12.07.2015 Views

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaÁLVAREZ (1993, p. 16) acentua que a dimensão económica é determinantenos movimentos da população e quando esta se apresenta como umimperativo, o factor de partida pode revestir-se de um duplo carácter, ouseja, de uma «capacidade de actuação» no espaço de partida e no espaçode chegada. Basta que para isso se considere o primeiro local como incapazde prover os recursos indispensáveis ao preenchimento das necessidadese o local «último» com um crescimento económico que possa darresposta a essas mesmas faltas. O grau de resposta exigido pelos indivíduos,condicionará naturalmente o tempo da migração, ou seja, a buscada satisfação económica imediata poderá originar uma deslocação decurto prazo, ao contrário de uma decisão individual que tenha em contauma perspectiva de poupança-investimento, implicará uma deslocaçãopelo menos de longo prazo (senão definitiva!). Será essa dinâmica queestá patente nos imigrantes que chegam ao nosso país? No caso dosvários grupos que se estabelecem em Portugal (Brasileiros, Europeus deLeste, Africanos, Chineses…) parecem ser impelidos por uma motivaçãoeconómica, visto que possibilidade de emprego se constitui como ummotivo de «atracção»…Nas causas humanas, os factores sociais e religiosos, segundo esteautor, parecem ter um peso claramente inferior no cômputo das motivações,no entanto não deixam de ser pertinentes. Em certos casos/sociedade,a deslocação do local de residência da esposa para acompanhar omarido, ou o próprio desejo de obtenção de um status socioeconómicodiferente do actual, dá origem a deslocações paulatinas significativas. Asperegrinações são referidas como um factor que em certos casos originagrandes movimentos internacionais (por exemplo, a peregrinação aMeca), facto que deve ser visto com alguma reserva, uma vez que se tratamde deslocações com carácter particular e sem um fim que altere propriamenteo local de residência e de trabalho, pelo menos a médio prazo.Será mais lógico, neste caso, falar em mobilidade do que propriamenteem migração.As causas fisiogeográficas ou naturais, bem como as causas humanasrelacionadas com a guerra, saúde, com a intolerância e cultura, encontramos seus limites melhor definidos e marcados, uma vez que se apresentamcomo factores que podem surgir de forma pontual e espontânea,sem que o indivíduo consiga construir um conjunto de opções de resoluçãodo «problema». Neste caso, a escolha individual fica condicionada àscircunstâncias externas, mais do que à decisão «interna», ou melhor,à decisão individual do próprio indivíduo. Parece pois viável aceitar quealguém saia do seu local de origem apenas porque foi expulso, porqueuma situação bélica se agravou ou porque o indivíduo se sentiu impelidoFátima Velez de Castro42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!