso há a tentativade aceitação, seja ela por que método for e com a finalidade correspon-Fátima Velez de Castro74

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