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O QUE A ARTE ENSINA SOBRE AS PSICOSES ORDINÁRIAS ...

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9A arte ensinaApós essa incursão pela obra de Marguerite Duras, podemos retornarao início do artigo para mostrar o que representa o savoir-faire do artista ligadoà prática do significante; bem como apontar as contribuições fornecidas pelaArte nessa passagem dos efeitos do sentido à letra, enquanto cifra de gozo.Sabemos que no momento em que Lacan escreve o texto emhomenagem a Marguerite Duras, sua teorização sobre a conexão Psicanálise-Arte baseia-se na teoria do significante e no uso do inconsciente como práticada letra. Mas em 1975, ao ditar o seminário sobre Joyce, ele desdobra uma outraposição sobre essa conexão: “ambas têm em comum o fato de produziremartifícios; nos dois casos, tanto o artista quanto o psicanalista fazem umcaminho que os leva do sentido ao texto, isto é, ao artifício” 18 .Marie-Hélène Brousse aponta, inclusive, que o saber do artista temalgo em comum com o discurso do psicanalista. Ambos dirigem-se para o forade-sentidodo sintoma e para a divisão subjetiva como método, mesmo porque oartista promove um efeito-sujeito naquele que o lê 19 .E acrescenta que a arte e o artista não operam a partir do S 1 , o queproduz o saber do artista é a recuperação do objeto perdido através do seusavoir-faire. “Esse saber provém da separação desse objeto no espectador. Osaber do artista não divide o espectador, ele o separa. Isso faz com que o artistatampouco seja subsumido pelo saber inconsciente, mesmo se é neurótico” 20 .Se Joyce, em Finnegans Wake mostrou os efeitos do objeto a-vozsobre o significante, Marguerite Duras, com sua Lol V. Stein, procedeu damesma forma com o objeto a-olhar. Enfim, ela deu provas de que a Arte ensinaao psicanalista, não apenas sobre o saber-fazer do artista, mas também o querepresenta, em todos os tempos, a inovação no modo de gozar.18BROUSSE, M.H. - “O saber dos artistas”. Em: Arquivos da Biblioteca n.5. Rio de Janeiro, Publicaçãoda EBP-RJ, junho de 2008, p. 52.19Idem, ibidem, p. 53.20Idem, ibidem, p. 54.

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