A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

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12.07.2015 Views

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaGráfico 35 – Concordância dos autóctones inquiridos,com a permanência de imigrantes legais/ilegais140%Percentagemde inquiridos120%100%80%60%40%27%94% 73%20%0%6%Sim Não IlegaisLegaisElaboração própria – Inquéritos (2004).Contudo, a permanência dos imigrantes em situação ilegal não é aceitepor 73% dos inquiridos, sendo justificada por um conjunto de argumentospró e contra o imigrante. Por um lado, os inquiridos que manifestaramesta opinião acham que os ilegais beneficiam indevidamente de direitos(4%), infringindo a lei quando deveriam cumprir (24%). Além disso, referemque a irregularidade da sua situação gerará situações de precariedadedas condições de vida, podendo arrastar estes indivíduos para amendicidade, criminalidade (tráfico de droga, roubos…) o que se constituirácomo uma alteração ao equilíbrio da ordem pública (28%). E maisuma vez, alguns inquiridos acham que Portugal é um país pequeno e quecá já se encontram demasiados imigrantes (11%), argumento este que,para qual seja a situação, se é que alguma vez poderá ser consideradocomo tal propriamente dito, aparece sempre mal fundamentado e poucodesenvolvido. Por outro lado muitos dos inquiridos que não concordamcom a presença de ilegais no território português defendem o próprio imigrante,referindo que se tratam de situações irregulares, as quais poderãolevar a que o imigrante não possa usufruir de direitos, principalmenteno trabalho, onde muitos acabam por ser explorados (13%), fomentandoseassim as situações de mendicidade (13%).Cerca de 27% dos inquiridos referiram que concordam com a presença deimigrantes ilegais no território nacional. Tal facto parece estar relacionadocom a própria comunidade da Europa de Leste, de Vila Viçosa, umaFátima Velez de Castro223

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosavez que existiram/existem casos de imigrantes com a situação irregular.Vivendo muitas vezes em situação precária, são alguns membros dacomunidade de autóctones (vizinhos, amigos…) que ajudam não só naassistência a necessidades básicas, como também no próprio processode regularização. Desta forma, a percepção que estes indivíduos têm do«imigrante ilegal» não é uma construção baseada em ideias negativasligadas ao crime e à mendicidade, mas antes numa visão mais humanitáriade igualdade de direitos e deveres, já que da parte do Outro há umavontade e predisposição cumprir os deveres e beneficiar dos direitos.Gráfico 36 – Percepção dos autóctones inquiridos, sobre os Direitose Deveres dos imigrantes em Portugal100%80%94%96%Percentagemde inquiridos60%40%20%0%DireitosIguaisSemelhantes4%2%Diferentes (menos)DeveresIguaisSemelhantes0%4%Diferentes (mais)Elaboração própria – Inquéritos (2004).Os autóctones inquiridos revelaram, na sua maioria, que os imigrantesdevem ter direitos (94%) e deveres (96%) iguais ao cidadão nacional, partindodo princípio de que ambos têm as mesmas obrigações. De referirhouve alguns inquiridos que acham que os imigrantes devem ter menosdireitos e mais deveres que os nacionais. Mais importante do que referiras áreas em que a diferença devia ser marcada, parece ser o factode referir que os que opinam desta forma, são jovens entre os 16 e os22 anos (do sexo feminino), grupo donde talvez se esperasse uma maiorabertura e tolerância. Pelo contrário, e como veremos mais adiante, sãoos mais velhos que muitas vezes mostram uma posição mais equilibradae tolerante, fruto de uma maior experiência de vida, pois apesar da maiorFátima Velez de Castro224

A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosavez que existiram/existem casos de imigrantes com a situação irregular.Vivendo muitas vezes em situação precária, são alguns membros dacomunidade de autóctones (vizinhos, amigos…) que ajudam não só naassistência a necessidades básicas, como também no próprio processode regularização. Desta forma, a percepção que estes indivíduos têm do«imigrante ilegal» não é uma construção baseada em ideias negativasligadas ao crime e à mendicidade, mas antes numa visão mais humanitáriade igualdade de direitos e deveres, já que da parte do Outro há umavontade e predisposição cumprir os deveres e beneficiar dos direitos.Gráfico 36 – Percepção dos autóctones inquiridos, sobre os Direitose Deveres dos imigrantes em Portugal100%80%94%96%Percentagemde inquiridos60%40%20%0%DireitosIguaisSemelhantes4%2%Diferentes (menos)DeveresIguaisSemelhantes0%4%Diferentes (mais)Elaboração própria – Inquéritos (2004).Os autóctones inquiridos revelaram, na sua maioria, que os imigrantesdevem ter direitos (94%) e deveres (96%) iguais ao cidadão nacional, partindodo princípio de que ambos têm as mesmas obrigações. De referirhouve alguns inquiridos que acham que os imigrantes devem ter menosdireitos e mais deveres que os nacionais. Mais importante do que referiras áreas em que a diferença devia ser marcada, parece ser o factode referir que os que opinam desta forma, são jovens entre os 16 e os22 anos (do sexo feminino), grupo donde talvez se esperasse uma maiorabertura e tolerância. Pelo contrário, e como veremos mais adiante, sãoos mais velhos que muitas vezes mostram uma posição mais equilibradae tolerante, fruto de uma maior experiência de vida, pois apesar da maiorFátima Velez de Castro224

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