Revista Formação 5 - BVS Ministério da Saúde
Revista Formação 5 - BVS Ministério da Saúde
Revista Formação 5 - BVS Ministério da Saúde
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
○ ○ ○ ○profissional, independentemente <strong>da</strong>habilitação específica. Essas competências,como já mencionado,foram defini<strong>da</strong>s pelas DCN;· competências profissionaisespecíficas, próprias de uma habilitação– defini<strong>da</strong>s, sem caráterman<strong>da</strong>tário, nos RCN. (id., art. 6º,parágrafo único).A partir dessas definições, as instituiçõeseducativas são desafia<strong>da</strong>s aconstruírem seus planos de curso,propondo uma organização curricularcom base em competências.A escola enfrentando desafiosO desafio de incorporar a noçãode competência nos processos deformação implica em compreenderquais elementos estão subjacentes aela (evidenciar quais são os conhecimentosou os conteúdos efetivos <strong>da</strong>competência, considerando oconjunto de conhecimentos de carátersociocultural, técnico-científico,dentre outros). Isso implica emconhecer quais elementos ou aspectosvalorativos se manifestam na competência,assumindo que a construçãodo conhecimento não pode estarlimita<strong>da</strong> a uma perspectiva operacional,instrumental ou <strong>da</strong> execuçãode tarefas.A reflexão sobre o conceito decompetência remete as suas trêsdimensões: às capaci<strong>da</strong>des, àsativi<strong>da</strong>des de trabalho e ao contextoem que essas ativi<strong>da</strong>des são realiza<strong>da</strong>s.Essas três dimensões constituemos elementos implícitos àcompetência. As capaci<strong>da</strong>des sãofun<strong>da</strong>mentalmente os recursos cognitivosque são desenvolvidos e aosquais se recorre para realização dealguma ativi<strong>da</strong>de. As competências,no entanto, são exerci<strong>da</strong>s emcontextos específicos, com suascaracterísticas e peculiari<strong>da</strong>des.Construir um processo de formação,que associe essas três dimensões,implica investigar as capaci<strong>da</strong>desfun<strong>da</strong>mentais a que se recorre pararealizar as ativi<strong>da</strong>des com êxito epertinência em contextos desafiadores.Implica, portanto, estu<strong>da</strong>r eidentificar quais são os elementos quepodem levar a um desempenhocompetente. Assim, é importanteconsiderar que nenhum fazer em si,isola<strong>da</strong>mente, expressa efetivamenteas competências de uma pessoa; seassim fosse, poderia-se pensar emformação unicamente pela perspectivado treinamento, pois se uma pessoarepete tarefas suficientemente bem,quantas vezes seja necessário, sededuziria que ela adquiriu as respectivascompetências. Essa visão estálonge de remeter a uma idéia decompetência como um constructomais complexo.Nesse sentido, como pensar umaformação basea<strong>da</strong> em competênciaque não limite a construção doconhecimento à repetição ou àseleção de conteúdos valorizados porserem úteis ou pragmáticos? Comorealizar uma formação que valorizetodo o conjunto de conhecimentoscientíficos e socioculturais, com afinali<strong>da</strong>de de ir além do que pode serobservado mais diretamente comoexpressão de uma competência? E,ain<strong>da</strong>, como avaliar as competênciasa partir de um desempenho observado,uma vez que elas são maisamplas e complexas do que odiretamente observável?O que se apresenta como desafiopara a educação e para a escola éjustamente saber até que ponto oscurrículos, <strong>da</strong> forma como estãoestruturados, são capazes de desenvolvercompetências efetivas. Até queponto os currículos, tal como hoje sãoconstruídos, levam o estu<strong>da</strong>nte aenfrentar situações de aprendizagemsignificativas, fazendo-o se sentirdesafiado frente a situações reais devi<strong>da</strong> e de trabalho? Há, portanto, umquestionamento essencial sobrecurrículo disciplinar, mas a questãofun<strong>da</strong>mental vai além de umadiscussão <strong>da</strong> vali<strong>da</strong>de (ou não) dosaber disciplinar. O desafio de buscarnovas estratégias de ensino, do pontode vista formativo, é algo posto nãopela emergência <strong>da</strong> noção decompetência, mas pela reflexão sobreo papel <strong>da</strong> escola. A noção deFormação21