12.07.2015 Views

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

A EUROPA DO OUTRO – A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NO ... - Acidi

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A <strong>EUROPA</strong> <strong>DO</strong> <strong>OUTRO</strong> – A IMIGRAÇÃO <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> <strong>NO</strong> INÍCIO <strong>DO</strong> SÉCULO XXI – Estudo do caso dos imigrantesda Europa de Leste no concelho de Vila Viçosae o docente-comunidade de acolhimento. Da sua interacção/abertura aoOutro, empreende-se toda a dinâmica educativa, que poderá ou nãoresultar em sucesso.DUCHENE (1988, p.153) refere que o CERI 71 da OCDE 72 , lançou em 1982 oprojecto «Educação e pluralismo cultural e linguístico», o qual visou aconstrução de uma base de dados referentes a alunos filhos de imigrantes.73 Concluiu-se que, em meados dos anos 80, estes alunos representavam8% a 9% do público escolar dos países estudados, frequentando principalmenteo ensino secundário. Em termos gerais, entre essa década e aanterior, verificou-se um crescimento de cerca de 42% de filhos de imigrantesa frequentar a escola do país de chegada e é interessante verificarque, enquanto nestes alunos se constatou um aumento da frequência, emmuitos casos, nos alunos nacionais, foi notória uma diminuição. Este resultado,segundo o autor, pode ser fruto da taxa de fecundidade associada aosimigrantes, que mesmo sendo baixa, é superior à dos autóctones. (Ob. Cit.p. 160) No entanto parece mais plausível que a justificação esteja relacionadacom a reunificação familiar, visto que o grande crescimento se verificouno ensino secundário, ou seja, em alunos com médias de idades entreos 15 e os 18 anos, que não nasceram, portanto, no país de chegada.Contudo, o sistema educativo na Europa parece não dar resposta eficazaos problemas revelados pela diversidade da população escolar. GOKALP(1989, pp.63 a 65) além disto, defende que a escola deverá criar igualdadede oportunidades, bem como promover a interculturalidade. O estudo dalíngua de origem na escola poderá ser uma peculiar forma de integração,pois se por um lado cria um elo de ligação do aluno imigrado à comunidadede origem, por outro promove a partilha de conhecimentos com a dechegada (DE HEREDIA-DEPREZ, 1989, p. 85). Para que tal se possa concretizare generalizar, seria essencial a interacção entre a comunidadeautóctone, as suas políticas e a comunidade alóctone. A abertura daEuropa nunca se poderá processar plenamente se não forem atribuídoscertos direitos aos estrangeiros, nomeadamente ao nível da educação!(CHARBIT, 1988, p. 151).Embora na teoria estas ideias sejam bastante congruentes, na prática porvezes é muito difícil a sua implantação. Nos Estados Unidos, o governoadoptou como estratégia de integração dos alunos estrangeiros o Busing,ou seja, o desenvolvimento de uma rede de transportes escolares, que71. CERI – Centre pour la Recherche et l’Innovation dans l’Enseignement.72. OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico.73. Os países em estudo foram a Alemanha, Bélgica, França, Luxemburgo, Holandae Suíça.Fátima Velez de Castro105

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!