A EUROPA DO OUTRO â A IMIGRAÃÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi
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A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosatambém está condicionado por questões económicas, nomeadamenteas ofertas do mercado de trabalho e o preço/pagamento das própriashabitações. A escolha do local de residência tem vindo a alterar-se progressivamente.Nas décadas de 60/70, em grandes cidades da Europa do Norte (comoBruxelas, Birmingham, Londres, Frankfurt, Roterdão…), determinadosgrupos procuravam habitações nas áreas «abandonadas» do interior dascidades, fruto da saída das populações do centro histórico para a periferia.Quando mais tarde, na década de 80, o fenómeno imigratório se generalizaaos países da Europa do Sul, as principais cidades (como Lisboa,Madrid, Roma, Milão…), onde o «abandono» do centro histórico não foi tãointenso, faz com que os imigrantes se fixem no anel suburbano e periféricodas cidades. De qualquer forma, em ambos os casos, constatamosque este grupo ocupa praticamente sempre as áreas mais desfavorecidasda cidade, o que em si fomenta a segregação. (ARBACI, 2002, p. 84)A presença de população estrangeira numa cidade, segundo TABOADA--LEONETTI (1989, p. 54), marca a sua vivência, incluindo o tecido urbano eo próprio espaço colectivo. É claro que essa mesma dinâmica dependeem muito das «divisões» ou não que são estabelecidas entre os própriosgrupos residenciais. A escola de Chicago defendia, segundo o autor, aexistência de bairros étnicos ou até mesmo de quarteirões étnicos comofavorecedores da solidariedade entre os membros da comunidade, e daprópria preservação da cultura e da identidade. No entanto, tal relaçãonão pode ser estabelecida tão directamente, uma vez que para além defactores já referenciados, as características sócio-económicas da população(imigrantes e autóctones), a natureza e história do tecido urbano e aprópria origem dos residentes, interagem de forma a definir as relaçõesde coabitação local. (Ob. Cit., pp. 56, 57 e 67)A questão da segregação espacial torna-se uma questão bastante complexa,dependendo de uma imensurável série de factores, sendo os deordem económica e cultural os que parecem ser mais decisivos. A suaconjugação, relacionada com o contexto espacial e com a comunidade deacolhimento, define o nível de segregação. No entanto, quanto à comunidadeimigrante, não deve ser vitimizada como à primeira vista somos tentadosa considerar, refere POIRET (1996, p. 346). Este autor defende que asegregação social e espacial dos imigrantes ocorre tanto a montantecomo a jusante do processo de integração. Quer isto dizer que, no primeirocaso, tal acontece quando os próprios imigrantes se fecham na suaprópria comunidade e no segundo caso quando a comunidade do local dechegada não os acolhe. Portanto, significa que uma análise completaFátima Velez de Castro113