12.07.2015 Views

Estudo da Estabilidade Oxidativa do Biodiesel de Soja sob ...

Estudo da Estabilidade Oxidativa do Biodiesel de Soja sob ...

Estudo da Estabilidade Oxidativa do Biodiesel de Soja sob ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBACENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZADEPARTAMENTO DE QUÍMICAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICATESE DE DOUTORADO<strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>da</strong> Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong> <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong> <strong>Soja</strong><strong>sob</strong> Condições <strong>de</strong> ArmazenamentoMaria Apareci<strong>da</strong> Serejo ValeJoão Pessoa – PBAgosto - 2011


DedicoA Jesus Cristo <strong>de</strong> Nazaré por ter <strong>da</strong><strong>do</strong> a sua vi<strong>da</strong> poramor à humani<strong>da</strong><strong>de</strong>Aos meus pais José <strong>de</strong> Ribamar e Maria José,exemplos <strong>de</strong> amor e sabe<strong>do</strong>riaAos meus Filhos Igor e Júnior, bênçãos <strong>do</strong> Senhor naminha vi<strong>da</strong>Ao Meu mari<strong>do</strong> Gelson, companheiro e amigo <strong>de</strong>to<strong>da</strong>s as horasÀs minhas irmãs Marizele e Marizelma, irmãs eamigasAos Meus Sobrinhos Bruno, Débora e Emily, pérolasdivinasAos meus cunha<strong>do</strong>s irmãos, Jorge e Tonho,exemplos <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> e carinhoE em especial ao meu tio Quinhô (in memoriam),pelo amor, carinho e <strong>de</strong>dicação dispensa<strong>do</strong>s a mimnos últimos dias <strong>de</strong> sua vi<strong>da</strong>.


Agra<strong>de</strong>cimentosAo meu Deus to<strong>do</strong> Po<strong>de</strong>roso, na pessoa <strong>de</strong> Jesus Cristo, que meconce<strong>de</strong>u mais essa vitória.Aos meus familiares pelas orações, apoio, carinho, compreensão,encorajamento nas horas mais difíceis.Ao Prof. Dr Antonio Gouveia <strong>de</strong> Souza pela oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rexecutar este trabalho e por conce<strong>de</strong>r to<strong>do</strong> apoio e orientação nahora em que mais necessitei. Muito obriga<strong>da</strong> professor.Ao Prof. Dr Fernan<strong>do</strong> Carvalho Silva pela orientação, paciência eoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>de</strong>ste trabalho.Ao Prof. Dr A<strong>de</strong>ilton pelas contribuições dispensa<strong>da</strong>s.Ao Prof. Dr Sávio pelas orientações, contribuições dispensa<strong>da</strong>s aeste trabalho.Ao Prof. Dr Thomas pelo profissionalismo, ética que sempre<strong>de</strong>monstrou.À minha amiga Lú (Luzenir) pelo companheirismo, cumplici<strong>da</strong><strong>de</strong>,apoio, aju<strong>da</strong>, incentivo, compreensão e soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> no momento<strong>de</strong> per<strong>da</strong> que passei.À Profª Dra Marta Célia pela orientação, contribuição, incentivo ecompanheirismo.À queri<strong>da</strong> Kiany, sinônimo <strong>de</strong> competência, ética, soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> eintegri<strong>da</strong><strong>de</strong>. Agra<strong>de</strong>ço pelo acolhimento (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os meus primeirosmomentos no grupo), carinho, contribuição e pelas orientaçõesseguras, diversas vezes solicita<strong>da</strong>s e prontamente atendi<strong>da</strong>s.À minha amiga mui ama<strong>da</strong> Djá (benção <strong>do</strong> Senhor na minha vi<strong>da</strong>)a quem aprendi amar e respeitar, pelo apoio, carinho, <strong>de</strong>dicação epelas aju<strong>da</strong>s que diversas vezes foram solicita<strong>da</strong>s e prontamenteatendi<strong>da</strong>s.Ao parceiro Sérgio (amigo e irmão em Cristo), peça fun<strong>da</strong>mental<strong>de</strong>sta realização. Obriga<strong>da</strong> pela <strong>de</strong>dicação, fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>,disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>dica<strong>da</strong>s neste trabalho.A Milena e Regina, que também fizeram parte e contribuírammuito para esta realização, pela contribuição nas realizações <strong>do</strong>sexperimentos.Ao amigo Antônio Carlos pela disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> em compartilhar seuconhecimento tantas vezes solicita<strong>do</strong>.


A Thaís e Glene pela realização <strong>do</strong>s ensaios <strong>de</strong> Rancimat.Ao “Seu Sandro”, pela humil<strong>da</strong><strong>de</strong>, bon<strong>da</strong><strong>de</strong> e por estar sempredisponível quan<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong>.A Mitchell, pela sua disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a me aju<strong>da</strong>r nas minhasdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s com o Origin, principalmente com os gráficos. Deus teretribua em triplo, quádruplo, quíntuplo,...A to<strong>do</strong>s os colegas <strong>do</strong> Núcleo <strong>de</strong> biodiesel pela colaboração,contribuição, amiza<strong>de</strong> e pelos momentos agradáveis.Ao meu gran<strong>de</strong> amigo “excêntrico” Fábio França (companheiro<strong>de</strong>sta viagem, embarcamos juntos e sairemos juntos), pela força,encorajamento, paciência, aju<strong>da</strong> dispensa<strong>do</strong>s nessa jorna<strong>da</strong>.Aos colegas <strong>do</strong> LACOM em especial Andréia Suame, Manoel,Pedro, Rebeca, Cleidiane, pela acolhi<strong>da</strong> e receptivi<strong>da</strong><strong>de</strong> concedi<strong>da</strong>e a Evonei<strong>de</strong>, Nei<strong>de</strong>, Werbet, Sr. Rogério, Lúcia por se disporemem realizar as análises que faltavam para a conclusão <strong>de</strong>stetrabalho.A to<strong>do</strong>s que <strong>de</strong> forma direta ou indiretamente contribuíram pararealização <strong>de</strong>ste trabalho.


Título: <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>da</strong> Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong> <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong> <strong>Soja</strong> <strong>sob</strong>Condições <strong>de</strong> Armazenamento.Autora: Maria Apareci<strong>da</strong> Serejo ValeOrienta<strong>do</strong>res: Prof Dr Fernan<strong>do</strong> Carvalho SilvaProf Dr Antonio Gouveia <strong>de</strong> SouzaResumoUm aspecto relevante que afeta a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> biodiesel diz respeitoà sua suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção. Esta característica <strong>de</strong>ve-se àpresença <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias carbônicas, como as <strong>do</strong>s ésteres <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>sgraxos insatura<strong>do</strong>s que compõem o biodiesel. À medi<strong>da</strong> que seformam compostos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção diminui a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva<strong>do</strong>s ésteres. Esse controle se faz necessário para que se possamavaliar as condições <strong>de</strong> armazenamento e evitar processosin<strong>de</strong>sejáveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ções. Portanto, o presente trabalho buscouavaliar a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong> biodiesel <strong>de</strong> soja, obti<strong>do</strong> através<strong>da</strong>s rotas metílica e etílica, via catálise, básica durante um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>12 meses <strong>de</strong> armazenamento a 43 °C. O acompanhamento <strong>do</strong>processo oxi<strong>da</strong>tivo <strong>de</strong>u-se através <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s não acelera<strong>do</strong>s (índice<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> cinemática e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa) e acelera<strong>do</strong>s(Rancimat, PDSC e PetroOxy). A caracterização físico-química indicouque os parâmetros analisa<strong>do</strong>s se encontraram <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s limitesestabeleci<strong>do</strong>s pelo regulamento técnico <strong>da</strong> ANP, com exceção <strong>do</strong>índice <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva cujos valores foram 3,58 e 3,88 hpara o BMS e BES, nesta or<strong>de</strong>m. As análises <strong>da</strong> composição químicarelataram pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> éster linoléico em ambas as amostras(43,8 % para o BMS e 45,7 para o BES) e confirmaram atransformação <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s graxos em ésteres. Os índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z,em ambas as amostras apresentaram-se <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> limite máximoexigi<strong>do</strong> pela resolução vigente, aumentan<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ravelmente nosmeses seguintes. Tanto a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> quanto a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>aumentaram em função <strong>do</strong> tempo, porém não exce<strong>de</strong>ram o limiteestabeleci<strong>do</strong> pela ANP. Evi<strong>de</strong>nciou-se excelente correlação diretaentre o índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>de</strong>stes comRancimat. Na avaliação <strong>do</strong> processo oxi<strong>da</strong>tivo, por meio <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>sacelera<strong>do</strong>s, o BES apresentou-se mais estável à oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> que oBMS. Apresentan<strong>do</strong>, no final <strong>do</strong> armazenamento, 0,83 h pelo méto<strong>do</strong>Rancimat, 18,7 e 17,6 min por PDSC e PetroOXY, respectivamente.Palavras-Chave: <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong> soja, Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva,armazenamentov


Title: Study of the Oxi<strong>da</strong>tive Stability of <strong>Biodiesel</strong> Soy un<strong>de</strong>rconditions of storage.Author: Maria Apareci<strong>da</strong> Serejo ValeAdvisers: Prof. Dr. Fernan<strong>do</strong> Carvalho SilvaProf. Dr. Antonio Gouveia <strong>de</strong> SouzaAbstractA relevant aspect which affects the biodiesel quality <strong>de</strong>als with it’ssusceptibility to oxi<strong>da</strong>tion. This distinctive feature is due to thepresence of carbon chains like those ones of esters of unsaturatedfatty acids which composes biodiesel. As it is formed the composite of<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>tion diminishes the oxi<strong>da</strong>tive stability of esters. This controlreveals needs in or<strong>de</strong>r it can evaluated the storage conditions an<strong>da</strong>void un<strong>de</strong>sirable processes of <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>tions. Therefore the presentpaper tried to evaluate the oxi<strong>da</strong>tive stability of soy biodiesel,obtained through methyl and ethyl routes via basic catalysis during aperiod of 12 months of storage un<strong>de</strong>r 43ºC. The monitoring of theoxi<strong>da</strong>tive process occurred through not accelerated (acidity in<strong>de</strong>x,kinematic viscosity and relative <strong>de</strong>nsity) and accelerated (Rancimat,PDSC and PetroOxy). The physicochemical characterization pointedthat analysed parameters were found within the established limits byANP technical regulation, except oxi<strong>da</strong>tive stability in<strong>de</strong>xes whosevalues were 3,58h and 3,88h to BMS and BEE, in this succession.Chemical composition analisysis related pre<strong>do</strong>minance of linoleicester in both samples (43,8 % to BMS and 45,7 to the BES) andconfirmed the transformation of fatty acids in esters. The acidin<strong>de</strong>xes, in both samples, presented themselves within the maximallimit <strong>de</strong>man<strong>de</strong>d by the in effects resolution, increasing consi<strong>de</strong>rablyfollowing months. Both viscosity and <strong>de</strong>nsity aumented in a timefunction, however they did not exceed the established limit by ANP.Showed to be excellent direct correlation between the acid number,viscosity and <strong>de</strong>nsity, and these with Rancimat. In the evaluation ofoxi<strong>da</strong>tive process, using accelerated methods, BES presented morestable to oxi<strong>da</strong>tion than BMS. Presenting, at the end of storage,0.83 h by Rancimat method, 18.7 and 17.6 min for PDSC endPetroOXY, respectively.Key-words: Soy <strong>Biodiesel</strong>, Oxi<strong>da</strong>tive Stability, Storage.vi


SUMÁRIO1 Introdução................................................................................... 22 Objetivo ........................................................................................ 62.1 Objetivo Geral ............................................................... 62.2 Objetivos específicos ...................................................... 63 Fun<strong>da</strong>mentação Teórica ................................................. 83.1 <strong>Biodiesel</strong> ...................................................................... 83.1.2 Reação <strong>de</strong> transesterificação e fatores que ainfluenciam ................................................................. 123.1.3 Parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ............................................. 143.2 Composição química <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja................................ 143.3 <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> <strong>Soja</strong> .................................. 183.3.1 Síntese e caracterização <strong>de</strong> biodiesel <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong>óleo <strong>de</strong> soja ................................................................ 193.4 Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> biodiesel ................................ 213.4.1 Processo hidrolítica ..................................................... 223.4.2 Processos Oxi<strong>da</strong>tivos .................................................. 233.4.2.1 Termoxi<strong>da</strong>ção ......................................................... 233.4.2.2 Autoxi<strong>da</strong>ção ............................................................ 233.4.2.3 Fotoxi<strong>da</strong>ção ............................................................ 263.5 Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva embiodiesel ..................................................................... 283.6 Méto<strong>do</strong>s analíticos para monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>do</strong> biodiesel durante o armazenamento ........................... 334 Procedimento Experimental ......................................... 384.1 Preparação <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja ............................................ 384.2 Obtenção <strong>da</strong>s amostras <strong>de</strong> biodiesel ................................ 384.3 Méto<strong>do</strong>s analíticos <strong>de</strong> caracterização <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>sBES e BMS antes <strong>do</strong> armazenamento ............................. 404.4 Procedimento <strong>de</strong> Armazenagem ...................................... 404.5 Composição química <strong>do</strong>s BES e BMS ................................ 414.5.1 Espectroscopia <strong>de</strong> absorção na região <strong>do</strong>infravermelho .............................................................. 414.5.2 I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s ésteres <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos porcromatografia–CG/MS .................................................. 414.6 Monitoramento <strong>do</strong> processo oxi<strong>da</strong>tivo <strong>do</strong>s BES e BMSdurante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> armazenamento ............................ 434.6.1 Rancimat (EN 14112) ................................................. 435 Resulta<strong>do</strong>s e Discussão................................................ 455.1 Caracterização <strong>do</strong> BES e <strong>do</strong> BMS antes <strong>do</strong>armazenamento ........................................................... 455.2 Espectroscopia <strong>de</strong> Absorção na região <strong>do</strong> infravermelho ..... 48vii


5.3 Perfil cromatográfico <strong>do</strong>s biodieseis antes <strong>do</strong>armazenamento ........................................................... 505.4 Composição <strong>do</strong>s ésteres satura<strong>do</strong>s e insatura<strong>do</strong>s <strong>do</strong>sBES e BMS antes e após armazenamento ........................ 525.5 Monitoramento <strong>do</strong> processo oxi<strong>da</strong>tivo <strong>do</strong> BES e BMSdurante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> armazenamento ............................ 555.5.1 Umi<strong>da</strong><strong>de</strong> e índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z ......................................... 565.5.2 Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> cinemática a 40 °C .................................... 585.5.3 Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> Relativa a 20 °C ......................................... 595.5.4 Ensaios <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong>s BES e BMS ........... 635.5.4.1 Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva por Rancimat (EN 14112) .......... 635.5.4.2 Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> termoxi<strong>da</strong>tiva por PDSC - Mo<strong>do</strong>isotérmico ................................................................... 655.5.4.3 PetroOXY ................................................................ 676 Conclusões ................................................................... 71Referências .................................................................... 74Anexo ............................................................................. 86viii


ÍNDICE DE FIGURASFigura 3.1: Produção Nacional <strong>de</strong> B100 (em m 3 ). Fonte: ANP/SRP(Boletim mensal <strong>de</strong> biodiesel Jul/11) .......................................... 9Figura 3.2: Principais fontes oleaginosas para a produção <strong>de</strong>biodiesel no Brasil (ANP, 2010) .................................................. 11Figura 3.3: Reação <strong>de</strong> transesterificação ou alcoólise <strong>de</strong>triacilglicerí<strong>de</strong>os (Suarez et al., 2009) ......................................... 12Figura 3.4: Áci<strong>do</strong>s majoritários <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja. A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Iha eSuarez (2009) ......................................................................... 16Figura 3.5: Estrutura química <strong>do</strong>s tocoferóis. A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Lima eGonçalves (1997) ...................................................................... 17Figura 3.6: Esquema <strong>da</strong>s principais reações ocorri<strong>da</strong>s durante oprocesso <strong>de</strong> peroxi<strong>da</strong>ção lipídica. (Índice: LH-espécie graxa; L-radical alquila; LOO-peróxi<strong>do</strong>; LOOH–hidroperóxi<strong>do</strong>) .................... 25Figura 3.7: Reação entre oxigênio singleto e olefina forman<strong>do</strong>hidroperóxi<strong>do</strong>, que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>composto <strong>da</strong>n<strong>do</strong> início ao processo<strong>de</strong> autoxi<strong>da</strong>ção (A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Albuquerque, 2010) ........................ 27Figura 3.8: Teste Rancimat: ensaio <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva(SANTOS, 2008) ...................................................................... 30Figura 5.1: Cromatograma <strong>do</strong> padrão <strong>de</strong> alfa-tocoferol (5 mgL -1 ),<strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja refina<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s BES e BMS ................................... 47Figura 5.2: Espectros <strong>de</strong> Infravermelho <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja, BMS e BES 49Figura 5.3: Cromatograma <strong>do</strong> biodiesel etílico (a) e metílico (b) <strong>de</strong>soja ......................................................................................... 51Figura 5.4: Composição <strong>do</strong>s ésteres satura<strong>do</strong>s e insatura<strong>do</strong>s <strong>do</strong>BES (a) e BMS (b) no mês zero e nos 12 meses <strong>de</strong> armazenamento 53Figura 5.5: Cromatograma <strong>do</strong>s biodieseis <strong>de</strong> soja antes e apósarmazenamento ....................................................................... 54Figura 5.6: Variação <strong>do</strong>s ésteres oléico, linoléico e linolênico <strong>do</strong>sBMS (a) e BES (b) no tempo zero e após armazenamento ............. 55Figura 5.7: Teor <strong>de</strong> água (mg/Kg) <strong>do</strong> BES e BMS puros obti<strong>do</strong>spela rota etílica e metílica <strong>de</strong> soja durante o armazenamento ......... 56ix


Figura 5.8: Índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z <strong>do</strong> BES e BMS durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>12 meses <strong>de</strong> armazenamento .................................................... 57Figura 5.9: Variação <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> cinemática a 40 °C <strong>do</strong> BES eBMS durante o armazenamento .................................................. 58Figura 5.10: Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> a 20 °C <strong>do</strong> BES e BMS em função <strong>do</strong> tempo<strong>de</strong> armazenamento .................................................................... 60Figura 5.11: Curvas <strong>de</strong> correlação entre a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a aci<strong>de</strong>z<strong>do</strong> BMS e BES .......................................................................... 61Figura 5.12: Curvas <strong>de</strong> correlação entre <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a aci<strong>de</strong>z <strong>do</strong>BMS e BES .............................................................................. 62Figura 5.13: Curvas <strong>de</strong> correlação entre <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>do</strong> BMS e BES .......................................................................... 63Figura 5.14: Evolução <strong>do</strong>s Perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Indução <strong>do</strong> BMS e BESdurante o armazenamento obti<strong>do</strong> pelo méto<strong>do</strong> EN 14112 .............. 63Figura 5.15: Correlações entre os méto<strong>do</strong>s Índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z (a),Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> (b) e Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> (c) em função <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> Rancimat .... 65Figura 5.16: Curvas Isotérmicas referentes aos BMS (a) e BES (b)a temperatura <strong>de</strong> 110 °C .......................................................... 66Figura 5.17: Tempos <strong>de</strong> Indução <strong>do</strong>s BMS (a) e BES (b)<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s por PetroOXY ....................................................... 68x


ÍNDICE DE TABELASTabela 3.1: Comparação <strong>de</strong> algumas fontes <strong>de</strong> matéria-prima paraa produção <strong>de</strong> biodiesel (Suarez et al., 2009) .............................. 10Tabela 3.2: Composição <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos no óleo <strong>de</strong> soja ............ 15Tabela 3.3: Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físico-químicas <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja .............. 18Tabela 3.4: Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas (em segun<strong>do</strong>s) <strong>da</strong> autoxi<strong>da</strong>ção efotoxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> oleato, linoleato e linolenato (Gunstone, 2005) ....... 26Tabela 3.5: Méto<strong>do</strong>s para avaliação <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>biodiesel realiza<strong>do</strong> por Silva et al. (2008) .................................... 31Tabela 4.1: méto<strong>do</strong>s analíticos utiliza<strong>do</strong>s na caracterização <strong>do</strong>sBMS e BES antes e após armazenamento .................................... 40Tabela 4.2: Condições <strong>de</strong> programação <strong>da</strong> temperatura <strong>do</strong> fornopara <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> teor <strong>de</strong> ésteres ......................................... 42Tabela 5.1: Características físico-químicas <strong>do</strong> biodiesel metílico eetílico <strong>de</strong> soja puro antes <strong>do</strong> armazenamento ..................................... 45Tabela 5.2: Concentração <strong>do</strong> -tocoferol <strong>do</strong> óleo, BES e BMS ........ 46Tabela 5.3: Absorção na região <strong>do</strong> infravermelho <strong>do</strong> óleo, BMS eBES ........................................................................................ 48Tabela 5.4: Composição <strong>do</strong>s ésteres <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos alquílicos<strong>do</strong>s BMS e BES ........................................................................ 52Tabela 5.5: Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Indução à oxi<strong>da</strong>ção antes e após oarmazenamento........................................................................ 69xi


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASABNT–Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas TécnicasANP–Agência Nacional <strong>de</strong> Petróleo Gás Natural e BiocombustíveisANVISA–Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância SanitáriaAOCS–American Oil Chemists’ SocietyASTM–American Society for Testing and MaterialsBES–<strong>Biodiesel</strong> etílico <strong>de</strong> sojaBIOSTAB–Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Biodiesel</strong>BMS–Biobiesel metílico <strong>de</strong> sojaCEN–Comité Européen <strong>de</strong> NormalisationCG-EM–Cromatografia Gasosa acopla<strong>da</strong> a Espectrometria <strong>de</strong> Massas;CNPE-Conselho Nacional <strong>de</strong> Política EnergéticaCONAB-Companhia Nacional <strong>de</strong> AbastecimentoDOU-Diário Oficial <strong>da</strong> UniãoDSC-Calorimetria Exploratória DiferencialEMBRAPA-Empresa Brasileira <strong>de</strong> Pesquisa AgropecuáriaEPA-Environment Protection AgencyISO-International Organization for Stan<strong>da</strong>rdizationLACOM–Laboratório <strong>de</strong> Combustíveis e MateriaisLAPQAP-Análises e Pesquisa em Química Analítica <strong>de</strong> PetróleoPDSC–Calorimetria Exploratória Diferencial Pressuriza<strong>da</strong>PI–Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> InduçãoprEN-European Stan<strong>da</strong>rdsRM–Razão molarSMAOFD–Stan<strong>da</strong>rd methods for the analysis of oils, fats and<strong>de</strong>rivativesSRP–Superintendência <strong>de</strong> Refino e Processamento <strong>de</strong> Gás NaturalTG–Termogravimetriaxii


Capítulo 1Introdução


1. IntroduçãoNa déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1970, com a crise <strong>do</strong> petróleo, o homembuscou fontes alternativas <strong>de</strong> energia, geran<strong>do</strong> uma nova consciênciamundial. A maioria <strong>do</strong>s países intensificou pesquisas para viabilizar ouso <strong>de</strong> biomassa para fins energéticos.O Brasil, como importa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> petróleo <strong>da</strong> época, foigravemente afeta<strong>do</strong> durante essa crise. A partir <strong>de</strong> então,<strong>de</strong>senvolveu programas com objetivo <strong>de</strong> diminuir a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> porcombustível <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong> petróleo, como o PROÁLCOOL, cujomonopólio <strong>da</strong> PETROBRAS, a eliminação <strong>de</strong> incentivos à produção <strong>de</strong>álcool e a estabilização <strong>do</strong> preço <strong>do</strong> petróleo prejudicaram o sucesso<strong>do</strong> programa; e o PRODIESEL, que visava obter um combustívelalternativo ao diesel mineral a partir <strong>de</strong> óleos vegetais, vin<strong>do</strong> afracassar em <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> diminuição <strong>de</strong> preço <strong>do</strong>s barris <strong>de</strong>petróleo e o <strong>de</strong>sinteresse <strong>da</strong> PETROBRAS (Magalhães et al., 1991).Uma nova história no cenário energético brasileiro começoua ser estabeleci<strong>da</strong> em 2003 com a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> novas baciaspetrolíferas e com a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> um novo campo <strong>de</strong> extração <strong>de</strong>petróleo, na chama<strong>da</strong> cama<strong>da</strong> pré-sal, em 2007 (Bor<strong>de</strong>s, 2010).Apesar <strong>de</strong> to<strong>do</strong> esse avanço, o Brasil tem investi<strong>do</strong> emnovas pesquisas como fontes renováveis e alternativas ao petróleo,<strong>de</strong>ntre elas o biodiesel. Após a portaria nº 702 <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>2002 <strong>do</strong> Ministério <strong>da</strong> Ciência e Tecnologia, que instituiu o ProgramaBrasileiro <strong>de</strong> Desenvolvimento Tecnológico <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong> –PROBIODIESEL, o biodiesel passou a ser tecnologicamente uma peçafun<strong>da</strong>mental na matriz energética brasileira. Esse programa teve porobjetivo promover o <strong>de</strong>senvolvimento científico e tecnológico <strong>do</strong>biodiesel obti<strong>do</strong> a partir <strong>da</strong> transesterificação <strong>de</strong> óleos vegetais purose/ou residuais por via etílica, sen<strong>do</strong> instituí<strong>do</strong> oficialmente a partir <strong>da</strong>lei nº 11.097, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2005 (Silva, 2005).2


