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Sergio Amadeu da Silveira - Cidadania e Redes Digitais

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c i d a d a n i a e r e d e s d i g i t a i s<br />

Ca<strong>da</strong> fabricante de suíte de escritório criou o seu próprio formato de documentos<br />

eletrônicos, que não passam de hieróglifos digitais, pois só conhece realmente o significado<br />

desses hieróglifos a empresa que os criou. Tal como no caso egípcio, não foram<br />

raros os casos de empresas que desapareceram deixando milhares de usuários sem acesso<br />

às informações que eles mesmos tinham armazenado em documentos eletrônicos.<br />

Esses formatos de documentos foram, e ain<strong>da</strong> são, utilizados pelas empresas de<br />

software como alavancadores de ciclos de atualização de hardware e software. Basta<br />

uma alteração no formato de documentos para que todos os usuários tenham que<br />

adquirir a versão nova <strong>da</strong> ferramenta, e eventualmente um novo computador, para<br />

continuar acessando as suas informações, codifica<strong>da</strong>s em formatos proprietários: os<br />

hieróglifos digitais.<br />

Uma vez que a empresa de software tem controle sobre o formato dos arquivos,<br />

ela também pode controlar o fluxo <strong>da</strong>s informações armazena<strong>da</strong>s nesses documentos.<br />

Isso propicia o ambiente técnico necessário para que to<strong>da</strong> e qualquer intervenção<br />

na comunicação possa ser realiza<strong>da</strong>. Somos donos <strong>da</strong>s informações, mas não<br />

temos controle algum sobre o formato do documento.<br />

Quando discutimos a transformação <strong>da</strong> web sintática existente atualmente para<br />

a web semântica que teremos em mais alguns anos, é importante notar que o acesso<br />

à informação é condição primária para todo e qualquer modelo de organização <strong>da</strong><br />

informação. Não é possível indexar, analisar e referenciar qualquer informação que<br />

não possa ser acessa<strong>da</strong> e, por isso, a utilização de um formato aberto de documentos<br />

é condição primordial para a troca de informações e sua utilização em qualquer<br />

ambiente. Mas ser um formato aberto não é suficiente. É fun<strong>da</strong>mental que seja escolhido<br />

um formato que seja um padrão aberto.<br />

Durante os últimos anos, temos visto a definição de padrão aberto ser ca<strong>da</strong> vez mais<br />

estendi<strong>da</strong> para que possa acomo<strong>da</strong>r to<strong>da</strong> e qualquer especificação disponível na internet,<br />

e por isso é importante ter em mente o que é ver<strong>da</strong>deiramente um padrão aberto.<br />

A definição utiliza<strong>da</strong> pela e-Ping 3 (referência de interoperabili<strong>da</strong>de e governo eletrônico<br />

brasileiro) é a definição cria<strong>da</strong> pela União Europeia 4 , que diz que é um padrão<br />

aberto todo aquele que foi desenvolvido através de um processo transparente, aberto e<br />

3. “e-PING: Padrões de Interoperabili<strong>da</strong>de de Governo Eletrônico” (http://www.governoeletronico.<br />

gov.br/anexos/e-ping-versao-2010), versão 2010, página 50.<br />

4. European Interoperability Framework for pan-European eGovernment Services, versão 1.0 (2004),<br />

ISBN 92-894-8389-X, página 9.<br />

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