Revista Formação 5 - BVS Ministério da Saúde
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○ ○ ○ ○Nos hospitais, o envelhecimento<strong>da</strong> população influencia a deman<strong>da</strong>por trabalho de enfermagem,sobretudo pelo aumento <strong>da</strong> média dedias de internação. As maioresmédias de internação estão associa<strong>da</strong>saos pacientes nas faixas de i<strong>da</strong>de demais de 40 anos, devido a maiorincidência de enfermi<strong>da</strong>des crônicodegenerativas(Gráfico I). A média dedias de permanência de pacientesinternados nos hospitais do SUS ébem mais eleva<strong>da</strong> para os pacientes<strong>da</strong>quela faixa etária do que para asde menor i<strong>da</strong>de, embora a tendênciade aumento dessa média tenha umaque<strong>da</strong> para as faixas superiores a 60anos. Em princípio, quanto maior amédia de permanência, maior é oconsumo de força de trabalho deenfermagem, e o atendimento podeter a necessi<strong>da</strong>de de aumentar onúmero de leitos ou melhorar a formade utilização dos leitos disponíveis.A estrutura de morbi<strong>da</strong>de tambémafeta claramente a deman<strong>da</strong> por forçade trabalho de auxiliares de enfermagem,especialmente no ambientehospitalar. Há enfermi<strong>da</strong>des queexigem uma atenção mais intensiva oumais contínua <strong>da</strong> enfermagem, sejapara monitorar adequa<strong>da</strong>mente seussinais e sintomas, seja em termos deindispensáveis intervenções terapêuticasou de reabilitação, ou, ain<strong>da</strong>,para <strong>da</strong>r maior conforto ao paciente.Esse é o caso, por exemplo, <strong>da</strong>maioria <strong>da</strong>s enfermi<strong>da</strong>des do aparelhocirculatório e respiratório. Taisaspectos <strong>da</strong> morbi<strong>da</strong>de determinam,em última instância, a "intensi<strong>da</strong>de"do trabalho de enfermagem. Por outrolado, certas doenças são maisexigentes em termos <strong>da</strong> duração totaldo cui<strong>da</strong>do de enfermagem, poisexigem um maior tempo de permanênciasob regime de internação,como é típico <strong>da</strong>s enfermi<strong>da</strong>desmentais e comportamentais.As mu<strong>da</strong>nças organizacionais etecnológicas afetam tanto os aspectosde quali<strong>da</strong>de quanto os de quanti<strong>da</strong>de<strong>da</strong> força de trabalho de enfermagememprega<strong>da</strong>. A introdução de tecnologiascomplexas e a especializaçãoem determina<strong>da</strong>s tarefas assistenciaisrequerem um maior nível de educaçãogeral por parte do pessoal admitido.Como acontece em outros setores <strong>da</strong>economia, o aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>deestá associado à elevação <strong>da</strong>escolari<strong>da</strong>de do pessoal empregadoem serviços de enfermagem. Asmelhorias tecnológicas e organizacionaispodem redun<strong>da</strong>r numa melhorutilização <strong>da</strong> força de trabalhodisponível, quando a deman<strong>da</strong> cresce,mas isto depende do nível educacionale <strong>da</strong> formação técnica que tem de serajustar a variações de função e ao usode recursos mais complexos para aassistência ao paciente.Com a introdução de novasmetodologias gerenciais, que usamseletivamente a força de trabalho maisqualifica<strong>da</strong>, e também por efeito <strong>da</strong>aplicação de novas tecnologias deassistência e diagnóstico que deman<strong>da</strong>mpessoal mais qualificado, é de seesperar que, na próxima déca<strong>da</strong>, osegmento com internação (em maiorparte de natureza hospitalar) mantenhauma alta deman<strong>da</strong> porauxiliares de enfermagem e, maisain<strong>da</strong>, que proce<strong>da</strong> a uma triagemmais rigorosa dos pretendentes aospostos de trabalhos, considerando osaspectos de competência técnica,experiência e nível de educação geral.As Políticas de Atenção Básicaatuam no sentido de fazer crescer ademan<strong>da</strong> por auxiliares de enfermagemno segmento ambulatorial dosestabelecimentos de saúde. A tendênciaé elevar o nível de qualificaçãoe <strong>da</strong> escolari<strong>da</strong>de do pessoal deenfermagem em serviços ambulatoriaispúblicos é antiga e constituiu,na déca<strong>da</strong> de 80, um dos focos <strong>da</strong>Política de Recursos Humanos deSaúde, <strong>da</strong>ndo origem a diversas iniciativas,entre as quais merece destaqueespecial o Programa Larga Escala.Na déca<strong>da</strong> de 90, com a implantaçãodo Programa Saúde <strong>da</strong> Família,o chamado nível de atenção básicapassou a ser um grande deman<strong>da</strong>ntepelo trabalho do auxiliar de enfermagem,cuja presença é obrigatóriapara a constituição <strong>da</strong>s equipes do PSF.14Nº 05 MAIO DE 2002