A EUROPA DO OUTRO â A IMIGRAÃÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi
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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaViviam na capital da Moldávia (Chisinau), exercendo profissõesligadas à indústria e aos serviços (formação profissional média);A saída do local de origem/entrada em Portugal, teve comoprincipal móbil motivos económicos (emprego, salário) efamiliar (reunificação);Não houve dificuldades significativas na regularização, apesarde muitos ainda terem estado algum tempo em situaçãoirregular;A Língua e a integração no mercado-de-trabalho foram asprincipais dificuldades sentidas no momento de chegada,embora no momento presente estas tenham sido praticamentesuperadas;A indústria extractiva do mármore e a construção civil são asgrandes áreas que ocupam os activos imigrantes do sexo masculino.A restauração e os serviços domésticos oferecem lugara grande parte do contingente feminino. Porém, as ofertas domercado de trabalho, em termos de variedade, são escassas;Residentes na sede do concelho, beneficiam dos serviços desaúde e de educação públicos disponíveis.Os autóctones de Vila Viçosa, constituindo-se como a comunidade de acolhimento,também emitiram o seu parecer sobre a presença de imigrantesem Portugal/Vila Viçosa. Deste estudo, surgiram várias pistas quepoderão levar a melhor compreender o processo de integração do Outro:Concordam com a permanência de imigrantes legais emPortugal, porém discordam da permanência de imigrantesilegais/clandestinos;Mostram-se um pouco cépticos, quanto à entrada de maisimigrantes em Portugal, no entanto acham positivo a presençade imigrantes da Europa de Leste em Vila Viçosa, jáque os consideram como factor que poderá propiciar odesenvolvimento da região;Revelam mais afinidades com os brasileiros do que comos Europeus de Leste, embora este seja o grupo dominante.A Língua aparece, mais uma vez, como elemento primordialno processo de integração;Acham que os imigrantes devem ter os mesmos direitose deveres que os cidadãos portugueses, reconhecendoque ainda existem situações de exploração no trabalho, nomea-Fátima Velez de Castro243
A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosadamente em Vila Viçosa. Contudo consideraram que os Europeusde Leste se encontram bem inseridos na sua comunidade.Mas que futuro para a imigração da Europa de Leste em Vila Viçosa?A maioria dos inquiridos no estudo, ainda não decidiu se quer ounão regressar ao seu país de origem. Porém mostraram intençõesde permanecer o período da sua migração em Vila Viçosa;Os autóctones consideram os imigrantes da Europa de Lestecomo um grupo constituído por indivíduos bem-educadose trabalhadores, não se importando de estreitar laços deamizade/trabalho/familiares com os mesmos.Portugal, no início do século XXI, revela-se como um país de imigrantes.No entanto, e se fomos (e ainda somos) essencialmente um país de emigrantes,hoje a leitura das migrações começa a alterar-se, já que existeum número considerável de estrangeiros imigrados em território nacional.Este cenário faz de Portugal um dos países de imigração recente daEuropa do sul.É portanto urgente que o país conheça quem tem e quem vem à procura deum cais de abrigo, que tantas vezes se revela antes como um lugar deexpectativas irrealizáveis. A proliferação de máfias e de angariadores demão-de-obra ilegal é um negócio crescente, com base em massas humanasonde a situação escravizante é um atentado aos direitos humanos.A situação económica, social e política ditará a evolução dos próprios fluxosimigratórios ao nível do tempo de permanência, da situação humanitária esocial dos imigrantes, e até do próprio desenvolvimento regional do país.Num país que até agora estava habituado a ver partir os seus residentestransformados em emigrantes, chegou a altura de assumir o papel dereceptor de imigrantes. É por isso urgente aprender a o olhar o Outro, nãosó no sentido crítico, mas com a perspectiva de que ele cada vez maisintegra o nosso dia-a-dia. Como país de emigrantes que fomos e somos, odever é ainda mais acentuado, já que muitos sentiram efectivamente osignificado de imigrante, no mais pleno sentido pejorativo (se é que estaassociação alguma vez fará sentido). Numa Europa em que somos NósMesmos e simultaneamente o Outro, não passamos de elementos de umacadeia humana dinâmica, onde é urgente a promoção para o desenvolvimento.Pois bem, que o novo milénio seja sinónimo de que o Outro Imigradotenha o seu lugar efectivo nessa cadeia e que contribua para o seufortalecimento.Fátima Velez de Castro244
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A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosadamente em Vila Viçosa. Contudo consideraram que os Europeusde Leste se encontram bem inseridos na sua comunidade.Mas que futuro para a imigração da Europa de Leste em Vila Viçosa?A maioria dos inquiridos no estudo, ainda não decidiu se quer ounão regressar ao seu país de origem. Porém mostraram intençõesde permanecer o período da sua migração em Vila Viçosa;Os autóctones consideram os imigrantes da Europa de Lestecomo um grupo constituído por indivíduos bem-educadose trabalhadores, não se importando de estreitar laços deamizade/trabalho/familiares com os mesmos.Portugal, no início do século XXI, revela-se como um país de imigrantes.No entanto, e se fomos (e ainda somos) essencialmente um país de emigrantes,hoje a leitura das migrações começa a alterar-se, já que existeum número considerável de estrangeiros imigrados em território nacional.Este cenário faz de Portugal um dos países de imigração recente daEuropa do sul.É portanto urgente que o país conheça quem tem e quem vem à procura deum cais de abrigo, que tantas vezes se revela antes como um lugar deexpectativas irrealizáveis. A proliferação de máfias e de angariadores demão-de-obra ilegal é um negócio crescente, com base em massas humanasonde a situação escravizante é um atentado aos direitos humanos.A situação económica, social e política ditará a evolução dos próprios fluxosimigratórios ao nível do tempo de permanência, da situação humanitária esocial dos imigrantes, e até do próprio desenvolvimento regional do país.Num país que até agora estava habituado a ver partir os seus residentestransformados em emigrantes, chegou a altura de assumir o papel dereceptor de imigrantes. É por isso urgente aprender a o olhar o Outro, nãosó no sentido crítico, mas com a perspectiva de que ele cada vez maisintegra o nosso dia-a-dia. Como país de emigrantes que fomos e somos, odever é ainda mais acentuado, já que muitos sentiram efectivamente osignificado de imigrante, no mais pleno sentido pejorativo (se é que estaassociação alguma vez fará sentido). Numa Europa em que somos NósMesmos e simultaneamente o Outro, não passamos de elementos de umacadeia humana dinâmica, onde é urgente a promoção para o desenvolvimento.Pois bem, que o novo milénio seja sinónimo de que o Outro Imigradotenha o seu lugar efectivo nessa cadeia e que contribua para o seufortalecimento.Fátima Velez de Castro244