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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

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A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaEssa imagem surge muitas vezes «desfocada», ou melhor dizendo, afastadada verdadeira realidade. Uma situação de repulsão evidente no territóriode origem leva a um condicionamento negativo do indivíduo, o qualpode ser exacerbado pela construção percepcional do território de chegada,a qual deriva não só das expectativas do próprio indivíduo, como tambémdas informações recolhidas, principalmente através de testemunhos.Mas até que ponto os testemunhos são verdadeiramente reais? Veja-se ocaso português, mais especificamente a emigração para França: a chegadaa Portugal destes indivíduos emigrados em França a Portugal, na alturadas férias de Verão, ou os contactos promovidos entre familiares/amigosdurante o ano, geraram um canal de informações, resultado numa construçãoduma situação de atracção de França como território emigratório.Aliado à situação económica/social/política que o nosso país vivia na décadade 60/70, fomentou-se a construção de uma imagem territorial falsa, queapenas culminava na desmistificação da mesma através do movimentoemigratório e da chegada concretizada a uma realidade bem diferenteda apresentada… a do bidonville e a da dinâmica inerente a tal espaço.A imagem territorial poderá ser também importante na determinação daintensidade e da direcção dos próprios fluxos migratórios, tanto no sentidode proporcionar equilíbrio ou de gerar desequilíbrio entre os territórios.FERNÁNDEZ, MIGUEL, ALONSO, D’OCON e LOU (1993, p. 20) pensamque poderão criar-se fluxos de compensação de desequilíbriossociais, económicos e demográficos. O desequilíbrio poderá produzir ummovimento contrário à sua própria direcção, no entanto sem que obrigatoriamentese restabeleça o equilíbrio original, ou seja, não é obrigatoriamenteverificável que o fluxo se restabeleça para o seu local de origem,nem que as expectativas no local de chegada sejam superadas. Nestecaso, o equilíbrio dificilmente será restabelecido, o que mais cedo oumais tarde acabará por desembocar num desequilíbrio entre territórios.Analisar os motivos inerentes à decisão de migrar, leva a que nos deparemoscom teorias ligadas às altercações em torno de processos económicose sociais, no entanto há que ter em consideração um outro conjuntode componentes que interferem na decisão de migrar, nomeadamente oespaço. GONZÁLEZ e GARCÍA (2002, p. 736), ao citarem Da Vanzo, afirmamque a distância da deslocação pode funcionar como um incentivo aomovimento. Hoje, há que ter em conta que a distância já não é «medida»em termos quilométricos, mas antes em custo e tempo. Talvez seja maislógico considerar que no caso das migrações se trata de uma motivaçãoligada à associação entre a «distância e o custo», já que o factor económicose apresenta como o argumento primeiro no incentivo à deslocação.Fátima Velez de Castro40

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