perÃcia contábil: o mercado de trabalho do perito contador ... - Unesc
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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESCCURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEISFERNANDO MACARINI LOSSOPERÍCIA CONTÁBIL: O MERCADO DE TRABALHO DO PERITOCONTADOR NO ÂMBITO TRABALHISTACRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2010
FERNANDO MACARINI LOSSOPERÍCIA CONTÁBIL: O MERCADO DE TRABALHO DO PERITOCONTADOR NO ÂMBITO TRABALHISTATrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso, apresenta<strong>do</strong>para obtenção <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> Bacharel no curso <strong>de</strong>Ciências Contábeis da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong>Extremo Sul Catarinense, UNESC.Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Leonel Luiz PereiraCRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2010
FERNANDO MACARINI LOSSOPERÍCIA CONTÁBIL: O MERCADO DE TRABALHO DO PERITO CONTADOR NOÂMBITO TRABALHISTATrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso aprova<strong>do</strong> pelaBanca Examina<strong>do</strong>ra para obtenção <strong>do</strong> Grau <strong>de</strong>Bacharel, no Curso <strong>de</strong> Ciências Contábeis daUniversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Extremo Sul Catarinense,UNESC, com Linha <strong>de</strong> Pesquisa em Perícia.Criciúma, 17 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010.BANCA EXAMINADORAProf. Leonel Luiz Pereira – Esp. - (<strong>Unesc</strong>) – Orienta<strong>do</strong>rProf. Adilson Pagani Ramos - Msc - (<strong>Unesc</strong>) - Examina<strong>do</strong>r 1Prof. Luciano Ducioni - Esp - (<strong>Unesc</strong>) - Examina<strong>do</strong>r 2
2Dedico este <strong>trabalho</strong> primeiramente a Deuspor concedi<strong>do</strong> saú<strong>de</strong> e força para alcançarmais esta conquista; aos meus paisBonacor Losso e Zenai<strong>de</strong> Macarini Losso eminha namorada Bruna Car<strong>do</strong>so Luiz peloincentivo e apoio nos momentos difíceis; e ato<strong>do</strong>s que acompanharam e ajudaram aconquistar mais esta etapa da minha vida.Minha gratidão a to<strong>do</strong>s vocês é imensa einesgotável.
3AGRADECIMENTOSA Deus, por estar presente em to<strong>do</strong>s os momentos da minha vida,conce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-me saú<strong>de</strong>, força nos momentos difíceis, orientação, sabe<strong>do</strong>ria ecapacitação.Aos meus familiares, especialmente aos meus pais, Bonacor e Zenai<strong>de</strong>,que em to<strong>do</strong>s os momentos me incentivaram e apoiaram em mais esta caminhada.A minha namorada Bruna, pelo apoio e compreensão pela minhaausência em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s momentos.Ao meu orienta<strong>do</strong>r. Professor Esp. Leonel Luis Pereira, por transmitirconhecimento <strong>de</strong> forma segura, e pela significativa contribuição na elaboração <strong>de</strong>ste<strong>trabalho</strong>, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> que a sua participação foi <strong>de</strong> fundamental importância emminha formação.Aos professores a coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> curso, pelo apoio e conhecimentoscompartilha<strong>do</strong>s.Aos colegas <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, Dirceu, Diego, Fernan<strong>do</strong>, Moises, Alisson, Diogoque participaram <strong>do</strong>s momentos importantes da minha vida acadêmica,compartilhan<strong>do</strong> os bons e difíceis momentos.Enfim, a to<strong>do</strong>s os que, direta ou indiretamente, colocaram na realização<strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong>, minha gratidão a to<strong>do</strong>s vocês é imensa, por terem contribuí<strong>do</strong> para oalcance <strong>de</strong> mais um sonho <strong>de</strong> minha vida.
4“Perícia contábil é a verificação <strong>de</strong> fatosliga<strong>do</strong>s ao patrimônio individualiza<strong>do</strong>visan<strong>do</strong> oferecer opinião, mediantequestões propostas. Para tal opiniãorealizam-se exames, vistorias, indagações,avaliações, arbitramentos, em suma to<strong>do</strong> equalquer procedimento necessário áopinião.”Antonio Lopes <strong>de</strong> Sá
5RESUMOLOSSO, Fernan<strong>do</strong> Macarini. Perícia contábil: O <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r no âmbito Trabalhista. 2010. 57 p. Orienta<strong>do</strong>r: Leonel Luis Pereira.Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso <strong>de</strong> Ciências Contábeis. Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ExtremoSul Catarinense – UNESC. Criciúma – SC.A perícia contábil é <strong>de</strong>stacada como um <strong>do</strong>s principais ramos da contabilida<strong>de</strong>, quevisa esclarecer <strong>de</strong>terminadas questões ou fatos com apresentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>, que éelabora<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong> contábil. Este estu<strong>do</strong> é o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma pesquisa literáriareferente à perícia contábil. Visa a apresentar os conhecimentos pertinentes aoassunto em questão, procedimentos, normas e leis que regem a profissão, bemcomo <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r na perícia judicial, na área trabalhistacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Criciúma-SC. Perícia contábil é um instrumento técnico científico <strong>de</strong>constatação, prova ou <strong>de</strong>monstração, quanto à veracida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos liga<strong>do</strong>s aopatrimônio <strong>de</strong> pessoas e empresas. O objetivo da perícia é respon<strong>de</strong>r aos quesitospertinentes a um processo judicial, elucidan<strong>do</strong> os questionamentos. O <strong>perito</strong>, aorealizar a perícia por meio <strong>de</strong> exames, vistorias, indagações, investigações,avaliações entre outros <strong>de</strong>ve agir com honestida<strong>de</strong> e responsabilida<strong>de</strong> que lhe foiconfiada. Somente conta<strong>do</strong>res habilita<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m exercer a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r. Para alicerçar este <strong>trabalho</strong>, foi realizada uma pesquisa referente ao<strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r no âmbito trabalhista, com isso foi elaboradauma pesquisa para saber com está o <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r emnossa região. A partir <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r e constatar ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>importância a atuação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r para o juiza<strong>do</strong> e para sua vida profissional.Palavras-chave: Perícia Contábil, Perito, Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Trabalho.
