A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosaros) serem espanhóis. Alguns inquiridos comentaram que esse foi umfacto importante para que se tenham sentido mais apoiados e à vontade,uma vez que, tal como eles, também esses profissionais eram estrangeiros.Assim, era como se houvesse uma ligação mais forte entremédico/enfermeiro e paciente, uma vez que estavam num lugar que nãoeram originalmente os deles e esse aspecto em comum fazia com que secompreendessem melhor, não só no aspecto da saúde física, mas tambémnoutros mais ligados à parte psicológica. Dos 5% de inquiridos quereferiram que o balanço de atendimento foi mau, apontaram que essapercepção foi fruto de grandes períodos de espera para serem atendidose de pouco profissionalismo de funcionários, cujo comportamento, afirmam,ter resvalado para uma atitude um pouco xenófoba. Talvez a questãodas dificuldades de comunicação possam estar na base desta visão.Normalmente o atendimento é feito por pessoas sem formação adequada,nomeadamente ao nível das Línguas, o que poderá ter dificultado ocontacto. Por outro lado, a «falta de paciência» por parte do paciente oudo acompanhante que estão condicionados por uma situação de doença,pode exacerbar estes comportamentos.Gráfico 26 – Balanço feito pelos imigrantes, do atendimento no SNSPercentagem de inquiridos70%60%50%40%30%20%68%25%10%5%2%0%Mau Razoável Bom Muito BomGrau de satisfaçãoElaboração própria – Inquéritos (2004).Poucos são aqueles que acederam a serviços privados de saúde (apenas12% dos inquiridos) e quando o fizeram não foi tanto por questões de urgência,mas antes na busca de uma segunda opinião (casos ortopédico e deFátima Velez de Castro207

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosaalergias), ou então porque a especialidade pretendida não estava disponívelnos hospitais mais próximos do concelho e quando estava, o tempo deespera para uma consulta era longo (caso de dentista). O atendimento éconsiderado por praticamente todos os inquiridos utilizadores como bom.Portanto, significa que na questão da Saúde, o primeiro recurso é feito aopúblico e só depois, em caso de necessidade e que ocorre a procura de serviçosprivados. Tal comportamento estará certamente condicionado porquestões económicas (a imigração ainda é relativamente recente, portantoé natural que as economias ainda sejam parcas), contudo, de uma geral,os inquiridos parecem estar satisfeitos com os serviços ligados ao SNS.A Educação também é um serviço, ou melhor dizendo, é o espaço, por excelência,onde os filhos dos imigrantes contactam diariamente com a comunidade,sendo por isso a escola um local privilegiado para a integração, não sóporque os conteúdos das matérias promovem o conhecimento da realidadenacional, mas também porque é um local de convívio com autóctones e deaprendizagem da língua do país de chegada. Há necessidade de interiorizaçãode novas regras de funcionamento da escola, que mesmo não sendomuito diferentes das praticadas no país de origem, obrigam a que haja umaadaptação a uma realidade a que muitos alunos não estavam habituados.É certo que existem casos de filhos de imigrantes que começaram aqui a suaformação escolar (no Pré-Escolar e no 1.º Ciclo do Ensino Básico), no entantoa maioria já tinha realizado alguns anos de estudo no país de origem.Gráfico 27 – Nível de ensino frequentado pelos imigrantes inquiridos/filhosdos imigrantes inquiridosPercentagem de inquiridos60%50%40%30%20%10%0%23%0%Pré-escolar16%9%EB – 1. o Ciclo14%45%EB – 2. o CicloNível de ensino24%27%EB – 3. o Ciclo23%18%E. SecundárioPais que têm filhos afrequentar a escolaAlunos a frequentar aescolaElaboração própria – Inquéritos (2004).Fátima Velez de Castro208

A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosaros) serem espanhóis. Alguns inquiridos comentaram que esse foi umfacto importante para que se tenham sentido mais apoiados e à vontade,uma vez que, tal como eles, também esses profissionais eram estrangeiros.Assim, era como se houvesse uma ligação mais forte entremédico/enfermeiro e paciente, uma vez que estavam num lugar que nãoeram originalmente os deles e esse aspecto em comum fazia com que secompreendessem melhor, não só no aspecto da saúde física, mas tambémnoutros mais ligados à parte psicológica. Dos 5% de inquiridos quereferiram que o balanço de atendimento foi mau, apontaram que essapercepção foi fruto de grandes períodos de espera para serem atendidose de pouco profissionalismo de funcionários, cujo comportamento, afirmam,ter resvalado para uma atitude um pouco xenófoba. Talvez a questãodas dificuldades de comunicação possam estar na base desta visão.Normalmente o atendimento é feito por pessoas sem formação adequada,nomeadamente ao nível das Línguas, o que poderá ter dificultado ocontacto. Por outro lado, a «falta de paciência» por parte do paciente oudo acompanhante que estão condicionados por uma situação de doença,pode exacerbar estes comportamentos.Gráfico 26 – Balanço feito pelos imigrantes, do atendimento no SNSPercentagem de inquiridos70%60%50%40%30%20%68%25%10%5%2%0%Mau Razoável Bom Muito BomGrau de satisfaçãoElaboração própria – Inquéritos (2004).Poucos são aqueles que acederam a serviços privados de saúde (apenas12% dos inquiridos) e quando o fizeram não foi tanto por questões de urgência,mas antes na busca de uma segunda opinião (casos ortopédico e deFátima Velez de Castro207

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