○ ○ ○ ○seja no encontro entre cui<strong>da</strong>dores equem é cui<strong>da</strong>do. Tem sua razão esentido se estiver pauta<strong>da</strong> natransdisciplinari<strong>da</strong>de, em que todosserão responsáveis pelo projeto detrabalho e pela construção <strong>da</strong>s ações.Dessa forma, a singulari<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong>sujeito será reconheci<strong>da</strong> por meio doseu lugar ativo, onde ca<strong>da</strong> voz, comonum coral, possui sua ver<strong>da</strong>de.A razão e o sentido de umaintervenção humaniza<strong>da</strong> trarão emseu cerne uma nova visão deinstituição de cui<strong>da</strong>dos. Sua definiçãoserá a de um espaço de convivênciaque acolhe, cui<strong>da</strong> e possibilita autilização de diversos recursos,enfatizando um projeto de invençãosocial e não se focalizando na doença.O ser humano não nasce quandoadoece. Para o profissional de saúde,certamente saber o caminhopercorrido pela doença tem seu valor.No entanto, o valor do trabalho dequem cui<strong>da</strong> está na possibili<strong>da</strong>de deestabelecer um encontro com quem oprocura. Encontro esse marcado nãoapenas pelo sofrimento <strong>da</strong> irrupção <strong>da</strong>doença, mas pelas vicissitudes dosujeito no seu percurso em busca <strong>da</strong>saúde, do respeito e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Ocorpo biológico só poderá sersignificado como corpo psíquico eisso difere o ser humano radicalmentedos outros animais.Projeto UNI-Natal: uma experiênciaintegra<strong>da</strong> de humanizaçãoMuitas experiências têm sidorealiza<strong>da</strong>s tendo a humanização comoprincípio norteador na atenção aousuário em serviços de saúde. Dentreelas pode se destacar algumasrealiza<strong>da</strong>s pelo Projeto UNI-Natal (UmaNova Iniciativa dos Profissionais deSaúde: em união com a comuni<strong>da</strong>de).(Projeto UNI-Natal, 2002).O Projeto UNI-Natal é umainiciativa no campo <strong>da</strong> formação deprofissionais de saúde, pensa<strong>da</strong> econstruí<strong>da</strong> em união com acomuni<strong>da</strong>de. Teve início em 1995,desenvolvendo suas ações nos bairrosde Ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Esperança, Ci<strong>da</strong>deNova, Felipe Camarão, Guarapes eBom Pastor, localizados na regiãooeste de Natal, uma <strong>da</strong>s quatro regiõesadministrativas <strong>da</strong> capital do RioGrande do Norte, alcançando umapopulação estima<strong>da</strong> em 200.000habitantes. Sua missão se resume emtrês aspectos: construir mu<strong>da</strong>nças nomodelo de assistência e na práticaprofissional na Secretaria de SaúdePública do Estado do Rio Grande doNorte (SESAP/RN) e na SecretariaMunicipal de Saúde de Natal, efetivarmu<strong>da</strong>nças no ensino <strong>da</strong> saúde naUniversi<strong>da</strong>de Federal do Rio Grandedo Norte (UFRN) e promover odesenvolvimento comunitário para o“autocui<strong>da</strong>do” e o controle socialsobre os serviços e Políticas Públicasde Saúde.O UNI-Natal desenvolve umaprogramação em torno de alguns dosproblemas que comprometem aschances <strong>da</strong>s pessoas de viver, sedesenvolver e de alcançar quali<strong>da</strong>dede vi<strong>da</strong>, priorizando, assim, otrabalho com crianças e adolescentes.Essas iniciativas envolvem osseguintes parceiros: Universi<strong>da</strong>deFederal do Rio Grande do Norte,Secretaria de Saúde Pública do Estadodo Rio Grande do Norte, SecretariaMunicipal de Saúde de Natal (SMS-Natal), além de organizaçõescomunitárias e parceiros formais:Associação Comen<strong>da</strong>dor Luís <strong>da</strong>Câmara Cascudo, Conselho Comunitáriodo Bairro de Ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong>Esperança, Fun<strong>da</strong>ção Fé e Alegria, eMovimento Nacional dos Meninos eMeninas de Rua.Os problemas foram selecionadospor bairro, buscando contribuir noenfrentamento dos mais gravesindicadores de saúde identificados emca<strong>da</strong> área: mortali<strong>da</strong>de infantil noBairro de Felipe Camarão; gravidez naadolescência em Ci<strong>da</strong>de Nova; altoíndice de cárie e doenças periodontaise o crônico problema de falta demedicamentos e <strong>da</strong> automedicaçãoem Ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Esperança; adesumanização <strong>da</strong> assistência nauni<strong>da</strong>de de pediatria do hospitalestadual de referência em doençasinfecto-contagiosas, Hospital Gisel<strong>da</strong>Trigueiro (Quintas).Formação65
