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A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

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A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosaclandestino que poderá ter de cumprir pena de prisão no país de origem.O conhecimento da existência dos ilegais, deriva do facto destes entraremno país de chegada com um visto temporário (por exemplo, de turismo) eprolongarem a sua permanência por tempo indevido, ao contrário doclandestino, que normalmente não apresenta qualquer documento.BOUTANG, GARSON e SILBERMAN (1996, pp. 34 e 35) conseguem reconhecerum padrão repetitivo nas características do perfil de um imigranteem situação irregular. Normalmente tratam-se de indivíduos bastantejovens, relativamente a outros que compõem certo tipo de fluxos migratórios(como por exemplo os que compõe o brain-drain, os refugiados, osmigrantes económicos…) e que se apresentam celibatários (sem encargosfamiliares). Ao longo dos tempos têm apresentado níveis de escolarizaçãocada vez mais elevados, fruto da alteração das origens destes imigrantes,pois se inicialmente a Europa era invadida por fluxos de sul(África) e da América Latina, hoje e tal como acontece também em Portugal,domina a vaga migratória da Europa de Leste, constituída por indivíduosaltamente qualificados. Não é um grupo tendencialmente masculinizado,muito pelo contrário, o número de mulheres é significativo,ocupando ambos os sexos lugares em praticamente todos os ramos dosdiversos sectores económicos de actividade (especialmente no que concerneà economia informal/subterrânea).Não se trata de uma migração solitária, uma vez que é quase sempre realizadaem pequenos grupos, coadjuvada por familiares e amigos que seencontram no país de origem/país de chegada. As motivações destegrupo são sempre equacionadas conjuntamente com todos os riscos queeste tipo de migração implica (de expulsão, de nem sequer se conseguiremchegar ao destino…), contudo sendo normalmente a imagem territorialconstruída com base em grandes expectativas.(Ob. Cit., p. 55)Estes autores apresentam ainda algumas teses que permitem interpretare explicar esta migração. A tese da inércia dos factores de atracção e daoferta da mão-de-obra internacional explica o fenómeno, nos casos emque a população nacional não é capaz de dar resposta às necessidades domercado, havendo necessidade de recorrer a mão-de-obra estrangeira.Normalmente esta acaba por ser captada em países económica e militarmenteinstáveis, o que quer dizer que será um «duplo aproveitamento»,pois se por um lado o país de chegada consegue suprir as suas necessidadesde mão-de-obra (muito provavelmente a um custo mais baixo,do que se tivesse de pagar a nacionais), por outro essa mesma mão-de--obra vê aí uma oportunidade de sair da situação desfavorável ondeestava inserida.Fátima Velez de Castro115

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