6LISTA DE ILUSTRAÇÕESQuadro 01: Referentes aos Procedimentos <strong>de</strong> Perícia ............................................. 20Quadro 02: Referente às Características <strong>de</strong> perícia e Auditoria ............................... 23Quadro 03: Referentes aos Direitos e Deveres <strong>do</strong> Perito ......................................... 29Quadro 04: Referentes ao Honorários ...................................................................... 37Quadro 05: Referente à área que você <strong>perito</strong> mais atua no âmbito trabalhista......... 44Quadro 06: Referente às fases <strong>do</strong> processo que você <strong>perito</strong> participa ..................... 45Quadro 07: Referente <strong>do</strong> número <strong>de</strong> processos por mês que participa .................... 46Quadro 08: Referente a função exercida pelo <strong>perito</strong> ................................................. 46Quadro 09: Referente qual a reclamatória mais buscada no âmbito trabalhista ....... 47Quadro 10: Referente ao recebimento <strong>do</strong>s honorários profissionais ......................... 48Quadro 11: Referente às dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelo <strong>perito</strong> ................................. 48Quadro 12: Referente ao tempo <strong>de</strong> entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial ................................... 49Quadro 13: Referente valor <strong>do</strong>s honorários recebi<strong>do</strong>s .............................................. 50Quadro 14: Referente qual visão você tem da profissão contábil ............................. 50Quadro 15: Referente o motivo que leva você a escolher a área <strong>de</strong> perícia contábil 51Quadro 16: Referentes aos bacharéis em ciências contábeis <strong>de</strong>vam exercerativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r ...................................................................................... 52
7LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASCPC – Comitê <strong>de</strong> Pronunciamentos ContábeisCFC – Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>NBC – Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>CPIs – Comissões Parlamentares <strong>de</strong> InquéritoNBC PP1 – Normas Brasileira <strong>do</strong> Perito ContábilNBC P 2 – Normas Profissionais <strong>do</strong> Perito ContábilNBC T 13 – Normas técnicas da Perícia ContábilSC – Santa CatarinaPMC – Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Criciúma
8SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 101.1 Tema e Problema ............................................................................................... 101.2 Objetivos da Pesquisa ...................................................................................... 111.3 Justificativa ........................................................................................................ 111.4 Meto<strong>do</strong>logia ....................................................................................................... 122. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 142.1 Aspectos Históricos .......................................................................................... 142.2 A Perícia Contábil .............................................................................................. 152.2.1 Objetivo da Perícia Contábil .......................................................................... 172.3 Normas Profissionais <strong>do</strong> Perito ....................................................................... 172.4 Classificações <strong>de</strong> Perícia Contábil .................................................................. 182.4.1 Perícia Semijudicial ........................................................................................ 182.4.2 Perícia judicial ................................................................................................ 192.4.3 Perícia extrajudicial ........................................................................................ 212.4.4 Perícia arbitral ................................................................................................ 212.5 Perícia e Auditoria ............................................................................................. 222.6 Perito Conta<strong>do</strong>r ................................................................................................. 242.6.1 Perito Conta<strong>do</strong>r Assistente ........................................................................... 252.7 Recusa................................................................................................................ 262.7.2 Substituição <strong>do</strong> <strong>perito</strong> .................................................................................... 272.8 Sigilo Profissional ............................................................................................. 282.9 Direitos e Deveres <strong>do</strong> Perito ............................................................................. 282.9.1 Penalida<strong>de</strong>s .................................................................................................... 302.9.2 Zelo Profissional ............................................................................................ 302.9.3 A Prova Pericial .............................................................................................. 312.9.4 Meios <strong>de</strong> prova ............................................................................................... 332.9.5 Ônus da Prova ................................................................................................ 332.9.6 Responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Perito .......................................................................... 342.9.7 Honorários Profissionais ............................................................................... 352.9.8 Lau<strong>do</strong>s Periciais ............................................................................................. 392.10 Perícia Contábil em Processo Trabalhista .................................................... 402.10.1 Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Trabalho ................................................................................... 42
93. ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 433.1 Análise <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s .............................................................................................. 43Como se viu, os quadros mostram que o campo <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> contábilna região <strong>de</strong> Criciúma-SC e bastante vasto, e com ganhos consi<strong>de</strong>ráveis, como<strong>perito</strong> <strong>do</strong> juiz e que muitos optam em exercer a este tipo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> por umaprofissão <strong>de</strong>sejada e pelo ganho financeiro, e venho por meio <strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong>dizer que a pesquisa foi alcançada <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sta amostra <strong>de</strong>quadros os principais <strong>trabalho</strong>s e fases em que o <strong>perito</strong> participa no âmbitotrabalhista. ............................................................................................................... 524. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 53REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55APÊNDICE – Questionário Aplica<strong>do</strong> a Pesquisa .................................................. 58ANEXO A – Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244/09 ........................................................... 61ANEXO B – Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.243/09 ........................................................... 79
101. INTRODUÇÃOEste estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>screve os procedimentos e os requisitos técnicos eprofissionais básicos a serem, observa<strong>do</strong>s pelos <strong>perito</strong>s no <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong> seu<strong>trabalho</strong>.O <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> contábil tem como foco principal a verificação <strong>do</strong>patrimônio <strong>de</strong> pessoas físicas ou jurídicas. Para isso, o mesmo <strong>de</strong>ve estar<strong>de</strong>vidamente capacita<strong>do</strong> e atualiza<strong>do</strong>, a fim <strong>de</strong> que suas respostas aos quesitosmanifestadas no lau<strong>do</strong> não traga prejuízos a terceirosNeste capítulo será relata<strong>do</strong> o tema e o problema aborda<strong>do</strong> nestapesquisa, bem como seus objetivos gerais e específicos, trazen<strong>do</strong> também acontribuição e a meto<strong>do</strong>logia aplicada no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> perícia contábil no âmbitotrabalhista na região <strong>de</strong> Criciúma SC.1.1 Tema e ProblemaA contabilida<strong>de</strong>, com o avanço da tecnologia, teve que se aperfeiçoar eorganizar-se para criar novos procedimentos tanto no controle patrimonial, gerenciale financeira, acompanha<strong>do</strong> o <strong>merca<strong>do</strong></strong> para assim alcançar a sua perfeição e ter umcrescimento econômico financeiro. A atual socieda<strong>de</strong> empresarial está mais exigentee organizada não se contenta<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s e serviços que não <strong>de</strong>tenhaqualida<strong>de</strong>, na busca <strong>de</strong> novos profissionais para colherem bons frutos e resulta<strong>do</strong>sque agra<strong>de</strong>m seus acionistas com um excelente <strong>de</strong>sempenho profissional.Com a busca cada vez maior pelo conhecimento <strong>do</strong>s profissionais da áreacontábil para uma menor margem <strong>de</strong> erro, um profissional da perícia contábil <strong>de</strong>vese manter atualiza<strong>do</strong> buscan<strong>do</strong> acompanhar os avanços ocorri<strong>do</strong>s na área. Assim o<strong>perito</strong> contábil também se especializa para oferecer seus serviços com maiorqualida<strong>de</strong> possível, pois sua opinião é importante para o juiz ter uma tomada <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão.A perícia contábil trabalhista é executada por conta<strong>do</strong>res, no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong><strong>trabalho</strong> pericial po<strong>de</strong> ser visto que é a figura <strong>do</strong> <strong>perito</strong> quem auxilia os juízes <strong>do</strong>