O biodiesel apresenta um potencial promissor em to<strong>do</strong> omun<strong>do</strong> como combustível, em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> sua enorme contribuiçãoambiental, e como fonte estratégica <strong>de</strong> energia renovável, emsubstituição ao óleo diesel e a outros combustíveis fósseis. Por outrola<strong>do</strong>, estu<strong>do</strong>s revelam que ele sofre <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção mais rapi<strong>da</strong>mente <strong>do</strong>que o diesel <strong>de</strong> petróleo, que mantém suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>spraticamente inaltera<strong>da</strong>s por um longo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> armazenamento.No biodiesel, os processos oxi<strong>da</strong>tivos que ocorrem durante oarmazenamento, têm como principais propaga<strong>do</strong>res a presença <strong>de</strong>oxigênio, traços <strong>de</strong> metais, temperatura e teor <strong>de</strong> insaturações <strong>do</strong>sáci<strong>do</strong>s graxos.À medi<strong>da</strong> que esses processos avançam, as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>combustível são altera<strong>da</strong>s e produtos in<strong>de</strong>sejáveis (polímeros, áci<strong>do</strong>scarboxílicos e peróxi<strong>do</strong>s) são forma<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> gerar corrosão nomotor e entupimento <strong>de</strong> filtros e sistema <strong>de</strong> injeção eletrônica. (Silva,2006). Assim, para assegurar um produto a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> à utilização, aANP (Agência Nacional <strong>de</strong> Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis),através <strong>da</strong> Resolução <strong>de</strong> Nº 7/2008, <strong>de</strong>terminou as característicasfísico-químicas que um biodiesel tem <strong>de</strong> possuir para que o produtoseja comercializa<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> brasileiro.Essas características são fortemente influencia<strong>da</strong>s pelasproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s individuais <strong>do</strong>s ésteres <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s graxos que compõe obiodiesel (KNOTHE, 2005). Dessa forma, alguns <strong>de</strong>sses parâmetrosnão são atingi<strong>do</strong>s.A estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva é um <strong>de</strong>sses parâmetros.Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong> fonte oleaginosa o biodiesel não atinge o limitemínimo <strong>de</strong> 6 h, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pela norma EN 14112, exigi<strong>do</strong> pela ANP.O biodiesel <strong>de</strong> soja é um exemplo a esse fato, cujo índice apresentaseabaixo <strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong>.Diante <strong>de</strong>sse fato, nos últimos anos, inúmeras pesquisasrelaciona<strong>da</strong>s à estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong> biodiesel <strong>de</strong> soja têm si<strong>do</strong>realiza<strong>da</strong>s. Destacam-se as que buscam controlar e/ou avaliar a3


oxi<strong>da</strong>ção por meio <strong>de</strong> adição <strong>de</strong> aditivos antioxi<strong>da</strong>ntes; misturas <strong>de</strong>biodiesel <strong>de</strong> diferentes oleaginosas em proporções <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s e pormeios <strong>de</strong> misturas binárias (biodiesel/diesel). Entretanto, poucostrabalhos reportam o comportamento <strong>de</strong>sse biodiesel puro duranteum longo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> armazenamento a fim <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r ainfluência <strong>da</strong>s condições no processo oxi<strong>da</strong>tivo. Nesse segmento, aBIOSTAB (estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> biodiesel), utilizan<strong>do</strong> biodiesel metílico <strong>de</strong>canola, <strong>de</strong> girassol, <strong>de</strong> fritura e <strong>de</strong> sebo animal, <strong>de</strong>senvolveu umprojeto que teve como um <strong>do</strong>s objetivos avaliar as condições <strong>de</strong>armazenamento, por seis meses, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecercritérios e méto<strong>do</strong>s analíticos a serem usa<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>terminar aestabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção.Portanto, diante <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s, o enfoque<strong>da</strong><strong>do</strong> a esse trabalho foi o <strong>de</strong> obter o biodiesel <strong>de</strong> soja, via rotasmetílica e etílica, e avaliar o perfil <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva durante oarmazenamento prolonga<strong>do</strong> <strong>sob</strong> temperatura <strong>de</strong> 43 °C, através <strong>do</strong>sparâmetros índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e índice <strong>de</strong>estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva.4


Capítulo 2Objetivo


2. Objetivo2.1 Objetivo GeralO presente trabalho visa investigar a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva<strong>do</strong> biodiesel puro <strong>de</strong> soja obti<strong>do</strong> através <strong>da</strong>s rotas metílica e etílicavia catálise básica, durante um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 12 meses <strong>de</strong>armazenamento a 43 °C.2.2 Objetivos específicosa) Obter os biodieseis metílicos e etílicos por catálise básica a partir<strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja previamente caracteriza<strong>do</strong>;b) Determinar as características físico-químicas <strong>do</strong>s biodiesei<strong>sob</strong>ti<strong>do</strong>s antes <strong>do</strong> armazenamento;c) Caracterizar os biocombustíveis através <strong>da</strong> espectroscopia naregião <strong>do</strong> infravermelho e <strong>do</strong> perfil cromatográfico;d) Verificar o comportamento oxi<strong>da</strong>tivo <strong>da</strong>s amostras, segun<strong>do</strong>alguns parâmetros físico-químicos estabeleci<strong>do</strong>s pelo regulamentotécnico nº 1/2008, anexo a Resolução 7/2008 <strong>da</strong> Agência Nacional<strong>de</strong> Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).e) Estu<strong>da</strong>r a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong>s biodieseis através <strong>do</strong>sméto<strong>do</strong>s EN 14112 (Rancimat), PDSC e PetroOXY.f) Avaliar a relação entre os méto<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s na investigaçãooxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong>s biocombustíveis.6


Capítulo 3Fun<strong>da</strong>mentação Teórica


3 Fun<strong>da</strong>mentação Teórica3.1 <strong>Biodiesel</strong>Quimicamente, o biodiesel é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como um combustívelconstituí<strong>do</strong> por ésteres monoalquílicos <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong>lipídios <strong>de</strong> fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais.Esse processo caracteriza-se pela reação entre triacilgliceróis, etanolou metanol catalisa<strong>do</strong> por áci<strong>do</strong>s ou bases <strong>de</strong> Brnsted (Schuchardtet al., 1998; Zagonel e Ramos, 2001; Ferrari et al., 2005). Suautilização está associa<strong>da</strong> à substituição <strong>de</strong> combustíveis fósseis emmotores a diesel em que haja necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nenhuma modificaçãono motor (Lue et al., 2001).Na Environment Protection Agency (EPA) <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s <strong>da</strong> América, o biodiesel encontra-se registra<strong>do</strong> comocombustível e como aditivo para combustíveis, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser usa<strong>do</strong>puro (B100), em mistura com o diesel <strong>de</strong> petróleo (B20), ou numaproporção baixa como aditivo <strong>de</strong> 1 a 5% (Costa Neto et al., 2000). Jáno Brasil, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 01 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010, o óleo diesel comercializa<strong>do</strong>encontra-se aditiva<strong>do</strong> com 5% <strong>de</strong> biodiesel. Esta regra foiestabeleci<strong>da</strong> pela Resolução nº 6/2009 <strong>do</strong> Conselho Nacional <strong>de</strong>Política Energética (CNPE), publica<strong>da</strong> no Diário Oficial <strong>da</strong> União (DOU)em 26 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009, que aumentou <strong>de</strong> 4% para 5% opercentual obrigatório <strong>de</strong> mistura <strong>de</strong> biodiesel ao óleo diesel.Após a implantação <strong>do</strong> Plano Nacional <strong>de</strong> Produção <strong>do</strong><strong>Biodiesel</strong> tem si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> um aumento consi<strong>de</strong>rável na evolução<strong>da</strong> produção <strong>do</strong> biodiesel no Brasil entre os anos 2005 a 2010 (Figura3.1).8


Figura 3.1: Produção Nacional <strong>de</strong> B100 (em m 3 ). Fonte: ANP/SRP(Boletim Mensal <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong> Jul/11)No Brasil, existem atualmente 67 plantas produtoras <strong>de</strong>biodiesel autoriza<strong>da</strong>s pela ANP para operação, equivalente a umacapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> total autoriza<strong>da</strong> <strong>de</strong> 17.712,95 m 3 /dia. Destas 67 plantas,61 possuem autorização para comercializar o biodiesel produzi<strong>do</strong>,correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a 17.015,25 m 3 /dia <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> autoriza<strong>da</strong> paracomercialização (ANP, 2011).3.1.1 Matérias primas para produção <strong>de</strong> biodieselAs matérias primas utiliza<strong>da</strong>s na produção <strong>de</strong> biodiesel sãoóleos vegetais, gordura animal, óleos e gorduras residuais. Osprincipais componentes <strong>de</strong>ssas matérias são os áci<strong>do</strong>s graxos quepo<strong>de</strong>m estar livres ou esterifica<strong>do</strong>s com glicerol nas formas <strong>de</strong> mono,di ou triacilglicerí<strong>de</strong>os. A viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica e econômica <strong>do</strong> uso<strong>de</strong>ssas matérias primas e seu uso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m naturalmente <strong>da</strong>sproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físico-químicas e <strong>da</strong> reativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s mesmas, visto queca<strong>da</strong> uma varia em função <strong>da</strong> sua composição (Moretto, 1998).Alternativas como o pinhão manso e as microalgas apontamcomo boas perspectivas para a produção <strong>de</strong> biodiesel. O pinhãomanso,por ser perene e por se a<strong>da</strong>ptar facilmente em regiões9


semiári<strong>da</strong>s, tem si<strong>do</strong> aponta<strong>do</strong> como i<strong>de</strong>al para a produção <strong>de</strong> óleosno Nor<strong>de</strong>ste brasileiro, utilizan<strong>do</strong> a agricultura familiar. Outro pontofavorável em relação ao pinhão diz respeito à sua produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Apesar <strong>de</strong> poucos estu<strong>do</strong>s científicos, diversos pesquisa<strong>do</strong>res sãocategóricos em afirmar que se po<strong>de</strong> obter por hectare até 2200 litros<strong>de</strong> óleo ao ano (Oliveira et al., 2009).Quanto às microalgas, os óleos extraí<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sses vegetaispossuem características físico-químicas similares aos <strong>do</strong>s óleosvegetais po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sta forma, serem usa<strong>da</strong>s como matéria primapara o biodiesel (Teixeira e Morales, 2006; Torrey, 2008).Na Tabela 3.1 é expresso um resumo comparativo entre asprodutivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, por hectare, <strong>de</strong> diversas fontes <strong>de</strong> óleos e gordurastradicionais, incluin<strong>do</strong> as microalgas.Tabela 3.1: Comparação <strong>de</strong> algumas fontes <strong>de</strong> matéria-prima para aprodução <strong>de</strong> biodiesel (Suarez et al., 2009).Fonte <strong>de</strong> biodieselMilho<strong>Soja</strong>CanolaCocoÓleo <strong>de</strong> palmaMicroalga*Microalga**Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> óleo(L ha -1 )17244611902689595013690058700*Varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com 70% óleo (por peso) na biomassa;**Varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com 30% óleo (por peso) na biomassa.Área necessária(Mha)1540594223994524,5Observa-se claramente, a partir <strong>de</strong>sses <strong>da</strong><strong>do</strong>s, que a sojapossui uma produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> muito baixa em lipí<strong>de</strong>os, <strong>de</strong>man<strong>da</strong>n<strong>do</strong> umaenorme área <strong>de</strong> cultivo para suprir o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> biodiesel.Entretanto, <strong>da</strong><strong>do</strong>s mostram quea soja correspon<strong>de</strong> hoje aaproxima<strong>da</strong>mente 90% <strong>da</strong> produção brasileira <strong>de</strong> óleos, o que fazcom que seja a principal fonte oleaginosa na produção <strong>de</strong> biodieselsegui<strong>da</strong> <strong>da</strong> gordura bovina e o <strong>do</strong> algodão (Figura 3.2).10


<strong>Soja</strong>Gordura bovinaalgodãoFigura 3.2: Principais fontes oleaginosas para a produção <strong>de</strong>biodiesel no Brasil (ANP, 2010).As matérias primas provenientes <strong>da</strong>s gorduras animaisdisponíveis no Brasil na produção <strong>do</strong> biodiesel são as gordurasbovinas, <strong>de</strong> aves e <strong>de</strong> suínos, e são produzi<strong>do</strong>s em escala comercial(BIODIESELBR, 2009). Segun<strong>do</strong> levantamento realiza<strong>do</strong> por Bellaver(2008), no Brasil <strong>sob</strong>ra, por ano, cerca <strong>de</strong> 500 mil tonela<strong>da</strong>s <strong>de</strong>gorduras provenientes <strong>do</strong> abate <strong>de</strong> animais, ressaltan<strong>do</strong>-se quegran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ssas gorduras não tem uso comercial.Entre os materiais graxos residuais, os óleos <strong>de</strong> friturasrepresentam um gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> oferta na produção <strong>de</strong> biodiesel,superior a 30 mil tonela<strong>da</strong>s por ano, ten<strong>do</strong> como possíveis fontes aslanchonetes e cozinhas industriais, indústrias on<strong>de</strong> ocorre a fritura <strong>de</strong>produtos alimentícios, esgotos municipais on<strong>de</strong> a nata <strong>sob</strong>rena<strong>da</strong>nteé rica em matéria graxa e águas residuais <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> indústriasalimentícias (BIODIESELBR, 2009).A fim <strong>de</strong> garantir a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> biodiesel, essas matériasprimas <strong>de</strong>vem passar por etapas <strong>de</strong> pré-tratamento ou <strong>de</strong> refino. Asoja, por exemplo, possui um óleo rico em gomas e fosfolipídios, que<strong>de</strong>vem ser retira<strong>do</strong>s na etapa <strong>de</strong> <strong>de</strong>gomagem. No caso <strong>do</strong>s óleosresiduais, estes passarão por processos <strong>de</strong> pré-tratamento comofiltragem e, em segui<strong>da</strong>, é realiza<strong>da</strong> a correção <strong>da</strong> aci<strong>de</strong>z, para sóentão serem manusea<strong>do</strong>s na produção <strong>de</strong> biodiesel (Ramos et al.,2003).11


3.1.2 Reação <strong>de</strong> transesterificação e fatores que a influenciamO principal processo industrial para obtenção <strong>do</strong> biodiesel éa transesterificação alcalina homogênea <strong>de</strong> óleos e gorduras (Figura3.3). Portanto, a fim <strong>de</strong> aumentar o rendimento <strong>da</strong> reação, favorecero <strong>de</strong>slocamento químico <strong>do</strong>s reagentes para os produtos e separarsatisfatoriamente o glicerol, faz-se necessária uma razão <strong>de</strong> 3 mols<strong>do</strong> álcool para ca<strong>da</strong> mol <strong>de</strong> triacilglicerí<strong>de</strong>os e excesso <strong>de</strong> álcool. Comrelação aos catalisa<strong>do</strong>res alcalinos, principalmente o KOH e NaOH,tornaram-se <strong>do</strong>minantes principalmente por seus baixos custos(Silva, 2005; Albuqueque, 2006; Suarez et al., 2007, 2009).3 R-OHCatalisa<strong>do</strong>rFigura 3.3: Reação <strong>de</strong> transesterificação ou alcoólise <strong>de</strong>triacilglicerí<strong>de</strong>os (Suarez et al., 2009).A transesterificação é diretamente atingi<strong>da</strong> por diversosfatores que po<strong>de</strong>m alterar a reação, como o tipo <strong>de</strong> óleo, tipo <strong>de</strong>álcool, razão molar entre o óleo e o álcool, quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e tipo <strong>de</strong>12


catalisa<strong>do</strong>r assim como o tempo <strong>de</strong> reação (Albuquerque, 2006 eSantos, 2008).Os alcoóis comumente usa<strong>do</strong>s na produção <strong>de</strong> biodiesel sãoo metanol e o etanol. O metanol, por ser um álcool oriun<strong>do</strong> <strong>do</strong> gásnatural e <strong>do</strong> petróleo, não é renovável, ao contrário <strong>do</strong> etanol. Noentanto, a utilização <strong>do</strong> metanol é preferível em relação ao etanol porser mais barato e menos complexo o processo <strong>de</strong> obtenção <strong>do</strong>biodiesel compara<strong>do</strong> ao etanol. Por sua vez, o etanol, por ser umálcool produzi<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> fontes renováveis, leva vantagens <strong>sob</strong>reo metanol <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista ambiental, não promoven<strong>do</strong> vultosaspreocupações quanto à toxici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Outro ponto a favor <strong>da</strong> utilização<strong>do</strong> etanol no Brasil diz respeito à oferta que ocorre <strong>de</strong> formadissemina<strong>da</strong> em to<strong>do</strong> território nacional.Em relação à catálise homogênea alcalina, é requeri<strong>da</strong> que amatéria prima seja praticamente isenta <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos livres,fosfatí<strong>de</strong>os e água, pois os áci<strong>do</strong>s graxos e fosfatí<strong>de</strong>os reagemrapi<strong>da</strong>mente com catalisa<strong>do</strong>res básicos tradicionais, forman<strong>do</strong> sabõese consumin<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r. Desta forma, para garantir aeficiência <strong>da</strong> reação, faz-se necessário excesso <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r.Contu<strong>do</strong>, a separação <strong>da</strong> glicerina e <strong>do</strong> biodiesel no final <strong>do</strong> processotorna-se difícil, o que po<strong>de</strong> inviabilizar ou onerar o processo <strong>de</strong>purificação <strong>do</strong> biodiesel com a lavagem (Marchetti et al., 2007). Essaetapa também po<strong>de</strong> ser comprometi<strong>da</strong> uma vez que a presença <strong>de</strong>água favorece a reação <strong>de</strong> hidrólise <strong>do</strong>s ésteres presentes e <strong>do</strong>sglicerí<strong>de</strong>os forman<strong>do</strong> áci<strong>do</strong>s graxos que, por sua vez, consomemcatalisa<strong>do</strong>r e formam mais sabão (Suarez et al., 2007).Uma solução para tal problema seria a adição <strong>de</strong> excesso <strong>de</strong>álcool e catalisa<strong>do</strong>res, porém isto só é possível para teores não muitoaltos <strong>de</strong> impurezas, o que encarece o processo. Diante <strong>de</strong> to<strong>da</strong> essadificul<strong>da</strong><strong>de</strong>, torna-se limita<strong>do</strong> pela rota alcalina tradicional, o uso <strong>de</strong>óleos e gorduras brutas ou álcool hidrata<strong>do</strong>, algo extremamente13


<strong>de</strong>sejável pelos produtores, pois seria muito difícil obter um biodieselem conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com as especificações exigi<strong>da</strong>s pela ANP.Portanto, estu<strong>do</strong>s no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> encontrar catalisa<strong>do</strong>resalternativos que possibilitem aperfeiçoar os processos industriais <strong>de</strong>alcoólise <strong>de</strong> triacilglicerí<strong>de</strong>os têm se intensifica<strong>do</strong>. O principal objetivo<strong>de</strong>sses estu<strong>do</strong>s é encontrar um processo on<strong>de</strong> as espéciescataliticamente ativas possuam menor sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à presença <strong>de</strong>áci<strong>do</strong>s graxos livres e água, facilitan<strong>do</strong> a separação e purificação <strong>do</strong>sprodutos no final <strong>da</strong> reação e possibilitan<strong>do</strong> a recuperação ereutilização <strong>do</strong>s catalisa<strong>do</strong>res (Suarez et al., 2009).3.1.3 Parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>A especificação <strong>de</strong> um combustível é pré-requisito para seter um produto a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> à utilização e assegurar sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>sob</strong>qualquer situação, assim como garantir os direitos <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>rese preservar o meio ambiente.A Áustria foi o primeiro país a <strong>de</strong>finir e aprovarespecificações para o biodiesel, aplica<strong>do</strong>s a ésteres metílicos <strong>de</strong> colza(Lobo et al., 2009).Atualmente as <strong>de</strong>terminações <strong>da</strong>s características físicoquímicas<strong>do</strong> biodiesel são feitas conforme as normas nacionais <strong>da</strong>NBR e <strong>da</strong> ABNT, e <strong>da</strong>s normas internacionais <strong>da</strong> ASTM, ISO, e <strong>do</strong>CEN. O anexo 1 apresenta a especificação <strong>do</strong> biodiesel puro (B100),regi<strong>do</strong> pela Resolução ANP Nº 7/2008, exigi<strong>da</strong> para que o produtoseja utiliza<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> brasileiro, com os seus respectivos limites eos méto<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>vem ser emprega<strong>do</strong>s no seu controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.3.2 Composição química <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> sojaO óleo <strong>de</strong> soja é constituí<strong>do</strong> por áci<strong>do</strong>s graxos satura<strong>do</strong>s einsatura<strong>do</strong>s. Os áci<strong>do</strong>s palmítico (C15:0), esteárico (C18:0), oléico(C18:1), linoléico (C18:2) e linolênico (C18:3) constituem em média98% <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos <strong>do</strong> óleo (Tabela 3.2).14


Tabela 3.2: Composição <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos no óleo <strong>de</strong> sojaÁci<strong>do</strong>s graxos Nº <strong>de</strong> Carbonos Concentração (%)Satura<strong>do</strong>sLáuricoMiristicoPalmíticoEsteáricoAraquídicoBehênicoLignocéricoInsatura<strong>do</strong>sPalmitoléicoOléicoLinoléicoLinolênicoGa<strong>do</strong>lêicoErúcicoFonte: EMBRAPA, 2006C 12:0C 14:0C 16:0C 18:0C 20:0C 22:0C 24:0C 16:1 (9)C 18:1 (9)C 18:2 (9,12)C 18:3 (9,12,15)C 20:1 (5)C 22:10,1 (máx)0,2 (máx)9,9-12,23-5,40,2-0,50,3-0,70,4(máx)Traços-0,217,7-2649,7-56,95,5-9,50,1-0,30,3 (Max)Observa-se que <strong>do</strong>s 98% <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s graxos que compõem oóleo <strong>de</strong> soja, mais <strong>da</strong> meta<strong>de</strong> são insatura<strong>do</strong>s, cujos majoritárioscorrespon<strong>de</strong> ao monoinsatura<strong>do</strong> oléico (áci<strong>do</strong> (Z)-octa<strong>de</strong>ca-9-enóico),linoléico (áci<strong>do</strong> (Z,Z)–octa<strong>de</strong>ca-9,12-dienóico) e linolênico (áci<strong>do</strong>(Z,Z,Z)-octa<strong>de</strong>ca-9,12,15-triienóico), <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s poliinsatura<strong>do</strong>s(Figura 3.4).Após a reação <strong>de</strong> transesterificação a proporção relativa <strong>do</strong>sáci<strong>do</strong>s é manti<strong>da</strong> constante, e tal característica é relativamenteconstante para a gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s óleos comerciais disponíveis nomerca<strong>do</strong>.15


OleicoLinoleicoLinolênicoFigura 3.4: Áci<strong>do</strong>s majoritários <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja. A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Iha eSuarez (2009).Além <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s graxos, o óleo <strong>de</strong> soja contém traços <strong>de</strong>componentes não glicerídicos, como os fitoteróis, ceras,hidrocarbonetos, carotenói<strong>de</strong>s, fosfatí<strong>de</strong>os e os tocoferóis comoantioxi<strong>da</strong>ntes naturais (Neto, 2002).Os tocoferóis são compostos fenólicos que promovem aremoção ou inativação <strong>do</strong>s radicais livres forma<strong>do</strong>s durante ainiciação ou propagação <strong>da</strong> reação, através <strong>da</strong> <strong>do</strong>ação <strong>de</strong> átomos <strong>de</strong>hidrogênio aos radicais lipídicos, interrompen<strong>do</strong> a reação em ca<strong>de</strong>ia(Ramalho e Jorge, 2006). A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> antioxi<strong>da</strong>nte <strong>do</strong>s tocoferóis<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários parâmetros, como temperatura, concentração <strong>de</strong>tocoferol, composição e forma <strong>da</strong> matéria graxa (Warner et al., 2003)Segun<strong>do</strong> a localização <strong>do</strong>s grupos metílicos no anelaromático, existem quatro tipos <strong>de</strong> tocoferol: , ,, e (Figura 3.5).Destes, o -tocoferol é aponta<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> o mais potente em suaação antioxi<strong>da</strong>nte (Yoshi<strong>da</strong> et al., 2003; Ball, 2007; Bianchini ePentea<strong>do</strong>, 2007). No entanto, trabalhos indicam que outros isômeros16


como e δ-tocoferol são melhores antioxi<strong>da</strong>ntes (Masuchi et al.,2008). Essas controvérsias po<strong>de</strong>m ocorrer <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a diferenças entreos méto<strong>do</strong>s testa<strong>do</strong>s, os substratos utiliza<strong>do</strong>s, o nível <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>çãoemprega<strong>do</strong> e as meto<strong>do</strong>logias emprega<strong>da</strong>s (Guinazi et al., 2009).Tocoferol Estrutura R 1 R 2 R 3 5,7,8-trimetil -CH 3 -CH 3 -CH 3 5,8-dimetil -CH 3 -H -CH 3 7,8-dimetil -H -CH 3 -CH 3 8-metil -H -H -CH 3Figura 3.5: Estrutura química <strong>do</strong>s tocoferóis. A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Lima eGonçalves (1997).Em relação à temperatura, pesquisas revelam que essavariável po<strong>de</strong> ter um efeito significativo no resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>oxi<strong>da</strong>ção usan<strong>do</strong> tocoferóis. Nessa linha, Gottstein e Grosch (1990)realizaram um trabalho para avaliar a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> antioxi<strong>da</strong>nte relativa<strong>do</strong>s tocoferóis em gordura <strong>de</strong> porco. Concluíram que, a 60 °C aor<strong>de</strong>m <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s tocoferóis segue a seguinte or<strong>de</strong>m: δ > γ > β> . Porém, quan<strong>do</strong> a temperatura permaneceu entre 20 e 40 °C, aativi<strong>da</strong><strong>de</strong> assumiu uma nova or<strong>de</strong>m: > γ > β > δ.Verifica-se também, que a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> antioxi<strong>da</strong>nte relativa<strong>do</strong>s tocoferóis em diferentes gorduras armazena<strong>da</strong>s a 37 ºC é γ = δ> , o que mostra o efeito <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> substrato (Warner et al., 2003).17


