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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

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A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosadestes espaço para uma aceitação das suas características. Já no caso daassimilação não há espaço para essa aceitação, daí que estas acabem porse dissolver, esbatendo-se e anulando-se em prol das do grupo dominante,uma vez que vão sendo adoptados atitudes, modos de vida e valoresdo grupo dominante (MALHEIROS, 1996, p. 46). Então, a solução paraa coabitação pluri-étnica passará pela adaptação ou pela assimilação?ORIOL (1988, pp. 171 e 172) apresenta dois casos que podem elucidarsobre a natureza e os efeitos de cada caso. Tendo como referência osemigrantes portugueses dos anos 70 que emigraram para França, baseiao seu estudo num grupo da região de Pau (sul de França, sensivelmente aEste de Bayonne) e outro da região de Paris. No primeiro caso, a administraçãolocal adopta, face a este grupo de imigrantes, uma atitude pluralista,ou seja, incute-lhes as normas locais, no entanto promove a divulgaçãoda língua portuguesa, apoia a realização de eventos culturais, dadinamização de associações de portugueses… A adaptação foi evidente ebem sucedida, na medida em que este grupo parece integrar-se e participaractivamente da vida económica, social e cultural da região. Nosegundo caso, não se verificou qualquer política de acolhimento, pelo quesubsiste a ideia de que são os imigrantes que se devem submeter aomodo de vida que aí encontram. A tentativa de assimilação não foi conseguidana primeira geração (muitos destes emigrantes portugueses viviamnos bidonvilles) e na segunda geração constata-se uma alienação quantoà construção da própria identidade individual/colectiva. A verdade é que aideia que muitos imigrantes portugueses em França deixam passar, é queforam alvo de uma assimilação mais ou menos intensa (conforme oscasos), fruto não só da ausência do modelo cultural de matriz portuguesa,como também da própria prevalência da vivência francesa e do fenómenoda globalização. Esse processo é visível através da materialização do seumodo de vida (hábitos e costumes).A assimilação pode tornar-se até num processo pernicioso e incompleto,na medida em que gera um afastamento entre grupos e até mesmo umaconfusão étnico-identitária (ideia de grupo e ideia individual, respectivamente),provocada por um «desenraizamento voluntário» do local de origem,mas que não cria novas raízes no local de chegada, tal como seriadesejável. Até porque o processo de assimilação nunca ocorre completamente,nem mesmo nos casos que parecem mais flagrantes. ARCHDEA-CON (1990, p. 23) fala no caso dos Estados Unidos da América, onde atravésda ideia de «melting-pot» 38 tenta demonstrar que existe, no sentido38. Segundo MALHEIROS (1996, p. 47), o «melting-pot» trata-se da criação de um novosistema cultural, resultante da fusão de duas ou mais culturas.Fátima Velez de Castro73

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