11<strong>trabalho</strong>, ten<strong>do</strong> em vista seu conhecimento e imparcialida<strong>de</strong> na análise <strong>de</strong> processoscabíveis com suas funções no universo pericial. Na Perícia contábil, há uma técnicanecessária para a execução <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s, formação necessária da classe elevantamento e conhecimentos específicos das <strong>do</strong>cumentações a serem analisadas,junto a isso gostaria <strong>de</strong> esclarecer como é o universo da perícia contábil. Assimlevan<strong>do</strong> a seguinte questão – problema:Qual a perspectiva <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r no âmbito da justiça <strong>do</strong><strong>trabalho</strong> no município <strong>de</strong> Criciúma-SC?1.2 Objetivos da PesquisaObjetivo geral <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> consiste em verificar os principaisprocedimentos utiliza<strong>do</strong>s na perícia trabalhista e quais os conhecimentosnecessários a execução <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>.Os objetivos específicos consistem em:• Caracterizar a perícia trabalhista conforme a literatura existente.• Abordar a perícia no âmbito da justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>; e• Investigar por meio <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong> campo, qual a visão profissional <strong>do</strong><strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r no âmbito da justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> no município <strong>de</strong> Criciúma SC.1.3 JustificativaA perícia contábil trabalhista vem se <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> no <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r como uma área ampla e promissora, sen<strong>do</strong> um importanteramo da contabilida<strong>de</strong>.Segun<strong>do</strong> Figueire<strong>do</strong> (2003, p. 41), a perícia contábil é “o conjunto <strong>de</strong>procedimentos técnicos e científicos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a levar informações <strong>de</strong> prova
12necessárias para auxiliar a <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> juiz no processo, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as normasjurídicas e profissionais”. Para Hoog (2005, p.48) <strong>de</strong>screve que,Após edição da lei 8455, <strong>de</strong> 24. 08. 1992 que introduziram alteraçõesrelativas à perícia e aos <strong>perito</strong>s, visualizamos a ocupação <strong>de</strong> espaçosignificativo na mídia quanto ao <strong>trabalho</strong> executa<strong>do</strong> por profissionais e, emespecial, os seus resulta<strong>do</strong>s querem na área <strong>de</strong> engenharia, aci<strong>de</strong>ntesaéreos, construção civil, quer na área medica, especialmente nos casos <strong>de</strong>atenta<strong>do</strong> contra a vida e a honra; igual importância tem na área contábilenvolven<strong>do</strong> fatores como aferição <strong>de</strong> contas relativas às campanhaspolíticas, frau<strong>de</strong>s em gran<strong>de</strong>s e renomadas instituições financeiras e atemesmo no âmbito familiar, na separação conjugal, quanto abrange gran<strong>de</strong>sfortunas.A perícia trabalhista é especificamente uma área <strong>de</strong> poucos estu<strong>do</strong>s, abibliografia é consi<strong>de</strong>rada escassa, sen<strong>do</strong> encontradas publicações que englobam otema sem <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> enfoque especial e aprofunda<strong>do</strong>, e essa escassez bibliográficadificulta aqueles que necessitam e não pertence à área para adquirir uma visão maisclara e precisa sobre aspectos contábeis. Desta forma, este estu<strong>do</strong> visa a contribuir<strong>de</strong> forma teórica com a ciência contábil.A contribuição prática <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> se concentra na divulgação <strong>do</strong>sconhecimentos que um <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve ter nas diversas etapas <strong>de</strong> uma perícia contábiltrabalhista, e <strong>de</strong> que forma po<strong>de</strong>rá auxiliar aqueles que trabalham na área comnovos esclarecimentos, bem como para os estudantes que visam atuar nela.Este estu<strong>do</strong> tem uma relevância social ética, pois a perícia visa apresentaa verda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos. O respeito à ética <strong>de</strong>ve estar envolvi<strong>do</strong> no exercício <strong>de</strong>qualquer profissão, mas principalmente na profissão contábil, não somente porinteresses <strong>de</strong> pessoas indiretamente ligadas ao patrimônio, mas porque a ética fazparte da própria ciência contábil.1.4 Meto<strong>do</strong>logiaNeste tópico apresentam-se os procedimentos e tipo meto<strong>do</strong>lógico a ser<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s neste <strong>trabalho</strong> e a postura <strong>de</strong> autores relaciona<strong>do</strong>s com o assuntoapresenta<strong>do</strong>, e tem por objetivo respon<strong>de</strong>r o problema elabora<strong>do</strong> neste <strong>trabalho</strong>.De acor<strong>do</strong> com Andra<strong>de</strong> (2005, p.124),Nesse tipo <strong>de</strong> pesquisa bibliográfica, os fatos são observa<strong>do</strong>s, registra<strong>do</strong>s,analisa<strong>do</strong>, classifica<strong>do</strong>s e interpreta<strong>do</strong>s, sem que o pesquisa<strong>do</strong>r interfira
13neles. Isto significa que os fenômenos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> físico e humano sãoestuda<strong>do</strong>s, mas não manipula<strong>do</strong>s pelo pesquisa<strong>do</strong>r.A pesquisa consiste em um estu<strong>do</strong> bibliográfico, realiza<strong>do</strong> principalmentepor meio <strong>de</strong> materiais já elabora<strong>do</strong>s, tais como: livros revistas, artigos <strong>de</strong> internet eoutros meios utiliza<strong>do</strong>s como apoio para este estu<strong>do</strong> como interrogações a <strong>perito</strong>sconta<strong>do</strong>res.Em relação à tipologia quanto à abordagem <strong>do</strong> problema, será utilizada apesquisa qualitativa por não utilizar no tratamento das informações <strong>de</strong> técnicasestatísticas. Segun<strong>do</strong> Diehl e Tatim (2004, p. 52),Os estu<strong>do</strong>s qualitativos po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>screver a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>problema e a interação <strong>de</strong> certas variáveis, compreen<strong>de</strong>r a classificar osprocessos dinâmicos vivi<strong>do</strong>s por grupos sociais, contribuir no processo <strong>de</strong>mudança <strong>de</strong> da<strong>do</strong> grupo e possibilitar, em maior nível <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, oentendimento das particularida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong>s indivíduos.Quanto aos procedimentos, à tipologia utilizada será o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso,que será um levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, um questionário on<strong>de</strong> os <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>resapontaram as principais ativida<strong>de</strong>s e como esta o <strong>merca<strong>do</strong></strong> em que ele trabalha.Dessa forma, o estu<strong>do</strong> terá característica quanto ao objetivo <strong>de</strong> pesquisa<strong>de</strong>scritiva <strong>de</strong> abordagem qualitativa, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>scritivabibliográfica, diante <strong>de</strong>stes instrumentos escolhi<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>vem contribuir para oalcance <strong>do</strong>s objetivos propostos, sen<strong>do</strong> relevante esclarecerem o problema eaprofundar o tema através da análise <strong>de</strong> exemplo prático.
142. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICANeste capítulo será abordada a fundamentação teórica <strong>de</strong>sta pesquisa.Inicialmente <strong>de</strong>screve-se a perícia contábil, seus aspectos históricos e seu conceito.Em seguida, as normas profissionais <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, as espécies <strong>de</strong> perícia com ênfase àperícia contábil no âmbito trabalhista, as principais diferenças entre perícia eauditoria. Na seqüência, é esclarecida a figura <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r e a nomeação <strong>do</strong><strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente, a recusa da realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, impedimentos,substituição, responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> e honorário profissional. Por fim, aborda-sea perícia contábil em processo trabalhista.2.1 Aspectos HistóricosA contabilida<strong>de</strong> como umas das profissões mais antigas vem sea<strong>de</strong>quan<strong>do</strong> com o dia a dia das socieda<strong>de</strong>s, hoje ela é umas das profissões maisimportante para as organizações empresarias, dan<strong>do</strong> o norte para as empresas,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito tempo ela e executada por profissionais que trazem benefícios para asocieda<strong>de</strong>, e assim po<strong>de</strong>mos observar a seguir.A profissão <strong>de</strong> conta<strong>do</strong>r é uma das mais antigas, Zanna (2005, p. 19)<strong>de</strong>screve que,os arqueólogos informaram que o Egito Antigo (6000 anos a.C) dispunha<strong>do</strong>s escribas que faziam anualmente as contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e o balanço daeconomia. Na hierarquia daquele povo o escriba pertencia ao corpo <strong>de</strong>fiscais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, ocupava a quarta posição, como segue: em primeiro lugaro Faraó, um rei/<strong>de</strong>us; em segun<strong>do</strong> lugar, o Clero (sacer<strong>do</strong>tes); em terceirolugar, o exército (militares); e, em quarto lugar, a Contabilida<strong>de</strong> (escribas).Mas foram os gregos 2000 anos a.C., aproximadamente, que aperfeiçoaraos controles contábeis egípcios e os aplicaram também às ativida<strong>de</strong>sprivadas.Segun<strong>do</strong> Drummond, (1995), esses foram os primeiros a apresentar aconta <strong>de</strong> lucros e perdas.A perícia por meio <strong>de</strong> verificações, análises <strong>de</strong> provas e <strong>do</strong>cumentos vêmpara contribuir para a socieda<strong>de</strong>, não mesmo ela vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muitos anos, a muitosrelatos na Índia e na Grécia que como po<strong>de</strong>mos ver a seguir.
