12.07.2015 Views

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosasidade, uma vez que se tratam do agente/emissor, respectivamente, damigração.Já no início do processo migratório, o imigrante parece ser excluído,o que o coloca à partida numa posição de «segundo plano». LEVEAU(1989, p. 113), a propósito deste assunto, diz que estes, no país de acolhimento,raramente são considerados como actores sociais no seumáximo, primeiro porque não beneficiam do estatuto de cidadão (no sentidode escolha, de decisão…), depois porque se encontram muitas vezesem situação de irregularidade (no caso dos ilegais/clandestinos). Destaforma, quase que podemos reconhecer, como diz FAVELL (1999, pp. 222e 223), «uma Europa por detrás da Europa», onde o imigrante que a«escolheu» como destino se encontra no limite entre o nacional e o transnacional,com experiência em cruzar fronteiras e culturas. Muitos emsituação precária, não só material e socialmente, como também identitáriamente.Encontram-se entre duas ou mais culturas, entre o sentimentode pertença e de não pertença, capazes de escolher/recusar normas eusá-las da forma mais conveniente, segundo o autor.Mas será possível a escolha? A situação de irregularidade parece só porsi retirar essa capacidade, bem como o próprio estatuto de imigrante, amenos que, no segundo caso, o sentimento de pertença transnacionaloutorgue o indivíduo de poder/capacidade para tal. BLOM (1999, p. 206),ao falar do caso Rushdie 102 , destaca o papel da comunidade no sentido deconstrução deste sentimento no imigrante, no estrangeiro. A comunidadeinternacional «virtualizou» o sentimento de pertença, gerando um sentimentode solidariedade, que embora fosse parcial, interveio e promoveu aresolução da situação.Será então que podemos considerar a Europa como um forte de portasabertas, ou entreabertas, que deixa passar apenas quem quer? OKÓLSKI(1999, p. 159) que formulou a questão, é ele mesmo que dá a resposta,referindo que a Europa-fortaleza é mais um postulado do que um factoconsumado, uma vez que se constitui como um pólo de atracção para oqual as pessoas migram, mesmo com todos os obstáculos impostos.Procuram-se maneiras de iludir e circundar esses obstáculos, fazendoos imigrantes que as portas se encontrem sempre semi-cerradas, daíque o autor alerte para que a Europa possa não poder resistir à pressão,102. Refere-se ao escritor Salman Rushdie e ao caso que se gerou em torno da sua pessoaapós a publicação do livro “Os Versículos Satânicos”.Fátima Velez de Castro135

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!