A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaNo fundo, e perante as constatações que aqui foram realizadas, o contactodo Nós com o Outro, resultará numa reformulação da identidade, oumelhor dizendo, contribuirá para a construção de uma nova IdentidadeColectiva (também no sentido psicossocial).Figura 9 – A construção da Identidade ColectivaNova Identidade Colectiva Estádio 4IdentificaçãoAssimilação/Aculturação/Acomodação/IntegraçãoInter-relaçãoEstádio 3Contacto//AdaptaçãoAutóctoneAlóctoneCultura «---» CapitalSimbólicoIdentidadeGrupo(s)Étnico(s)EspaçoENCONTROIdentidadeGrupo(s)Étnico(s)Cultura «---» CapitalSimbólicoEstádio 2EncontroIdentidade ColectivaoriginalEstádio 1Não-relaçãoElaboração própria (2003).Parte-se do pressuposto que o(s) migrante(s), num primeiro estádio conservaa sua identidade colectiva original, no entanto, ao contactar comoutro grupo diferente do seu, constatará que cada um destes apresentadiferenças/similaritudes na própria cultura, capital simbólico, identidade(pessoal e psicossocial). Esse encontro estabelece-se num mesmoespaço, o qual é «partilhado» por ambos (estádio 2) e no qual se vaidesenvolver uma inter-relação, contacto que resultará numa assimilação/aculturação/ acomodação/ integração (estádio 3) 37 , resultante da consciencializaçãode que o Outro existe e que pode ser semelhante/diferente.37. Estes processos irão ser tratados mais adiante. No entanto, refira-se desde já que oimigrante pode integrar apenas um deles, ou durante a sua vivência no local de chegada,pode passar por vários processos (que se constituem assim como fases).Fátima Velez de Castro71

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaQuando se fala nestes processos, há que ter em conta que estes sepodem desenvolver de forma mais ou menos «pacífica», conforme o tipode contacto que se estabeleceu, no entanto não deixa de haver a necessidadede adaptação, pelo menos para evitar «choques» e prover umavivência com algum bem-estar relacional. A partir desse momento, verifica-sea integração numa nova identidade colectiva (estádio 4), oumelhor, a descoberta e a assunção do seu papel/posição num novo grupo,constituído por toda uma comunidade mais ou menos heterogénea.Há portanto uma identificação em relação a essa nova realidade, nosentido em que o indivíduo se dá conta que o Outro paulatinamentese transformou num Nós, seja ele mais ou menos heterogéneo…3.3. Os dois lados de uma mesma moeda3.3.1. A coabitação pluri-étnicaÉ principalmente desde os anos 60 que a questão do encontro com oOutro tem sido tratada com mais relevância, pelas ciências sociais. Tratasepois de uma tentativa para solucionar problemas gerados por essemesmo «encontro», algumas vezes transformado em «choque», o quepor si mesmo trará problemas à integração.ORIOL (1988, p. 168) acredita que os principais obstáculos a esse processosão os de carácter económico (crises estruturais ou conjunturais…)e cultural propriamente dito: cada grupo tende a desenvolver, ou melhor,a superar esses obstáculos de maneira diferente, revelando por isso adistância cultural em relação ao(s) outro(s) grupo(s). Devemos pois ter emconsideração que cultura não é sinónimo de desenvolvimento, pois muitasvezes é o estádio de desenvolvimento da sociedade em que o grupo seencontra inserido, que prepara e dá os instrumentos capazes de proporcionarou não a «integração». A distância cultural parece, neste contexto,referir-se à própria identidade colectiva, algo muito mais enraizado eestabilizado do que o próprio desenvolvimento, que se revela mais dinâmico,mais mutável. Enquanto que a distância cultural se apresenta comoa base estrutural do grupo, o nível de desenvolvimento em que este seinsere pode considerar-se como a base conjuntural, se é que assim sepode dizer.Será pois da conexão entre ambas as partes que dependerá o maior oumenor sucesso no processo de adaptação, ou até mesmo na assimilação.Definindo os conceitos, entenda-se que a adaptação se pauta pela integraçãodo grupo migrante na sociedade de chegada, havendo por parteFátima Velez de Castro72

A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaNo fundo, e perante as constatações que aqui foram realizadas, o contactodo Nós com o Outro, resultará numa reformulação da identidade, oumelhor dizendo, contribuirá para a construção de uma nova IdentidadeColectiva (também no sentido psicossocial).Figura 9 – A construção da Identidade ColectivaNova Identidade Colectiva Estádio 4IdentificaçãoAssimilação/Aculturação/Acomodação/IntegraçãoInter-relaçãoEstádio 3Contacto//AdaptaçãoAutóctoneAlóctoneCultura «---» CapitalSimbólicoIdentidadeGrupo(s)Étnico(s)EspaçoENCONTROIdentidadeGrupo(s)Étnico(s)Cultura «---» CapitalSimbólicoEstádio 2EncontroIdentidade ColectivaoriginalEstádio 1Não-relaçãoElaboração própria (2003).Parte-se do pressuposto que o(s) migrante(s), num primeiro estádio conservaa sua identidade colectiva original, no entanto, ao contactar comoutro grupo diferente do seu, constatará que cada um destes apresentadiferenças/similaritudes na própria cultura, capital simbólico, identidade(pessoal e psicossocial). Esse encontro estabelece-se num mesmoespaço, o qual é «partilhado» por ambos (estádio 2) e no qual se vaidesenvolver uma inter-relação, contacto que resultará numa assimilação/aculturação/ acomodação/ integração (estádio 3) 37 , resultante da consciencializaçãode que o Outro existe e que pode ser semelhante/diferente.37. Estes processos irão ser tratados mais adiante. No entanto, refira-se desde já que oimigrante pode integrar apenas um deles, ou durante a sua vivência no local de chegada,pode passar por vários processos (que se constituem assim como fases).Fátima Velez de Castro71

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