15Segun<strong>do</strong> Sá (2000, p. 14) “a expressão perícia advém <strong>do</strong> latim peritia, queem seu senti<strong>do</strong> próprio significa conhecimento adquiri<strong>do</strong> pela experiência, bem comoexperiência”.O professor Lopes Sá (2004, p. 28) acrescenta que significa também“habilida<strong>de</strong> em alguma arte ou profissão; experiência; <strong>de</strong>streza; exame, vistoria <strong>de</strong>caráter técnico-especializa<strong>do</strong>".Antigamente, no início da civilização, o lí<strong>de</strong>r <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong>sempenhava opapel <strong>de</strong> <strong>perito</strong>, legisla<strong>do</strong>r e executor <strong>do</strong>s assuntos que precisavam <strong>de</strong> seu auxílio ouaprovação. Com a evolução da civilização o po<strong>de</strong>r saiu <strong>do</strong>s antigos lí<strong>de</strong>res e assim aperícia tornou-se mais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte até chegar aos dias atuais.Na Índia, Grécia e Egito há registros <strong>de</strong> que o <strong>perito</strong> era eleito pelaspartes para <strong>de</strong>sempenhar não apenas o papel <strong>de</strong> <strong>perito</strong>, mas também <strong>de</strong> juiz. Foi noDireito Romano primitivo que a figura <strong>do</strong> <strong>perito</strong> passou a existir <strong>de</strong> fato apesar <strong>de</strong>continuar ligada a <strong>de</strong> árbitro, pois o lau<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> era aceito como a própriasentença.Somente com o <strong>de</strong>senvolvimento jurídico no Oci<strong>de</strong>nte foi que a figura <strong>do</strong><strong>perito</strong> <strong>de</strong>svinculou-se da pessoa <strong>do</strong> árbitro. A Perícia foi introduzida oficialmente noBrasil através <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Civil - CPC <strong>de</strong> 1939. Isto não significa dizerque antes não existissem <strong>perito</strong>s e <strong>trabalho</strong>s <strong>de</strong> perícia. O que ocorria era que esse<strong>trabalho</strong> não era regulamenta<strong>do</strong>. Entretanto, é fácil se supor que poucasautorida<strong>de</strong>s, públicas ou privadas, faziam uso <strong>de</strong> <strong>perito</strong>s, nesta época. Em 1946,com a regulamentação da profissão contábil através <strong>do</strong> Decreto-lei 9.245,institucionalizou-se a Perícia Contábil. Mas, na realida<strong>de</strong>, foi somente a partir dapromulgação <strong>do</strong> novo Código <strong>de</strong> Processo Civil <strong>de</strong> 1973 que a perícia passou acontar com regras claras e or<strong>de</strong>nação jurídica conveniente.2.2 A Perícia ContábilPerícia contábil é uma análise técnica <strong>de</strong> fatos liga<strong>do</strong>s à área contábil,com o objetivo <strong>de</strong> esclarecer dúvidas sobre a matéria em questionamento.Lopes <strong>de</strong> Sá (2000, p. 17) “fala que a perícia contábil e a verificação <strong>de</strong>fatos liga<strong>do</strong>s ao patrimônio individualiza<strong>do</strong> visan<strong>do</strong> oferecer opinião, mediante
16questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações,investigações, avaliações, arbitramentos, em suma to<strong>do</strong> e qualquer procedimentonecessário à opinião”.Segun<strong>do</strong> as Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, Resolução <strong>do</strong> ConselhoFe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> - CFC nº 1.243 publicada em 18 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009,esta Norma estabelece regras e procedimentos técnico científicos a seremobserva<strong>do</strong>s pelo <strong>perito</strong>, quan<strong>do</strong> da elaboração <strong>de</strong> perícia contábil, no âmbito judicial,extrajudicial, inclusive arbitral, mediante o esclarecimento <strong>do</strong>s aspectos e <strong>do</strong>s fatos<strong>do</strong> litígio por meio <strong>de</strong> exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação,ou certificação.Para Alberto (1996, p.46) <strong>de</strong>staca,<strong>de</strong>finin<strong>do</strong> que o objetivo da ciência contábil é o patrimônio, já po<strong>de</strong>m,logicamente, inferir que a perícia será <strong>de</strong> natureza contábil sempre querecair sobre elementos objetivos, constitutivos, prospectivos ou externos,<strong>do</strong> patrimônio <strong>de</strong> quaisquer entida<strong>de</strong>s, seja elas físicas ou jurídicasformalizadas ou não, estatais ou privadas.Já Alberto (1996, p. 48), <strong>de</strong>screve que perícia é um “instrumento técnicocientífico <strong>de</strong> constatação, prova ou <strong>de</strong>monstração, quan<strong>do</strong> é veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong>situações, coisas ou fatos das relações efeitos e haveres que fluem <strong>do</strong> patrimônio <strong>de</strong>quaisquer entida<strong>de</strong>s.” Sen<strong>do</strong> assim, a perícia contábil e a atribuição <strong>de</strong> quem éespecialista em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> assunto e possui<strong>do</strong>r <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s e técnicassuperiores aos <strong>de</strong>mais profissionais da área contábil.Nesse senti<strong>do</strong> Alberto (1996, p.50) ressalta que,a perícia contábil tem por objetivo geral a constatação, prova ou<strong>de</strong>monstração contábil da verda<strong>de</strong> real sobre seu objeto, transferin<strong>do</strong>-o,através <strong>de</strong> sua materialização o lau<strong>do</strong>, para o or<strong>de</strong>namento da instância<strong>de</strong>cisória, judicial ou extrajudicialmente.A perícia será voltada à contabilida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> refere a exames, vistorias,indagações, investigações, avaliações, arbitramento, situações, coisas ou fatos eque tenham como objetivo o patrimônio <strong>de</strong> qualquer pessoa física ou jurídica e quepossa servir <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância a socieda<strong>de</strong>. Assim o <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> contábilfica volta<strong>do</strong> para trazer a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> algo que esta sen<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong> por partesinteressadas, envolven<strong>do</strong> valores em que o <strong>perito</strong> com seu conhecimento, vaianalisar o correto <strong>de</strong>stino ou com quem <strong>de</strong>ve ficar assim auxilian<strong>do</strong> o juiz na tomada<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.
172.2.1 Objetivo da Perícia ContábilO objetivo da perícia contábil é <strong>de</strong>monstrar através <strong>de</strong> análises <strong>de</strong><strong>do</strong>cumentações a verda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> transparência nos <strong>trabalho</strong>sexecuta<strong>do</strong>s.Segun<strong>do</strong> Alberto (2000, p. 51) “o maior objetivo da perícia contábil é averda<strong>de</strong> sobre o objeto examina<strong>do</strong>, é a transferência da verda<strong>de</strong> contábil para oor<strong>de</strong>namento da instância <strong>de</strong>cisória”.Para Magalhães (2001, p. 23) “a perícia é um meio elucidativo e <strong>de</strong> provaque a legislação admite, é o parecer <strong>de</strong> profissional entendi<strong>do</strong> na matéria emjulgamento. Como meio <strong>de</strong> prova é o testemunho humano da existência everacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coisas e fatos, e como parecer, é a opinião autorizada <strong>de</strong> quemconhece a espécie questionada.”.A perícia contábil tem um gran<strong>de</strong> papel na socieda<strong>de</strong> através <strong>de</strong> suaserieda<strong>de</strong> e comprometimento <strong>do</strong>s profissionais envolvi<strong>do</strong>s, e seu objetivo maior e averda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos mostran<strong>do</strong> para a população o gran<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> executa<strong>do</strong>s pordiversos profissionais <strong>de</strong> nossa região.2.3 Normas Profissionais <strong>do</strong> PeritoAs Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> estabelecem a condutaprofissional e os procedimentos técnicos a serem observa<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> da realização<strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s que estão previstos na Resolução CFC nº 857/99. São classificadasem profissionais e técnicas e caracterizam-se pela nomenclatura NBC, queestabelecem conceitos <strong>do</strong>utrinários:a) NBC PP 1, e NBC P 2, Normas profissionais <strong>de</strong> <strong>perito</strong> contábil, foi reformula<strong>do</strong>pela Resolução CFC nº 1.244 <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro 2009 pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Contabilida<strong>de</strong>, trata da competência técnico profissional, habilida<strong>de</strong>s profissionais,educação continuada, in<strong>de</strong>pendência, impedimento <strong>do</strong> exercício da ativida<strong>de</strong>,impedimento e suspeição, recusa, honorários profissionais, <strong>do</strong> sigilo,responsabilida<strong>de</strong>s e zelo, utilização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> especialistas. (Anexo A).
