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A violência na relação mãe-filha - Laboratório de Psicopatologia ...

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7perdida, a fantasia costura sexualida<strong>de</strong> com linguagem através <strong>de</strong> uma frase, estruturalpara o sujeito.Freud apresentou a estrutura da fantasia <strong>de</strong> espancamento, que lhe havia sido<strong>na</strong>rrada por alguns pacientes, no texto ‘Bate-se numa criança’, da qual ele distinguiutrês fases. Na primeira fase, os pacientes relatavam terem tido uma fantasia em queseus pais espancavam uma criança. Na terceira fase, contavam que uma criançaqualquer era espancada por um adulto, também qualquer, mas que essa fantasia passoua estar associada a uma excitação sexual e à masturbação. Para o autor, a segunda faseda fantasia é a mais importante e não é nunca recordada só po<strong>de</strong> ser construída emanálise. Ele nos adverte que as fantasias <strong>de</strong> espancamento são o resultado <strong>de</strong>formado erecalcado do conflito inerente ao complexo parental muito precoce e que sofre muitasmodificações.O psica<strong>na</strong>lista observa existir uma semelhança entre o fantasiar no adulto e obrincar <strong>na</strong> criança, mas observa que, no primeiro, culpa e vergonha presentificam-se,ligadas, sobretudo, ao conteúdo incestuoso <strong>de</strong>ssa fantasia, mais do que a ativida<strong>de</strong>masturbatória, em si, a ela associada.Com a apropriação feita por Lacan da fantasia ‘Bate-se numa criança’, paraconstruir a fantasia fundamental, observa-se que o período <strong>de</strong> fixação privilegiado pelosujeito <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>rá o verbo da frase, que será sempre uma resposta ao enigma que acastração do Outro lhe impõe. Há um verbo que con<strong>de</strong>nsa a “função do significante quecapta on<strong>de</strong> o sujeito se subordi<strong>na</strong> a ele, a ponto <strong>de</strong> por ele ser subor<strong>na</strong>do” (LACAN,1998: 599). Como a sexualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com Freud, é sempre infantil, o sujeitorespon<strong>de</strong> ao <strong>de</strong>sejo do Outro com uma frase que <strong>de</strong>smente a castração do Outro.Desmente oferecendo-se como objeto a ‘ser <strong>de</strong>vorado’ {‘uma criança é <strong>de</strong>vorada’}, se afase oral for a privilegiada em sua constituição; a ‘ser espancado’, {‘uma criança é

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