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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosação/cooperação com os países terceiros, de forma a salvaguardar os interessesdos próprios imigrantes (combate às redes) e o reforço dos controlosfronteiriços. Esta última ideia é acentuada em 1993, quando aComissão das Comunidades Europeias 105 volta a defender o controlo dasmesmas, justificando esta directiva com base na luta contra o combate deredes criminosas e na diminuição dos riscos terroristas 106 . Exacerbaainda a necessidade de criar uma confiança recíproca entre os Estados-Membros que abandonaram os seus controlos nas fronteiras internas…Schengen parece sofrer, de certa forma, uma regressão, e o espaço que nateoria se supunha livre, passa a ser lido de outra forma, face ao contextointernacional. No Conselho Europeu de Sevilha, em 2002 107 as directivasem matéria de política migratória mantêm-se, ressaltando mais uma vez anecessidade do desenvolvimento de uma política comum, envolvendo osEstados terceiros, bem como o reforço das fronteiras externas da União.De escolhida, a tendência parece ser para escolher os seus imigrantes, oque é visível não só pelo reforço do controlo fronteiriço e político, comotambém pela questão económica das necessidades de mão-de-obra e derejuvenescimento da população activa. Teremos pois, no futuro, umaEuropa que funcionará com base numa engrenagem previamente seleccionada?Há a consciência da necessidade da importância do imigrante naEuropa daí que seja urgente a intensificação do papel e da acção deste navida europeia, bem como a sua integração na vida da Comunidade.1.3. Padrões de imigração na EuropaNos anos 70 do século XX a Alemanha deu as boas-vindas ao seu imigrante«um milhão». Foi o português Armando Rodriguez e o evento quemarcou a ocasião encheu-se de pompa e circunstância ao ser entregueao mesmo uma motorizada, facto amplamente coberto pelo prestigiadojornal Der Spiegel. (FASSMANN e MÜNZ, 1994, p. 3). Hoje, já não se falatanto em «migrante» neste sentido, nem sequer no Gastarbeiter, o trabalhador«convidado» para suprir as necessidades de mão-de-obra ereconstruir o país arruinado pela guerra.105. COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS (2001), Comunicação da Comissão aoConselho e ao Parlamento Europeu, relativa a uma política da Comunidade em matériade Imigração Clandestina, s/e, Bruxelas.106. Refira-se que este documento foi redigido em 15 de Novembro de 2001, poucotempo depois do atentado de 11 de Setembro, em Nova Iorque.107. COMISSÃO EUROPEIA (2001), Conclusões da presidência do Conselho Europeude Sevilha. 21 e 22 de Junho de 2002, s/e, Bruxelas.Fátima Velez de Castro137

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaGráfico 4 – Imigração na última década (em unidades de milhar)Número de imigrantes (em unidades de milhar)10 00010001001011990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000AnosBélgicaDinamarcaAlemanhaEspanhaFrançaIrlandaItáliaLuxemburgoHolandaÁustriaPortugalFinlândiaSuéciaReino UnidoNoruegaSuíçaAdaptado da EUROSTAT (2002).Aliás, ao longo da última década, como se pode comprovar no gráfico 108 ,o número de imigrantes tem vindo a diminuir na Alemanha (um país tradicionalmenteimigratório), ao contrário do que se passa noutros paísesigualmente representados, como é o caso da Holanda, Portugal e Espanha,onde o aumento do número de imigrantes é mais amplamente visível(o primeiro com tradição imigratória, o segundo e terceiro lidando com ofenómeno).Actualmente, domina a designação de «estrangeiro», com sentido doOutro, mas de um Outro onde muitas vezes se reconhece apenas a diferençacomo algo pejorativo e negativo. Os imigrantes na Europa já não sãooriginários da Irlanda, Portugal, Espanha ou Itália, mas sim da Turquia, daex-Jugoslávia, da Índia, entre outras origens.Estes autores (Ob. Cit., p .4) conseguem distinguir algumas fases na dinâmicaimigratória da Europa. Até 1945 encontramos uma Europa predominantementeemigratória, ou seja, entendida como região emissora de fluxos(lembremo-nos pois das colónias e dos domínios que muitos paíseseuropeus possuíam noutros continentes), cenário esse que se iria alterarcom o «boom» económico pós 2.ª Guerra Mundial, onde se verificou108. O gráfico apresenta uma escala vertical logarítmica.Fátima Velez de Castro138

A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila ViçosaGráfico 4 – Imigração na última década (em unidades de milhar)Número de imigrantes (em unidades de milhar)10 00010001001011990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000AnosBélgicaDinamarcaAlemanhaEspanhaFrançaIrlandaItáliaLuxemburgoHolandaÁustriaPortugalFinlândiaSuéciaReino UnidoNoruegaSuíçaAdaptado da EUROSTAT (2002).Aliás, ao longo da última década, como se pode comprovar no gráfico 108 ,o número de imigrantes tem vindo a diminuir na Alemanha (um país tradicionalmenteimigratório), ao contrário do que se passa noutros paísesigualmente representados, como é o caso da Holanda, Portugal e Espanha,onde o aumento do número de imigrantes é mais amplamente visível(o primeiro com tradição imigratória, o segundo e terceiro lidando com ofenómeno).Actualmente, domina a designação de «estrangeiro», com sentido doOutro, mas de um Outro onde muitas vezes se reconhece apenas a diferençacomo algo pejorativo e negativo. Os imigrantes na Europa já não sãooriginários da Irlanda, Portugal, Espanha ou Itália, mas sim da Turquia, daex-Jugoslávia, da Índia, entre outras origens.Estes autores (Ob. Cit., p .4) conseguem distinguir algumas fases na dinâmicaimigratória da Europa. Até 1945 encontramos uma Europa predominantementeemigratória, ou seja, entendida como região emissora de fluxos(lembremo-nos pois das colónias e dos domínios que muitos paíseseuropeus possuíam noutros continentes), cenário esse que se iria alterarcom o «boom» económico pós 2.ª Guerra Mundial, onde se verificou108. O gráfico apresenta uma escala vertical logarítmica.Fátima Velez de Castro138

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