18b) NBC T 13, Normas técnicas <strong>de</strong> perícia contábil, conforme a resolução 858/99 <strong>de</strong>21 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, reformulada pela Resolução CFC nº 1.243 publicada em 18<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009, trata <strong>do</strong> conceito e objetivos, execução, procedimentos,planejamento, lau<strong>do</strong> pericial contábil e parecer pericial contábil. (Anexo B).2.4 Classificações <strong>de</strong> Perícia ContábilNeste capítulo serão explanadas as diferentes formas <strong>de</strong> perícia contábile suas aplicações e especificações junto com os autores pesquisa<strong>do</strong>s.Sá (2004, p. 7) classifica as perícias em três gran<strong>de</strong>s grupos gerais:Perícias Judiciais; Perícias Administrativas e Perícias Especiais.Alberto (2000) apresenta a perícia contábil como perícia judicial, periciasemijudicial, pericia extrajudicial e pericia arbitral.Assim, po<strong>de</strong>mos observar que os autores cita<strong>do</strong>s apresentam formasdiferenciadas <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> perícia, mas, no entanto os autores estabelecem omesmo objetivo, a apresentação <strong>de</strong> provas e fatos verídicos para a solução <strong>do</strong>sconflitos em litígio, neste <strong>trabalho</strong> serão aborda<strong>do</strong>s quatro tipos <strong>de</strong> perícia contábilmais comum.Que são:• Pericia judicial;• Pericia semijudicial;• Perícia extrajudicial;• Perícia arbitral;No <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> serão expostos os conceitos <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>talhadadas perícias contábeis conforme os autores pesquisa<strong>do</strong>s e a sua forma <strong>de</strong> utilização.2.4.1 Perícia SemijudicialPerícia Contábil semijudicial é realizada por estatais, por meios políticos,autorida<strong>de</strong>s administrativas ou parlamentares, observan<strong>do</strong> as regras legais que
19regem a perícia contábil. Seguin<strong>do</strong> as regras da área judicial, esta é realizada porinstituição governamental fora <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r judiciário. De acor<strong>do</strong> com Alberto (1996, p.54), “a perícia semijudicial é aquela realizada <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> aparato institucional <strong>do</strong>esta<strong>do</strong>, porém fora <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r judiciário, ten<strong>do</strong> como finalida<strong>de</strong> principal ser meio <strong>de</strong>prova nos or<strong>de</strong>namentos institucionais.”Conforme Zanna (2005, p. 53),esta espécie <strong>de</strong> perícia contábil ocorre, por exemplo, no âmbito <strong>do</strong> Tribunal<strong>de</strong> Impostos e Taxas e po<strong>de</strong> acontecer, por requerimento, no âmbito <strong>de</strong>Comissões Parlamentares <strong>de</strong> Inquérito (CPIs) e inquéritos administrativos.Seguem as <strong>de</strong>terminações <strong>do</strong> magistra<strong>do</strong> ou autorida<strong>de</strong>s equivalentessegun<strong>do</strong> os po<strong>de</strong>res da Republica em que acontece o <strong>trabalho</strong> pericial, osditames <strong>do</strong> CPC e das NBC’s aplicáveis a cada caso.Classifica-se semijudicial, pois se subdivi<strong>de</strong> conforme o aparato estatalatuante, em administrativo tributário, no círculo da administração pública tributária ouconselho <strong>de</strong> contribuinte, em parlamentar nas comissões parlamentares <strong>de</strong> inquéritoou especiais, e policial nos inquéritos, ou seja, autorida<strong>de</strong>s governamentaispossuem o po<strong>de</strong>r jurisdicional e po<strong>de</strong>m realizar inquéritos e solicitar a períciacontábil semijudicial. (ZANNA, 2005)Dessa forma, verifica-se que essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perícia qualifica-secomo semijudicial, pois as autorida<strong>de</strong>s políticas, como parlamentares eadministrativas, têm algum po<strong>de</strong>r jurisdicional para exercer esta ativida<strong>de</strong>.2.4.2 Perícia judicialA perícia judicial surge em uma ação judicial, em que o juiz nomeia um<strong>perito</strong> especialista, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser nomea<strong>do</strong> pelo juiz ou pelas partes interessadasno processo em questão.“A perícia judicial tem sua origem na ação posta em juízo, ou seja, originasesob a esfera jurídica, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser <strong>de</strong>terminada diretamente pelo juiz dirigente <strong>do</strong>processo ou a ele requeri<strong>do</strong> por uma das partes interessadas. Na perícia judicial, osexames são na maioria das vezes específicos e recaem sobre os fatos que já seencontram em discussão no processo” (SANTOS, 2004. p. 86).
20Segun<strong>do</strong> Zanna (2005, p. 53) “a perícia judicial é que acontece no âmbito<strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Judiciário e segue as <strong>de</strong>terminações <strong>do</strong> magistra<strong>do</strong>, os ditames <strong>do</strong> CPC eas NBC’s e aplicáveis a cada caso.”Alberto (1996, p. 53) esclarece que a realização da perícia judicial ocorre“por <strong>de</strong>terminação, requerimentos ou necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus agentes ativos e seprocessa segun<strong>do</strong> regras legais específicas.”Segun<strong>do</strong> Sá (2004, p. 57) “a perícia contábil judicial é a que visa a servir<strong>de</strong> prova, esclarecimento o juiz sobre assuntos em litígio que merecem seujulgamento, objetivan<strong>do</strong> fatos relativos ao patrimônio aziendal ou <strong>de</strong> pessoas.”No quadro abaixo é <strong>de</strong>monstra-se cada uma das etapas da períciacontábil para melhor visualização:ExameO exame <strong>de</strong>stina-se normalmente à análise <strong>de</strong> livros e <strong>do</strong>cumentos;VistoriaJá a vistoria objetiva a verificação e a constatação <strong>de</strong> situação, coisasou fato <strong>de</strong> forma circunstancial, ou seja, sua avaliação, e;AvaliaçãoA avaliação tem por finalida<strong>de</strong> quantificar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> bem,<strong>de</strong>terminar o valor das coisas, bens, direitos, obrigações, <strong>de</strong>spesas ereceitas.Quadro 01: Referentes aos Procedimentos <strong>de</strong> PeríciaFonte: Art. 420 <strong>do</strong> CPC.Hoog (2005) <strong>de</strong>screve, na esfera judicial, como principais: nas varas <strong>de</strong>falências e concordatas; nas varas da fazenda pública e execuções fiscais; nasvaras <strong>de</strong> família, na justiça fe<strong>de</strong>ral e na justiça arbitral. Assim percebe-se que aperícia judicial é utilizada em diversas esferas, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionarinformações precisas para a solução <strong>do</strong> quesito que esta sen<strong>do</strong> julga<strong>do</strong>.
212.4.3 Perícia extrajudicialA extrajudicial é aplicada fora <strong>do</strong> âmbito judicial, e estabelecida pelavonta<strong>de</strong> das partes, com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>svendar as dúvidas, tais como: suspeitam <strong>de</strong>frau<strong>de</strong>, erros, <strong>de</strong>svios, e avaliações <strong>de</strong> ativos.Alberto (2000, p. 54), explica que a “Perícia Extrajudicial é aquelarealizada fora <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, por necessida<strong>de</strong> e escolha <strong>de</strong> entes físicos e jurídicosparticulares – priva<strong>do</strong>s, vale dizer – no senti<strong>do</strong> estrito, ou seja, não submetíeis aoutra pessoa encarregada <strong>de</strong> arbitrar a matéria conflituosa (fora <strong>do</strong> juízo arbitral,também)”.Já Alberto (1996, p. 54) <strong>de</strong>staca ainda que,a perícia extrajudicial é aquela realizada fora <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, por necessida<strong>de</strong> eescolha <strong>de</strong> entes físicos e jurídicos particulares priva<strong>do</strong>s, vale dizer nosenti<strong>do</strong> estrito, ou seja, não subjetiveis a outra pessoa encarregada <strong>de</strong>arbitrar a matéria conflituosa [...] já no segun<strong>do</strong> caso esta via é instalada acolocar nos justos termos os interesses <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s namatéria potencialmente duvi<strong>do</strong>sa ou conflituosa; e no terceiro caso, quan<strong>do</strong>visa á comparação das manifestações patológicas da matéria periciada(frau<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>svios, simulações etc.).Zanna (2005, p. 53) esclarece que “perícia extrajudicial tem por objetivoesclarecer pontos <strong>de</strong> discórdia entre pessoas que querem atingir o entendimentosem utilizar recursos judiciais ou arbitrais.”A perícia extrajudicial através <strong>de</strong> iniciativa das partes interessadas po<strong>de</strong>mcom o auxilio <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>svendar e analisar o que esta em questão, nãosen<strong>do</strong> preciso entrar em um longo processo judicial, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> assim ser resolvi<strong>do</strong>com uma maior agilida<strong>de</strong> entre as questões discutidas e agradan<strong>do</strong> <strong>de</strong> formaexpressa as partes.2.4.4 Perícia arbitralA perícia contábil é realizada por um <strong>perito</strong>, cuja modalida<strong>de</strong> não ésolicitada pela justiça, porém possui valor da perícia judicial, sen<strong>do</strong> solicitada porvonta<strong>de</strong> das partes.
