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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

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A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaMc<strong>DO</strong>WELL e SINGELL (1992, p. 352) apresentam um modelo onde o imigranteaparece em lugar de destaque, como elemento primordial e decisivono processo migratório. Segundo estes autores, o período de pósguerrafoi marcado por intensas migrações, embora a composição dosfluxos tenha mudado ao longo dos anos. O facto da Europa estar destruídapelas duas guerras, aliado ao vazio humano provocado pela natureza dofenómeno, incentivou a movimentos de saída de mão-de-obra para váriospontos afectados. No entanto, quando tal se verifica e os vazios humanossão preenchidos, os fluxos de trabalhadores passam a ser mais «localizados»em função de áreas definidas e com capacidade de absorção dessesgrupos. O aumento da dependência dos empregadores relativamente aosempregados também parece ter aumentado, o que desta forma centra oimigrante como peça fulcral num processo que, do ponto de vista destesautores, por ele é dominado.O desenvolvimento do Modelo Empírico centra na sua base o imigrante,visto aqui como capital humano passível de ser quantificado através daprodução a ele inerente. Esta quantificação não pode nem deve só incluiros «custos de produção» ou «lucros» de cada um dos indivíduos, uma vezque incorreríamos numa análise parcial: os imigrantes ilegais e todosaqueles que estão envolvidos na «economia subterrânea» não seriampois contabilizados neste modelo! Desta forma os autores citam Fein que,em 1965, propôs que se considerasse cada um dos indivíduos a partir dovalor igual/superior de lucros que poderiam obter no futuro, tendo emconta o global da situação presente.Aplicado este modelo, concluiu-se que em termos monetários, os imigrantesoriginários de regiões industrializadas ganham mais do queos imigrantes vindos de regiões menos desenvolvidas, mesmo fazendoo mesmo trabalho. A idade também parece ser um factor a ter emconta, visto que se constatou que esta determina de certa forma osseus ganhos: a migração mais tardia implica que os lucros iniciaissejam maiores, embora o retorno monetário seja menor. Talvez talfacto se compreenda se tivermos em conta as motivações que estão nabase da migração, ou seja, quem migra mais tarde, provavelmente comfamília constituída, fa-lo-á por razões mais concretas e imediatasdo que propriamente alguém que migra numa idade jovem, sem família(portanto sem encargos directos) e no início da vida activa. Serádiferente a situação de alguém que migra depois de ter exercido umaactividade profissional durante um considerável período da sua vida,o que pode condicionar a especialização nesse tipo de tarefa. Pelocontrário, alguém que esteja no início da vida activa poderá adaptar-secom mais facilidade a um conjunto de tarefas, visto nunca ter exercidoFátima Velez de Castro45

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