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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaA outra categoria reporta-se aos Movimentos Habituais, ou seja, quandose verificam deslocações rítmicas e de curta duração, sem que para issohaja alteração do local de trabalho ou de residência. Esta classificaçãosimplista, apesar de conseguir interligar o vector tempo-espaço, peca porse apresentar demasiado ténue no que concerne aos seus próprios limites,que se apresentam indefinidos. No entanto, um compromisso dessetipo poderia tornar-se deveras perigoso. Teorizando, e fazendo um pontoda situação sobre a dinâmica dos limites conceptuais/tipológicos, a situaçãoparece reflectir-se da seguinte forma:Figura 3 – Dinâmica dos limites conceptuais/tipológicosSituação ASituação BZona de definição dasituação AZona de definição dasituação BZona cinzenta da situação AElaboração própria (2003).Zona cinzenta de convergênciaZona cinzenta da situação BConstata-se que há uma liberdade de definição até um ponto onde seidentifica uma «zona cinzenta», na qual se depreende que ainda estandodentro do limite da situação em causa, já haverá uma força de atracçãopara uma outra. Desta forma, as regiões fronteiriças dos conceitos/tipologiasapresentam um carácter dúbio e pouco claro, na medida em que seconstata uma interpenetração situacional, por vezes pouco compatível.No entanto, a «zona cinzenta de convergência», local de encontro efectivodas situações, torna-se um local de extrema riqueza de conteúdos, desituações, de experiências, criando até novas necessidades conceptuais/tipológicas.Porém, incorre-se no perigo de se criarem situações deextrema complexidade, as quais poderão tornar-se em desígnios caóticose inadaptáveis a qualquer realidade. Desta forma, é necessário ter sempreem conta que os limites de uma situação se afiguram como áreasricas mas perigosas, embora seja importante senão a sua definição, pelomenos a identificação de um limite onde várias realidades se encontram.Tendo em atenção a questão espacial, DE MARCO (1989, p. 209) apresenta-nosuma tentativa de classificação das migrações, tendo em contaa distância entre os pólos da migração, o status político dos territórios deemigração/imigração e os hábitos de origem e destino.Fátima Velez de Castro33

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaFigura 4 – Classificação das Migrações Internacionais (Espaço)Entre EstadosMigraçõesInternacionaisIntracontinentaisIntercontinentaisEntre Estadose territóriosdependentesRural-UrbanoUrbano-RuralRural-RuralUrbano-UrbanoEntre territóriosdependentesAdaptado de DE MARCO (1993).1. a Etapa 2. a Etapa 3. a EtapaNo que concerne à primeira etapa 12 , as migrações internacionais envolvemum conjunto de espaços, que podem ir da escala local à escala mundial.ÁLVAREZ (1993, p. 14) acrescenta mesmo que neste nível aindapodemos distinguir as migrações que implicam Movimentos de curta distância(por exemplo, entre países vizinhos ou entre áreas relativamentepróximas), relacionadas com as migrações intracontinentais, onde osmovimentos de retorno estão facilitados. A Europa tem sido um espaçoprivilegiado para este tipo de movimentos. Já no que concerne às migraçõesintercontinentais, as distâncias impelem para que se verifiquemMovimentos de longas distâncias, a que o autor chama de Movimentosintercontinentais ou transoceânicos, mais comuns durante o séc. XIX,princípio do séc. XX, e que hoje perderam alguma preponderância.Na segunda etapa, observa-se uma situação de hierarquização dos lugares,segundo o seu grau de atracção e de influência na área envolvente.No primeiro e segundos casos há pelo menos um pólo dominador queatrai os fluxos (por exemplo, o caso dos países desenvolvidos que atraempopulação de outros países desenvolvidos menos «atractivos», ou entãoque atraem população de países em vias de desenvolvimento), embora noúltimo exista uma homogeneização hierárquica, ou então uma destruturaçãoda rede urbana, levando a que dois pólos dependam um do outro,por vezes de forma perniciosa (por exemplo, o caso de populações dospaíses em vias de desenvolvimento originárias das áreas rurais, que procuramas áreas urbanas desses mesmos países como local de chegadada migração).12. Deve-se ter em consideração que a palavra «Etapa», utilizada neste contexto, nãotraduz em si uma fase da migração propriamente dita. É antes utilizada para traduzir asdiferentes partes do esquema teórico.Fátima Velez de Castro34

A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaA outra categoria reporta-se aos Movimentos Habituais, ou seja, quandose verificam deslocações rítmicas e de curta duração, sem que para issohaja alteração do local de trabalho ou de residência. Esta classificaçãosimplista, apesar de conseguir interligar o vector tempo-espaço, peca porse apresentar demasiado ténue no que concerne aos seus próprios limites,que se apresentam indefinidos. No entanto, um compromisso dessetipo poderia tornar-se deveras perigoso. Teorizando, e fazendo um pontoda situação sobre a dinâmica dos limites conceptuais/tipológicos, a situaçãoparece reflectir-se da seguinte forma:Figura 3 – Dinâmica dos limites conceptuais/tipológicosSituação ASituação BZona de definição dasituação AZona de definição dasituação BZona cinzenta da situação AElaboração própria (2003).Zona cinzenta de convergênciaZona cinzenta da situação BConstata-se que há uma liberdade de definição até um ponto onde seidentifica uma «zona cinzenta», na qual se depreende que ainda estandodentro do limite da situação em causa, já haverá uma força de atracçãopara uma outra. Desta forma, as regiões fronteiriças dos conceitos/tipologiasapresentam um carácter dúbio e pouco claro, na medida em que seconstata uma interpenetração situacional, por vezes pouco compatível.No entanto, a «zona cinzenta de convergência», local de encontro efectivodas situações, torna-se um local de extrema riqueza de conteúdos, desituações, de experiências, criando até novas necessidades conceptuais/tipológicas.Porém, incorre-se no perigo de se criarem situações deextrema complexidade, as quais poderão tornar-se em desígnios caóticose inadaptáveis a qualquer realidade. Desta forma, é necessário ter sempreem conta que os limites de uma situação se afiguram como áreasricas mas perigosas, embora seja importante senão a sua definição, pelomenos a identificação de um limite onde várias realidades se encontram.Tendo em atenção a questão espacial, DE MARCO (1989, p. 209) apresenta-nosuma tentativa de classificação das migrações, tendo em contaa distância entre os pólos da migração, o status político dos territórios deemigração/imigração e os hábitos de origem e destino.Fátima Velez de Castro33

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