22De acor<strong>do</strong> com Alberto (2000, p. 54) “a perícia arbitral é aquela realizadano juízo arbitral-instância <strong>de</strong>cisória criada pela vonta<strong>de</strong> das partes”. A arbitragem éum meio <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> conflitos extrajudicialmente, on<strong>de</strong> o árbitro <strong>de</strong>sempenha afunção <strong>do</strong> juiz.Alberto (1996, p. 54) <strong>de</strong>staca que essa é uma “instância <strong>de</strong>cisória criadapela vonta<strong>de</strong> das partes, não sen<strong>do</strong> enquadrável em nenhuma das anteriores porsuas características especialíssimas <strong>de</strong> atuar principalmente como se judicialmenteextrajudicial”.Para Zanna (2005, p. 54), “a perícia arbitral tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> servir aoárbitro escolhi<strong>do</strong> pelas partes. É semelhante à perícia judicial e acontece emambiente semelhante pareci<strong>do</strong> ao da perícia extrajudicial.”Dessa forma, enten<strong>de</strong>-se que a perícia arbitral ocorre extrajudicialmente,on<strong>de</strong> o árbitro atua com formas parecidas com a <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r judiciário, a fim <strong>de</strong>solucionar conflitos.2.5 Perícia e AuditoriaA perícia contábil muitas vezes é confundida pelos leigos no assunto daárea contábil, pois são méto<strong>do</strong>s totalmente diferentes que será visto no <strong>de</strong>correr<strong>de</strong>ste capítulo, com a ênfase <strong>de</strong> distinção <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r na carreiracontábil.Sá (2000, p. 28) enfatiza que,a perícia serve a uma época, a um questionamento, a uma necessida<strong>de</strong>; aauditoria ten<strong>de</strong> a ser a necessida<strong>de</strong> constante, atingin<strong>do</strong> um número muitomaior <strong>de</strong> interessa<strong>do</strong>s, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rigores meto<strong>do</strong>lógicos tãorepele, como critério habitual. A auditoria tem como objetivos normais amaior abrangência, a gestão como algo em continuida<strong>de</strong>, enquanto aperícia se pren<strong>de</strong> á especificida<strong>de</strong>, tem caráter e eventualida<strong>de</strong>, só aceita ouniverso completo para produzir opinião como prova e não como conceito.O <strong>trabalho</strong> pericial na sua conclusão tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentarrespostas aos questionamentos realiza<strong>do</strong>s pelas partes para esclarecimento <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s, fatos e com base possam tomar <strong>de</strong>cisões específicas no andamento <strong>de</strong> umprocesso. Para Sá (2000, p. 29) “a perícia contábil não é o mesmo que auditoriacontábil, pois variam em causas, efeitos, espaços, tempo e meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.”
23A auditoria permite maior <strong>de</strong>legação na execução <strong>de</strong> seus <strong>trabalho</strong>sdirecionada à revisão <strong>de</strong> procedimentos realiza<strong>do</strong>s.No quadro abaixo são <strong>de</strong>monstradas as principais diferenças entre períciacontábil e auditoria:Perícia1 – executada somente por pessoa física,profissional <strong>de</strong> nível universitário (CPC, Art.145). E tem autorida<strong>de</strong> e in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>juízo acadêmico concedida pelo juiz.Respon<strong>de</strong> cível e criminalmente peloresulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua opinião.2 – a perícia serve a uma época,questionamento específico, por exemplo,apuração <strong>de</strong> haveres na dissolução <strong>de</strong>socieda<strong>de</strong>.3 – a perícia se pren<strong>de</strong> a uma ao carátercientífico <strong>de</strong> uma prova com o objetivo <strong>de</strong>esclarecer controvérsias. Não se repete, éespecífica.Auditoria1 – po<strong>de</strong> ser executada tanto porpessoa física quanto por pessoajurídica. Não tem autonomia; é umpresta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços contrata<strong>do</strong>pela empresa com in<strong>de</strong>pendência eresponsabilida<strong>de</strong> civil e criminalsobre a opinião.2 – ten<strong>de</strong> à necessida<strong>de</strong> constante,como exemplo: auditoria <strong>de</strong>balanço, repetin<strong>do</strong>-se anualmente.3 – a auditoria se pren<strong>de</strong> acontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma gestão,parecer sobre atos e fatoscontábeis. É contínua e repetitiva.4 – é específica, restrita aos quesitos epontos controverti<strong>do</strong>s, especifica<strong>do</strong>s peloconta<strong>do</strong>r judicial.4 – po<strong>de</strong> ser específica ou não;exemplo: auditoria <strong>de</strong> recursoshumanos ou em toda a empresa.5 – sua análise é irrestrita e abrangente.5 – Feita por amostragem; observaos atos e fatos mais significativospela sua relevância.6 – objetivo <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>: emissão <strong>de</strong> lau<strong>do</strong>pericial.7 – usuários <strong>de</strong> serviços: as partes eprincipalmente a justiça.8 – o seu objeto é a prova <strong>de</strong> um fato ouato.6 – objetivo <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>: emissão<strong>de</strong> parecer <strong>de</strong> auditoria, relatório <strong>de</strong>auditoria para orientação preventivaou corretiva.7 – usuários <strong>do</strong> serviço: sócios,investiga<strong>do</strong>res, administra<strong>do</strong>res.8 – o seu objeto é a segurança <strong>do</strong>scontroles internosQuadro 02: Referente às Características <strong>de</strong> perícia e AuditoriaFonte: Hoog e Petrenco (2004, p. 117).
24De acor<strong>do</strong> com Sá (2000, p. 29) “a auditoria permite maior <strong>de</strong>legação,também, que a perícia contábil, auditoria é mais revisão e a perícia mais produção<strong>de</strong> prova por verificação, exame, arbitramento etc.” Po<strong>de</strong>mos observar com a ajuda<strong>do</strong> quadro acima que a auditoria e a perícia estão ligadas a ciência contábil, mas sediferenciam uma da outra com suas particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.2.6 Perito Conta<strong>do</strong>rO <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r é o profissional encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> exercer os <strong>trabalho</strong>spericiais, é ele que traz a verda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos e auxilian<strong>do</strong> no meio judicial ou não naresolução <strong>de</strong> litígios como po<strong>de</strong>mos observar no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ste capítulo.Assim <strong>de</strong>screve a Resolução <strong>do</strong> - CFC nº 1.244 (2009, p. 2), “que o <strong>perito</strong>é o conta<strong>do</strong>r regularmente registra<strong>do</strong> em Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, queexerce a ativida<strong>de</strong> pericial <strong>de</strong> forma pessoal, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser profun<strong>do</strong> conhece<strong>do</strong>r, porsuas qualida<strong>de</strong>s e experiências, da matéria periciada.”O conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve manter-se atualiza<strong>do</strong> para o exercício da profissãoconforme legislação vigente, Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, normasprofissionais, o CFC nº 1.244 (2009, p.2) fala da competência <strong>do</strong> <strong>perito</strong>,competência técnico-científica pressupõe ao <strong>perito</strong> manter a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> nível<strong>de</strong> conhecimento da ciência contábil, das Normas Brasileiras <strong>de</strong>Contabilida<strong>de</strong>, das técnicas contábeis, da legislação relativa à profissãocontábil e aquelas aplicáveis à ativida<strong>de</strong> pericial, atualizan<strong>do</strong>-se,permanentemente, mediante programas <strong>de</strong> capacitação, treinamento,educação continuada e especialização. Para tanto, <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>monstrarcapacida<strong>de</strong> para: a) pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentara prova no lau<strong>do</strong> pericial contábil e no parecer pericial contábil; b) realizarseus <strong>trabalho</strong>s com a observância da equida<strong>de</strong> significa que o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>vem atuar com igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong>direitos, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> os preceitos legais, inerentes à profissão contábil.“O <strong>perito</strong> precisa ser um profissional habilita<strong>do</strong>, legal, cultural,intelectualmente, e exercer virtu<strong>de</strong>s morais e éticas com tal compromisso com averda<strong>de</strong>.” (SÁ, 2000, p. 21).Quanto à educação continuada, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve manter-se sempreatualiza<strong>do</strong> e comprovar a participação em cursos assim <strong>de</strong>termina o CFC nº 1.244(2009, p. 5), “O <strong>perito</strong>, no exercício <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ve comprovar aparticipação em programa <strong>de</strong> educação continuada, na forma a ser regulamentada
25pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>. Com isso po<strong>de</strong>mos observar que aprofissão exige que o profissional contábil exija sempre estudan<strong>do</strong> e buscan<strong>do</strong> oconhecimento não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ficar para traz, pois o <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>re muito amplo e muda <strong>de</strong> cenário constantemente.2.6.1 Perito Conta<strong>do</strong>r AssistenteO <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente para a realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais<strong>de</strong>ve seguir as regras listadas acima para o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r. Conforme a Resolução<strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 3), “Perito-conta<strong>do</strong>r assistente é o contrata<strong>do</strong> e indica<strong>do</strong>pela parte em perícias contábeis, em processos judiciais e extrajudiciais, inclusivearbitral.”Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 4) comrelação ao <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente,A indicação ou a contratação para o exercício da atribuição <strong>do</strong> <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r assistente, em processo extrajudicial, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radascomo distinção e reconhecimento da capacida<strong>de</strong> e da honorabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> este recusar os serviços sempre que reconhecer nãoestar capacita<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senvolvê-los, contemplada a utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>especialistas <strong>de</strong> outras áreas, quan<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> objeto <strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong> assimo requerer.A contratação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente se dá quan<strong>do</strong> as partes têm anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhamento <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r. Assim <strong>de</strong>screve aResolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 4),a indicação ou a contratação <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente ocorre quan<strong>do</strong> aparte ou contratante <strong>de</strong>sejar ser assistida por um conta<strong>do</strong>r, ou comprovaralgo que <strong>de</strong>penda <strong>de</strong> conhecimento técnico-científico, razão pela qual oprofissional só <strong>de</strong>ve aceitar o encargo se reconhecer estar capacita<strong>do</strong> comconhecimento suficiente, discernimento e irrestrita in<strong>de</strong>pendência para arealização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.Nesse senti<strong>do</strong>, o assistente técnico não sofre impedimentos para oexercício das ativida<strong>de</strong>s, pois os mesmos são conta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> confiança <strong>do</strong>scontrata<strong>do</strong>s entre as partes, com capacida<strong>de</strong> e habilitação profissional para auxiliarnos <strong>trabalho</strong>s periciais dan<strong>do</strong> assim melhor condição para ser executa<strong>do</strong> o <strong>trabalho</strong>on<strong>de</strong> geralmente as partes tem um gran<strong>de</strong> interesse no assunto que esta sen<strong>do</strong>discuti<strong>do</strong> no âmbito trabalhista, on<strong>de</strong> acumula vários processos e requerem
26profissionais capacita<strong>do</strong>s para um <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> extremamente importância para asocieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa região.2.7 RecusaO <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>vem recusar-se <strong>do</strong>s<strong>trabalho</strong>s que lhe foram indica<strong>do</strong>s sempre que não se sentirem capazes <strong>de</strong> exerceras ativida<strong>de</strong>s periciais, assim <strong>de</strong>screve a Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 4)a indicação ou a contratação para o exercício da atribuição <strong>de</strong> <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r assistente, em processo extrajudicial, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radascomo distinção e reconhecimento da capacida<strong>de</strong> e da honorabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> este recusar os serviços sempre que reconhecer nãoestar capacita<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senvolvê-los, contemplada a utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>especialistas <strong>de</strong> outras áreas, quan<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> objeto <strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong> assimo requerer.De acor<strong>do</strong> com Hoog (2004, p. 72) “existem fatores <strong>de</strong> recusa <strong>do</strong> honrosoencargo. Deve o profissional impedi<strong>do</strong> fazê-lo por escrito no prazo máximo <strong>de</strong> cincodias da sua intimação [...] se o <strong>perito</strong> não o fizer no prazo, está obriga<strong>do</strong> a cumprir atarefa.”neste caso, <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong> formalizar a sua recusa sob a forma <strong>de</strong> umapetição, requeren<strong>do</strong> que o Dr. Juiz venha a <strong>de</strong>sobrigá-lo da honrosaincumbência, bem como <strong>de</strong>monstrar as razões <strong>de</strong> sua recusa, que po<strong>de</strong>mser: a) Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, b) indisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo, c) falta <strong>de</strong> recursoshumanos ou materiais para assumir o encargo, d) se a matéria, objeto daperícia não for <strong>de</strong> seu total <strong>do</strong>mínio, e) e ainda na hipótese <strong>de</strong> que anomeação <strong>de</strong>veria ter si<strong>do</strong> feita para profissional <strong>de</strong> formação acadêmicadiversa, como exemplo, engenheiro, químico, físico, médico. (HOOG, 2005,p. 69).Dessa forma, verifica-se que o <strong>perito</strong>, ao ser nomea<strong>do</strong>, possui um prazopara a recusa (ANEXO C) <strong>do</strong> encargo por diversos fatores lista<strong>do</strong>s acima, casocontrário, este ficará automaticamente obriga<strong>do</strong> a cumprir com os <strong>trabalho</strong>s periciais.2.7.1 Impedimento ou Suspeição <strong>do</strong> PeritoNo impedimento ou suspeição, os motivos que influenciam o <strong>perito</strong> são <strong>de</strong>fatores externos e <strong>de</strong> terceiros. O profissional <strong>de</strong>ve comunicar imediatamente o juiz
27ou a parte interessada po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>nunciar o impedimento ou suspeição, conforme art.138, III, <strong>do</strong> CPC. Segun<strong>do</strong> Sá (2004, p. 64) “um <strong>perito</strong> po<strong>de</strong> recusar-se a aceitar apericia para qual foi nomea<strong>do</strong> ou indica<strong>do</strong>, mas <strong>de</strong>ve fazê-lo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cinco dias apartir da data que foi notifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>signação.”“Conforme Hoog e Petrenco (2004, p. 66) os motivos <strong>de</strong> suspeição eimpedimentos são os mesmos aplica<strong>do</strong>s ao juiz conforme artigos 134 e 135 <strong>do</strong>CPC.”Segun<strong>do</strong> o autor as principais causas <strong>de</strong> impedimentos são:• Quan<strong>do</strong> o <strong>perito</strong> tem relação profissional ou manteve-a os últimoscinco anos com qualquer das partes;• Ser amigo ou inimigo <strong>do</strong>s litigantes;• Tiver interesse direto ou indireto com o julgamento da causa;• Tiver parentesco próximo com uma das partes;• Quan<strong>do</strong> o <strong>perito</strong> for parte no processo;• Quan<strong>do</strong> prestou <strong>de</strong>poimento como testemunha;• Quan<strong>do</strong> nele tiver postula<strong>do</strong> como advoga<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma das partes, <strong>do</strong>seu cônjuge ou <strong>de</strong> parentes <strong>de</strong>ste, ou <strong>de</strong> qualquer parente <strong>de</strong> seu,consangüíneo ou afim, em linha reta; ou linha colateral ate o segun<strong>do</strong> grau;• Quan<strong>do</strong> alguma das partes for cre<strong>do</strong>ra ou <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, ou <strong>de</strong>seu cônjuge.O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve estar atento a to<strong>do</strong>s esses itens, pois, se ele i<strong>de</strong>ntificar-secom alguns <strong>de</strong>les estará impedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> realizar a perícia, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> um ato <strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> se o mesmo <strong>de</strong>nunciar o seu impedimento.Neste contexto, Sá (2008, p. 63) <strong>de</strong>staca que “a recusa <strong>de</strong>ve sercomunicada ao juiz, por escrito, com a justificativa, quan<strong>do</strong> então será nomea<strong>do</strong>outro <strong>perito</strong> para substituir ou preencher a função.2.7.2 Substituição <strong>do</strong> <strong>perito</strong>A substituição <strong>do</strong> <strong>perito</strong> ocorre quan<strong>do</strong> não houver conhecimentosuficiente para o exercício da ativida<strong>de</strong> para a qual foi <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> nãocumprir o prazo <strong>de</strong> entrega <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> pré estabeleci<strong>do</strong> pelo juiz.Segun<strong>do</strong> Hoog e Petrenco (2004, p. 73) <strong>de</strong>screve que o <strong>perito</strong> po<strong>de</strong>rá sersubstituí<strong>do</strong> pelo juiz nas seguintes situações,• por pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> próprio auxiliar da justiça;• por pedi<strong>do</strong> da parte alegan<strong>do</strong> suspeição ou impedimento;• ou a pedi<strong>do</strong> da parte quan<strong>do</strong> alega que o <strong>perito</strong> não dispõe <strong>de</strong>conhecimento técnico/científico, CPC, Art. 242, I;