Tratan<strong>do</strong>-se <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja aANVISA (1999) apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 3.3:Tabela 3.3: Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físico-químicas <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> sojaProprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sLimitesDensi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa (mm 2 /s) 0,919 - 0,925 (20 o C/20 °C)0,916 - 0,922 (25 o C/20 °C)Índice <strong>de</strong> refração (n 40 D ) 1,466 – 1,470Índice <strong>de</strong> saponificação 189 – 195Índice <strong>de</strong> io<strong>do</strong> (Wijs) 120 – 143Matéria insaponificável, g/100g Máximo 1,5Aci<strong>de</strong>z (g <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> oléico/100g)Óleo refina<strong>do</strong> Máximo 0,3Óleo semi-refina<strong>do</strong> Máximo 0,5Óleo <strong>de</strong>goma<strong>do</strong> Máximo 1,0Óleo bruto Máximo 2,0Índice <strong>de</strong> peróxi<strong>do</strong> (meq/kg) Máximo 10Fósforo (g/100g)Óleo <strong>de</strong>goma<strong>do</strong> Máximo 0,02Fonte: ANVISA (1999)3.3 <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> <strong>Soja</strong>Diversos trabalhos mostram que o uso <strong>do</strong> biodiesel <strong>de</strong> soja(tanto puro quanto mistura<strong>do</strong> ao óleo diesel) diminui as emissões <strong>de</strong>CO 2, CO, HC, SO x e material particula<strong>do</strong> (EPA, 2002; Tüv, 2002;Parente, 2003 e Wilhelm et al. 2007).Pesquisa realiza<strong>da</strong> pela Environmental Protection Agency(EPA) mostra que o biodiesel <strong>de</strong> soja reduz em 57% as emissões emrelação ao diesel. Desta forma, a EPA enquadrou este biodiesel comobiocombustível a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> a aten<strong>de</strong>r as metas <strong>do</strong> programa norteamericano(BIODIESELBR, 2009/2010).Quanto à bio<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção, Gomes (2008) avaliou amostras<strong>de</strong> biodiesel puro (B100) <strong>de</strong> soja e mamona e sua interação com oscompostos BTEX (Benzeno, Tolueno, Etil-benzeno e Xilenos),utilizan<strong>do</strong> microcosmos anaeróbicos prepara<strong>do</strong>s com águasubterrânea. Observou que a bio<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> biodiesel puro <strong>de</strong> soja18


e <strong>de</strong> mamona não apresentou as mesmas características <strong>de</strong><strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção. Nesse estu<strong>do</strong> foi verifica<strong>do</strong> que a bio<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>biodiesel <strong>de</strong> soja foi mais rápi<strong>da</strong> <strong>do</strong> que a <strong>do</strong> biodiesel <strong>de</strong> mamona,na qual mais <strong>de</strong> 86% <strong>do</strong> biodiesel <strong>de</strong> soja já haviam si<strong>do</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>do</strong>sem 41 dias; o biodiesel <strong>de</strong> mamona, após 92 dias, <strong>de</strong>gra<strong>do</strong>u apenas42%.3.3.1 Síntese e caracterização <strong>de</strong> biodiesel <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong> óleo<strong>de</strong> sojaKucek (2004) <strong>de</strong>senvolveu um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> otimização <strong>da</strong>etanólise <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja refina<strong>do</strong> varian<strong>do</strong> os seguintes parâmetros:razões molares entre óleo e etanol, concentrações <strong>do</strong>s catalisa<strong>do</strong>res(NaOH e KOH) e temperatura. Obteve como maior rendimento97,2%, utilizan<strong>do</strong> razão molar (RM) <strong>de</strong> 12:1 (etanol: óleo), 0,3%(m/m) <strong>de</strong> NaOH e temperatura <strong>de</strong> 70 °C. Foram obti<strong>do</strong>s rendimentossuperiores a 98% através <strong>da</strong> inclusão <strong>de</strong> uma segun<strong>da</strong> etapa noprocesso, empregan<strong>do</strong> um adsorvente (Magnesol ® ) para removersabões e outros intermediários <strong>de</strong> reação.Ferrari et al. (2005) avaliaram a taxa <strong>de</strong> conversão <strong>do</strong> óleoneutro <strong>de</strong> soja em éster etílico (por catálise básica), o rendimento noprocesso <strong>de</strong> transesterificação, a caracterização segun<strong>do</strong> algunsparâmetros físico-químicos e seu consumo em gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> energiaelétrica. A conversão <strong>do</strong> éster etílico foi na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 97,5%. Quantoaos parâmetros químicos e físicos avalia<strong>do</strong>s, estes se apresentaram<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s padrões brasileiros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e comercialização.Quan<strong>do</strong> testa<strong>do</strong> em gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> energia elétrica em mistura com óleodiesel comercial numa proporção <strong>de</strong> até 20% <strong>de</strong> biodiesel,apresentou uma diminuição <strong>do</strong> consumo <strong>do</strong> combustível.<strong>Estu<strong>do</strong></strong>s comparativos na obtenção <strong>do</strong> biodiesel utilizan<strong>do</strong> osalcoóis metílico e etílico, foram realiza<strong>do</strong>s por Can<strong>de</strong>ia et al. (2006).Verificaram que o biodiesel metílico em relação ao processo <strong>de</strong>obtenção apresentou algumas vantagens em relação ao etílico, tais19


como: menor tempo <strong>de</strong> obtenção (apresentou a meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> tempogasto pelo etílico). Porém, em termos econômicos e <strong>de</strong> toxici<strong>da</strong><strong>de</strong>, obiodiesel etílico foi mais favorável <strong>do</strong> que o metílico. Mediante seuscritérios avaliativos, os pesquisa<strong>do</strong>res pu<strong>de</strong>ram concluir que ca<strong>da</strong>biodiesel possui características particulares, as quais muitas vezessão favoráveis em alguns critérios. Entretanto, diante <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> queo Brasil possui uma gran<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> álcool etílico, a viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>optar pela rota etílica é mais vantajosa.Wilhelm et al. (2007) avaliaram os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>caracterização e o <strong>de</strong>sempenho em banca<strong>da</strong> dinamométrica <strong>do</strong>biodiesel metílico <strong>de</strong> soja puro e <strong>de</strong> suas misturas (B60 e B80) comóleo diesel. Na avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>da</strong>s misturas e <strong>do</strong> B100, osresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s mostraram uma redução na potência emcomparação ao óleo diesel padrão.Can<strong>de</strong>ia (2008) investigou as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> biodieseletílico <strong>de</strong> soja, via catálise básica, quanto às proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s térmicas,reológicas e oxi<strong>da</strong>tivas, apresentan<strong>do</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> cinemática <strong>de</strong> 5,83mm 2 /s, ponto <strong>de</strong> fulgor <strong>de</strong> 170 ºC, ponto <strong>de</strong> entupimento <strong>de</strong> filtro afrio <strong>de</strong> -5 °C, enquanto a análise termogravimétrica <strong>sob</strong> atmosfera <strong>de</strong>ar apresentou per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> 88,0% entre 97–266 °C; 8,8%entre 266–349 °C e 3,2 %, entre 349-467 °C.Posteriormente, Can<strong>de</strong>ia et al. (2009) realizaram a síntese ecaracterização <strong>do</strong>s biodieseis <strong>de</strong> soja com alcoóis metílico e etílico,também por catálise básica. Os rendimentos reacionais em relação àmassa inicial <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja para o biodiesel nas rotas metanólica eetanólica, foram <strong>de</strong> 98 e 96%, com purezas <strong>de</strong> 96,1 e 97,5%,respectivamente, <strong>sob</strong> razão molar óleo-álcool <strong>de</strong> 6:1 (m/m), 1% <strong>de</strong>KOH, temperatura <strong>de</strong> 32 °C. Quanto ao estu<strong>do</strong> térmico, as curvastermogravimétricas indicaram que as amostras <strong>de</strong> biodiesel são maisvoláteis em relação ao óleo <strong>de</strong> soja e mais estáveis em relação aodiesel.20


Saka e Kusdiana (2001), apoia<strong>do</strong>s nas <strong>de</strong>svantagens <strong>do</strong> uso<strong>do</strong>s catalisa<strong>do</strong>res homogêneos usa<strong>do</strong>s na síntese <strong>do</strong> biodiesel (sejameles alcalinos ou áci<strong>do</strong>s), <strong>de</strong>senvolveram um processo <strong>de</strong>transesterificação que não utiliza catalisa<strong>do</strong>r e é realiza<strong>do</strong> commetanol <strong>sob</strong> condições supercríticas (temperatura e pressão emcondições supercríticas). As vantagens aponta<strong>da</strong>s por esses autoresincluem o fato <strong>de</strong> que a reação não é sensível à presença <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>sgraxos livres, não forma sabões ou emulsões; o tempo reacional érelativamente curto (aproxima<strong>da</strong>mente 4 min) e a purificação <strong>do</strong>biodiesel é simplifica<strong>da</strong>, pois não há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> neutralização oulavagem.Dentro <strong>de</strong>sta linha <strong>de</strong> pesquisa, Yin et al. (2008) publicaramum trabalho on<strong>de</strong> foram <strong>de</strong>scritos resulta<strong>do</strong>s comparativos <strong>da</strong>transesterificação <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja com metanol em condiçõessupercríticas e em condições subcríticas. Foi realiza<strong>da</strong> a reação naproporção metanol:óleo <strong>de</strong> 42:1 a uma temperatura <strong>de</strong> 350 o C e <strong>sob</strong>pressão <strong>de</strong> 20 MPa, durante 10 min, na ausência <strong>de</strong> catalisa<strong>do</strong>r e orendimento <strong>do</strong> biodiesel atingiu 95%, subin<strong>do</strong> para 98% após 60 min<strong>de</strong> reação.Apesar <strong>da</strong>s vantagens aponta<strong>da</strong>s pelos autores em <strong>de</strong>fesa<strong>do</strong> uso <strong>do</strong> metanol supercrítico na síntese <strong>do</strong> biodiesel, as condiçõesexperimentais são responsáveis pela gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong>sseprocesso. Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> <strong>de</strong> metanol, reatores <strong>de</strong> elevadíssimocusto (<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à alta pressão e temperatura emprega<strong>da</strong>s), além <strong>do</strong>eleva<strong>do</strong> consumo energético tornam inviável a aplicação <strong>de</strong>sseprocesso na indústria (Dab<strong>do</strong>ub e Bronzel, 2009). Algumas tentativas<strong>de</strong>scritas na literatura têm permiti<strong>do</strong> amenizar a pressão, atemperatura e o excesso necessário <strong>do</strong> metanol utiliza<strong>do</strong>. Emboraesses resulta<strong>do</strong>s ain<strong>da</strong> não sejam drásticos ou altamentesignificativos.3.4 Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> biodiesel21


A estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como a resistência <strong>da</strong>amostra à oxi<strong>da</strong>ção. Os óleos e gorduras são produtos susceptíveis àoxi<strong>da</strong>ção, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s características químicas <strong>do</strong>s seusáci<strong>do</strong>s graxos. O biodiesel, por ser um combustível <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssasmatérias primas, também está sujeito à oxi<strong>da</strong>ção, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrerpor meio <strong>de</strong> processos hidrolíticos ou oxi<strong>da</strong>tivos (Domingos, 2005).Esse fenômeno está diretamente relaciona<strong>do</strong> àdisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio e à presença <strong>de</strong> ésteres monoalquílicosinsatura<strong>do</strong>s, pois a presença <strong>da</strong>s insaturações na ca<strong>de</strong>ia diminui aenergia necessária para a cisão homolítica <strong>da</strong>s ligações C-H naposição alílica, viabilizan<strong>do</strong> a oxi<strong>da</strong>ção. O que não acontecenormalmente com áci<strong>do</strong>s graxos satura<strong>do</strong>s, pois a formação <strong>do</strong>sradicais livres, neste caso, é energicamente <strong>de</strong>sfavorável Bobbio eBobbio (2001).Além <strong>da</strong> presença e posição <strong>da</strong> insaturação nos áci<strong>do</strong>sgraxos, a luz, temperatura, enzimas, metaloproteínas,microrganismos e condições <strong>de</strong> armazenamento são fatores queafetam ou catalisam os processos oxi<strong>da</strong>tivos (Leung et al., 2006;Ferrari et al., 2008; Xin et al., 2008 e Kapilan et al,. 2009).3.4.1 Processo hidrolíticaEsse tipo <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção, também conheci<strong>do</strong> por lipólise ouranci<strong>de</strong>z lipolítica (Moreto e Alves, 1986), po<strong>de</strong> ocorrer por meioenzimático ou não enzimático. O enzimático ocorre pela ação <strong>da</strong>lipase, que po<strong>de</strong> estar presente nas sementes <strong>da</strong>s oleaginosas, oupela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> microbiana (processo <strong>de</strong> fermentação), que hidrolisaos óleos e gorduras produzin<strong>do</strong> áci<strong>do</strong>s graxos livres (Moretto e Fett,1998).O processo não enzimático ocorre na presença <strong>de</strong> água, cujaocorrência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> principalmente <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> processamentoe/ou estocagem <strong>do</strong> combustível. A contaminação <strong>do</strong> biodiesel comglicerol e mono e diacilglicerí<strong>de</strong>os (intermediários <strong>da</strong> reação <strong>de</strong>22


transesterificação) tem si<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> umas <strong>da</strong>s principais causas<strong>da</strong> ocorrência <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> rancificação, uma vez que estescompostos polares apresentam a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> formar emulsõescom a água (Knothe et al., 2005).3.4.2 Processos Oxi<strong>da</strong>tivosNa ausência <strong>de</strong> combustão, o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>çãopo<strong>de</strong> ocorrer por três vias: termoxi<strong>da</strong>ção, autoxi<strong>da</strong>ção oufotoxi<strong>da</strong>ção.3.4.2.1 Termoxi<strong>da</strong>çãoNeste processo, as reações radicalares <strong>de</strong>senvolvem-seatravés <strong>do</strong> aumento <strong>da</strong> temperatura com energia suficiente paraquebrar ligações covalentes C-C ou C-H em posições específicas naca<strong>de</strong>ia e formar uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> radicais, segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> reações com ooxigênio para formação <strong>do</strong>s peróxi<strong>do</strong>s (Nawar, 1969). Emtemperaturas médias, entre 50 a 160 ºC, po<strong>de</strong>m quebrar apenasligações O-O <strong>do</strong>s hidroperóxi<strong>do</strong>s forma<strong>do</strong>s em atmosfera oxi<strong>da</strong>nte oujá existentes na amostra <strong>de</strong>correntes à autoxi<strong>da</strong>ção ou fotoxi<strong>da</strong>ção(Albuquerque, 2010).3.4.2.2 Autoxi<strong>da</strong>çãoA autoxi<strong>da</strong>ção é um processo bastante complexo, envolveuma série <strong>de</strong> radicais livres, geran<strong>do</strong> produtos in<strong>de</strong>sejáveis primários,secundários e terciários. Ocorre por ação <strong>do</strong> oxigênio tripleto ( 3 Σg -O 2 ) e po<strong>de</strong> ser dividi<strong>do</strong> em 3 etapas distintas: iniciação, propagação eterminação.IniciaçãoEsta etapa é caracteriza<strong>da</strong> pela formação <strong>de</strong> radicais livreslipídicos, na qual os áci<strong>do</strong>s graxos poliinsatura<strong>do</strong>s são ataca<strong>do</strong>s por23


uma espécie suficientemente reativa capaz <strong>de</strong> abstrair um átomo <strong>de</strong>hidrogênio a partir <strong>de</strong> um grupo metileno (-CH 2 -), forman<strong>do</strong> umradical <strong>de</strong> carbono. Este radical é estabiliza<strong>do</strong> por ressonância paraformar um dieno conjuga<strong>do</strong> (Lima e Ab<strong>da</strong>lla, 2001).PropagaçãoO radical alquila (L . ) forma<strong>do</strong> na etapa <strong>de</strong> iniciação, emmeio aeróbico, combina-se com o oxigênio geran<strong>do</strong> radical peroxila(LOO . ), o qual po<strong>de</strong> abstrair um hidrogênio alílico <strong>de</strong> outro áci<strong>do</strong>graxo, geran<strong>do</strong> outro radical <strong>de</strong> carbono (L . ) e promoven<strong>do</strong> a etapa<strong>de</strong> propagação. A reação <strong>do</strong> radical peroxil (LOO . ) com o átomo <strong>de</strong>hidrogênio abstraí<strong>do</strong> gera um hidroperóxi<strong>do</strong> lipídico (LOOH). Aquiperóxi<strong>do</strong>s cíclicos po<strong>de</strong>m também ser forma<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> o radicalperoxila reage com uma dupla ligação na mesma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>graxo, o que também po<strong>de</strong> propagar oxi<strong>da</strong>ção (Lima e Ab<strong>da</strong>lla,2001). Esse é um processo que ocorre em ca<strong>de</strong>ia, e oshidroperóxi<strong>do</strong>s (LOOH) forma<strong>do</strong>s nesta etapa constituem os produtosprimários <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção (Moretto e Fett, 1986).Nessa etapa íons <strong>de</strong> metais <strong>de</strong> transição, como Fe n+ e Cu n+ ,po<strong>de</strong>m catalisar a formação <strong>de</strong> radicais lipídicos alcoxila, peroxila ehidroxila a partir <strong>do</strong>s hidroperóxi<strong>do</strong>s, conforme <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> nasreações 1 e 2 (Lima e Ab<strong>da</strong>lla, 2001):LOOH + M n+ → LO . + HO - + M n+1 (1)LOOH + M n+1 → LOO . + H + + M + (2)Sarin et al. (2009) investigaram a influência catalítica <strong>de</strong>alguns metais <strong>de</strong> transição, que po<strong>de</strong>m estar presentes na metalurgia<strong>do</strong>s tanques <strong>de</strong> armazenagem e <strong>de</strong> barris, na oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> biodiesel.Verificaram que os metais avalia<strong>do</strong>s catalisaram o processo <strong>de</strong> formabastante expressiva, mesmo em pequenas concentrações.24


TerminaçãoEssa etapa é caracteriza<strong>da</strong> pela reação <strong>do</strong>s radicaisoriginan<strong>do</strong> produtos não radicalares. Os radicais peroxil (LOO . ) ealcoxila (LO . ) po<strong>de</strong>m também sofrer clivagem, forman<strong>do</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s ousofrerem rearranjo forman<strong>do</strong> produtos secundários <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção(<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s hidroxi, ceto, cetohidroxi e epoxi-hidroxi-áci<strong>do</strong> graxo),Tais produtos são também suscetíveis à oxi<strong>da</strong>ção, como por exemplo,os al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s, transforman<strong>do</strong>-se em áci<strong>do</strong>s que, por sua vez,constituem os produtos terciários <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção (Moretto e Fett, 1986).A veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> autoxi<strong>da</strong>ção é limita<strong>da</strong> pelasfases <strong>de</strong> iniciação e propagação (Figura 3.6).IniciaçãoPropagaçãoTerminaçãoL . + L . → L LLOO . + LOO . → L-OH + L = OLOO . + L . → LOOLFigura 3.6: Esquema <strong>da</strong>s principais reações ocorri<strong>da</strong>s durante oprocesso <strong>de</strong> peroxi<strong>da</strong>ção lipídica. (Índice: LH-espécie graxa; L-radicalalquila; LOO-peróxi<strong>do</strong>; LOOH–hidroperóxi<strong>do</strong>). (A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Lima eAb<strong>da</strong>lla, 2001).Os peróxi<strong>do</strong>s e hidroperóxi<strong>do</strong>s produzi<strong>do</strong>s através <strong>da</strong>autoxi<strong>da</strong>ção po<strong>de</strong>m polimerizar com outros radicais, produzin<strong>do</strong>25


moléculas <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> massa molar, sedimentos insolúveis, gomas,em alguns casos, po<strong>de</strong>m quebrar a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos oxi<strong>da</strong><strong>do</strong>,produzin<strong>do</strong> áci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias menores e al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s (Prankl eSchindlbauer, 1998).3.4.2.3 Fotoxi<strong>da</strong>çãoNa fotoxi<strong>da</strong>ção o processo ocorre com participação <strong>do</strong>oxigênio singlete ( 1 Δg O 2 ), que é a forma mais reativa <strong>do</strong> oxigênio(22,6 kcal/mol) com <strong>do</strong>is elétrons <strong>de</strong> spins opostos no orbital *(Ronsein et al., 2006).A fotoxi<strong>da</strong>ção é um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção muito maisrápi<strong>do</strong> que a autoxi<strong>da</strong>ção, nos ésteres oleato, linoleato e linolenatosão, respectivamente, 30.000, 1500 e 900 vezes mais rápi<strong>da</strong> que aautoxi<strong>da</strong>ção (Tabela 3.4). A extrema veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> em que ocorre esseprocesso indica que uma pequena diferença <strong>de</strong> reativi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre omono e polienos, sugerin<strong>do</strong> que a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> insaturação não éum fator pre<strong>do</strong>minante na veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> reação quan<strong>do</strong> o processo éfotoxi<strong>da</strong>ção, o que não acontece na autoxi<strong>da</strong>ção.Tabela 3.4: Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas (em segun<strong>do</strong>s) <strong>da</strong> autoxi<strong>da</strong>ção efotoxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> oleato, linoleato e linolenato (Gunstone, 2005)REAÇÃO OXIGÊNIO OLEATO(18:1)LINOLEATO(18:2)LINOLENATO(18:3)Autoxi<strong>da</strong>ção Triplete 1 27 77Fotoxi<strong>da</strong>ção Singlete 3.10 4 4.10 4 7.10 4Razão 30.000 1500 900Como a transição <strong>do</strong> oxigênio tripleto ( 3 Σg - O 2 ) a singleto( 1 Δg O 2 ) é proibi<strong>da</strong> por spin, simetria e regras <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong>pari<strong>da</strong><strong>de</strong>, se faz necessário um composto sensibilizante que utilizefótons para a excitação, como clorofila e heme-proteínas.. Essescompostos absorvem energia <strong>de</strong> um fóton que po<strong>de</strong> ser transferi<strong>do</strong>26


ao triplete converten<strong>do</strong>-se a singlete (DOMINGOS, 2005; SILVA,1998).A reação <strong>do</strong> singleto com olefinas forma hidroperóxi<strong>do</strong>s com<strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong> insaturação e mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> configuração, <strong>de</strong> Z paraE (Figura 3.7). Luz ultravioleta ou temperaturas médias po<strong>de</strong>mquebrar a ligação O-O <strong>de</strong> hidroperóxi<strong>do</strong>s com formação <strong>de</strong> radicalhidroxila, entre outros produtos.Figura 3.7: Reação entre oxigênio singleto e olefina forman<strong>do</strong>hidroperóxi<strong>do</strong>, que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>composto <strong>da</strong>n<strong>do</strong> início ao processo <strong>de</strong>autoxi<strong>da</strong>ção (A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Albuquerque, 2010).Tanto na fotoxi<strong>da</strong>ção quanto na autoxi<strong>da</strong>ção os produtosfinais <strong>de</strong>rivam <strong>da</strong> <strong>de</strong>composição <strong>do</strong>s hidroperóxi<strong>do</strong>s alílicos geran<strong>do</strong>al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s, áci<strong>do</strong>s e outros compostos oxigena<strong>do</strong>s como produtos <strong>do</strong>sprocessos. Entretanto, ligações duplas também po<strong>de</strong>m ser orienta<strong>da</strong>sa reações <strong>de</strong> polimerização que levam aos produtos <strong>de</strong> maior massamolar e, eventualmente, a um aumento <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>combustível. Isto po<strong>de</strong> ocasionar a formação <strong>de</strong> espécies insolúveisque po<strong>de</strong>rão entupir linhas e bombas <strong>de</strong> combustíveis (Can<strong>de</strong>ia,2008).To<strong>da</strong>s as três formas <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias graxas sãoimportantes e o biodiesel está susceptível a elas em alguma etapa <strong>da</strong>sua produção e armazenamento, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> iniciar inclusive na matériaprima (óleo ou gordura animal). Entretanto, o mecanismo com maisetapas e mais presente no armazenamento <strong>de</strong> olefinas em condiçõespadrão é o <strong>da</strong> autoxi<strong>da</strong>ção.27


Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a natureza e a proporção <strong>da</strong>s ca<strong>de</strong>iasgraxas <strong>do</strong>s óleos e gorduras <strong>de</strong> origem <strong>do</strong> biodiesel permanecempraticamente inaltera<strong>da</strong>s após a transesterificação via catálise básicahomogênea, o processo <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> biodiesel ocorrerá <strong>de</strong> formasemelhante a sua matéria prima.3.5 Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva embiodieselPara avaliar a suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> um óleo ougordura, estes são submeti<strong>do</strong>s a teste <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção acelera<strong>da</strong>, <strong>sob</strong>condições padroniza<strong>da</strong>s e um ponto final é escolhi<strong>do</strong>, no qual sãomensura<strong>do</strong>s os sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração oxi<strong>da</strong>tiva. Esses méto<strong>do</strong>s têm ointuito <strong>de</strong> estimar a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> prateleira <strong>de</strong> óleos e gorduras, pois oacompanhamento <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção ao longo <strong>do</strong> armazenamento é lento epo<strong>de</strong> consumir gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reagentes (Antoniassi, 2001).Diversas técnicas são aplica<strong>da</strong>s para promover a aceleração<strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção em óleos e gorduras, tais como adição <strong>de</strong> metais,aumento <strong>da</strong> pressão <strong>de</strong> oxigênio, estocagem <strong>sob</strong> luz, agitação ouaumento <strong>da</strong> temperatura. As alterações ocorri<strong>da</strong>s são monitora<strong>da</strong>satravés <strong>da</strong>s análises: índice <strong>de</strong> peróxi<strong>do</strong>s, índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, análisesensorial, <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> dienos conjuga<strong>do</strong>s, entre outras(Ambrósio, 2003).Vários méto<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>terminar a resistência à oxi<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>óleos e gorduras foram propostos. Entre os mais cita<strong>do</strong>s na literaturaestão: méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> estufa e Active Oxygen Method (AOM), Rancimat,Oil Stability Instrument (OSI), Espectroscopia <strong>de</strong> RessonânciaMagnética Nuclear (RMN) e Infravermelho (IV), e CalorimetriaExploratória Diferencial Pressuriza<strong>da</strong> (PDSC) (Knothe, 2007;Catharino et al., 2005).Para o biodiesel, o Comité Europeu <strong>de</strong> Normalização (CEN),entre os anos 2001 e 2003, <strong>de</strong>senvolveu o projeto “Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong><strong>Biodiesel</strong>” (BIOSTAB). Foi um projeto que teve como participantes28


institutos <strong>de</strong> pesquisa, produtores <strong>do</strong> biodiesel, e fornece<strong>do</strong>res <strong>de</strong><strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> petróleo. Nesse projeto foram avalia<strong>do</strong>s biodieseismetílicos <strong>de</strong> canola, girassol, fritura e sebo animal com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> estabelecer critérios e méto<strong>do</strong>s analíticos a serem usa<strong>do</strong>s para<strong>de</strong>terminar a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção, compreen<strong>de</strong>r a influência <strong>da</strong>scondições <strong>de</strong> armazenamento <strong>sob</strong>re a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> biodiesel,<strong>de</strong>terminar os efeitos <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> combustível durante autilização <strong>do</strong> biodiesel e uma maneira <strong>de</strong> corrigi-los através <strong>de</strong>aditivos antioxi<strong>da</strong>ntes.No que diz respeito às meto<strong>do</strong>logias disponíveis para se<strong>de</strong>terminar a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção, o méto<strong>do</strong> EN 14112(referencia<strong>do</strong> como Rancimat) foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> como méto<strong>do</strong> padrão naEuropa e posteriormente no Brasil.Testes <strong>de</strong> armazenagem realiza<strong>do</strong>s durante o projetoBIOSTAB <strong>de</strong>monstraram que temperatura, luz solar, ar, água,exercem influência significativa à estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> biodiesel e <strong>de</strong>vemser evita<strong>do</strong>s.No Brasil, através <strong>da</strong> Resolução n° 42/2004, a ANP a<strong>do</strong>toutambém o méto<strong>do</strong> EN 14112 como o méto<strong>do</strong> oficial para <strong>de</strong>terminar aestabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong> biodiesel. Sua <strong>de</strong>terminação baseia-se nameto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> ensaio acelera<strong>do</strong> originalmente proposta por Ha<strong>do</strong>rne Zurcher (Ha<strong>do</strong>rn, 1974). Também conheci<strong>do</strong> como méto<strong>do</strong>Rancimat, consiste em expor 3 g <strong>da</strong> amostra a um fluxo <strong>de</strong> ar(10 L/h) a 110 ºC. À medi<strong>da</strong> que as reações <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>compostos <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção (áci<strong>do</strong>s voláteis nestas condições) sãointensifica<strong>da</strong>s, é verifica<strong>do</strong> um aumento <strong>da</strong> condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Um súbitoincremento é observa<strong>do</strong> no valor <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> indução (PI) que,para o biodiesel, foi estabeleci<strong>do</strong> em 6 horas. A Figura 3.8 ilustra ofuncionamento básico <strong>de</strong>sse méto<strong>do</strong>.29


Figura 3.8: Teste Rancimat: ensaio <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva(SANTOS, 2008).Vários estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstram que o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> induçãomedi<strong>do</strong> pelo Rancimat se correlaciona bem com a evolução <strong>de</strong>parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> como índice <strong>de</strong> peróxi<strong>do</strong>, índice <strong>de</strong>anisidina, viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> cinemática, teor <strong>de</strong> ésteres, índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z eteor <strong>de</strong> polímeros (Lacoste, 2005; Ferrari, 2005). Trata-se <strong>de</strong> umparâmetro comparativo muito utiliza<strong>do</strong> no controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>matérias primas, avaliação <strong>de</strong> óleos, na <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> eficiência <strong>da</strong>adição <strong>de</strong> antioxi<strong>da</strong>ntes, ação catalítica <strong>de</strong> metais <strong>de</strong> transição, entreoutros (Cavalcanti et al., 2007; Sarin et al., 2009; Mccormick eWestbrook, 2010).A gran<strong>de</strong> inconveniência <strong>de</strong>ssa técnica está no seu tempo <strong>de</strong>análise. Diante disso, várias outras meto<strong>do</strong>logias têm si<strong>do</strong><strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s ou a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s por pesquisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> forma a buscarmelhor representabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s fenômenos associa<strong>do</strong>s à <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>çãooxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong> biodiesel, nas condições <strong>de</strong> armazenamento e <strong>de</strong>operação nos veículos, com boa precisão e um menor tempo <strong>de</strong>análise.Silva et al. (2008) avaliaram vantagens e <strong>de</strong>svantagens nautilização <strong>de</strong> algumas meto<strong>do</strong>logias usualmente emprega<strong>da</strong>s paraavaliar a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> combustíveis líqui<strong>do</strong>s <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> petróleo,30


na <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> biodiesel,assim como <strong>de</strong> suas misturas (Tabela 3.5).Tabela 3.5: Méto<strong>do</strong>s para avaliação <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>biodiesel realiza<strong>do</strong> por Silva et al. (2008).MÉTODOS VANTAGENS DESVANTAGENSEN 14112(Rancimat)ASTM D 525(PI)ASTM D 5304(LPR)ASTM E 1858(PDSC)Fácil realização e boareprodutibili<strong>da</strong><strong>de</strong>Apresenta boa correlaçãocom o méto<strong>do</strong> RancimatDemonstrou ser o maisa<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para avaliação <strong>da</strong>tendência <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>insolúveis em amostras <strong>de</strong>biodieselPequena quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>amostra emprega<strong>da</strong>;Tempo reduzi<strong>do</strong> <strong>de</strong> análise.Não é capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar atendência à formação <strong>de</strong>compostos poliméricosinsolúveis forma<strong>do</strong>s duranteo processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção<strong>do</strong> combustível.Deman<strong>da</strong> mais tempo paraexecução <strong>da</strong> análise.Não possibilita avaliar atendência <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>insolúveis.Mostrou diferenças entre asamostras quan<strong>do</strong> observa<strong>da</strong>a aparência <strong>do</strong> <strong>de</strong>pósito.Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s preliminare<strong>sob</strong>ti<strong>do</strong>s não permitiramencontrar uma correlaçãodireta entre o méto<strong>do</strong>RancimatAlgumas ressalvas foram feitas pelos pesquisa<strong>do</strong>res comrelação aos méto<strong>do</strong>s ASTM D 5304 e ASTM E 1858. O primeiro,<strong>de</strong>monstrou ser o mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e os autores propuseram estu<strong>do</strong>sadicionais <strong>de</strong> forma a tornar o méto<strong>do</strong> mais representativo no que serefere à utilização em misturas <strong>de</strong> biodieseis, visto que os polímerosresultantes <strong>do</strong>s processos oxi<strong>da</strong>tivos ou térmicos ten<strong>de</strong>m a se mantersolúveis no biodiesel <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua alta polari<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas precipitamquan<strong>do</strong> mistura<strong>do</strong>s com óleo diesel. Quanto ao PDSC, ospesquisa<strong>do</strong>res acreditaram que a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> correlação possa tersi<strong>do</strong> em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s amostras usa<strong>da</strong>s terem apresenta<strong>do</strong>baixa estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva, pois não continham aditivosantioxi<strong>da</strong>ntes nas suas composições.31


O PDSC é uma técnica termoanalítica <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> paraavaliar a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva <strong>de</strong> matérias usan<strong>do</strong> um fluxo <strong>de</strong> calordiferencial entre a amostra e o termopar <strong>de</strong> referência <strong>sob</strong> variações<strong>de</strong> temperaturas e pressões (Levy, 1970). Esse méto<strong>do</strong> me<strong>de</strong> aliberação <strong>de</strong> energia <strong>da</strong> reação <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção ao invés <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminarqualquer produto químico específico <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção, pois a análise érealiza<strong>da</strong> diretamente na amostra (Dunn, 2006). Diferencia-se <strong>do</strong>Rancimat por ser um méto<strong>do</strong> rápi<strong>do</strong> e porque contém uma variável amais, a pressão; possibilita trabalhar a temperaturas baixas e utilizarpouca quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> amostra (SILVA et al., 2008).Devi<strong>do</strong> à oxi<strong>da</strong>ção ser um processo exotérmico, aCalorimetria Exploratória Diferencial (DSC) é outra meto<strong>do</strong>logia quevem sen<strong>do</strong> amplamente aplica<strong>da</strong> na <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong> biodiesel. É uma técnica que me<strong>de</strong> as temperaturas e ofluxo <strong>de</strong> calor associa<strong>do</strong> às transições <strong>do</strong>s materiais em função <strong>da</strong>temperatura e <strong>do</strong> tempo. Estas medi<strong>da</strong>s quantificam e qualificam asmu<strong>da</strong>nças físicas e químicas que envolvem processos en<strong>do</strong>térmicos eexotérmicos (Mothé e Azeve<strong>do</strong>, 2002). O uso <strong>de</strong> DSC reduz o tempo<strong>de</strong> análise em muitas horas, haven<strong>do</strong> relatos <strong>de</strong> diminuição <strong>de</strong> 14dias, utilizan<strong>do</strong> méto<strong>do</strong> convencional, para 4 horas, por DSC (Velascoet al., 2004).Outra técnica termoanalítica, que po<strong>de</strong> ser importante paraavaliar a tendência à oxi<strong>da</strong>ção, é a termogravimétrica (TG). Óleos ebiodieseis cuja curva TG aponta para uma menor estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>térmica, apresentaram também uma estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva menor(Rudnik et al., 2001).Outro méto<strong>do</strong> que tem si<strong>do</strong> aprecia<strong>do</strong> é o PetroOXY, queconsiste no consumo <strong>de</strong> oxigênio pela amostra, quan<strong>do</strong> esta ésubmeti<strong>da</strong> a uma temperatura <strong>de</strong> 110 °C e pressão <strong>de</strong> 700 kPa.Possui a vantagem <strong>de</strong> apresentar boa reprodutibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, menos tempo<strong>de</strong> análise e um instrumento pequeno, compara<strong>do</strong> ao méto<strong>do</strong> <strong>do</strong>Rancimat.32


Segun<strong>do</strong> PETROSTEST INSTRUMENTS (2010), arepetitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é <strong>de</strong> até <strong>de</strong>z vezes maior <strong>do</strong> que a norma ASTM D 525e entre 2 a 5 vezes melhor que a <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> Rancimat. Informam,também, que o tempo <strong>de</strong> teste <strong>do</strong> PetroOXY é, em média, <strong>de</strong> 50minutos. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se o tempo gasto com Rancimat, trata-se <strong>de</strong>uma redução drástica no tempo <strong>de</strong> análise.Como já discuti<strong>do</strong>, as condições <strong>de</strong> armazenamento, assimcomo a natureza <strong>da</strong> matéria prima, tem uma forte influência <strong>sob</strong>re aquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> biodiesel. Desta forma, a adição <strong>de</strong> antioxi<strong>da</strong>ntesapropria<strong>do</strong>s ao biodiesel aumenta consi<strong>de</strong>ravelmente o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>indução e garante que a especificação <strong>de</strong> 6 horas, para estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>oxi<strong>da</strong>tiva, seja atendi<strong>da</strong>. Portanto, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> umarmazenamento correto e <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> minimização <strong>da</strong>exposição <strong>do</strong> biodiesel ao ar é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> a to<strong>da</strong> extensão <strong>do</strong> ciclo<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>sse combustível.3.6 Méto<strong>do</strong>s analíticos para monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>biodiesel durante o armazenamentoÍndice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z (IA), índice <strong>de</strong> peróxi<strong>do</strong> (IP), viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>cinemática e, principalmente, índice <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva(perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> Rancimat), são parâmetros que po<strong>de</strong>m serutiliza<strong>do</strong>s para monitoramento <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong> biodieseldurante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estocagem (Du Plessis et al., 1985; Thompsonet al., 1998; Mittelbach e Gangl, 2006; Lôbo e FerREIRA, 2009).Desses méto<strong>do</strong>s o IP é o méto<strong>do</strong> menos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para omonitoramento <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção por ten<strong>de</strong>r a aumentar e<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>crescer, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao avanço <strong>do</strong>s processos oxi<strong>da</strong>tivos e àformação <strong>de</strong> produtos secundários <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção (Knothe et al., 2006;Dantas et al., 2007 e Bouaid et al., 2009).O monitoramento <strong>da</strong> aci<strong>de</strong>z no biodiesel durante aestocagem é <strong>de</strong> suma importância, pois a sua alteração neste perío<strong>do</strong>po<strong>de</strong> significar presença <strong>de</strong> água (Lôbo e Ferreira, 2009). O méto<strong>do</strong>33


ecomen<strong>da</strong><strong>do</strong> pela ANP é o EN 14104, no qual uma solução alcoólica<strong>de</strong> KOH é usa<strong>da</strong> como titulante e fenolftaleína como indica<strong>do</strong>r. Ométo<strong>do</strong> recomen<strong>da</strong><strong>do</strong> pela ASTM é pontenciométrico D 664. To<strong>da</strong>sessas normas estabelecem limites máximos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z <strong>de</strong> 0,5 mg <strong>de</strong>KOH/g.No entanto, segun<strong>do</strong> Mahajan et al. (2006), ao realizaremestu<strong>do</strong> comparativo entre o méto<strong>do</strong> D 664 e o ASTM D974 (que sebaseia na titulação em sistema não aquoso e utiliza solução <strong>de</strong> KOHem isopropanol como titulante e p-naftolbenzoína como indica<strong>do</strong>r),divulgaram que o méto<strong>do</strong> padrão não apresenta boa reprodutibili<strong>da</strong><strong>de</strong>e que o méto<strong>do</strong> ASTM D974 é um méto<strong>do</strong> mais indica<strong>do</strong> para analisaraci<strong>de</strong>z em biodiesel.Quanto ao uso <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> como parâmetrosavaliativos <strong>do</strong> processo oxi<strong>da</strong>tivo <strong>do</strong> biodiesel durante oarmazenamento, a literatura é bastante vasta. A <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>çãooxi<strong>da</strong>tiva resulta na formação <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos livres, isomerização<strong>da</strong> ligação dupla (normalmente <strong>de</strong> cis para trans), formação <strong>de</strong>produtos satura<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> alto peso molecular, proporcionan<strong>do</strong>eventualmente, aumento <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>combustível (BOUAID, 2009). Isso po<strong>de</strong> proporcionar formação <strong>de</strong>espécies insolúveis que po<strong>de</strong>rão entupir linhas e bombas <strong>de</strong>combustível. Portanto, a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> assim como a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> sãoparâmetros que po<strong>de</strong>m avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> combustível, indican<strong>do</strong>a evolução <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção, durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> armazenamento.Em relação ao índice <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva, diversostrabalhos utilizaram essa meto<strong>do</strong>logia como parâmetro avaliativodurante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> armazenamento. Bondioli et al. (1995)avaliaram o comportamento oxi<strong>da</strong>tivo <strong>do</strong> biodiesel metílico <strong>de</strong> colzaarmazena<strong>do</strong>s por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 30 dias em frascos <strong>de</strong> vidro e ferro,ao abrigo <strong>da</strong> luz e <strong>sob</strong> diferentes temperaturas. Durante esseperío<strong>do</strong>, <strong>de</strong>tectaram uma rápi<strong>da</strong> diminuição no índice <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.34


Outro estu<strong>do</strong> envolven<strong>do</strong> biodiesel metílico <strong>de</strong> colza e <strong>de</strong>óleo <strong>de</strong> fritura não <strong>de</strong>stila<strong>do</strong> foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Mittelbach e Gangl(2001). As amostras foram armazena<strong>da</strong>s durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 200dias, em frascos <strong>de</strong> polietileno a 20 °C e 22 °C expostas e ao abrigo<strong>de</strong> ar, expostas e ao abrigo <strong>de</strong> luz solar. Foi encontra<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s asamostras uma diminuição <strong>do</strong> índice abaixo <strong>do</strong> limite que é <strong>de</strong> nomínimo 6 h, com exceção <strong>da</strong>s amostras <strong>de</strong>stila<strong>da</strong>s, que jáapresentavam baixos valores <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, isso <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à per<strong>da</strong> <strong>de</strong>antioxi<strong>da</strong>ntes naturais durante <strong>de</strong>stilação.Amostras <strong>de</strong> biodiesel metílico <strong>de</strong> soja e algodão produzi<strong>da</strong>sem plantas piloto e amostras <strong>de</strong> biodiesel <strong>de</strong> soja, mamona e palma,produzi<strong>da</strong>s em plantas industriais, foram utiliza<strong>da</strong>s por Silva et al.(2008) para avaliar fatores que influenciariam a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>biodiesel. Os mesmos utilizaram o índice <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva. Osensaios foram conduzi<strong>do</strong>s em garrafas <strong>de</strong> vidro âmbar, armazena<strong>do</strong>sem atmosfera <strong>de</strong> nitrogênio ou ar, dimensões referentes àarmazenagem (altura/diâmetro) e temperatura (ambiente ou 43 °C).Os autores concluíram que o armazenamento <strong>do</strong> biodiesel <strong>sob</strong>atmosfera <strong>de</strong> N 2 é capaz <strong>de</strong> manter a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> produto,retar<strong>da</strong>n<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção; há redução significativa <strong>da</strong>estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> biodiesel em função <strong>do</strong> tempo e emcondições <strong>de</strong> armazenamento <strong>da</strong>s amostras no laboratório e que obiodiesel é altamente higroscópico, o que po<strong>de</strong> ser diminuí<strong>do</strong> ematmosfera inerte e com o aumento <strong>da</strong> altura/diâmetro <strong>do</strong> recipiente<strong>de</strong> armazenagem. Pelo fato <strong>do</strong> biodiesel ser altamente higroscópico, oteor <strong>de</strong> água <strong>de</strong>verá ser monitora<strong>do</strong> durante o armazenamento, poisa água, além <strong>de</strong> promover a hidrólise <strong>do</strong> biodiesel resultan<strong>do</strong> emáci<strong>do</strong>s graxos livres, também está associa<strong>da</strong> à proliferação <strong>de</strong> microorganismos,e corrosão em tanques <strong>de</strong> estocagem com <strong>de</strong>posição <strong>de</strong>sedimentos (Lôbo e Ferreira, 2009). Tanto a ANP 07/08 quanto anorma EN 14214 a<strong>do</strong>taram o méto<strong>do</strong> coloumétrico (Karl Fischer) ENISO 12937, para <strong>de</strong>terminar o teor <strong>de</strong> água, fixan<strong>do</strong> a concentração35


máxima aceitável <strong>de</strong> água no biodiesel em 500 mg/kg. A normabrasileira também indica o méto<strong>do</strong> ASTM D6304.36


Capítulo 4Procedimento Experimental


4 Procedimento ExperimentalEste estu<strong>do</strong> foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no laboratório <strong>do</strong> Núcleo <strong>de</strong><strong>Biodiesel</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Maranhão (UFMA), em parceriacom os laboratórios LACOM (laboratório <strong>de</strong> combustíveis <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba - UFPB), LACOR (Setor <strong>de</strong>Biocombustíveis <strong>do</strong> Instituto Nacional <strong>de</strong> Tecnologia no Rio <strong>de</strong>Janeiro) e <strong>do</strong> LAPQAP (Análises e Pesquisa em Química Analítica <strong>de</strong>Petróleo <strong>da</strong> UFMA).4.1 Preparação <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> sojaAs amostras <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> soja, utiliza<strong>da</strong>s neste trabalho foramadquiri<strong>da</strong>s no comércio local, sen<strong>do</strong> armazena<strong>da</strong>s em embalagensplásticas <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> 900 mL.Submeteu-se o óleo à análise <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z e umi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A aci<strong>de</strong>zfoi <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a norma <strong>da</strong> AOCS (American OilChemists Society) Cd 5-40. Como o óleo apresentou aci<strong>de</strong>z menorque 1 mg KOH/g, não houve necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> neutralizá-lo antes <strong>da</strong>utilização <strong>da</strong> síntese <strong>do</strong> biodiesel.Após a avaliação <strong>da</strong> aci<strong>de</strong>z, realizou-se a <strong>de</strong>sumidificação <strong>do</strong>óleo em estufa a 105 °C por 2 horas, sen<strong>do</strong> posteriormenteacondiciona<strong>da</strong> em um <strong>de</strong>sseca<strong>do</strong>r.4.2 Obtenção <strong>da</strong>s amostras <strong>de</strong> biodieselAs amostras <strong>de</strong> biodiesel, metílico e etílico, obti<strong>da</strong>s a partir<strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> soja, foram produzi<strong>da</strong>s à temperatura ambiente seguin<strong>do</strong>as condições otimiza<strong>da</strong>s por Brandão (2005), no laboratório <strong>do</strong>Núcleo <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Maranhão, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com as especificações que seguem: MetílicoMassa <strong>do</strong> óleo = 100 gRazão molar (óleo/metanol) = 1:5,838


Massa <strong>de</strong> KOH = 1,0 gTempo <strong>de</strong> reação = 90 min EtílicoMassa <strong>do</strong> óleo: 100 gRazão molar (óleo/etanol) 1:11,8Massa <strong>de</strong> KOH: 2,0 gTempo <strong>de</strong> reação: 60 min4.2.1 Procedimentos para o processo <strong>de</strong> transesterificaçãoO processo <strong>de</strong> transesterificação foi inicia<strong>do</strong> pela dissolução<strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r e metanol ou etanol <strong>sob</strong> agitação magnética àtemperatura ambiente. Em segui<strong>da</strong>, foram adiciona<strong>do</strong>s a esta solução100 g <strong>de</strong> óleo <strong>sob</strong> agitação mecânica e <strong>de</strong>ixou-se reagir durante ostempos especifica<strong>do</strong>s acima.Finaliza<strong>da</strong>s as reações, a mistura (biodiesel bruto eglicerina) obti<strong>da</strong> pela rota metílica, foi transferi<strong>da</strong> para um funil <strong>de</strong><strong>de</strong>cantação on<strong>de</strong> permaneceram em repouso por aproxima<strong>da</strong>mente12 h. Para a rota etílica, antes <strong>da</strong> transferência para o funil,submeteu-se a mistura a uma <strong>de</strong>stilação à pressão reduzi<strong>da</strong> comobjetivo <strong>de</strong> retirar o excesso <strong>de</strong> etanol e separar as fasesbiodiesel/glicerina.Após o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 12 h, duas fases foram obti<strong>da</strong>s: umasuperior (biodiesel) e outra inferior, mais <strong>de</strong>nsa e mais escura ten<strong>do</strong>a glicerina em pre<strong>do</strong>minância. Em segui<strong>da</strong>, removeu-se a glicerina,fican<strong>do</strong> somente a cama<strong>da</strong> superior conten<strong>do</strong> o biodiesel bruto. Esta,por sua vez, foi neutraliza<strong>da</strong> com solução aquosa <strong>de</strong> HCl 0,1 mol/L, elava<strong>do</strong> em segui<strong>da</strong> com água até pH 7,0 <strong>sob</strong> borbulhamento <strong>de</strong> ar.Posteriormente, o biodiesel foi leva<strong>do</strong> à estufa a 100 °C poraproxima<strong>da</strong>mente 3h para diminuir a umi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por fim, acondicionouseem <strong>de</strong>sseca<strong>do</strong>r para resfriar.39


