Revista Formação 5 - BVS Ministério da Saúde

Revista Formação 5 - BVS Ministério da Saúde Revista Formação 5 - BVS Ministério da Saúde

cursos.unipampa.edu.br
from cursos.unipampa.edu.br More from this publisher
12.07.2015 Views

○ ○ ○ ○dados e recebem cuidados apropriadospor tempo indefinido;c) na internação domiciliarprofissionalizada, que se dá em funçãoda ocorrência de episódios deenfermidades agudas e crônicas;d) no domicílio, com atençãocontínua ou "autocuidado" a cargo dogrupo familiar.O Brasil encontra-se atualmente nogrupo de países da América Latina quea Comissão Econômica para AméricaLatina e o Caribe (CEPAL) 1 denominade "transição demográfica plena",caracterizado por uma natalidade emdeclínio, uma baixa mortalidade e umcrescimento natural em torno de 2%.A população brasileira com idadeigual ou superior a 60 anos representade 7,9% do total, uma proporçãobem menor que a encontrada empaíses de transição avançada tais comoa Argentina e o Uruguai, que exibempercentuais de 13,3 e 17, respectivamente.No entanto, considerandoque se aplica a um total de 169milhões de habitantes, a maiorpopulação da América Latina, essaproporção dá como resultado umagrande massa de pessoas que seencontra na terceira idade.O hospital parece ser o contextotécnico-assistencial mais importantena determinação da demanda portrabalhadores de enfermagem noBrasil. Há motivos culturais quefazem com que os idosos, em suaabsoluta maioria, independentementeda condição econômica, sejamcuidados pelos parentes mais próximose não alojados em instituiçõesespecíficas, como ocorre em paísesda Europa e nos Estados Unidos.Ademais, o cuidado domiciliarprofissional é ainda pouco expressivoem comparação com o "autocuidado"prestado por membros do núcleofamiliar.Gráfico IMédia de Permanência em Estabelecimentos do SUS, por Faixa Etária, 2000Fonte: DATASUS/MS.1 CEPAL, Panorama Social de América Latina,Santiago, agosto de 2000.Formação13

○ ○ ○ ○Nos hospitais, o envelhecimentoda população influencia a demandapor trabalho de enfermagem,sobretudo pelo aumento da média dedias de internação. As maioresmédias de internação estão associadasaos pacientes nas faixas de idade demais de 40 anos, devido a maiorincidência de enfermidades crônicodegenerativas(Gráfico I). A média dedias de permanência de pacientesinternados nos hospitais do SUS ébem mais elevada para os pacientesdaquela faixa etária do que para asde menor idade, embora a tendênciade aumento dessa média tenha umaqueda para as faixas superiores a 60anos. Em princípio, quanto maior amédia de permanência, maior é oconsumo de força de trabalho deenfermagem, e o atendimento podeter a necessidade de aumentar onúmero de leitos ou melhorar a formade utilização dos leitos disponíveis.A estrutura de morbidade tambémafeta claramente a demanda por forçade trabalho de auxiliares de enfermagem,especialmente no ambientehospitalar. Há enfermidades queexigem uma atenção mais intensiva oumais contínua da enfermagem, sejapara monitorar adequadamente seussinais e sintomas, seja em termos deindispensáveis intervenções terapêuticasou de reabilitação, ou, ainda,para dar maior conforto ao paciente.Esse é o caso, por exemplo, damaioria das enfermidades do aparelhocirculatório e respiratório. Taisaspectos da morbidade determinam,em última instância, a "intensidade"do trabalho de enfermagem. Por outrolado, certas doenças são maisexigentes em termos da duração totaldo cuidado de enfermagem, poisexigem um maior tempo de permanênciasob regime de internação,como é típico das enfermidadesmentais e comportamentais.As mudanças organizacionais etecnológicas afetam tanto os aspectosde qualidade quanto os de quantidadeda força de trabalho de enfermagemempregada. A introdução de tecnologiascomplexas e a especializaçãoem determinadas tarefas assistenciaisrequerem um maior nível de educaçãogeral por parte do pessoal admitido.Como acontece em outros setores daeconomia, o aumento da produtividadeestá associado à elevação daescolaridade do pessoal empregadoem serviços de enfermagem. Asmelhorias tecnológicas e organizacionaispodem redundar numa melhorutilização da força de trabalhodisponível, quando a demanda cresce,mas isto depende do nível educacionale da formação técnica que tem de serajustar a variações de função e ao usode recursos mais complexos para aassistência ao paciente.Com a introdução de novasmetodologias gerenciais, que usamseletivamente a força de trabalho maisqualificada, e também por efeito daaplicação de novas tecnologias deassistência e diagnóstico que demandampessoal mais qualificado, é de seesperar que, na próxima década, osegmento com internação (em maiorparte de natureza hospitalar) mantenhauma alta demanda porauxiliares de enfermagem e, maisainda, que proceda a uma triagemmais rigorosa dos pretendentes aospostos de trabalhos, considerando osaspectos de competência técnica,experiência e nível de educação geral.As Políticas de Atenção Básicaatuam no sentido de fazer crescer ademanda por auxiliares de enfermagemno segmento ambulatorial dosestabelecimentos de saúde. A tendênciaé elevar o nível de qualificaçãoe da escolaridade do pessoal deenfermagem em serviços ambulatoriaispúblicos é antiga e constituiu,na década de 80, um dos focos daPolítica de Recursos Humanos deSaúde, dando origem a diversas iniciativas,entre as quais merece destaqueespecial o Programa Larga Escala.Na década de 90, com a implantaçãodo Programa Saúde da Família,o chamado nível de atenção básicapassou a ser um grande demandantepelo trabalho do auxiliar de enfermagem,cuja presença é obrigatóriapara a constituição das equipes do PSF.14Nº 05 MAIO DE 2002

