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12.07.2015 Views

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosaa tal porque não era aceite racial/culturalmente no grupo e por isto nãoestava em segurança.Estes factores constituem por si só a base da saída, no entanto a razãoeconómica também prevalece, nem que seja porque qualquer uma destasrealidades implica que haja uma destruturação neste campo. No entantoa sua influência ganha uma posição secundária face ao conjuntode necessidades que aqui se encontra estabelecida, nomeadamenteas de segurança e de saúde. A psicologia explica esta tendência a partirda «Teoria da Hierarquia das Necessidades», de Abraham Maslow, ondese defende que o indivíduo necessita de satisfazer um conjunto de necessidades,as quais se desenvolvem de forma hierarquizada. Num primeiromomento, o indivíduo necessita de dar resposta às suas necessidadesbásicas 15 : para esta satisfação se concretizar, são necessários meioseconómicos, daí que esta teoria sustente cientificamente a validadedo factor económico como aspecto primordial das motivações na basedas migrações. No entanto, e num posterior estádio, são manifestadasa necessidade de segurança (entendendo aqui também a questãoda saúde). Em certas circunstâncias, por uma questão de sobrevivência,poder-se-á mesmo verificar a sobreposição da segunda relativamenteà primeira, porém num limite temporal-espacial demarcado, comoé o caso de uma região em conflito. Ainda neste contexto, e superadoo «problema» da segurança imediata, logo se colocam as necessidadesbásicas, com resposta no campo económico. Desta forma, cogitaseque o factor económico se encontrará numa linha transversalà motivação migratória, uma vez que com mais ou menos preponderância,atravessa todos os factores e causas inerentes ao fenómenocomo a resposta à superação das diferentes necessidades (MASLOW,1970, pp. 35 a 57).Há ainda a destacar o caso dos factores psicológicos colectivos, comoimpulsores migratório. GONZÁLEZ e GARCÍA (2002, p. 736) afirmam queestes partem de uma base individual e que se relaciona essencialmentecom a idade e com as aspirações e expectativas do indivíduo face à vida.No primeiro caso, assiste-se a uma tendência dualista, ou seja, se oavanço da idade se coloca como um «obstáculo» à constituição de umanova vida fora do local de origem, por outro pode funcionar como umaespécie de «libertação» do quotidiano.15. Entendidas como fisiológicas (alimentação, descanso, entre outras).Fátima Velez de Castro43

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaMARTÍNEZ (1991, p. 230) incita esta visão quando refere que o número dejubilados 16 em Espanha tem vindo a crescer nos últimos tempos, motivadoessencialmente por questões de saúde ligadas ao clima e tambémpor questões económicas (relação compensatória das reformas-custode vida).De um estádio de base simples, partir-se-á então para um conjuntode factores mais complexos, os quais constituirão a motivação que levaráo indivíduo a sair do seu local de origem, fenómeno esse que se generalizaráao grupo. Se tivermos em consideração neste esquema os pólosdo fluxo migratório, constatar-se-á que as motivações se aplicam tantoao fenómeno de emigração, como ao de imigração, ou seja, tanto ao territórioautóctone e ao movimento de saída, como ao território alóctone eao movimento de entrada nesse mesmo local (FERNÁNDEZ e MIGUEL,1995, p. 668).Porém, a motivação emigratória, parece em certos casos, predominarsobre a imigratória, uma vez que normalmente são os desequilíbrios nasregiões emissoras que levam à saída de população. De qualquer forma,deveremos ter em conta não só os motivos que levaram o indivíduo a sairdo local de origem, como também aqueles que o levaram a escolherdeterminado local para residir e trabalhar, o que impele a ter em consideraçãoos factores/causas/motivações inerentes em cada um dos pólos,independentemente de um poder ter mais influência que outro.1.5. O desenvolvimento de modelos no estudo da ImigraçãoRelativamente a esta temática, alguns foram os autores que acharampertinente a materialização de situações matriciais no sentido de, teoricamente,representar as tendências de alguns fluxos migratórios ligados aopróprio espaço.Nesta linha, cumpre-me apresentar três autores que manifestamenteteorizaram as relações de mobilidade relativamente aos movimentosmigratórios, embora as relações estabelecidas destaquem em diferentesgraus cada um dos elementos que as constituem.16. Os Jubilados são aqui considerados como os «imigrantes em idade de reforma»,vindos essencialmente da Europa do Norte e que procuram nova morada na EuropaMediterrânica por esta apresentar um clima «atractivo», um custo de vida «moderado»relativamente ao do local de origem…Fátima Velez de Castro44

A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaMARTÍNEZ (1991, p. 230) incita esta visão quando refere que o número dejubilados 16 em Espanha tem vindo a crescer nos últimos tempos, motivadoessencialmente por questões de saúde ligadas ao clima e tambémpor questões económicas (relação compensatória das reformas-custode vida).De um estádio de base simples, partir-se-á então para um conjuntode factores mais complexos, os quais constituirão a motivação que levaráo indivíduo a sair do seu local de origem, fenómeno esse que se generalizaráao grupo. Se tivermos em consideração neste esquema os pólosdo fluxo migratório, constatar-se-á que as motivações se aplicam tantoao fenómeno de emigração, como ao de imigração, ou seja, tanto ao territórioautóctone e ao movimento de saída, como ao território alóctone eao movimento de entrada nesse mesmo local (FERNÁNDEZ e MIGUEL,1995, p. 668).Porém, a motivação emigratória, parece em certos casos, predominarsobre a imigratória, uma vez que normalmente são os desequilíbrios nasregiões emissoras que levam à saída de população. De qualquer forma,deveremos ter em conta não só os motivos que levaram o indivíduo a sairdo local de origem, como também aqueles que o levaram a escolherdeterminado local para residir e trabalhar, o que impele a ter em consideraçãoos factores/causas/motivações inerentes em cada um dos pólos,independentemente de um poder ter mais influência que outro.1.5. O desenvolvimento de modelos no estudo da ImigraçãoRelativamente a esta temática, alguns foram os autores que acharampertinente a materialização de situações matriciais no sentido de, teoricamente,representar as tendências de alguns fluxos migratórios ligados aopróprio espaço.Nesta linha, cumpre-me apresentar três autores que manifestamenteteorizaram as relações de mobilidade relativamente aos movimentosmigratórios, embora as relações estabelecidas destaquem em diferentesgraus cada um dos elementos que as constituem.16. Os Jubilados são aqui considerados como os «imigrantes em idade de reforma»,vindos essencialmente da Europa do Norte e que procuram nova morada na EuropaMediterrânica por esta apresentar um clima «atractivo», um custo de vida «moderado»relativamente ao do local de origem…Fátima Velez de Castro44

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