A fim <strong>de</strong> simplificar as nomenclaturas <strong>da</strong>s amostrasestu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, foram estabeleci<strong>da</strong>s as siglas BMS e BES para especificar,respectivamente, o biodiesel metílico e etílico <strong>de</strong> soja.4.3 Méto<strong>do</strong>s analíticos <strong>de</strong> caracterização <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>sBES e BMS antes <strong>do</strong> armazenamentoAs amostras foram analisa<strong>da</strong>s segun<strong>do</strong> regulamento nº07/2008, quan<strong>do</strong> foram emprega<strong>da</strong>s as normas ASTM, CEN e ABNT,órgãos indica<strong>do</strong>s pela Agência Nacional <strong>de</strong> Petróleo Gás Natural eBiocombustíveis. A Tabela 4.1 informa os méto<strong>do</strong>s analíticosutiliza<strong>do</strong>s na caracterização <strong>do</strong>s biodieseis antes e apósarmazenamento.Tabela 4.1: méto<strong>do</strong>s analíticos utiliza<strong>do</strong>s na caracterização <strong>do</strong>s BMSe BES antes e após armazenamento.CaracterísticasMéto<strong>do</strong>sÍndice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, máx (mg KOH/g) ASTM D 664Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> Cinemática, 40 °C (mm/s 2 ) ASTM D 445Índice <strong>de</strong> io<strong>do</strong> (g I 2 /100g)Cd 1-25 <strong>da</strong> AOCSGlicerina livre (%), Max ASTM D 6584Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>, 20 °C (Kg/m 3 ) ASTM D 1298Índice <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva a 110ºC, mín (h) EN 14112Ponto <strong>de</strong> Névoa (°C) ASTM D 2500Ponto <strong>de</strong> Flui<strong>de</strong>z (°C) ASTM D 97Ponto <strong>de</strong> fulgor, mín (°C) NBR 14598Umi<strong>da</strong><strong>de</strong> (mg/Kg) ASTM D 63044.4 Procedimento <strong>de</strong> ArmazenagemO procedimento <strong>de</strong> armazenamento utiliza<strong>do</strong> nesta pesquisafoi a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> D 4625. Trata-se <strong>de</strong> um méto<strong>do</strong> padrão para<strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> durante o armazenamento <strong>de</strong>combustíveis <strong>de</strong>stila<strong>do</strong>s a 43 °C por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 semanas.As amostras avalia<strong>da</strong>s foram armazena<strong>da</strong>s em frascos <strong>de</strong>vidro âmbar <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 1 L com “head space” a 43 °C em uma40


estufa <strong>de</strong> marca Orion ® 515, por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 12 meses, durante osquais se <strong>de</strong>u início ao acompanhamento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção.Durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> armazenamento, a ca<strong>da</strong> 30 diasretirava-se em média 200 mL <strong>de</strong> amostra e monitorava-se segun<strong>do</strong>os parâmetros: Índices <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>z, Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> Cinemática, Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>e Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Oxi<strong>da</strong>tiva.4.5 Composição química <strong>do</strong>s BES e BMS4.5.1 Espectroscopia <strong>de</strong> absorção na região <strong>do</strong> infravermelhoOs espectros <strong>de</strong> absorção na região <strong>do</strong> infravermelho sen<strong>do</strong>obti<strong>do</strong>s, em um equipamento SHIMADZU mo<strong>de</strong>lo PRESTIGE/21 FourierTranform Infrared Spectrophotometer, foram usa<strong>da</strong>s pastilhas <strong>de</strong>brometo <strong>de</strong> potássio (KBr) e faixa <strong>de</strong> varredura entre 4000 e 400 cm -1 .4.5.2 I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s ésteres <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos porcromatografia–CG/MSA i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s ésteres <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos presentes noBMS e BES foram realiza<strong>do</strong>s por cromatografia gasosa acopla<strong>da</strong> aoespectrômetro <strong>de</strong> massa (CG-MS), equipa<strong>do</strong> com injetor split,SHIMADZU, mo<strong>de</strong>lo CGMS-QP2010, com amostra<strong>do</strong>r automático euma coluna capilar Durabond com fase estacionária DB-23 (50%cianopropil-metilpolisilioxano) com dimensões <strong>de</strong> 30 m <strong>de</strong>comprimento, 0,25 mm <strong>de</strong> diâmetro interno e 0,25 µm <strong>de</strong> espessura<strong>de</strong> filme, <strong>sob</strong> as seguintes condições:a) Gás <strong>de</strong> arraste utiliza<strong>do</strong>: Hélio com vazão <strong>de</strong> 1,6 ml/min;b) Volume <strong>de</strong> injeção <strong>da</strong> amostra: 1,0 μL;c) Programação <strong>da</strong> temperatura <strong>do</strong> forno: Tabela 4.2.41


Tabela 4.2: Condições <strong>de</strong> programação <strong>da</strong> temperatura <strong>do</strong> fornopara <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> teor <strong>de</strong> ésteres.Programação <strong>de</strong> Temperatura <strong>do</strong> FornoTemperatura Inicial 130 °C por 1 minTaxa <strong>de</strong> aquecimento 1 10 ºC/min até 200 ºC por 1 minTaxa <strong>de</strong> aquecimento 2 3 ºC/min até 218 ºC por 1 minTaxa <strong>de</strong> aquecimento 3 20 ºC/min até 230 ºC por 10 minA caracterização <strong>do</strong>s perfis <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s graxos se <strong>de</strong>u porcomparação <strong>do</strong> espectro <strong>de</strong> massas com os padrões existentes nabiblioteca <strong>do</strong> software (Mass Spectral Database NIST/EPA/NIH). Aquantificação percentual <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s graxos foi <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> emfunção <strong>da</strong> área relativa <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pico, sen<strong>do</strong> estes correspon<strong>de</strong>ntes a100%.4.5.3 I<strong>de</strong>ntificação e qualificação <strong>do</strong> tocoferol porcromatografia líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> alta eficiência, em fase reversa(CLAE-FR)As análises <strong>do</strong> tocoferol foram conduzi<strong>da</strong>s em umequipamento modular <strong>de</strong> cromatografia líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> alta eficiência(CLAE), mo<strong>de</strong>lo Schimadzu, com <strong>de</strong>tector UV-SPD20A em 292 nm,equipa<strong>do</strong> com uma coluna CLC-ODS (C-18, 150mm x 4,6mm <strong>de</strong>diâmetro interno) a temperatura ambiente utilizan<strong>do</strong> um volume <strong>de</strong>injeção <strong>de</strong> 20,0 µL com fluxo <strong>de</strong> 1,5 mL/min. A fase móvel utiliza<strong>da</strong>foi metanol:Acetonitrila (1:1)–Erba e o processamento <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s foirealiza<strong>do</strong> através <strong>do</strong> software LC-Solution.Como o óleo e o biodiesel apresentam eleva<strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>,foram emprega<strong>do</strong>s como solvente diluente o 2-propanol grau HPLC,por ser um solvente inerte (Swiglo e Sikorska, 2004). Os picoscromatográficos obti<strong>do</strong>s foram integra<strong>do</strong>s para fornecer a área <strong>de</strong>ca<strong>da</strong> pico presente, e o valor <strong>da</strong> área foi interpola<strong>do</strong> na curva <strong>de</strong>calibração, fornecen<strong>do</strong> um valor <strong>de</strong> concentração.42


A curva <strong>de</strong> calibração foi prepara<strong>da</strong> mediante soluçõespadrões com concentrações <strong>de</strong> -tocoferóis <strong>de</strong> 0,1; 0,5; 1,5; 2,5; 5,0e 10 mg/L partin<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma solução estoque <strong>de</strong> 100 mg/L. Ca<strong>da</strong>ponto <strong>da</strong> curva correspon<strong>de</strong> à média <strong>de</strong> três injeções.4.6 Monitoramento <strong>do</strong> processo oxi<strong>da</strong>tivo <strong>do</strong>s BES e BMSdurante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> armazenamento4.6.1 Rancimat (EN 14112)Este ensaio foi realiza<strong>do</strong> através <strong>do</strong> equipamento Rancimatmo<strong>de</strong>lo 743, marca Methrom, nos laboratórios LACOR e LAPQAP. Asanálises foram realiza<strong>da</strong>s em triplicata no intervalo médio <strong>de</strong> <strong>de</strong>z diasapós retira<strong>da</strong>s <strong>da</strong> estufa.4.6.2 PDSCUtilizou-se na obtenção <strong>da</strong>s curvas <strong>de</strong> PDSC um CalorímetroExploratório Diferencial acopla<strong>do</strong> a uma célula <strong>de</strong> pressão, <strong>da</strong> marcaTA Instruments, mo<strong>de</strong>lo DSC 2920, utlilizan<strong>do</strong> a temperaturaisotermal <strong>de</strong> 110 °C e atmosfera <strong>de</strong> oxigênio a pressão <strong>de</strong> 203 psi(aproxima<strong>da</strong>mente 1400 kPa), <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a meto<strong>do</strong>logia ASTM D1858.4.6.3 PetroOXYEsta análise foi realiza<strong>da</strong> no equipamento PetroOXY- marcaMetron <strong>da</strong> Petrotest, toman<strong>do</strong>-se como referência o méto<strong>do</strong> padrãoASTM D525.43


Capítulo 5Resulta<strong>do</strong>s e Discussão


5. Resulta<strong>do</strong>s e DiscussãoSerão apresenta<strong>do</strong>s e discuti<strong>do</strong>s neste capítulo os resulta<strong>do</strong>sreferentes à caracterização físico-química, composição química <strong>da</strong>samostras antes <strong>do</strong> armazenamento, monitoramento <strong>do</strong> processooxi<strong>da</strong>tivo <strong>da</strong>s amostras durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> armazenamentosegun<strong>do</strong> os parâmetros: umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>cinemática e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa. Também foi avalia<strong>da</strong> a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>oxi<strong>da</strong>tiva mediante os méto<strong>do</strong>s padrão EN 14112 (Rancimat), PDSC ePetroOXY.5.1 Caracterização <strong>do</strong> BES e <strong>do</strong> BMS antes <strong>do</strong> armazenamentoIn<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> fonte oleaginosa e/ou <strong>da</strong> rotatecnológica utiliza<strong>da</strong> na produção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> biodiesel, éimprescindível que este esteja <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s especificaçõesinternacionalmente estabeleci<strong>da</strong>s. Desta forma, antes <strong>de</strong> armazenar,avaliou-se a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s biocombustíveis por meio <strong>de</strong> algunsparâmetros físico-químicos ilustra<strong>do</strong>s na Tabela 5.1.Tabela 5.1: Características físico-químicas <strong>do</strong> biodiesel metílico eetílico <strong>de</strong> soja puro antes <strong>do</strong> armazenamento.CaracterísticasLimitesANPBMS BESÍndice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, máx (mg KOH/g) 0,50 0,30 0,27Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> Cinemática, 40 °C 3-6 4,21 4,40(mm/s 2 )Índice <strong>de</strong> io<strong>do</strong> (g I 2 /100g) n.i* 134,76 125,13Glicerina livre (%), Max 0,02 0,01 0,01Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>, 20 °C (Kg/m 3 ) 850-900 877,83 873,03Índice <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva a 6 3,88 3,58110ºC, mín (h)Ponto <strong>de</strong> Névoa (°C) n.i* -1 -1Ponto <strong>de</strong> Flui<strong>de</strong>z (°C) n.i* - 4 -1Ponto <strong>de</strong> fulgor, mín (°C) 100,00 178,00 119,00Umi<strong>da</strong><strong>de</strong> (ppm) 500,00 309,70 402,13n.i* não indica<strong>do</strong>45


Observa-se que as amostras encontram-se <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>slimites estabeleci<strong>do</strong>s pela ANP, com exceção <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>à oxi<strong>da</strong>ção que foi 3,88 e 3,55 h, respectivamente para o BMS e BES,estan<strong>do</strong> estes abaixo <strong>do</strong> limite mínimo <strong>de</strong> 6 h estabeleci<strong>do</strong> pelaespecificação brasileira. A tendência à oxi<strong>da</strong>ção cresce à medi<strong>da</strong> queaumenta o grau <strong>de</strong> insaturação <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia. Como o biodiesel <strong>de</strong> sojapossui em sua composição maior teor <strong>do</strong> éster linoleato, justificaíndices <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> baixos.Mesmo os índices <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> terem se apresenta<strong>do</strong>abaixo <strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong>, verificou-se que encontravam acima <strong>do</strong>síndices <strong>de</strong> alguns trabalhos que avaliaram biodiesel puro <strong>da</strong> mesmaoleaginosa (Silva et al., 2008). Dessa forma, <strong>de</strong>cidiu-se <strong>de</strong>terminar aconcentração <strong>do</strong> -tocoferol antes e após a transesterificação, a fim<strong>de</strong> avaliar se este antioxi<strong>da</strong>nte estaria <strong>de</strong> alguma forma,influencian<strong>do</strong> nesses resulta<strong>do</strong>s, uma vez que o tocoferol ocorrenaturalmente nos óleos vegetais. A Tabela 5.2 mostra,respectivamente, as concentrações <strong>do</strong> -tocoferol <strong>do</strong> óleo, BES eBMS.Tabela 5.2: Concentração <strong>do</strong> -tocoferol <strong>do</strong> óleo, BES e BMS.AmostrasConcentração (mg/L)Óleo 5,25BES 0,48BMS 2,42Como observa<strong>do</strong>, as concentrações <strong>do</strong> -tocoferolencontra<strong>da</strong>s nos biocombustíveis em estu<strong>do</strong> foram baixas, indican<strong>do</strong>pouca ou praticamente nenhuma responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste antioxi<strong>da</strong>ntepelos índices <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva encontra<strong>do</strong>s. Literaturasreportam que para um biodiesel, obti<strong>do</strong> por óleos cujos áci<strong>do</strong>s graxosprioritários são insatura<strong>do</strong>s (como é o caso <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja), atingiríndices <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 6 h se faz necessário adicionar aditivos emconcentrações na or<strong>de</strong>m mínima <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> mg/Kg (Ferrare e46


uVSouza, 2009; Borsato et al., 2010). Logo, para que esse antioxi<strong>da</strong>ntetivesse alguma influência nos índices encontra<strong>do</strong>s, seria necessárioque estivesse, no mínimo, na meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> concentração.Observa-se também que a concentração <strong>do</strong> -tocoferol foimenor no BES, isto por conta <strong>da</strong> etapa <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação que faz parte <strong>do</strong>processo <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong>sse biodiesel.Na separação cromatográfica (Figura 5.1), observam-se trêspicos distintos: 1, 2 e 3, correspon<strong>de</strong>ntes aos componentes <strong>do</strong>tocoferol. Por comparação com o padrão, o pico 3 correspon<strong>de</strong> ao -tocoferol, e os 1 e 2 são atribuí<strong>do</strong>s às estruturas e + tocoferol,respectivamente, pois o cromatograma obti<strong>do</strong> corrobora com ostrabalhos <strong>de</strong> Lima e Gonçalves (1997), Swigło e Sikorska (2004) eBarcia et al. (2010).1500012500100002PadrãoÓleoBESBMS75005000250013tocoferol01 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13Figura 5.1: Cromatograma <strong>do</strong> padrão <strong>de</strong> alfa-tocoferol (5 mg/L), <strong>do</strong>óleo <strong>de</strong> soja refina<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s BES e BMS.minComo a CLAE em fase reversa é uma técnica <strong>de</strong> separação<strong>de</strong> séries homólogas e esta separação é basea<strong>da</strong> na hidrofobici<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>do</strong> soluto (que geralmente aumenta com o número <strong>de</strong> átomos <strong>de</strong>carbono na molécula), os isômeros posicionais, como e -tocoferóis,47


não são separa<strong>do</strong>s (Lima e Gonçalves, 1997). Isto justifica o fato <strong>do</strong>pico 2 correspon<strong>de</strong>r a esses <strong>do</strong>is tocoferóis.Outro fato a ser observa<strong>do</strong> pelo cromatograma é que o -tocoferol apresentou menor concentração em relação ao -tocoferol(pico1). Em relação aos e -tocoferóis (pico 2), não ficou claro, umavez que não houve separação <strong>do</strong>s picos. No entanto, pesquisasrevelam que a pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s tocoferóis no óleo <strong>de</strong> soja aumentana seguinte or<strong>de</strong>m:


Transmitância (u. a.)Os espectros revelam também que após atransesterificação, os ésteres mantêm ban<strong>da</strong>s <strong>de</strong> absorção similar às<strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja. Apesar <strong>da</strong> similari<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os espectros <strong>do</strong> óleo e<strong>do</strong>s biodieseis, observa-se que as ban<strong>da</strong>s referentes aos estiramentos<strong>da</strong> carbonila e <strong>da</strong> ligação C-O <strong>do</strong>s ésteres após a esterificaçãosofreram <strong>de</strong>slocamentos.1101009080706050403020BMS10BES0ÓLEO-104000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500Número <strong>de</strong> on<strong>da</strong>s (cm -1 )Figura 5.2: Espectros <strong>de</strong> Infravermelho <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja, BMS e BES.Nos espectros foram observa<strong>da</strong>s as seguintes ban<strong>da</strong>s maissignificativas (Silverstein et al., 2006):a) A ban<strong>da</strong> que aparece em 3452 cm -1 no espectro <strong>do</strong> óleo se refereà vibração <strong>de</strong> estiramento <strong>da</strong> ligação O-H. A amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaban<strong>da</strong> é larga <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>do</strong> grupo hidroxila participar <strong>de</strong>ligações <strong>de</strong> hidrogênio intermoleculares. Como o óleo apresentoubaixo índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z (0,26 mg KOH/g), a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaban<strong>da</strong> <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> alto teor <strong>de</strong> água, uma vez que ain<strong>da</strong> não haviasi<strong>do</strong> <strong>de</strong>sidrata<strong>do</strong>. Fato que não foi verifica<strong>do</strong> nos biodieseis.b) Na região <strong>de</strong> 2926-2929 cm -1 e em 2851-2856 cm -1 com forteintensi<strong>da</strong><strong>de</strong> referem-se, respectivamente, às vibrações <strong>de</strong>estiramentos assimétricos (ⱱ as CH 2 ) e simétricos (ⱱ s CH 2 ) <strong>do</strong>49


grupo metileno (sp 3 ). Reforça<strong>da</strong> pelos sinais 1366-1380 cm -1 queapareceram com intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> média referente à <strong>de</strong>formaçãoangular simétrica C-H <strong>do</strong> grupo metila (CH 3 ) e também pelasban<strong>da</strong>s <strong>de</strong> absorção em 720 a 723 cm -1 , atribuí<strong>da</strong>s às<strong>de</strong>formações angulares <strong>da</strong>s ligações C-H <strong>do</strong>s grupos (CH 2 ) n típicos<strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias longas <strong>de</strong> hidrocarbonetos.c) Na região <strong>de</strong> 1736-1742 cm -1 apareceu a ban<strong>da</strong> com forteintensi<strong>da</strong><strong>de</strong> atribuí<strong>da</strong> à vibração <strong>de</strong> estiramento assimétrico <strong>da</strong>carbonila (C=O), característica <strong>de</strong> ésteres.d) A ban<strong>da</strong> <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> média que apareceu 1460-1465 cm -1 éatribuí<strong>da</strong> à <strong>de</strong>formação angular simétrica no plano <strong>do</strong> grupometileno ( s CH 2 ).Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s estão <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com osapresenta<strong>do</strong>s por Vasconcelos (2009) e Dantas (2010).5.3 Perfil cromatográfico <strong>do</strong>s biodieseis antes <strong>do</strong> armazenamentoA Figura 5.3 (a-b) e a Tabela 5.4 ilustram os perfiscromatográficos <strong>do</strong>s ésteres <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos presentes nas amostras<strong>de</strong> biodiesel <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja obti<strong>do</strong>s pelas rotas metílica eetílico. Resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstram que os biocombustíveis obti<strong>do</strong>s sãoconstituí<strong>do</strong>s pelos ésteres correspon<strong>de</strong>ntes aos áci<strong>do</strong>s graxos quecompõem o óleo <strong>de</strong> soja (item 3.2.1).O cromatograma (Figura 5.3) apresenta picos <strong>de</strong> diferentesintensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e tempos <strong>de</strong> retenção, sen<strong>do</strong> o <strong>de</strong> maior intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>,em ambas as amostras, o éster <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> linoléico (C 18:2), segui<strong>do</strong><strong>do</strong> oléico (C 18:1). Além <strong>de</strong>sses componentes, observam-se os sinais<strong>do</strong> linolênico (C 18:3), palmítico (C 16:0), esteárico (C 18:0) e outroscom menores intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.50


Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Relativa (%)Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Relativa (%)100C 18:280C 16:0C 18:160C 18:34020C 18:0BES010 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20Tempo <strong>de</strong> Retenção (min)(a)100C 18:28060C 16:0C 18:1C 18:340200C 18:0BMS10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20Tempo <strong>de</strong> Retenção (min)(b)Figura 5.3: Cromatograma <strong>do</strong> biodiesel etílico (a) e metílico (b) <strong>de</strong>soja.A Tabela 5.4 nos permite observar a pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong>ésteres <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos insatura<strong>do</strong>s, confirman<strong>do</strong> a suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>do</strong> biodiesel <strong>de</strong> soja à oxi<strong>da</strong>ção.51


Concentração (%)Tabela 5.4: Composição <strong>do</strong>s ésteres <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos alquílicos <strong>do</strong>sBMS e BESÉsteres <strong>de</strong> Áci<strong>do</strong>s graxosNº <strong>de</strong>BES BMSCarbonoConc. % Conc. %Hexa<strong>de</strong>canoato (Palmítico) C 16:0 13,28 13,86Octa<strong>de</strong>canoato (Esteárico) C 18:0 6,58 6,889-Octa<strong>de</strong>cadienoato (Oléico) C 18:1 (9) 24,09 23,869,12-Octa<strong>de</strong>cadienoato (Linoléico) C 18:2 (9,12) 45,73 43,859,12,15- Octa<strong>de</strong>catrienoato(Linolênico)C 18:3 (9,12,15) 8,81 8,35Outros - 1,51 1,98TotalSatura<strong>do</strong> 21,39 22,70Insatura<strong>do</strong> 78,61 77,305.4 Composição <strong>do</strong>s ésteres satura<strong>do</strong>s e insatura<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s BESe BMS antes e após armazenamentoA composição <strong>do</strong>s ésteres satura<strong>do</strong>s e insatura<strong>do</strong>s <strong>do</strong> BES e<strong>do</strong> BMS no tempo zero e com 12 meses <strong>de</strong> estocagem é apresenta<strong>da</strong>na Figura 5.4 (a) e (b). Observa-se que houve oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>s ésteresinsatura<strong>do</strong>s em ambos os biocombustíveis, como indica<strong>do</strong> peladiminuição percentual <strong>do</strong>s ésteres insatura<strong>do</strong>s e aumento <strong>do</strong>ssatura<strong>do</strong>s, com menor evidência no BES, cuja variação foi na or<strong>de</strong>m<strong>de</strong> 1% versus 8% <strong>do</strong> BMS.80706050403020100SATURADO (%) INSATURADO (%)BES mês zero 21,4 78,6BES 12 meses 22,4 77,6(a)52


Concentração (%)80706050403020100SATURADO (%) INSATURADO (%)BMS mês zero 22,7 77,3BMS 12 meses 30,7 69,3(b)Figura 5.4: Composição <strong>do</strong>s ésteres satura<strong>do</strong>s e insatura<strong>do</strong>s <strong>do</strong> BES(a) e BMS (b) no mês zero e após armazenamento.As Figuras 5.5 e 5.6 (a e b) mostram respectivamente osperfis cromatográficos <strong>do</strong>s ésteres presentes no BES e BMS antes eapós armazenamento e as variações <strong>do</strong>s ésteres oléico, linoléico elinolênico. Em ambos o linoléico e linolênico apresentaram maiorvariação, sen<strong>do</strong> mais pronuncia<strong>da</strong> para o BMS.Esses resulta<strong>do</strong>s confirmam que a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção<strong>do</strong>s compostos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> número <strong>de</strong> insaturações. Essa tendênciaaumenta à medi<strong>da</strong> que cresce o número <strong>de</strong> insaturações existentesna ca<strong>de</strong>ia. A presença <strong>da</strong>s insaturações diminui a energia necessáriapara a cisão homolítica <strong>da</strong>s ligações C-H na posição alílica,viabilizan<strong>do</strong> a oxi<strong>da</strong>ção (Park et al., 2008; Kinney e Clemente, 2005;Bobbio e Bobbio, 2001). Como o linoléico e linolênico são compostospoliinsatura<strong>do</strong>s suas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ções são mais rápi<strong>da</strong>s, justifican<strong>do</strong>maiores <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ções nos <strong>do</strong>is casos.53


