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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosaraia portuguesas: é imigrante aquele que vai viver para a cidade espanholamais próxima que dista umas dezenas de quilómetros da suaaldeia, igual aquele que sai dessa mesma aldeia para ir viver para a Áfricado Sul?…Não é fácil o compromisso entre as diversas dimensões que cada termoacarreta. KREKELS e POULAIN (1996, p. 258) afirmam que, no que concernea uma tentativa de homogeneização conceptual que já se tem tentadoestabelecer no seio dos países membros da U.E., tal é consideradocomo um erro, na medida em que cada realidade apresenta as suas própriasespecificidades. Talvez seja por isso que cada um dos membroscontinua a utilizar os seus próprios conceitos e definições, inerentes aosseus próprios contextos. Será pois necessária, para cada um dos conceitosaté agora tratados, uma leitura baseada numa atitude de compromissoentre diversos campos a ter em conta na noção, bem como umaflexibilização ponderada dos seus limites e uma contextualização na suaprópria realidade.Figura 2 – A posição do «Imigrante» no campo conceptológicoTerritório MigratórioMobilidade«o que entra»Migrante«mobilidade»MigraçãoTemporáriaPermanenteDefinitivaVoluntáriaForçadaDe FactoVirtualClandestinoou IlegalCirculaçãoMigratória Imigrante EmigranteElaboração própria (2003).Interna/Externa1.3. O estabelecimento de uma tipologia nas migraçõesApós a definição de alguns conceitos ligados a esta temática, torna-serelevante o estudo que alguns autores fazem no sentido de categorizaremas migrações, em torno de «chaves dicotómicas», se é que assim pode-Fátima Velez de Castro31

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosamos dizer, mais ou menos complexas. Se verificámos que definir umconceito é uma tarefa difícil e muitas vezes inacabada, tentar estabeleceruma tipologia em torno deste campo continua na mesma linha de desenvolvimento.ÁLVAREZ (1993, p. 10) concorda com esta acepção, ao referirque existem diversas dificuldades para estabelecer uma classificaçãogeral amplamente aceite, sendo essa situação fruto de um conjunto dequestões:– A interconexão entre as diferentes motivações que levam a queo indivíduo migre faz com que a realidade não se enquadre numtipo de migração definida;– A relação tempo-espaço não se pode (nem se deve!) estabelecernum modelo «causa-efeito» directo, o que só por si dificultao estabelecimento de uma tipologia exacta;– Os movimentos migratórios apresentam muitas vezes um duplosentido, ou seja, quer porque se desenvolve entre um ponto deorigem e um ponto de destino, quer porque depois se verifica oretorno estabelecendo-se um «jogo de forças» que, segundo oautor, não será fácil de gerir quando se pretende enquadrar amigração numa tipologia.DE MARCO (1989, p. 198) insiste na classificação das migrações, sendotal uma necessidade básica mediante a qual se impõe alguma ordem ecoerência no enorme fluxo de informação, advindo do conjunto de situaçõesgerais e específicas que se estabelecem. No entanto, há sempreque ter presente o facto de que o tipo de classificação está sempreinfluenciado pelos critérios que foram tidos em conta naquela situação.Desta forma, e tal como acontece no campo dos conceitos, cada realidadetende a gerar tipologias diferenciadas. O que aqui se tentará apresentarserá uma tipologia de «compromisso», ou seja, que pretendareunir numa só «chave» um conjunto de critérios que se apresentemuniversalmente aceites.Desta forma, parte-se dos vectores mais importantes e mais significativos,que normalmente atravessam transversalmente o campo conceptológico,ou seja, o tempo e o espaço. ÁLVAREZ (1993, p. 11) cita Noin aoapresentar uma primeira e simples classificação onde são enquadradosambos os vectores, estabelecendo duas grandes categorias, nomeadamentea dos Movimentos Migratórios, quando se tratam de deslocaçõesde média ou longa duração (e aqui enquadra-se a dinâmica definitiva), decarácter interno ou internacional.Fátima Velez de Castro32

A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosamos dizer, mais ou menos complexas. Se verificámos que definir umconceito é uma tarefa difícil e muitas vezes inacabada, tentar estabeleceruma tipologia em torno deste campo continua na mesma linha de desenvolvimento.ÁLVAREZ (1993, p. 10) concorda com esta acepção, ao referirque existem diversas dificuldades para estabelecer uma classificaçãogeral amplamente aceite, sendo essa situação fruto de um conjunto dequestões:– A interconexão entre as diferentes motivações que levam a queo indivíduo migre faz com que a realidade não se enquadre numtipo de migração definida;– A relação tempo-espaço não se pode (nem se deve!) estabelecernum modelo «causa-efeito» directo, o que só por si dificultao estabelecimento de uma tipologia exacta;– Os movimentos migratórios apresentam muitas vezes um duplosentido, ou seja, quer porque se desenvolve entre um ponto deorigem e um ponto de destino, quer porque depois se verifica oretorno estabelecendo-se um «jogo de forças» que, segundo oautor, não será fácil de gerir quando se pretende enquadrar amigração numa tipologia.DE MARCO (1989, p. 198) insiste na classificação das migrações, sendotal uma necessidade básica mediante a qual se impõe alguma ordem ecoerência no enorme fluxo de informação, advindo do conjunto de situaçõesgerais e específicas que se estabelecem. No entanto, há sempreque ter presente o facto de que o tipo de classificação está sempreinfluenciado pelos critérios que foram tidos em conta naquela situação.Desta forma, e tal como acontece no campo dos conceitos, cada realidadetende a gerar tipologias diferenciadas. O que aqui se tentará apresentarserá uma tipologia de «compromisso», ou seja, que pretendareunir numa só «chave» um conjunto de critérios que se apresentemuniversalmente aceites.Desta forma, parte-se dos vectores mais importantes e mais significativos,que normalmente atravessam transversalmente o campo conceptológico,ou seja, o tempo e o espaço. ÁLVAREZ (1993, p. 11) cita Noin aoapresentar uma primeira e simples classificação onde são enquadradosambos os vectores, estabelecendo duas grandes categorias, nomeadamentea dos Movimentos Migratórios, quando se tratam de deslocaçõesde média ou longa duração (e aqui enquadra-se a dinâmica definitiva), decarácter interno ou internacional.Fátima Velez de Castro32

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