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Revista Formação 5 - BVS Ministério da Saúde

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○ ○ ○ ○· difusão, com relativa autonomia,<strong>da</strong> estrutura e <strong>da</strong> lógica assistencialdo Programa Saúde <strong>da</strong> Família (PSF),incluindo a estratégia de utilização deagentes comunitários de saúde.Esses avanços nas formas degestão, de prestação de serviços desaúde e de regulação pública nãoseriam possíveis sem uma mu<strong>da</strong>nçaessencial ocorri<strong>da</strong> na lógica de operaçãodo Estado e <strong>da</strong> federação brasileiranos anos 90. Parte dessa mu<strong>da</strong>nçainspira-se em diretrizes conti<strong>da</strong>s naconcepção original do SUS, quesempre reservou um lugar de destaqueaos municípios como base do sistema;outra parte resulta <strong>da</strong> Reforma Administrativado Estado, como é o caso<strong>da</strong> criação <strong>da</strong> Agência Nacional deSaúde Suplementar, com sua funçãoreguladora típica. Mas há ain<strong>da</strong> outraparte devi<strong>da</strong> a um "ajuste institucional"que ocorreu pela adoção, maisou menos espontânea, de formasflexíveis de gestão que misturamrecursos do setor privado aos recursose à gestão do setor público.O sistema público de saúderepresentado pelo SUS é hoje bemmais complexo nos arranjos institucionaisque promove do que previaa noção constitucional de umsegmento "complementar", constituídopor enti<strong>da</strong>des priva<strong>da</strong>s semcaráter lucrativo, ao qual se delegariaações de atendimento ambulatorial ehospitalar. Com efeito, o SUS operaagora com base numa mistura entrepúblico e privado que abrangemo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des "associa<strong>da</strong>s", de caráterprivado, tais como cooperativas,organizações sociais, fun<strong>da</strong>ções eenti<strong>da</strong>des filantrópicas "de apoio",organizações não-governamentais(ONGs) etc. Esse conjunto de enti<strong>da</strong>destem sua configuração dita<strong>da</strong> poruma coesão que é de tipo político eexige uma negociação permanentecom variados agentes institucionais ecom corporações profissionais.A novi<strong>da</strong>de nesse cenário é quecertas divisões tradicionais, em quese movia a função de desenvolvimentode recursos humanos no SUS, nãopodem mais ser aplica<strong>da</strong>s sem quehaja uma grande per<strong>da</strong> de eficácia. Aidéia de que essa função tem a verapenas com pessoal pertencente àsSecretarias de Saúde deve serabandona<strong>da</strong>. À função de desenvolvimentode recursos humanos, comoresultante de uma ação de Estado, estáreservado um escopo bem maior, queenvolve os "quadros externos depessoal" e, em alguns casos, precisaconsiderar as necessi<strong>da</strong>des do setorSaúde como um todo. De fato, certasiniciativas de capacitação assumi<strong>da</strong>spelo Estado precisam ser difundi<strong>da</strong>sno conjunto do Sistema de Saúde,abrangendo mediações institucionaisno âmbito do setor Educacional,público e privado, como estáexemplificado pela política e pelaexperiência do Projeto de Profissionalizaçãodos Trabalhadores <strong>da</strong>Área de Enfermagem (PROFAE).Pontos de intervenção sobre a questãoConsidera<strong>da</strong> na amplitude menciona<strong>da</strong>,a Política de Desenvolvimentode Recursos Humanos deSaúde para o nível técnico não podeestar restrita a certos objetivos eabor<strong>da</strong>gens com os quais as SecretariasEstaduais e Municipais deSaúde costumam realizar seustreinamentos introdutórios ouemergenciais, com o objetivo defirmar certas noções e habili<strong>da</strong>desnecessárias ao SUS e afina<strong>da</strong>s comuma ótica sobre saúde pública e suaspriori<strong>da</strong>des. A maior parte dosesforços realizados nesse campoconsiste em desenvolver textos ecursos de "a<strong>da</strong>ptação", havendotambém, paralelamente, algumasiniciativas de profissionalizaçãocompleta desse pessoal, sobretudo nasescolas técnicas vincula<strong>da</strong>s ao SUS,com maior ou menor grau de inovaçãometodológica e integração ensinoserviço,mas ain<strong>da</strong> em grande parteadscritos às categorias auxiliares dogrupo de enfermagem. Mais recentemente,com as necessi<strong>da</strong>des decapacitação de pessoal para aimplantação do PSF, essas tendênciasadquiriram uma dimensão maior,contudo não se pode dizer quetenham sido fun<strong>da</strong>mentalmente8Nº 05 MAIO DE 2002

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