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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

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A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaMACHA<strong>DO</strong> (2001, p.180) afirma que daqueles que se fixaram nesta área,em 1999, cerca de 95% eram oriundos dos PALOP. Na década de 90, ataxa de crescimento global foi de 133%, sendo que de uma maneira maisespecífica o grupo dos imigrantes guineenses aumentou 453% e o grupodos imigrantes angolanos aumentou 339% (houve uma ligeira quebra dahegemonia cabo-verdiana). Dos 100000 a 130000 que se estima existiremem Portugal, apresentam heterogeneidades internas, principalmente aonível das actividades desempenhadas. Normalmente os PALOP da costaAtlântica estão ligados a segmentos mais baixos do mercado de trabalho(construção civil), enquanto que os da costa do Índico se encontram maisligados ao comércio.PIRES (2003, p.147) encontra um ponto em comum entre estes e o grupode imigrantes dos países da União Europeia, ou seja, cruza-se o facto damaioria trabalhar por contratos temporários, os primeiros nos segmentosmais baixos do mercado, os últimos nos segmentos mais elevados. Osimigrantes da União apresentam uma maior preferência por Lisboa e peloAlgarve, onde exercem funções ligadas a quadros técnicos e científicos.Em Lisboa a fixação resulta do cruzamento entre o carácter macrocéfalodo país que aí faz concentrar boa parte do capital e das instituições, como perfil sócio-profissional destes imigrantes. No Algarve exercem funçõesligadas ao turismo, prevalecendo aqui um número significativo de reformados.Porém o estereótipo do europeu ocidental rico e empreendedornem sempre se verifica, na medida em que muitos desempenham funçõespor conta de outrem (por exemplo, nos serviços domésticos…) ousão estudantes. ROCHA (2001, p. 182)No caso do grupo dos imigrantes brasileiros, se antes eram consideradoscomo uma «contra-corrente migratória», hoje certamente já serão maisdo que isso. (PIRES, 2003, p.151) Até aos anos 80, a emigração económicano Brasil era quase inexistente, sendo até aí um país receptor. Noentanto, é a partir dessa data que a vinda para a Europa, em especial paraPortugal, ganha um novo significado devido a motivações específicas,ligadas com a língua, com os laços familiares e culturais, com os investimentoseconómicos brasileiros feitos em território luso, com a formaçãode «nichos» de mercado em sectores específicos (saúde, informática…) ecom o facto da imagem territorial ser construída com base na ideia de quePortugal poderia ser a «porta de entrada» para a Europa. Normalmentetrata-se de uma população jovem (entre os 18 e os 39 anos), de ambos ossexos, com origem nos principais Estados (São Paulo, Minas Gerais e Riode Janeiro). A diversidade social é evidente (tanto ocupam profissões altamentequalificadas como funções nas franjas mais baixas do mercado detrabalho) tratando-se normalmente de migrações temporárias. Hoje emFátima Velez de Castro160

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