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Checagem corporal, atitude alimentar inadequada e ... - SciELO

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artigo original<strong>Checagem</strong> <strong>corporal</strong> e <strong>atitude</strong> <strong>alimentar</strong>109KeywordsEating attitudes, bodyimage, sex.bles evaluated, being higher in women. Conclusion: Body-checking is a present and highfrequency behaviour in undergraduate students with risk for eating disorders and also withthose dissatisfied with their body image.IntroduçãoA insatisfação com a imagem <strong>corporal</strong>, entendida como umsentimento negativo que o indivíduo tem em relação ao seupeso e à sua forma <strong>corporal</strong>, é um aspecto importante para odiagnóstico de alguns transtornos <strong>alimentar</strong>es, como a anorexiae a bulimia nervosas 1 . A insatisfação com o corpo estáassociada a fatores prejudiciais à saúde, como baixa autoestima,depressão, estados de ansiedade social e, principalmente,a <strong>atitude</strong>s <strong>inadequada</strong>s de controle do peso, como o abusode laxantes, uso de substâncias anorexígenas e esteroidesanabólicos, e comportamentos <strong>alimentar</strong>es inadequados 2 .Entende-se por comportamento <strong>alimentar</strong> todas as formasde convívio com o alimento 3 , sendo a insatisfação <strong>corporal</strong>identificada como o principal fator de risco para o desenvolvimentodo comer transtornado 4 . Segundo Alvarengaet al. 5 , o comportamento <strong>alimentar</strong> inadequado é frequenteem universitários que apresentam relação conturbada como alimento e com o corpo, podendo ter consequências físicase psíquicas.Indivíduos insatisfeitos com sua imagem <strong>corporal</strong> tendem,ainda, a adotar comportamentos de checagem <strong>corporal</strong>acompanhados por períodos de restrição <strong>alimentar</strong> 6 .Rituais de pesagens, medidas e comparações de seu corpocom o de outros indivíduos repetem-se compulsivamente,possuindo papel mantenedor da imagem <strong>corporal</strong> negativapela atenção seletiva e constante à forma e ao peso <strong>corporal</strong>,e serve como parâmetro de avaliação do indivíduo no julgamentode seu sucesso ou sua falha no controle do peso 7 .A checagem <strong>corporal</strong> não apresenta validade diagnósticapara os transtornos <strong>alimentar</strong>es, no entanto está associadaao seu aspecto psicopatológico central, à insatisfação<strong>corporal</strong> 8 , e tem, portanto, importância clínica. Ações nosentido de diminuição desse comportamento em pacientescom transtornos <strong>alimentar</strong>es têm sido frequentes 9,10 e sãoapontadas como alternativa de intervenção para o distúrbiode imagem <strong>corporal</strong> 8 .O comportamento de checagem <strong>corporal</strong> também estápresente na população não clínica 11,12 . Os resultados apontampara uma influência direta da checagem <strong>corporal</strong> naatenção seletiva do indivíduo para o seu corpo, com aumentoda insatisfação sobre ele 11 .O ingresso na vida universitária provoca alterações nocomportamento <strong>alimentar</strong> 13 , e a exposição ao novo meiosocial pode trazer como consequência aumento da insatisfação<strong>corporal</strong>. Estudos têm sido realizados no sentido de avaliara insatisfação com o corpo e também as <strong>atitude</strong>s <strong>alimentar</strong>es<strong>inadequada</strong>s em universitários 14-16 , porém a associaçãoda checagem <strong>corporal</strong> com essas variáveis ainda é poucoexplorada pelos pesquisadores.Dessa forma, o presente estudo objetivou avaliar a checagem<strong>corporal</strong>, a <strong>atitude</strong> <strong>alimentar</strong> <strong>inadequada</strong> e a insatisfação<strong>corporal</strong> em universitários de ambos os sexos.MétodosAmostraEste estudo do tipo transversal foi desenvolvido com 587universitários (276 mulheres e 311 homens), de diversoscursos de graduação (Ciências da Computação, Direito, EngenhariaCivil, Engenharia Elétrica, Filosofia, Fisioterapia,Matemática, Medicina e Psicologia), da Universidade Federalde Juiz de Fora (UFJF). O cálculo da amostra foi baseado nasrecomendações de Thomas et al. 17 , considerando um graude confiança igual a 95%, erro máximo de estimativa de 5% eprevalência do fenômeno desconhecida, inferido, portanto,em um valor de 50%. O valor obtido, já corrigido para amostrasfinitas, foi de 378 indivíduos. Foram acrescidos 20%, paraefeito de perda de amostra, obtendo-se um valor final iguala 454 indivíduos.O critério de inclusão era estar regularmente matriculadoem qualquer período de um dos cursos de graduação daUFJF, ter idade superior a 18 anos e aceitar participar voluntariamenteda pesquisa.Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisaem Seres Humanos da UFJF – protocolo nº 2193.253.2010(parecer nº 276/2010). Todos os indivíduos foram informadossobre os objetivos e riscos da pesquisa e concordaramem participar dela por meio da assinatura do Termo de ConsentimentoLivre e Esclarecido (TCLE).InstrumentosComportamento de checagem <strong>corporal</strong>Para avaliar os comportamentos de checagem do corpo nosexo feminino, foi utilizado o Body Checking Questionnaire(BCQ) 18,19 , questionário de autorrelato em escala na forma Likertde cinco pontos (Nunca = 1 a Muito frequentemente =5). O instrumento original é formado por três fatores e obteveconsistência interna satisfatória (α-Cronbach variando de0,83 a 0,92) 18 . A versão brasileira obteve adequada estruturafatorial confirmada pelas medidas de ajuste e adequada consistênciainterna, possui 12 itens e é subdividida em quatroJ Bras Psiquiatr. 2013;62(2):108-14.

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