BMS mês 12BMS zeroBES mês 12BES zero10 12 14 16 18 20 22 24Tempo <strong>de</strong> Retenção (min)Figura 5.5: Cromatograma <strong>do</strong>s biodieseis <strong>de</strong> soja antes e apósarmazenamento.54


Mês Zero Mês 1243,85%36,27%22,54%23,86%4,76%8,35%Oléico - C 18:1 (9)Linoléico - C 18:2(9,12) Linolênico - C 18:3(9,12,15)(a)Mês zero Mês 1244,55%23,34%45,73%24,09%6,43%8,81%Oléico - C 18:1 (9)Linoléico - C 18:2(9,12)Linolênico - C 18:3(9,12,15)(b)Figura 5.6: Variação <strong>do</strong>s ésteres oléico, linoléico e linolênico <strong>do</strong>sBMS (a) e BES (b) no tempo zero e após <strong>de</strong> armazenamento.5.5 Monitoramento <strong>do</strong> processo oxi<strong>da</strong>tivo <strong>do</strong> BES e BMSdurante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> armazenamentoEsse acompanhamento foi realiza<strong>do</strong> méto<strong>do</strong>s analíticoscomo umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>.55


Avaliou-se também a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva através <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>sRancimat, PDSC e PetroOxy, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s acelera<strong>do</strong>s.5.5.1 Umi<strong>da</strong><strong>de</strong> e índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>zO monitoramento <strong>da</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>estocagem se faz necessário pelo fato <strong>de</strong> ocorrer altahigroscopici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> biodiesel. Na Figura 5.7 encontra-se reporta<strong>da</strong> aevolução <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> água nas amostras estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s.Nos primeiros seis meses <strong>de</strong> armazenamento o teor <strong>de</strong> águaaumentou em ambas as amostras, <strong>de</strong> 402,13 a 502,72 mg/Kg para oBES <strong>de</strong> 309,79 a 468,96 mg/Kg para o BMS. No entanto, esseaumento não comprometeu a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s amostras, uma vez quepermaneceu <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> limite máximo estabeleci<strong>do</strong> pela ANP, 500mg/Kg.Umi<strong>da</strong><strong>de</strong> (mg/Kg)18001600140012001000800600400200BESBMSLimite Máximo (ANP)0 2 4 6 8 10 12Tempo <strong>de</strong> Armazenamento (mês)Figura 5.7: Teor <strong>de</strong> água (mg/Kg) <strong>do</strong> BES e BMS puros obti<strong>do</strong>s pelarota etílica e metílica <strong>de</strong> soja durante o armazenamento.Do sexto ao décimo segun<strong>do</strong> mês o aumento foi na or<strong>de</strong>m<strong>de</strong> 181 e 177 % para BES e BMS respectivamente. Acredita-se que aabsorção eleva<strong>da</strong> <strong>de</strong> água nesse perío<strong>do</strong> se <strong>de</strong>u em função <strong>do</strong>aumento <strong>do</strong> ar presente no interior <strong>do</strong>s frascos que foi aumentan<strong>do</strong> à56


Índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z (mgKOH/g)medi<strong>da</strong> que se retirava mensalmente as amostra para análises,levan<strong>do</strong> o biodiesel a ter maior contato com atmosfera úmi<strong>da</strong>.A Figura 5.8 expressa os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z paraBES e BMS em função <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> armazenagem.1,8BESBMSy=1,928-1,667/1+e (x-9,235/1,461)1,61,41,2R 2 =0.9738y=1,373-1,091/1+e (x-7,336/0,856)R 2 =0.98341,00,80,6Limite máximo (ANP)0,40,20 2 4 6 8 10 12Tempo <strong>de</strong> Armazenamento (mês)Figura 5.8: Índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z <strong>do</strong> BES e BMS durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 12meses <strong>de</strong> armazenamento.O monitoramento <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z é <strong>de</strong> suma importânciadurante esse estu<strong>do</strong>, visto que a alteração <strong>do</strong>s valores nesse perío<strong>do</strong>po<strong>de</strong> significar a presença <strong>de</strong> água, resultan<strong>do</strong> na hidrólise comformação <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s, que po<strong>de</strong>rá provocar oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> biodiesel ecorrosão em tanques <strong>de</strong> estocagem com <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentoscomprometen<strong>do</strong> assim a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> biocombustível.Diante <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s expostos, verifica-se que há umarelação direta entre esses <strong>do</strong>is parâmetros, como indica<strong>da</strong> peloaumento <strong>da</strong> aci<strong>de</strong>z, a partir <strong>do</strong> sexto mês.Como já discuti<strong>do</strong> no item 3.4, a formação <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s se<strong>de</strong>ve ao processo <strong>de</strong> autoxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>s ésteres. Nesse processo, háformação <strong>do</strong>s peróxi<strong>do</strong>s em consequência <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>s ésteresque, por sua vez, também se oxi<strong>da</strong>m produzin<strong>do</strong> os áci<strong>do</strong>s em umaetapa final <strong>de</strong> reação.57


A estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sses índices, nos seis primeiros meses paraos biocombustíveis em estu<strong>do</strong>, está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os relatos <strong>da</strong>BIOSTAB (2003), quan<strong>do</strong> foi avalia<strong>da</strong> por seis meses, utilizan<strong>do</strong>-secondições semelhantes <strong>de</strong> armazenamento, <strong>do</strong> biodiesel metílico <strong>de</strong>canola, girassol, fritura e <strong>de</strong> sebo animal.5.5.2 Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> cinemática a 40 °COs resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> cinemática <strong>do</strong> BMS e BES,reporta<strong>do</strong>s na Figura 5.9, mostram que a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ambosaumentou em função <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> armazenamento e que esseaumento foi mais pronuncia<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> sexto mês, fato observa<strong>do</strong>também com a aci<strong>de</strong>z. Estan<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com levantamentos em quemostram que a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z po<strong>de</strong>m estarfortemente relaciona<strong>do</strong>s e que aumentam com um ano <strong>de</strong>armazenamento sen<strong>do</strong> altera<strong>da</strong>s com o tipo <strong>de</strong> matéria prima e <strong>da</strong>scondições <strong>de</strong> armazenamento (Knothe, 2006).Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> a 40 °C (mm 2 /s)4,704,654,604,554,504,454,404,354,304,254,20BESBMSy=4,584 - 0,185/1+e (x-7,991)/1,163R 2 =0,9960y=4,334 - 0,119/1+e (x-7,169)/0,912R 2 =0,98800 2 4 6 8 10 12Tempo <strong>de</strong> Armazenamento (mês)Figura 5.9: Variação <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> cinemática a 40 °C <strong>do</strong> BES eBMS durante o armazenamento.58


As variações <strong>da</strong>s viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s amostras (<strong>de</strong> 4,40 a 4,58mm 2 /s para o BES e <strong>de</strong> 4,21 a 4,34 mm 2 /s para o BMS) não tiveramum aumento significativo, permanecen<strong>do</strong> abaixo <strong>do</strong> limite <strong>da</strong> ANP (3a 6 mm 2 /s) no final <strong>do</strong> processo.A literatura reporta que a mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>biodiesel está diretamente relaciona<strong>da</strong> às interações intermolecularese intramoleculares, ao tamanho <strong>da</strong>s ca<strong>de</strong>ias carbônicas, ao número<strong>de</strong> insaturações e <strong>da</strong>s conformações cis <strong>de</strong> alguns áci<strong>do</strong>s como oáci<strong>do</strong> oléico, linoléico e linolênico (Knothe e Steidley, 2005). No caso<strong>do</strong> oléico, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à conformação cis (a qual diminui a área <strong>de</strong> contatoentre as moléculas) e as interações <strong>de</strong> força <strong>de</strong> dispersão, oempacotamento <strong>da</strong>s moléculas <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s e as interações <strong>da</strong>s forças<strong>de</strong> Van Der Walls, são dificulta<strong>da</strong>s, diminuin<strong>do</strong> a agregação moleculare consequentemente a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O áci<strong>do</strong> linoléico, como possuiduas insaturações cis e o linolênico três insaturações cis, irão diminuirain<strong>da</strong> mais a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois a força <strong>de</strong> dispersão e oempacotamento serão menores causa<strong>da</strong>s pelo impedimento e pelasconformações que dificultam as interações (Iha e Suarez, 2009).Como o biodiesel <strong>de</strong> soja possui como majoritários os ésteres <strong>de</strong>ssesáci<strong>do</strong>s, acredita-se que possa ser este fato que tenha impedi<strong>do</strong> aviscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar <strong>de</strong> forma consi<strong>de</strong>rável.5.5.3 Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> Relativa a 20 °CA partir <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em função <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong>armazenamento (Figura 5.10), verifica-se que a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>aumentou, em ambas as amostras, em função <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong>armazenamento, porém timi<strong>da</strong>mente, <strong>de</strong> forma que não ultrapassouo limite estabeleci<strong>do</strong> pela portaria vigente (900 Kg/m 3 ). Portanto,nesse parâmetro, a oxi<strong>da</strong>ção não afetou a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> biodiesel.Observa-se também que em to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> o BMS foi mais<strong>de</strong>nso <strong>do</strong> que o BES, <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> maior <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção para essebiodiesel. Os ensaios cromatográficos (Figura 5.4), cujo objetivo foi59


<strong>de</strong>terminar a concentração <strong>do</strong>s ésteres satura<strong>do</strong>s e insatura<strong>do</strong>s antese no final <strong>do</strong> armazenamento, mostram que houve diminuição <strong>do</strong>sinsatura<strong>do</strong>s para ambos, no entanto, o que apresentou maiorconcentração <strong>de</strong>stes ésteres no final <strong>do</strong> processo foi o BMS.900Limite máximo (ANP)Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Kg/m 3 )890880870860850Limite mínimo (ANP)BESBMSy=0,628x + 872,87(R 2 =0,9757)y=1,010x + 877,51(R 2 =0,9735)0 2 4 6 8 10 12Tempo <strong>de</strong> Armazenamento (mês)Figura 5.10: Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> a 20 °C <strong>do</strong> BES e BMS em função <strong>do</strong> tempo<strong>de</strong> armazenamento.Esses <strong>da</strong><strong>do</strong>s mostram concordância com a literatura a qualreporta que um <strong>do</strong>s fatores capazes <strong>de</strong> alterar a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, além <strong>do</strong>tamanho <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia carbônica e <strong>da</strong>s conformações, é a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>insaturações, pois interferem nas interações intermoleculares eintramoleculares que dificultam a aproximação <strong>da</strong>s interações <strong>de</strong>força <strong>de</strong> dispersão, diminuin<strong>do</strong> a agregação <strong>da</strong>s ca<strong>de</strong>ias carbônicas eaumentan<strong>do</strong> o espaçamento e o volume entre as moléculas e, porconseqüência, diminui a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Com a diminuição <strong>do</strong> número <strong>de</strong>insaturações, e <strong>da</strong> conformação cis, ocorre o contrário, a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>aumenta, assim como a agregação <strong>da</strong>s ca<strong>de</strong>ias, em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong>sinterações <strong>de</strong> Van <strong>de</strong>r Waals que aumentam (Iha e Suarez, 2009).Dessa forma, é justificável o BMS ter apresenta<strong>do</strong> maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s estão <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com testes <strong>de</strong>armazenamento <strong>de</strong> longa duração reporta<strong>do</strong>s na literatura,evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> que a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> também aumenta em função <strong>do</strong> tempo60


<strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> biodiesel, assim como o índice<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z e a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Knothe, 2006).Outra consi<strong>de</strong>ração a ser feita é a relação entre essesparâmetros. Com relação à viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> em função <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>zevi<strong>de</strong>ncia-se, nas duas amostras, excelente correlação linear direta,com R 2 <strong>de</strong> 0,9582 para BES e 0,9903 para BMS (Figura 5.11).Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> a 40 °C (mm 2 /s)4,604,554,504,454,404,354,304,254,20BMSBES0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8Índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z (mgKOH/g)y = 0,12x+4,37R 2 =0,9582y = 0,11x+4,19R 2 =0,9903Figura 5.11: Curvas <strong>de</strong> correlação entre a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a aci<strong>de</strong>z <strong>do</strong>BMS e BES.Esses <strong>da</strong><strong>do</strong>s mostram um perfil crescente <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>com aumento <strong>da</strong> aci<strong>de</strong>z, o qual está relaciona<strong>do</strong> às forças <strong>de</strong> Van DerWaals que se intensificam à medi<strong>da</strong> que áci<strong>do</strong>s são gera<strong>do</strong>s. Dessaforma, aumenta a agregação molecular e, consequentemente, aviscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> também aumenta.Quan<strong>do</strong> analisa<strong>da</strong>s as correlações entre as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e osíndices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, verifica-se que existe alta correlação nos <strong>do</strong>isbiodieseis (0,91831 para o BMS e 0,9466 para BES), sen<strong>do</strong> a <strong>do</strong> tipoexponencial que melhor explica tais variações (Figura 5.12).61


Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Kg/m 3 )890888886884882880878876874BMSBESy = -102,93e (-x/0,12) +887,65R 2 =0,91831y = -32,31e (-x/0,17) +879,91R 2 =0,95928720,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6Índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z (mgKOH/g)Figura 5.12: Curvas <strong>de</strong> correlação entre <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a aci<strong>de</strong>z <strong>do</strong>BMS e BES.Os resulta<strong>do</strong>s indicam que nos primeiros meses <strong>de</strong>armazenamento a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> aumentou em função <strong>da</strong> aci<strong>de</strong>z e que,possui tendência a manter-se constante. O aumento <strong>de</strong>corre <strong>da</strong>diminuição <strong>do</strong> volume entre as moléculas, provoca<strong>do</strong> pelo aumento<strong>da</strong>s interações intermoleculares (causa<strong>do</strong> pelo aumento <strong>da</strong> aci<strong>de</strong>z).Como visto anteriormente, quanto mais fortes às interaçõesintermoleculares, mais agrega<strong>da</strong>s estarão as ca<strong>de</strong>ias, porconseguinte, o espaçamento e o volume entre as moléculasdiminuem.Quanto à tendência <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> em permanecer constanteapós certo tempo <strong>de</strong> armazenamento, indica que o aumento <strong>da</strong>interação intermolecular, causa<strong>da</strong> pala aci<strong>de</strong>z, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> exercerinfluência <strong>sob</strong>re a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Entre os parâmetros <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> versus viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, observaseforte correlação (0,9593 e 0,9967 para o BMS e BESrespectivamente), cujo melhor ajuste correspon<strong>de</strong> a curva polinomial(Figura 5.13).62


Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Indução (h)Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Kg/m 3 )890888886884882880878876874BMSBESy=-546,01x 2R 2 +4736,92x-9385,46=0,9593y=-161,90x 2R 2 +1488,82x-2542,65=0,99678724,20 4,25 4,30 4,35 4,40 4,45 4,50 4,55Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> a 40 °C (mm 2 /s)Figura 5.13: Curvas <strong>de</strong> correlação entre <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>BMS e BES.5.5.4 Ensaios <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong>s BES e BMS5.5.4.1 Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva por Rancimat (EN 14112)O monitoramento <strong>do</strong> processo oxi<strong>da</strong>tivo <strong>da</strong>s amostras BMSe BES, em função <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> armazenamento foi avalia<strong>do</strong><strong>de</strong>terminan<strong>do</strong>-se os perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> indução (PI), mediante o méto<strong>do</strong>Rancimat (EM 14112).A evolução <strong>do</strong>s PI’s, durante o armazenamento é ilustra<strong>do</strong>pela Figura 5.14, que <strong>de</strong>screve a diminuição <strong>do</strong>s PI’s tanto para oBES quanto para o BMS em função <strong>do</strong> tempo, retratan<strong>do</strong> aautoxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>s ésteres.6543Limite mínimo (ANP)BESBMSy=-0,021x 2 - 0,011x + 3,569(R 2 =0,9822)y=-0,019x 2 - 0,060x + 3,928(R 2 =0,9549)2100 2 4 6 8 10 12Tempo <strong>de</strong> Armazenamento (mês)Figura 5.14: Evolução <strong>do</strong>s Perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Indução <strong>do</strong> BMS e BESdurante o armazenamento obti<strong>do</strong> pelo méto<strong>do</strong> EN 14112.63


De mo<strong>do</strong> geral, o BMS foi mais estável que o BES nos trêsprimeiros meses. Nos seguintes, esta estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> diminuiu, emrelação ao BES, com maior relevância a partir <strong>do</strong> sétimo mês.A maior estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> BES está associa<strong>da</strong> à maior massamolecular <strong>do</strong>s ésteres etílicos oleato e o linoleato (Moser, 2009), poisquanto maior a massa molecular, mais <strong>de</strong>nso serão os produtosforma<strong>do</strong>s nas etapas <strong>de</strong> terminação <strong>da</strong> autoxi<strong>da</strong>ção, que por sua vez,são menos voláteis, necessitan<strong>do</strong> <strong>de</strong> um tempo maior para setransportarem à solução absorvente (água <strong>de</strong>ioniza<strong>da</strong>) econsequentemente variar a condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> elétrica. Outro fatorcontribuinte é a menor solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> em água, <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> baixapolari<strong>da</strong><strong>de</strong> que esses compostos apresentam em relação aos seushomólogos metílicos (Santos, 2008).Já nos três primeiros meses, on<strong>de</strong> o BMS foi mais estável,observa-se que os resulta<strong>do</strong>s vão <strong>de</strong> encontro com a teoria, issoreflete a uma falsa estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, em função <strong>de</strong> erro técnico <strong>de</strong> análiseou a resistência que esse combustível apresentou à formação <strong>do</strong>svoláteis.A maior estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> BES no final <strong>do</strong> armazenamentocorrobora com os ensaios cromatográficos <strong>da</strong> Figuras 5.4, on<strong>de</strong>mostra a variação <strong>do</strong>s ésteres satura<strong>do</strong>s e insatura<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s <strong>do</strong>isbiocombustíveis. Os ésteres insatura<strong>do</strong>s <strong>do</strong> BES foram os quesofreram menor variação, explican<strong>do</strong> a menor oxi<strong>da</strong>ção, e por suavez, sen<strong>do</strong> o linoléico e linolênico responsáveis pelas suscetíveisoxi<strong>da</strong>ções.A relação entre a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva por Rancimat e osparâmetros <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, inferiuexcelentes correlações inversas. As curvas ajusta<strong>da</strong>s aos pontos <strong>da</strong>Figura 5.15 <strong>de</strong> (a) a (c) apresentam correlações lineares entre essesméto<strong>do</strong>s, com R 2 varian<strong>do</strong> entre 0.8814 e 0.9864.64


Índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z (mgKOH/g)Índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z (mgKOH/g)1,81,61,41,21,00,80,60,40,20,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,01,8 y=-0,549x + 2,1141,61,41,21,00,80,60,40,2R 2 =0,9485y=-0,387x + 1,700R 2 =0,9157BMSBES0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Indução (h)Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> a 40 °C (mm 2 /s)4,604,554,504,454,404,354,304,254,20y=-0,073x + 4,652R 2 =0,9411y=-0,040x + 4,362R 2 =0,98640,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Indução (h)BMSBES(a)(b)y=-0,549x + 2,114R 2 =0,9485y=-0,387x + 1,700R 2 =0,9157BMSBESPerío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Indução (h)Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Kg/m 3 )890888886884882880878876874872y=-3,083x + 891,531R 2 =0,8814y=-2,812x + 884,437R 2 =0,88740,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Indução (h)BMSBES(c)Figura 5.15: Correlações entre os méto<strong>do</strong>s Índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z (a),Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> (b) e Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> (c) em função <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> Rancimat.5.5.4.2 Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> termoxi<strong>da</strong>tiva por PDSC-Mo<strong>do</strong> isotérmicoAs curvas isotermais obti<strong>da</strong>s por PDSC apresenta<strong>da</strong>s naFigura 5.16 ilustram os tempos <strong>de</strong> indução oxi<strong>da</strong>tiva (OIT), obti<strong>do</strong>spela extrapolação <strong>da</strong> linha <strong>de</strong> base e a tangente <strong>do</strong> primeiro sinalexotérmico, <strong>da</strong>s amostras <strong>de</strong> BMS (a) e <strong>do</strong> BES (b) antes e no final<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> armazenamento. Esses OIT foram obti<strong>do</strong>s <strong>sob</strong> umapressão <strong>de</strong> 1400 kPa e temperatura <strong>de</strong> 110 °C.65


Fluxo <strong>de</strong> calor (W/g)Fluxo <strong>de</strong> calor (W/g)86Mês zero12 meses420-2OIT=40 minexo10 20 30 40 50 60 70OIT (min)(a)1412Mês zero12 meses108642OIT=43 min0OIT=19 min-20 10 20 30 40 50 60 70OIT (min)(b)Figura 5.16: Curvas Isotérmicas referentes aos BMS (a) e BES (b) atemperatura <strong>de</strong> 110 °C.exoDiante <strong>de</strong>sses resulta<strong>do</strong>s, observa-se que no final <strong>do</strong>armazenamento, ocorreu expressiva diminuição <strong>do</strong>s OIT. O BES (b)partiu <strong>de</strong> 43 min e atingiu, no final <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, 19 min; Já o BMS (a),no início <strong>do</strong> armazenamento, o OIT foi <strong>de</strong> 40 min e não <strong>de</strong>tectável nofinal, indican<strong>do</strong> que a oxi<strong>da</strong>ção iniciou-se ocorreu durante o próprioarmazenamento e que, durante o ensaio, propagou a reação <strong>de</strong>66


Pressão Kpapolimerização. Desta feita, o BES apresentou maior estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> queo BMS no final <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, <strong>da</strong> mesma forma <strong>do</strong> obti<strong>do</strong> pelo Rancimat.Estes resulta<strong>do</strong>s corroboram com estu<strong>do</strong>s on<strong>de</strong> revelam que aocontrário <strong>do</strong>s satura<strong>do</strong>s, cuja <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong>s ésteres éconsi<strong>de</strong>ravelmente mais lenta po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrer em qualquer ponto aolongo <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s graxos (com exceção no grupo metil <strong>da</strong>ponta <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia), os insatura<strong>do</strong>s com mesmos números <strong>de</strong> duplasligações, mas com pesos moleculares maiores possuem tanto PIquanto OIT mais eleva<strong>do</strong>s, isto é, são mais estáveis (Monser, 2009),justifican<strong>do</strong> assim a maior estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> BES.5.5.4.3 PetroOXYComparan<strong>do</strong> a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva <strong>da</strong>s amostras <strong>de</strong> BMSe BES (Figura 5.17, a e b respectivamente) verifica-se que o PI <strong>do</strong>segun<strong>do</strong> (17 min) foi niti<strong>da</strong>mente superior ao <strong>do</strong> primeiro (8 min) nofinal <strong>do</strong> armazenamento.950900850800PI=8 minPI=60 min750700Mês zero12 meses0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Indução (min)(a)67


Pressão Kpa950900850800PI=17 minPI=60 min750700Mês zero12 meses0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Indução (min)(b)Figura 5.17: Tempos <strong>de</strong> Indução <strong>do</strong>s BMS (a) e BES (b)<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s por PetroOXY.Portanto, o biodiesel etílico apresentou, para esta análise,um comportamento mais estável à oxi<strong>da</strong>ção em relação ao metílicono final <strong>do</strong> armazenamento, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao Rancimat, PDSC e <strong>do</strong>perfil cromatográfico avalia<strong>do</strong> após os 12 meses <strong>de</strong> armazenamento,confirman<strong>do</strong> que o BES foi o que sofreu menos <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção.Comparan<strong>do</strong>-se os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong>sbiocombustíveis <strong>de</strong> soja avalia<strong>do</strong>s através <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s Rancimat,PDSC e PetroOXY para o início e final <strong>do</strong> armazenamento (Tabela5.5), observa-se que houve correspondência nos resulta<strong>do</strong>s, tanto natendência, isto é, uma diminuição no tempo <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção com oaumento no tempo <strong>de</strong> estocagem, quanto ao biodiesel mais estável(BES). Esse comportamento observa<strong>do</strong> durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>armazenamento está diretamente relaciona<strong>do</strong> com a concentração <strong>de</strong>peróxi<strong>do</strong> e hidroperóxi<strong>do</strong> no meio, necessários para iniciar a segun<strong>da</strong>etapa <strong>do</strong> processo oxi<strong>da</strong>tivo (Jain e Sharma, 2010).68