○ ○ ○ ○Na fase I (1995/1998), foramelaborados e implantados os subprojetosem quatro bairros <strong>da</strong> regiãooeste, com objetivo de experimentara mu<strong>da</strong>nça na lógica de organizarserviços de saúde – <strong>da</strong> deman<strong>da</strong>espontânea para a vigilância à saúde,definição de território, trabalho comproblemas, criação e redefinição deprotocolos de atenção e reorganizaçãode serviços. As experiências tambémbuscam a mu<strong>da</strong>nça no perfil <strong>da</strong>sprofissões de saúde e no modelo <strong>da</strong>prática multiprofissional no setor,como também o fortalecimento <strong>da</strong>ação comunitária para o autocui<strong>da</strong>doe controle social sobre serviços epolíticas do setor.Na fase II (1999/2002), ocorreu aelaboração coletiva <strong>da</strong> proposta deinovação no projeto políticope<strong>da</strong>gógicodo ensino <strong>da</strong> saúde naUFRN, com a parceria dos serviçosde saúde e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de. Osprocessos de mu<strong>da</strong>nça no ensino sematerializaram por meio de trêsgrandes iniciativas: o ProgramaEstruturante de Extensão UniversitáriaEducação, Saúde e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia(PESC), a Disciplina Saúde e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia(SACI), e o Projeto de Implantaçãodo Laboratório Multiprofissionalde Habili<strong>da</strong>des para oEnsino de Graduação <strong>da</strong> Saúde.Pela ação articula<strong>da</strong> dessasiniciativas, o Projeto UNI-Natalreuniu um corpo docente de formadoresde opinião e geradores de massacrítica que vem influenciando nosprocessos internos de mu<strong>da</strong>nças doscursos envolvidos. Ain<strong>da</strong> dentro <strong>da</strong>svelhas estruturas dos currículosantigos, o UNI-Natal promoveu eincentivou a abertura de novoscampos de prática, fora dos muros <strong>da</strong>universi<strong>da</strong>de, articulando a açãoensino-pesquisa e extensão universitáriade forma mais sintoniza<strong>da</strong> comas necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s populaçõessubmeti<strong>da</strong>s ao processo de exclusão,particularmente <strong>da</strong> região oeste doNatal.O Projeto UNI-Natal, hoje, ocupaum lugar importante no cenário localcomo articulador e mobilizador derecursos de diversas naturezas, tendoassumido um papel de catalisar eescutar os distintos atores envolvidonos três seguimentos que o compõem:universi<strong>da</strong>de, serviços de saúde ecomuni<strong>da</strong>de. Essa ação vemproporcionando condições e criandoespaços comuns de discussão dedeman<strong>da</strong>s e interesses. Esse reconhecimentoé particularmente importante,já que as condições concretasque o Projeto enfrentou para odesenvolvimento de sua missão, cujocenário é o interior de instituições deforte tradição em organizaçõesverticais e “tecnoburocráticas”, alémde uma comuni<strong>da</strong>de com baixacapaci<strong>da</strong>de de reflexão sobre suacondição e, conseqüentemente, deintervenção sobre seus própriosproblemas.Nos dois primeiros anos <strong>da</strong> Fase Ido Projeto, houve necessi<strong>da</strong>de deinvestimentos na adequação deespaços físicos e aquisição deequipamentos e insumos para odesenvolvimento <strong>da</strong> proposta doPrograma UNI-Natal. Embora nãoestivesse aí o “novo” a que sepropunha, essa ação teve papelimportante, haja vista a inexistênciade espaços em condições físicas eestruturais adequa<strong>da</strong>s para o desenvolvimento<strong>da</strong>s ações e inovaçõespropostas, por exemplo: a garantia <strong>da</strong>scondições para o estágio de alunos <strong>da</strong>graduação nas uni<strong>da</strong>des de saúde(atenção básica). Ao mesmo tempo,era desencadeado um processo deidentificação e mobilização de atorese lideranças com perfil e vontade deconstruir os princípios desenhadospelo movimento <strong>da</strong> reforma sanitária,que passa pela construção efortalecimento do Sistema Único deSaúde (SUS). Nesse processo defortalecimento, o Programa UNI temcontribuído, dentre outras coisas, nadiscussão para a proposição dePolíticas de Recursos Humanos parao SUS (Brasil) e de formação em saúde(América Latina).O Projeto UNI-Natal promoveuum esforço e realizou investimentossignificativos na formação de quadrose lideranças, buscando uma66Nº 05 MAIO DE 2002
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05FormaçãoFormação Técnica em
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SumárioEditorial3Recursos Humanos
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○ ○ ○ ○A reforma educaciona
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