○ ○ ○ ○<strong>da</strong>dos e recebem cui<strong>da</strong>dos apropriadospor tempo indefinido;c) na internação domiciliarprofissionaliza<strong>da</strong>, que se dá em função<strong>da</strong> ocorrência de episódios deenfermi<strong>da</strong>des agu<strong>da</strong>s e crônicas;d) no domicílio, com atençãocontínua ou "autocui<strong>da</strong>do" a cargo dogrupo familiar.O Brasil encontra-se atualmente nogrupo de países <strong>da</strong> América Latina quea Comissão Econômica para AméricaLatina e o Caribe (CEPAL) 1 denominade "transição demográfica plena",caracterizado por uma natali<strong>da</strong>de emdeclínio, uma baixa mortali<strong>da</strong>de e umcrescimento natural em torno de 2%.A população brasileira com i<strong>da</strong>deigual ou superior a 60 anos representade 7,9% do total, uma proporçãobem menor que a encontra<strong>da</strong> empaíses de transição avança<strong>da</strong> tais comoa Argentina e o Uruguai, que exibempercentuais de 13,3 e 17, respectivamente.No entanto, considerandoque se aplica a um total de 169milhões de habitantes, a maiorpopulação <strong>da</strong> América Latina, essaproporção dá como resultado umagrande massa de pessoas que seencontra na terceira i<strong>da</strong>de.O hospital parece ser o contextotécnico-assistencial mais importantena determinação <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> portrabalhadores de enfermagem noBrasil. Há motivos culturais quefazem com que os idosos, em suaabsoluta maioria, independentemente<strong>da</strong> condição econômica, sejamcui<strong>da</strong>dos pelos parentes mais próximose não alojados em instituiçõesespecíficas, como ocorre em países<strong>da</strong> Europa e nos Estados Unidos.Ademais, o cui<strong>da</strong>do domiciliarprofissional é ain<strong>da</strong> pouco expressivoem comparação com o "autocui<strong>da</strong>do"prestado por membros do núcleofamiliar.Gráfico IMédia de Permanência em Estabelecimentos do SUS, por Faixa Etária, 2000Fonte: DATASUS/MS.1 CEPAL, Panorama Social de América Latina,Santiago, agosto de 2000.Formação13

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!