Tabela 5.5: Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Indução à oxi<strong>da</strong>ção antes e após oarmazenamento.AmostrasRancimat(h)PDSC(min)PetroOXY(min)Zero 12 meses Zero 12 meses Zero 12 mesesBES 3,58 0,83 43 19 60 17BMS 3,88 0,55 40 - 60 8Como o biodiesel <strong>de</strong> soja possui maior concentração <strong>de</strong>áci<strong>do</strong>s graxos insatura<strong>do</strong>s, a oxi<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>ssas substâncias se<strong>de</strong>senvolve a diferentes veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> número e <strong>da</strong>posição <strong>da</strong>s insaturações. Essa tendência aumenta à medi<strong>da</strong> quecresce o número <strong>de</strong> insaturações existentes na ca<strong>de</strong>ia. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>que o biodiesel <strong>de</strong> soja é forma<strong>do</strong> por mais <strong>de</strong> 50 % <strong>de</strong> ésteres <strong>de</strong>áci<strong>do</strong>s linoléico e linolênico evi<strong>de</strong>ncia a sua suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong> àoxi<strong>da</strong>ção. Assim, o biodiesel puro <strong>de</strong> soja não aten<strong>de</strong> a especificaçãoneste parâmetro, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser utiliza<strong>do</strong> puro como combustívelpara automotivos mesmo antes <strong>do</strong> armazenamento sem seradiciona<strong>do</strong> aditivo antioxi<strong>da</strong>nte. Fica evi<strong>de</strong>nte que somente osbiodieseis produzi<strong>do</strong>s com oleaginosas com alto teor <strong>de</strong> saturação,com exceção <strong>da</strong> mamona, aten<strong>de</strong>rão as exigências <strong>da</strong> ANP. Noentanto, esses combustíveis apresentam restrição quanto seu uso atemperaturas baixas.69


Capítulo 6Conclusões


6 Conclusões1. A caracterização físico-química <strong>da</strong>s amostras <strong>de</strong> biodiesel metílicoe etílico <strong>de</strong> soja indicou que os parâmetros analisa<strong>do</strong>s estavam<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s limites estabeleci<strong>do</strong>s pelo regulamento técnico <strong>da</strong> ANP,com exceção <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva.2. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por cromatografia gasosa confirmaram acomposição química pre<strong>do</strong>minantemente insatura<strong>da</strong> <strong>do</strong>s ésteres <strong>de</strong>áci<strong>do</strong>s graxos, ten<strong>do</strong> como componente majoritário o éster linoléicoem concentrações semelhantes no BES e BMS.3. A análise qualitativa <strong>da</strong>s amostras na região <strong>do</strong> infravermelhorevelou ban<strong>da</strong>s características <strong>de</strong> absorção <strong>do</strong>s principais gruposfuncional presentes nas moléculas <strong>de</strong>sses combustíveis, confirman<strong>do</strong>a transformação <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s graxos em ésteres.4. No monitoramento <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, os BMS e BES, durante osseis primeiros meses <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, apresentaram-se estáveis manten<strong>do</strong>se<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> limite máximo exigi<strong>do</strong> pela resolução vigente, eaumentaram consi<strong>de</strong>ravelmente nos meses seguintes. Acredita-seque esse aumento seja em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> água, vistoque sua presença <strong>da</strong> água favorece a hidrólise forman<strong>do</strong> áci<strong>do</strong>s comoprodutos.5. A viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> BMS e <strong>do</strong> BES aumentou, porém seus valoresnão exce<strong>de</strong>ram o limite estabeleci<strong>do</strong> pela ANP. A partir <strong>do</strong> sexto mêsesse aumento foi mais pronuncia<strong>do</strong>, estan<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> comlevantamentos on<strong>de</strong> mostram que a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> se correlaciona bemcom o índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z.6. A <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> aumentou em função <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> armazenamentopara ambas as amostras, porém esses aumentos não ultrapassaramo limite estabeleci<strong>do</strong> pela portaria vigente.71


7. Verificou-se que as amostras armazena<strong>da</strong>s, ao abrigo <strong>da</strong> luz e <strong>sob</strong>temperatura <strong>de</strong> 43 °C, durante seis meses, apresentaram-se estáveisem relação aos parâmetros avalia<strong>do</strong>s, com exceção <strong>do</strong> índice <strong>de</strong>estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s oxi<strong>da</strong>tiva que, mesmo antes <strong>de</strong> ser armazena<strong>do</strong>,apresentou-se abaixo <strong>do</strong> limite estabeleci<strong>do</strong> <strong>de</strong> 6 h.8. Evi<strong>de</strong>nciaram-se excelentes correlações entre os méto<strong>do</strong>s índice<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>de</strong>stes com Rancimat.9. Em relação à avaliação <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva realiza<strong>da</strong> pelosméto<strong>do</strong>s Rancimat, PDSC e PetroOXY, o BES apresentou umcomportamento mais estável à oxi<strong>da</strong>ção em relação ao BMS no final<strong>do</strong> armazenamento.72


Referências


ReferênciasALBUQUERQUE, A. R. Autoxi<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> ésteres metílicos <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>sgraxos: <strong>Estu<strong>do</strong></strong> teórico-experimental. João Pessoa. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Química <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba (UFPB).Dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong>, Paraíba, 2010.ALMEIDA, A. A. F. Avaliação <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> biodiesel etílico <strong>de</strong> milhopor meio <strong>de</strong> técnicas espectroscópicas. João Pessoa. Programa <strong>de</strong>Pós-Graduação em Química <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba(UFPB). Dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong>, Paraíba, 2007.ALMEIDA, A. A. F. Avaliação <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> biodiesel etílico <strong>de</strong> milhopor meio <strong>de</strong> técnicas espectroscópicas. João Pessoa. Programa <strong>de</strong>Pós-Graduação em Química <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba(UFPB). Dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong>, Paraíba, 2007.AMBRÓSIO, C. L. B.; GUERRA, N. B.E MANCINI FILHO, J.Características <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Manteiga<strong>de</strong> Garrafa: Parte II. Ciência e Tecnologia <strong>de</strong> Alimentos, Campinas.Vol 23, n. 3, p. 351-354, 2003.ANP–Agência Nacional <strong>de</strong> Petróleo Gás Natural e Biocombustível.Resolução nº. 7, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2008 (DOU 20.3.2008).Regulamento Técnico n° 01/ 2008. Diário Oficial <strong>da</strong> União, Brasília,DF, 2008a.ANP–Boletim Mensal <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong> Julho <strong>de</strong> 2011. Disponível emhttp://www.anp.gov.br/?id=472. Acessa<strong>do</strong> em 18/08/2011.ANP Anuário Estatístico 2007. Disponível em:http://www.anp.gov.br/<strong>do</strong>c/<strong>da</strong><strong>do</strong>s_estatisticos/Importacoes_e_Exportacoes_m3.xl.Acessa<strong>do</strong> em: 15/11/2007.ANTONIASSI, R., Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> avaliação <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva <strong>de</strong>óleos e gorduras, Boletim <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Pesquisa e Processamento <strong>de</strong>Alimentos (CEPPA), nº 19, p 353, 2001.ANVISA–Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária. Resolução nº 482,e 23 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1999. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br.Acessa<strong>do</strong> em 11/04/2008.BARCIA, M. T.; JACQUES, A. C.; PERTUZATTI, P. B.; ZAMBIAZI.Determinação <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> ascórbico e tocoferóis em frutas por CLAE.Ciências <strong>de</strong> Alimentos, vol. 31, nº 2, p. 381-390, 2010.74


BELLAVER, C. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e aspectos técnico-econômicos <strong>do</strong> setor <strong>de</strong>farinhas e gorduras <strong>de</strong> origem animal. Revista <strong>Biodiesel</strong>, vol. 26, p.17, 2008.BIOSTAB PROJECT RESULTS. Stability of <strong>Biodiesel</strong> – Used as a fuelfor diesel engines and heating systems. Summary Report.Wieselburg. BLT Wieselburg, Austria, 2003.BOBBIO, P. A.; BOBBIO, F. O. Química <strong>do</strong> processamento <strong>de</strong>alimentos. São Paulo, Livraria Varela, 2001. 143 p.BONDIOLI, P.; GASPAROLI, A.; LANZANI, A.; FEDELI, E.; VERONESE,S.; and SALA, M. Storage Stability of <strong>Biodiesel</strong>, JAOCS, vol. 72, p.699–702, 1995.BORGES, G. A Era <strong>do</strong> Petróleo. Soartigos.com, 2010. Disponível em:http://www.soartigos.com/articles/3285/1/A-ERA-DO-PETROLEO-/Invalid-LanguageVariable1.html. Acessa<strong>do</strong> em 26/07/2010.BOUAID, A.; MARTINEZ, M.; ARACIL, J. Production of <strong>Biodiesel</strong> fromBioethanol and Brassica Carinata Oil: Oxi<strong>da</strong>tion Stability Study.Bioresource Technology, vol. 100, p. 2234–2239, 2009.BRANDÃO, K. S. R. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> e otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>biodiesel a partir <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> soja (Glicine sp) e óleo <strong>de</strong> babaçu(Orbignya Martiana). Monografia graduação. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong>Maranhão (UFMA). 2005.BRANDÃO, K. S. R.; SILVA, F. C.; NASCIMENTO, U. M.; SOUZA, A.G.;CONCEIÇÃO, M.M.; MOURA, K. R. M. Otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong>produção <strong>de</strong> biodiesel metílico e etílico <strong>de</strong> soja. In: CONGRESSO DAREDE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE BIODIESEL, Artigos Técnicos– Científicos. Brasília- DF, vol. II, p. 127, 2006.CANDEIA, R. A. <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong> <strong>Soja</strong>: Síntese, Degra<strong>da</strong>ção e MisturasBinárias. João Pessoa, Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Química <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba (UFPB). Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong>, 2008.CANDEIA, R. A.; FREITAS, J. C. O.; CONCEIÇÃO, M. M.; SILVA, F. C.;SANTOS, I. M. G.; SOUZA, A. G. Análise Comparativa <strong>do</strong> <strong>Biodiesel</strong>Deriva<strong>do</strong> <strong>do</strong> Óleo <strong>de</strong> <strong>Soja</strong> obti<strong>do</strong> com Diferentes Alcoóis. Disponívelem:http://www.biodiesel.gov.br/<strong>do</strong>cs/congressso2006/Armazenamento/AnaliseComparativa2.pdf. Acessa<strong>do</strong> em: 23/04/2008.CANDEIA, R. A.; SILVA, M. C. D.; CARVALHO FILHO J. R.;BRASILINO, M. G. A.; BICUDO T. C.; SANTOS, I. M. G.; SOUZA A. G.75


Influence of soybean biodiesel content on basic properties ofbiodiesel–diesel blends. Fuel, vol 88, p.738–743, 2009.CAVALCANTI, E.; TOMACHUK, C.R.; ARAÚJO, F.; DEL VALLE, L.;FERRAZ, O.; MARQUES, L. G. C. Controle <strong>da</strong> Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Oxi<strong>da</strong>tiva <strong>de</strong>Diodiesel <strong>de</strong> <strong>Soja</strong> Através <strong>de</strong> Mistura <strong>de</strong> Aditivos Antioxi<strong>da</strong>ntes.Disponívelem:http://www.biodiesel.gov.br/<strong>do</strong>cs/congresso2007/armazenamento/11.pdf. Acessa<strong>do</strong> em 16/03/2009.Centro <strong>de</strong> Inteligência <strong>da</strong> <strong>Soja</strong>. Notícia 13/04/2010. Disponível nosite:http://www.cisoja.com.br/<strong>do</strong>wnloads/p_6_levantamento_<strong>de</strong>_safra_<strong>de</strong>_graos_-_marco_2010_safra_20092010_130410.pdf. Acessa<strong>do</strong> em: 20/04/2010.CNPE–Conselho Nacional <strong>de</strong> Políticas Energéticas, Mistério <strong>da</strong>s Minase Energia, Resolução <strong>de</strong> nº 2, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2009. Aprova<strong>do</strong> em14 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2009.DANTAS, M. B. Blen<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong>: Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Fluxo,Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Termo-oxi<strong>da</strong>tiva e Monitoramento DuranteArmazenamento. João Pessoa-PB. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação emQuímica <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba, UFPB. Tese <strong>de</strong>Doutora<strong>do</strong>, 2010.DeMAN, J.M.; DeMAN, L. Automated AOM test for fat stability. JournalAmerican Oil Chemists Society, vol 61(3), p 534-536, 1984.DOMINGOS, A. K. Otimização <strong>da</strong> Etanólise <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> raphanussativus l. e avaliação <strong>de</strong> sua estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção. Paraná,Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Química <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong>Paraná (UFPR). Dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong>, Curitiba, 2005.DU PLESSIS, L.M.; DE VILLIERS, J.B.M.; DER WALT, W.H. V. StabilityStudies on Methyl and Ethyl Fatty Acid Esters of Sunflowerseed Oil.JAOCS, vol. 62, p.748–752, 1985.EPA–United States Environmental Protection Agency. Acomprehensive analysis of biodiesel impacts on exhaust emissions.EPA 420-P-02001. Final report, 2002.FERRARI, R. A.; OLIVEIRA, V. S.; SCABIO A. <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong> <strong>Soja</strong>: Taxa<strong>de</strong> Conversão em Ésteres Etílicos, Caracterização Físico-química eConsumo em Gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Energia. Quim. Nova, vol. 28, nº. 1, 19-23,2005.76


FERRARI, R. A.; OLIVEIRA, V. S.; SCABIO A. Oxi<strong>da</strong>tive Stability of<strong>Biodiesel</strong> from Soybean Oil Fatty Acid Ethyl Esters. Sci. Agric.(Piracicaba, Braz.), vol. 62, nº 3, p.291-295, 2005.GARCIA, C. C.; COSTA, B. J.; VECHIATTO, W. W. D.; ZAGONEL, G.F.; SUCHEK, E. M.; ANTONIOSI FILHO, N. R; LELES, M. I.G. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>Comparativo <strong>da</strong> Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Oxi<strong>da</strong>tiva <strong>de</strong> Diferentes <strong>Biodiesel</strong> porTermogravimetria (TG) e Teste Rancimat. Disponível emhttp://www.biodiesel.gov.br/<strong>do</strong>cs/congressso2006/Caracterizacao/<strong>Estu<strong>do</strong></strong>Comparativo7.pdf. Acessa<strong>do</strong> em 10/01/2009GOMES, A. P. N. Bio<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong> <strong>Soja</strong>, Mamoma eHidrocarbonetos Monoaromáticos em Ambientes Aquáticos.Florianópoles, Programa <strong>de</strong> Pós Graduação em Engenharia Ambiental<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina (UFSC). Dissertação <strong>de</strong>Mestra<strong>do</strong>, 2008.GOTTSTEIN, T.; GROSCH, W. Mo<strong>de</strong>l study of different antioxi<strong>da</strong>ntproperties of -and Y-tocopherol in fats. Fat Sci. Technol, nº 92, p139-143, 1990.GUINAZI, M.; MILAGRES, R. C. R. M.; SANT’ANA, H. M P.; CHAVES, J.B. P. Tocoferois e Tocotrienois em Óleos Vegetais e Ovos. QuimicaNova, vol. 32, nº 8, p 2098-2103, 2009.GUSTONE, F. D. The chemistry of and Blackwell Publishing Ltd. BocaRaton, USA, 2004.HADORN, H.; ZURCHER, K. Zurbestimmung <strong>de</strong>r oxy<strong>da</strong>tionsstabilitatvon olen und fetten. Deustsche Le<strong>de</strong>nsmittel Rundschau, vol. 70, nº2, p. 57-65, 1974.IHA, O. K.; SUAREZ, P. A. Z. Composição e análises físico-químicas<strong>da</strong>s diversas oleaginosas para a produção <strong>de</strong> combustíveisalternativos. Disponível em: WWW.vsites.unb.br/iq/pg/resumo/osval<strong>do</strong>.pdf.Acessa<strong>do</strong> em: 03/04/2010.JAIN, S; SHARMA, M. P., Stability of <strong>Biodiesel</strong> and its Blends: Areview.Renewable and Sustainable Energy Rev, vol 14, p 667, 2010.KAPILAN, N.; BABU, T. P. A.; REDDY, R.P. Technical Aspects of<strong>Biodiesel</strong> and its Oxi<strong>da</strong>tion Stability. International Journal ofChemTech Research, vol.1, nº.2, p. 278-282, 2009.77


KNOTHE, G. “Designer” <strong>Biodiesel</strong>: Optimizing Fatty Ester Compositionto Improve Fuel Properties. Energy & Fuels., vol. 22, p 1358–1364,2008.KNOTHE, G. Some aspects of biodiesel oxi<strong>da</strong>tive stability. FuelProcessing Technology, vol 88, p. 669-677, 2007.KNOTHE, G.; GERPEN, J. V.; KRAHL, J.; RAMOS, L. P. Manual <strong>do</strong><strong>Biodiesel</strong>. Traduzi<strong>do</strong> <strong>do</strong> original “The <strong>Biodiesel</strong> Handbook” por LuizPereira Ramos. Editora Edgard Blücher, São Paulo–SP, 2006.KNOTHE, G.; GERPEN, J.V.; KRAHL, J. The biodiesel handbook. AOACPRESS, Champaign, USA, 2005.KNOTHE, G.; STEIDLEY K. R. Kinematic viscosity of biodiesel fuelcomponents and related compounds. Influence of compound structureand comparison to petrodiesel fuel components. Fuel, vol 84, p.1059–1065, 2005.KUCEK, K. T. Otimização <strong>da</strong> Transesterificação Etílica <strong>do</strong> Óleo <strong>de</strong> <strong>Soja</strong>em Meio Alcalino. Paraná, Programa <strong>de</strong> Pós Graduação <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Paraná (UFPR), 2004.KUSDIANA, D., and SAKA, S. Kinetics of Transesterification in.Rapeseed Oil to <strong>Biodiesel</strong> Fuels as Treated in Supercritical Methanol.Fuel, vol. 80, p. 693–698, 2001.LEUNG D.Y.C., KOO B.C.P., GUO Y. Degra<strong>da</strong>tion of biodiesel un<strong>de</strong>rdifferent storage conditions. Bioresource Technology, vol 97, p. 250–256, 2006.LEVY, P. Pressure Differential Scanning Calorimetry. ThermochimActa, vol 1, p. 429-439, 1970.LIMA, E. S.; ABDALLA, D. S. P. Revista Brasileira <strong>de</strong> CiênciasFarmacêuticas Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 37,nº 3, set./<strong>de</strong>z., 2001.LIMA, G.R; GONÇALVES, L. A. Quantificação <strong>de</strong> Tocoferóis em óleos<strong>de</strong> milho, soja, castanha-<strong>do</strong>-pará e castanha <strong>de</strong> caju porCromatografia Líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Alta Eficiência em Fase Reversa. Alimentose Nutrição, nº 8, p.65-73, 1997.LIMA, P.C.R. “O <strong>Biodiesel</strong> e a Inclusão Social” Consultoria Legislativa<strong>da</strong> Câmara <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s, Brasília, 2004.78


LÔBO, I. P.; FERREIRA, S. L. C.; CRUZ, R. S. <strong>Biodiesel</strong>: parâmetros<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e méto<strong>do</strong>s analíticos. Química Nova, Vol. 32, No. 6,1596-1608, 2009LUE, Y. F.; YEH, Y. Y. & WU, C. H. The emission characteristics of asmall DI diesel engine using biodieselblen<strong>de</strong>d fuels. J. Environ. Sci.Health, Part A–Toxic/Hazard. Subst. Environ. Eng, vol.36, p.845-859,2001.LUTZ, A. Vegetable oil as fuel-an environmentally and sociallycompatibleconcept for Mali. GATE-Eschborn 4, p. 38-46, 1992.MAHAJAN, S. K.; KONAR, S. and BOOCOCK D G. B. Determining theAcid Number of <strong>Biodiesel</strong>. JAOCS, vol. 83, p. 567–570, 2006.MARCHETTI, J. M.; MIGUEL, V. U.; ERRAZU, A. F. HeterogeneousEsterification of Oil With High Amount of Free Fatty Acids. Fuel, vol86, p. 906, 2007.MASUCHI, M. H.; CELEGHINI, R. M. S.; GONÇALVES, L. A. G.;GRIMALDI R. Quantificação <strong>de</strong> TBHQ (terc butil hidroquinona) eavaliação <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva em óleos comerciais Quim. Nova,vol 31, p 1053-1057, 2008Matérias-Primas para produção <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong>. Disponível em:http://www.biodieselbr.com/plantas/oleaginosas.htm. Acessa<strong>do</strong> em18/04/2010.MCCORMICK, R. L. end WESTBROOK S. R. Storage Stability of<strong>Biodiesel</strong> and <strong>Biodiesel</strong> Blends. Energy Fuels, vol 24, nº 1, p. 690–698, 2010.MELO, E. A.; GERRA, N. B.; Ação antioxi<strong>da</strong>nte <strong>de</strong> compostos fenólicosnaturalmente presentes em alimentos. Boletim <strong>da</strong> SBCTA, Capinas,vol 36 (1), p. 1-11, 2002.MITTELBACH, M. end GANGL, S. Long storage stability of biodieselma<strong>de</strong> from rapeseed and used frying oil. JAOCS, vol. 78, nº 6, p.573-577,2001.MONYEM, A.; VAN GERPEN, J. H. The Effect of <strong>Biodiesel</strong> Oxi<strong>da</strong>tion onEngine Performance and Emissions. Biomass and Bioenergy, vol 20,p. 317-325, 2001.MORETO, E. e ALVES, R. F. Óleos e Gorduras Vegetais:Processamento e Análises. Florianópolis, Ed UFSC, 1986.79


MORETTO, E. e FETT, R. Tecnologia <strong>de</strong> óleos e gorduras vegetais.Varela Editora e Livraria Lt<strong>da</strong>, 1989.MORETTO, E. Tecnologia <strong>de</strong> óleos e gorduras vegetais na indústria <strong>de</strong>alimentos, Varela: São Paulo, 1998.MOSER, B.R. Comparative Oxi<strong>da</strong>tive Stability of Fatty Acid AlkylEsters by Accelerated Methods. Journal of the American Oil ChemistsSociety, vol.86 (7): 699-706, 2009MOTHÉ, C. G.; AZEVEDO, A. D. Análise térmica <strong>de</strong> materiais. SãoPaulo (s.n), 2002.NABI, M. N.; AKHTER, M. S.; ZAGLUL SHAHADAT, M. M.Improvement of engine emissions with conventional diesel fuel anddiesel-biodiesel blends. Bioresource Technology, vol 97, p 372-378,2006.NETO, P. R. C.; ROSSI, L.F.S.; ZAGONEL, G.F.; RAMOS, L.P..Produção <strong>de</strong> biocombustível alternativo ao óleo diesel através <strong>da</strong>transesterificação <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> soja usa<strong>do</strong> em frituras. Química Nova,vol. 23, nº 4, p. 531-537, 2000.NETO, P.R. C. Obtenção <strong>de</strong> Ésteres Alquílicos (<strong>Biodiesel</strong>) por viaEnzimática. Florianópolis, Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Química <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina. Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong>, 2002.Ö BRIEN, R. D. Fat and oils: formulating and processing forapplications, 3rd ed. CRC Press, 2005.OLIVEIRA, J. S.; LEITE, P. M.; Desouza, L. B. MELLO, V. M.; SILVA, E.C.; RUBIM, J. C.; MENEGHETTI, S. M. P.; SUAREZ, P. A. Z.Characteristics and composition of. Jatropha Gossypiifolia andJatropha Curcas l. Oils and application for biodiesel production.Biomass Bioenerg., vol.33, p.449-453. 2009OZSEZEN, A. N.; CANAKCI M.; SAYIN, C. Effects of <strong>Biodiesel</strong> fromUsed Frying Palm Oil on the Exhaust Emissions of an IndirectInjection (IDI). Diesel Engine Energy & Fuels, vol 22, nº 4, p. 2796-2804, 2008.PARENTE, E. J. S. <strong>Biodiesel</strong>: uma aventura tecnológica num paísengraça<strong>do</strong>. Fortaleza: Unigráfica, 2003. 66p.PARK, J. Y.; KIM, D. K.; LEE, J. P.; PARK, S. C.; KIM, Y. J.; LEE, J. S.Blending effects of biodiesels on oxi<strong>da</strong>tion stability and low80


temperature flow properties. Bioresource Technology, nº 99:1196-1203, 2008.PETROTESTE INSTRUMENTS. Presentation PetroOXY for biodiesel.Disponívelem:http://www.petrolab.com/upload/1625_PtestPetroOXY_Han<strong>do</strong>ut.pdf. Acessa<strong>do</strong> em 17/02/2010.PRANKL, H.; SCHINDLBAUER, H. Oxi<strong>da</strong>tion Stability of Fatty AcidMethyl Esters. 10th European Conference on Biomass for Energy andIndustry. Würzburg, Germany, p. 8-11, 1998.RAMALHO, E. F. S. M; ALBUQUERQUE, A. <strong>do</strong>s R.; SANTOS I. M. G.,SOUZA; A. G. <strong>de</strong>, SOUZA A. L. Uso <strong>de</strong> Diferentes Técnicas <strong>da</strong>Avaliação <strong>da</strong> Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Oxi<strong>da</strong>tiva <strong>do</strong> <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong> Gordura <strong>de</strong>Frango. VII Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Análise Térmica e Calorimetria,São Paulo, 2010.RAMALHO, V. C. e JORGE, N. Antioxi<strong>da</strong>ntes Utiliza<strong>do</strong>s Em Óleos,Gorduras E Alimentos Gordurosos. Quim. Nova, vol. 29, nº 4, p 755-760, 2006.RAMOS, C. R.; HADDAD, R.; CABRINI, L. G.; CUNHA, I. B. S.SAWAYA, A. C. H. F. e EBERLIN M. N. Characterization of VegetableOils by Electrospray Ionization Mass Spectrometry Fingerprinting:Classification, Quality, Adulteration, and Aging. Anal. Chem, vol 77,p. 7429-7433, 2005.RAMOS, L. P.; DOMINGOS, A. K.; KUCEK, K. T.; WILHELM, H. M.<strong>Biodiesel</strong>: Um projeto <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica e sócioambientalpara o Brasil. Biotecnologia: Ciência e Desenvolvimento.vol. 31, p. 28-37, 2003.REDA, S. Y.; COSTA, B.; SOSSELA, R.; II Congresso <strong>da</strong> Re<strong>de</strong>Brasileira <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong>: livro <strong>de</strong> resumos, Brasília,Brasil, 2007.RINALDI R.; GARCIA C.; MARCINIUK L. L.; ROSSI A. V.;SCHUCHARDT U. Síntese <strong>de</strong> biodiesel: uma proposta contextualiza<strong>da</strong><strong>de</strong> experimento para laboratório <strong>de</strong> química geral. Quím. Nova, vol.30, nº 5, p. 1374-1380, 2007.RONSEIN, G; MIYAMOTO, S.; BECHARA, E.; Di MASCIO, P.; QuímicaNova, vol. 29, nº 3, p. 563-568, 200681


