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A violência na relação mãe-filha - Laboratório de Psicopatologia ...

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5O objeto a é o que causa o <strong>de</strong>sejo pelo falo, representa a falta estrutural quemotiva sua busca incessante. É o produto do afunilamento do empuxo ao gozomortífero da pulsão, que passa a ser filtrado por uma Lei, <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>da Nome-do-Pai, queinstitui um objeto proibido. Esse objeto proibido é, portanto, uma construção mítica <strong>de</strong>apreensão do objeto impossível. E a <strong>mãe</strong>, aqui citada, será, portanto, o primeirorepresentante do gran<strong>de</strong> Outro. Ela apresenta-se, para todo sujeito, como o primeirorepresentante proibido, pela lei do incesto, do objeto que <strong>de</strong> fato é inexistenteestruturalmente e, por isso, impossível.O percurso da submissão absoluta à lei da <strong>mãe</strong> até a interdição operada peloNome-do-pai, sintoma separador do incesto, correspon<strong>de</strong> à passagem da posição <strong>de</strong>objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo da <strong>mãe</strong> à <strong>de</strong> objeto causa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo, em sua própria fantasiafundamental. Freud não trabalha com o conceito <strong>de</strong> fantasia fundamental, que é umtermo lacaniano, ele utiliza fantasias originárias (Urphantasien) que dizem respeito aopatrimônio universal <strong>de</strong> fantasias compartilhadas. Lacan tomando a fantasia freudia<strong>na</strong>,‘Bate-se numa criança’, propôs a fantasia fundamental que indica, <strong>na</strong> neurose e <strong>na</strong>perversão, o ponto mais sintético <strong>de</strong> gozo <strong>de</strong> um sujeito, a partir do qual uma repetiçãorege como uma lei à articulação entre a sua falta estrutural e o seu objeto causa <strong>de</strong><strong>de</strong>sejo.Na investigação que a criança faz dos porquês das coisas, Lacan afirma que acriança se empenha em saber qual é o <strong>de</strong>sejo do outro. E, é a sua interpretação <strong>de</strong>sse<strong>de</strong>sejo do Outro, que constitui a fantasia, fazendo <strong>na</strong>scer, concomitantemente, umsujeito e um objeto, $ * a. Sujeito dividido e objeto se constituem, <strong>na</strong> fantasia, comoposições separadas e antônimas, mas que constituem uma mesma realida<strong>de</strong> psíquica.No artigo ‘R, S, I’, Lacan afirma que a criança está como causa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo da<strong>mãe</strong>, e localiza a inscrição do proto-sujeito no lugar <strong>de</strong> objeto, <strong>na</strong> fantasia <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo da

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