RUDNIK, E.; SZCZUCINSKA, A.; GWARDIAK, H.; SZULC, A.;WINIARSKA, A. Comparative studies of oxi<strong>da</strong>tive stability of linsee<strong>do</strong>il. Thermochimic Acta, vol. 370, p.135-140, 2001.SANTOS, J. C. O. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> Termoanalítico e Cinético <strong>da</strong> Degra<strong>da</strong>çãoTérmica <strong>de</strong> Óleos Lubrificantes Automotivos. João Pessoa, Programa<strong>de</strong> Pós-graduação em Química <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba(UFPB), 2004. Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong>.SANTOS, J. R. <strong>de</strong> J. <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong> Babaçu: Avaliação Térmica,Oxi<strong>da</strong>tiva e Misturas Binárias. João Pessoa. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Química <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba (UFPB).Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong>, Paraíba, 2008.SARIN, A.; ARORA, R.; SINGH, N.P.; SHARMA, M.; MALHOTRA, R.K.Influence of metal contaminants on oxi<strong>da</strong>tion stability of Jatrophabiodiesel. Energy, vol 34, p. 1271-1275, 2009.SHUMACHER, l. G.; MARSHALL, W.; KRAHL, J.; WETHERELL, W. B.;GRABOWSKI, M. S.; Trans. ASAE, vol 44, nº 6, p. 1465-1468, 2001.SILVA, C. L M <strong>da</strong>. Obtenção <strong>de</strong> Ésteres Etílicos a partir <strong>da</strong>Transesterificação <strong>do</strong> Óleo <strong>de</strong> Andiroba com Etanol. Campinas.Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Química <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong>Campinas (UNICAMP) Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>, São Paulo, 2005.SILVA, F. A. M.; BORGES, M. F. M.; FERREIRA, M. A. Méto<strong>do</strong>s paraAvaliação <strong>do</strong> Grau <strong>de</strong> Oxi<strong>da</strong>ção Lipídica e <strong>da</strong> Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Antioxi<strong>da</strong>nte.Química Nova, vol 22, nº 1, 1999.SILVA, K. M.; CASSELA, A. R.; ROCHA, M. I. Avaliação <strong>da</strong>Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à Oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> <strong>Biodiesel</strong>. Disponível em:http://www.simea.org.br/Cont/trabalhos/papers08/PAP0019-17.09-14h10AuditrioIPE.pdf. Acessa<strong>do</strong> em 20/03/2009.SILVA, M.C.D. et al. Avaliação <strong>do</strong> Efeito Antioxi<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> Líqui<strong>do</strong> <strong>da</strong>Castanha <strong>de</strong> Caju (LCC) em Óleo e <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong> Mamona. I Congresso<strong>da</strong> Re<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong>. V. II. Brasilia-DF,2006.SILVERSTEIN, R.M.; WEBSTER, F.X.; KIEMLE, D.J. I<strong>de</strong>ntificaçãoEspectrométrica <strong>de</strong> Compostos Orgânicos 7a ed. LTC, Rio <strong>de</strong> Janeiro,2006.SOLOMONS, T. W. G. Química Orgânica 1. Ed LTC. 6 ed, 1996.82


Stability of <strong>Biodiesel</strong>–Used as a fuel for diesel engines and heatingsystems. Summary. Report. Published by BLT Wieselburg, Austria(2003).SUAREZ, P. A. Z.; MENEGHETTI, S. M. P; MENEGHETTI, M. R.; WOLF,C. R. Transformação <strong>de</strong> Triglicerí<strong>de</strong>os em Combustíveis, MateriaisPoliméricos e Insumos Químicos: Algumas Aplicações <strong>da</strong> Catálise naOleoquímica. Química Nova, vol 30, nº3, p. 667-676, 2007.SUAREZ, P. A. Z.; SANTOS, A. L. F.; RODRIGUES J. P. e ALVES, M. B.Biocombustíveis a Partir <strong>de</strong> Óleos e Gorduras: Desafios Tecnológicospara Viabilizá-los. Quim Nova, vol. 32, nº 3, p. 768-775, 2009.Swiglo, G. A.; Sikorska, E. Simple reversed-phase liquidchromatography method for <strong>de</strong>termination of tocopherols in edibleplant oils. Jounal of Chromatography A, 1048: 195–8, 2004Tecbio. Disponível no site:http://www.tecbio.com.br/<strong>Biodiesel</strong>nobrasil. Acessa<strong>do</strong> em:22/11/2006.TEIXEIRA, C. M. e MORALES, M. E. Microalga como matéria-primapara a produção <strong>de</strong> biodiesel. Disponível no site:http://www.biodiesel.gov.br/<strong>do</strong>cs/congressso2006/agricultura/MicroalgaComo.pdf.Acessa<strong>do</strong> em 12/02/2010.THOMPSON, J.C.; PETERSON, C.L.; REECE, D.L. and BECK S.M., Two-Year Storage Study with Methyl and Ethyl Esters of Rapeseed. TransASAE, vol. 41, p.931–939,1998.TORREY, M. Tribology & Lubrication Tech., vol.64, p. 26, 2008TÜV, Future Application Technologies–<strong>Biodiesel</strong> for Vehicles. TÜVBayern Holding AG, p. 53, 2002.VASCONCELOS, A. F. F. Conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Misturas <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong> Etílicoquanto aos Parâmetros Reológicos, Flui<strong>do</strong>dinâmicos, Oxi<strong>da</strong>tivos eCarburantes. João Pessoa-PB. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação emQuímica <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba, UFPB. Tese <strong>de</strong>Doutora<strong>do</strong>, 2009.VIEIRA, J. A. V.; PORTILHO, B. D; LIMA, M. S. DA SILVA. Remoção eReabsorção <strong>de</strong> Água em <strong>Biodiesel</strong> <strong>de</strong> Mamona e <strong>Soja</strong>. II Congresso <strong>da</strong>Re<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong>, Brasília-DF, 2007.83


WANG, W. G., LYONS, D. W.; CLARK, N. N.; GAUTAM, M.; andNorton, P.M. Emissions from Nine Heavy Trucks Fueled by Diesel and<strong>Biodiesel</strong> Blend without Engine Modification. Eviron. Sci. Technol, vol34, p. 933-939, 2000.WARNER K; NEFF W.; ELLER FJ. Enhancing quality and oxi<strong>da</strong>tivestability of aged fried food with g-tocopherol. J Agric Food Chem, nº51, p 623–627, 2003.WILHELM, H. M; PENTEADO, R. A. N.; SILVA, E. L.; KRUGER, E. A.;REMPEL, D.; CUNHA, R. B. C.;VENTURA, V. G.; KERECZ, A.; ARAÚJO,C. R,; STORTI, S.; NETO, P. R. C.; RAMOS, L. P. Avaliação <strong>do</strong>Desempenho <strong>de</strong> Misturas <strong>de</strong> <strong>Biodiesel</strong> em Motor <strong>do</strong> Ciclo Diesel paraAplicação em Geração <strong>de</strong> Energia Elétrica. Disponível em:http://www.biodiesel.gov.br/<strong>do</strong>cs/congresso2007/caracterizacao/8.pdf. Acessa<strong>do</strong> em22/10/2008.XIN, J., IMAHARA H., SAKA S. Oxi<strong>da</strong>tion stability of biodiesel fuel asprepared by supercritical methanol. Science Direct, vol 87, p.1807-1813, 2008.YIN, J. Z.; XIAO, M.; SONG, J. B. <strong>Biodiesel</strong> from soybean oil insupercritical methanol with co-solvent. Energy Convers Manage., vol49, p. 908-912, 2008YOSHIDA, Y.; NIKI, E.; NOGUCHI, N. Comparative study on theaction of tocopherols and tocotrienols as antioxi<strong>da</strong>nt: chemical andphysical effects. Chem. Phys. Lipids, vol 123, p 63-75, 2003.84


Anexo85


AnexoREGULAMENTO TÉCNICO ANP Nº 1/20081. ObjetivoEste Regulamento Técnico aplica-se ao biodiesel, <strong>de</strong> origem nacional ou importa<strong>da</strong>, a sercomercializa<strong>do</strong> em território nacional adiciona<strong>do</strong> na proporção prevista na legislação aplicávelao óleo diesel conforme a especificação em vigor, e em misturas específicas autoriza<strong>da</strong>s pelaANP.2. Normas AplicáveisA <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>s características <strong>do</strong> biodiesel será feita mediante o emprego <strong>da</strong>s normas<strong>da</strong> Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (ABNT), <strong>da</strong>s normas internacionais "AmericanSociety for Testing and Materials" (ASTM), <strong>da</strong> "International Organization for Stan<strong>da</strong>rdization"(ISO) e <strong>do</strong> "Comité Européen <strong>de</strong> Normalisation" (CEN).Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> incerteza, repetitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e reprodutibili<strong>da</strong><strong>de</strong> forneci<strong>do</strong>s nos méto<strong>do</strong>srelaciona<strong>do</strong>s neste Regulamento <strong>de</strong>vem ser usa<strong>do</strong>s somente como guia para aceitação <strong>da</strong>s<strong>de</strong>terminações em duplicata <strong>do</strong> ensaio e não <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como tolerância aplica<strong>da</strong>aos limites especifica<strong>do</strong>s neste Regulamento.A análise <strong>do</strong> produto <strong>de</strong>verá ser realiza<strong>da</strong> em uma amostra representativa <strong>do</strong> mesmoobti<strong>da</strong> segun<strong>do</strong> méto<strong>do</strong>s ABNT NBR 14883 – Petróleo e produtos <strong>de</strong> petróleo – Amostragemmanual ou ASTM D 4057 – Prática para Amostragem <strong>de</strong> Petróleo e Produtos Líqui<strong>do</strong>s <strong>de</strong>Petróleo (Practice for Manual Sampling of Petroleum and Petroleum Products) ou ISO 5555(Animal and vegetable fats and oils – Sampling).As características constantes <strong>da</strong> Tabela <strong>de</strong> Especificação <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s <strong>de</strong>acor<strong>do</strong> com a publicação mais recente <strong>do</strong>s seguintes méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ensaio:2.1. Méto<strong>do</strong>s ABNTMÉTODOTÍTULONBR 6294 Óleos lubrificantes e aditivos – Determinação <strong>de</strong> cinza sulfata<strong>da</strong>NBR 7148 Petróleo e produtos <strong>de</strong> petróleo – Determinação <strong>da</strong> massa específica, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>relativa e ºAPI – Méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>nsímetroNBR 10441 Produtos <strong>de</strong> petróleo – Líqui<strong>do</strong>s transparentes e opacos – Determinação <strong>da</strong>viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> cinemática e cálculo <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> dinâmicaNBR 14065 Destila<strong>do</strong>s <strong>de</strong> petróleo e óleos viscosos – Determinação <strong>da</strong> massa específica e <strong>da</strong><strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa pelo <strong>de</strong>nsímetro digital.NBR 14359 Produtos <strong>de</strong> petróleo – Determinação <strong>da</strong> corrosivi<strong>da</strong><strong>de</strong> – méto<strong>do</strong> <strong>da</strong> lâmina <strong>de</strong>cobreNBR 14448 Produtos <strong>de</strong> petróleo – Determinação <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z pelo méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> titulaçãopotenciométricaNBR 14598 Produtos <strong>de</strong> petróleo – Determinação <strong>do</strong> Ponto <strong>de</strong> Fulgor pelo aparelho <strong>de</strong> vasofecha<strong>do</strong> Pensky-MartensNBR 14747 Óleo Diesel – Determinação <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> entupimento <strong>de</strong> filtro a frioNBR 15341 <strong>Biodiesel</strong> – Determinação <strong>de</strong> glicerina livre em biodiesel <strong>de</strong> mamona porcromatografia em fase gasosaNBR 15342 <strong>Biodiesel</strong> – Determinação <strong>de</strong> monoglicerí<strong>de</strong>os, diglicerí<strong>de</strong>os e ésteres totais embiodiesel <strong>de</strong> mamona por cromatografia em fase gasosaNBR 15343 <strong>Biodiesel</strong> – Determinação <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> metanol e/ou etanol porcromatografia gasosaNBR 15344 <strong>Biodiesel</strong> – Determinação <strong>de</strong> glicerina total.e <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> triglicerí<strong>de</strong>os em biodiesel<strong>de</strong> mamonaNBR 15553 Produtos <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> óleos e gorduras – Ésteres metílicos/etílicos <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>sgraxos – Determinação <strong>do</strong>s teores <strong>de</strong> cálcio, magnésio, sódio, fósforo e potássiopor espectrometria <strong>de</strong> emissão ótica com plasma indutivamente acopla<strong>do</strong>86


(ICPOES)NBR 15554 Produtos <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> óleos e gorduras – Ésteres metílicos/etílicos <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>sgraxos – Determinação <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> sódio por espectrometria <strong>de</strong> absorção atômicaNBR 15555 Produtos <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> óleos e gorduras – Ésteres metílicos/etílicos <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>sgraxos – Determinação <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> potássio por espectrometria <strong>de</strong> absorção atômicaNBR 15556 Produtos <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> óleos e gorduras – Ésteres metílicos/etílicos <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>sgraxos – Determinação <strong>de</strong> sódio, potássio, magnésio e cálcio por espectrometria <strong>de</strong>absorção atômica2.2. Méto<strong>do</strong>s ASTMMÉTODOTÍTULOASTM D93 Flash Point by Pensky-Martens Closed Cup TesterASTM D130 Detection of Copper Corrosion from Petroleum Products by the Copper StripTarnish TestASTM D445 Kinematic Viscosity of Transparent and Opaque Liquids (and the Calculation ofDynamic Viscosity)ASTM D613 Cetane Number of Diesel Fuel OilASTM D664 Acid Number of Petroleum Products by Potentiometric TitrationASTM D874 Sulfated Ash from Lubricating Oils and AdditivesASTM D1298 Density, Relative Density (Specific Gravity) or API Gravity of Cru<strong>de</strong> Petroleumand Liquid Petroleum Products by HydrometerASTM D4052 Density and Relative Density of Liquids by Digital Density MeterASTM D4530 Determination of Carbon Residue (Micro Method)ASTM D4951 Determination of Additive Elements in Lubricating Oils by Inductively CoupledPlasma Atomic Emission SpectrometryASTM D5453 Total Sulfur in Light Hydrocarbons, Motor Fuels and Oils by UltravioletFluorescenceASTM D6304 Test Method for Determination of Water in Petroleum Products, LubricatingOils, and Additives by Coulometric Karl Fisher TitrationASTM D6371 Cold Filter Plugging Point of Diesel and Heating FuelsASTM D6584 Determination of Free and Total Glycerine in <strong>Biodiesel</strong> Methyl Esters by GasChromatographyASTM D6890 Determination of Ignition Delay and Derived Cetane Number (DCN) of DieselFuel Oils by Combustion in a Constant Volume Chamber2.3. Méto<strong>do</strong>s EN/ ISOMÉTODOTÍTULOEN 116 Determination of Cold Filter Plugging PointEN ISO 2160 Petroleum Products – Corrosiveness to copper – Copper strip testEN ISO 3104 Petroleum Products – Transparent and opaque liquids – Determination ofkinematic viscosity and calculation of dynamic viscosityEN ISO 3675 Cru<strong>de</strong> petroleum and liquid petroleum products – Laboratory <strong>de</strong>termination of<strong>de</strong>nsity – Hydrometer methodEN ISO 3679 Determination of flash point – Rapid equilibrium closed cup methodEN ISO 3987 Petroleum Products – Lubricating oils and additives – Determination of sulfate<strong>da</strong>shEN ISO 5165 Diesel fuels – Determination of the ignition quality of diesel fuels – CetaneengineEN 10370 Petroleum Products – Determination of carbon residue – Micro MethodEN ISO 12185 Cru<strong>de</strong> petroleum and liquid petroleum products. Oscillating U-tubeEN ISO 12662 Liquid Petroleum Products – Determination of contamination in middledistillatesEN ISO 12937 Petroleum Products – Determination of water – Coulometric Karl Fischer87


TitrationEN 14103 Fat and oil <strong>de</strong>rivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination ofester and linolenic acid methyl ester contentsEN 14104 Fat and oil <strong>de</strong>rivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination ofacid valueEN 14105 Fat and oil <strong>de</strong>rivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination offree and total glycerol and mono-, di- and triglyceri<strong>de</strong> content – (ReferenceMethod)EN 14106 Fat and oil <strong>de</strong>rivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination offree glycerol contentEN 14107 Fat and oil <strong>de</strong>rivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination ofphosphorous content by inductively coupled plasma (ICP) emissionspectrometryEN 14108 Fat and oil <strong>de</strong>rivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination ofsodium content by atomic absorption spectrometryEN 14109 Fat and oil <strong>de</strong>rivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination ofpotassium content by atomic absorption spectrometryEN 14110 Fat and oil <strong>de</strong>rivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination ofmethanol contentEN 14111 Fat and oil <strong>de</strong>rivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination ofiodine valueEN 14112 Fat and oil <strong>de</strong>rivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination ofoxi<strong>da</strong>tion stability (accelerated oxi<strong>da</strong>tion test)EN 14538 Fat and oil <strong>de</strong>rivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination ofCa, K, Mg and Na content by optical emission spectral analysis with inductivelycoupled plasma (ICP-OES)EN ISO 20846 Petroleum Products – Determination of low sulfur content – Ultravioletfluorescence methodEN ISO 20884 Petroleum Products – Determination of sulfur content of automotive fuels –Wavelength- dispersive X-ray fluorescence spectrometryTabela I: Especificação <strong>do</strong> <strong>Biodiesel</strong>CARACTERÍSTICAMÉTODOUNIDADE LIMITEABNT NBR ASTM D EN/ISOAspecto - LII (1) - - -Massa específica a 20º C kg/m 3 850-9007148 1298 EN ISO 367514065 4052 EN ISO 12185Viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> Cinemática a 40ºC mm 2 /s 3,0-6,0 10441 445 EN ISO 3104Teor <strong>de</strong> Água, máx. (2) mg/kg 500 - 6304 EN ISO 12937Contaminação Total., máx. mg/kg 24 - - EN ISO 12662Ponto <strong>de</strong> fulgor, mín. (3) ºC 100,0 1459893-EN ISO 3679Teor <strong>de</strong> éster, mín % massa 96,5 15342 (4) (5) - EN 14103Resíduo <strong>de</strong> carbono (6) % massa 0,050 - 4530 -Cinzas sulfata<strong>da</strong>s, máx. % massa 0,020 6294 874 EN ISO 3987Enxofre total., máx. mg/kg 50Sódio + Potássio, máx. mg/kg 5Cálcio + Magnésio, máx. mg/kg 5--1555415555155531555615553155565453-EN ISO 20846EN ISO 20884EN 14108EN 14109EN 14538- EN 1453888


Fósforo, máx. mg/kg 10 15553 4951 EN 14107Corrosivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ao cobre, 3h a 50 - 1 14359 130 EN ISO 2160ºC, máx.Número <strong>de</strong> Cetano (7) - Anotar - 613 EN ISO 51656890 (8)Ponto <strong>de</strong> entupimento <strong>de</strong> filtro ºC 19 (9) 14747 6371 EN 116a frio, máx.Índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z, máx. mg KOH/g 0,50 14448-664--EN 14104 (10)Glicerol livre, máx. % massa 0,02 15341 (5)--6584 (10)--EN 14105 (10)EN 14106 (10)Glicerol total., máx. % massa 0,25 15344 (5)-6584 (10)--EN 14105 (10)Mono, di, triacilglicerol (7) % massa Anotar 15342 (5)15344 (5)6584 (10) --EN 14105 (10)Metanol ou Etanol, máx. % massa 0,20 15343 - EN 14110Índice <strong>de</strong> Io<strong>do</strong> (7) g/100g Anotar - - EN 14111Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à oxi<strong>da</strong>ção a h 6 - - EN 14112 (10)110ºC, mín.(2)**Nota:(1) LII – Límpi<strong>do</strong> e isento <strong>de</strong> impurezas com anotação <strong>da</strong> temperatura <strong>de</strong> ensaio.(2) O limite indica<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser atendi<strong>do</strong> na certificação <strong>do</strong> biodiesel pelo produtor ou importa<strong>do</strong>r.(3) Quan<strong>do</strong> a análise <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> fulgor resultar em valor superior a 130ºC, fica dispensa<strong>da</strong> a análise <strong>de</strong>teor <strong>de</strong> metanol ou etanol.(4) O méto<strong>do</strong> ABNT NBR 15342 po<strong>de</strong>rá ser utiliza<strong>do</strong> para amostra oriun<strong>da</strong> <strong>de</strong> gordura animal.(5) Para biodiesel oriun<strong>do</strong> <strong>de</strong> duas ou mais matérias-primas distintas <strong>da</strong>s quais uma consiste <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong>mamona:a) teor <strong>de</strong> ésteres, mono-, diacilgliceróis: méto<strong>do</strong> ABNT NBR 15342;b) glicerol livre: méto<strong>do</strong> ABNT NBR 15341;c) glicerol total., triacilgliceróis: méto<strong>do</strong> ABNT NBR 15344;d) metanol e/ou etanol: méto<strong>do</strong> ABNT NBR 15343.(6) O resíduo <strong>de</strong>ve ser avalia<strong>do</strong> em 100% <strong>da</strong> amostra.(7) Estas características <strong>de</strong>vem ser analisa<strong>da</strong>s em conjunto com as <strong>de</strong>mais constantes <strong>da</strong> tabela <strong>de</strong>especificação a ca<strong>da</strong> trimestre civil. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser envia<strong>do</strong>s pelo produtor <strong>de</strong> biodiesel à ANP,toman<strong>do</strong> uma amostra <strong>do</strong> biodiesel comercializa<strong>do</strong> no trimestre e, em caso <strong>de</strong> neste perío<strong>do</strong> havermu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> tipo <strong>de</strong> matéria-prima, o produtor <strong>de</strong>verá analisar número <strong>de</strong> amostras correspon<strong>de</strong>nte aonúmero <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> matérias-primas utiliza<strong>da</strong>s.(8) Po<strong>de</strong>rá ser utiliza<strong>do</strong> como méto<strong>do</strong> alternativo o méto<strong>do</strong> ASTM D6890 para número <strong>de</strong> cetano.(9) O limite máximo <strong>de</strong> 19ºC é váli<strong>do</strong> para as regiões Sul, Su<strong>de</strong>ste, Centro-Oeste e Bahia, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> seranota<strong>do</strong> para as <strong>de</strong>mais regiões. O biodiesel po<strong>de</strong>rá ser entregue com temperaturas superiores ao limitesupramenciona<strong>do</strong>, caso haja acor<strong>do</strong> entre as partes envolvi<strong>da</strong>s. Os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> análise indica<strong>do</strong>s nãopo<strong>de</strong>m ser emprega<strong>do</strong>s para biodiesel oriun<strong>do</strong> apenas <strong>de</strong> mamona.(10) Os méto<strong>do</strong>s referencia<strong>do</strong>s <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m vali<strong>da</strong>ção para as matérias-primas não previstas no méto<strong>do</strong> erota <strong>de</strong> produção etílica.Tabela II – Ponto <strong>de</strong> entupimento <strong>de</strong> filtro a frioUFLIMITE MÁXIMO, ºCJan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezSP MG MS 12 12 12 7 3 3 3 3 7 9 9 12GO DF MT ES RJ 12 12 12 10 5 5 5 8 8 10 12 12PR SC RS 10 10 7 7 0 0 0 0 0 7 7 1089

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!