28• falecimento <strong>do</strong> <strong>perito</strong>• sem motivo legítimo, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> cumprir o encargo no prazo que lhe forassina<strong>do</strong>, CPC, Art. 424, II.Com isso, verifica-se que o <strong>perito</strong> po<strong>de</strong> ser substituí<strong>do</strong> por motivos quepo<strong>de</strong>m prejudicar o andamento <strong>do</strong> processo prejudican<strong>do</strong> as partes envolvidas.2.8 Sigilo ProfissionalAo serem nomea<strong>do</strong>s para a realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais, o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>vem manter sigilo <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>srealiza<strong>do</strong>s, assim <strong>de</strong>termina a Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 7),o <strong>perito</strong>, em obediência ao Código <strong>de</strong> Ética Profissional <strong>do</strong> Contabilista,<strong>de</strong>ve respeitar e assegurar o sigilo das informações a que teve acesso,proibida a sua divulgação, salvo quan<strong>do</strong> houver obrigação legal <strong>de</strong> fazê-lo.O <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> sigilo subsiste mesmo na hipótese <strong>de</strong> o profissional se <strong>de</strong>sligar<strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> antes <strong>de</strong> tê-lo concluí<strong>do</strong>. Os emprega<strong>do</strong>s <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s peloConselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e Conselhos Regionais <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>,para efetuarem a fiscalização <strong>do</strong> exercício profissional <strong>de</strong>vem tercompetência legal similar à requerida <strong>do</strong> <strong>perito</strong> para o <strong>trabalho</strong> por elerealiza<strong>do</strong>, e assumem compromisso <strong>de</strong> sigilo profissional semelhante.O sigilo profissional somente po<strong>de</strong>rá ser quebra<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> houvernecessida<strong>de</strong> pelo <strong>perito</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r sua moral e ética mediante a autorização daspartes envolvidas no processo. (ZANNA, 2005).Assim, verifica-se que o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve manter absoluto sigilo sobre o lau<strong>do</strong>pericial que está sen<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong> e somente em casos extremos o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong>mesmo <strong>de</strong>ve ser divulga<strong>do</strong>.2.9 Direitos e Deveres <strong>do</strong> PeritoPara exercer a função a qual lhe foi <strong>de</strong>signada, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve observarseus direitos e <strong>de</strong>veres, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser respon<strong>de</strong>r civil e criminalmente por seus atosno <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> processo que esta sen<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong>.
29São Direitos <strong>do</strong> PeritoSão Deveres <strong>do</strong> Peritoa) recusar a nomeação justiçan<strong>do</strong> talatoa) aceitar a nomeação nos termos <strong>do</strong><strong>de</strong>spacho sanea<strong>do</strong>rb) requerer prorrogação <strong>do</strong> prazo paraapresentar o lau<strong>do</strong> pericial contábil epara comparecer às audiências emfunção, por exemplo, (i) dacomplexida<strong>de</strong> e ou da extensão <strong>do</strong>s<strong>trabalho</strong>s periciais em andamento, (ii)<strong>do</strong> tempo necessário para que oslivros e <strong>do</strong>cumentos cheguem ao seuescritório, (iii) da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>diligência externas que <strong>de</strong>verá fazer,(iv) por motivo <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença, (v) etc.c) investigar o que lhe parecera<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para cumprimento <strong>de</strong> suamissão, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> recorrer a fontes <strong>de</strong>informações, tais como: (i) acesso aosautos, (ii) inquirição <strong>de</strong> testemunhas,(iii) exame <strong>de</strong> livros, <strong>de</strong> peças e <strong>de</strong><strong>do</strong>cumentos pertinentes á causa;d) pedir livros e <strong>do</strong>cumentos ás partese aos órgãos públicos em geral;f) atuar com total in<strong>de</strong>pendênciarefutan<strong>do</strong> qualquer tipo <strong>de</strong>interferência que possa cercear sualiberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuação;b) <strong>de</strong>sempenhar sua função por completo ecom dignida<strong>de</strong>, respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s osquesitos pertinentes inclusive aos quesitossuplementares quan<strong>do</strong> houver;c) respeitar o prazo;d) comparecer à audiência quan<strong>do</strong>convoca<strong>do</strong>;f) prestar esclarecimentos sobre o lau<strong>do</strong>consigna<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong> a fazê-lo;g) obter o reembolso <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesasincorridas durante a realização <strong>de</strong> seu<strong>trabalho</strong>;h) receber os honorários profissionaispelo serviço presta<strong>do</strong>.g) ser leal ao mandato recebi<strong>do</strong>,respeitan<strong>do</strong> e fazen<strong>do</strong> respeitar suacondição <strong>de</strong> auxiliar da justiça, serimparcial, sereno e sincero. Informarapenas a verda<strong>de</strong> no interesse exclusivoda Justiça.Quadro 03: Referentes aos Direitos e Deveres <strong>do</strong> PeritoFonte: Zanna (2005, p. 36)
30Em to<strong>do</strong>s os direitos e <strong>de</strong>veres fica o <strong>perito</strong> subordina<strong>do</strong> à realização <strong>do</strong>seu <strong>trabalho</strong> pericial, observan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os itens que lhe competem com aresponsabilida<strong>de</strong> e zelo profissional. As partes relacionadas ao litígio <strong>de</strong>vem seconvencer que o <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r é <strong>de</strong> extrema importância e respeito aosinteressa<strong>do</strong>s ten<strong>do</strong> to<strong>do</strong> zelo e cuida<strong>do</strong> no <strong>trabalho</strong> executa<strong>do</strong>.2.9.1 Penalida<strong>de</strong>sO <strong>perito</strong> não cumpri<strong>do</strong> o seu <strong>de</strong>ver, sofrerá penalida<strong>de</strong>s conforme<strong>de</strong>screve Zanna (2005, p. 37),a) ser substituí<strong>do</strong> por qualquer motivo que o magistra<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>rar justo;b) pagar multa por não apresentar o lau<strong>do</strong> pericial no prazo previsto;c) pagar multa por não comparecer á audiência para a qual foraregularmente convoca<strong>do</strong>;d) nos casos em que violar o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> lealda<strong>de</strong> para com a Justiça, fizerafirmação falsa, negar-se a falar a verda<strong>de</strong>, calar-se na função <strong>de</strong> <strong>perito</strong> –pena <strong>de</strong> reclusão <strong>de</strong> 1 a 3 anos e multa;e) respon<strong>de</strong>r pelo prejuízo que causar á parte;f) sofrer penalida<strong>de</strong>s impostas pelo Serviço <strong>de</strong> Fiscalização Profissional <strong>do</strong>CRC – Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e ficar impedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> exercer aperícia contábil.O Art. 147 <strong>do</strong> CPC instrui que “o <strong>perito</strong> que, por <strong>do</strong>lo ou culpa, prestarinformações inverídicas, respon<strong>de</strong>rá pelo prejuízo que causar à parte, ficaráinabilita<strong>do</strong>, por <strong>do</strong>is anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção quea lei penal estabelecer.”com a verda<strong>de</strong>.Essas são algumas penalida<strong>de</strong>s que o <strong>perito</strong> sofrerá em caso <strong>de</strong> faltar2.9.2 Zelo ProfissionalDurante a realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve manter zelo,com relação à conduta, <strong>do</strong>cumentos, prazo <strong>de</strong> entrega e outros. Assim <strong>de</strong>screve aResolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 9),
31o termo “zelo” para o <strong>perito</strong> refere-se ao cuida<strong>do</strong> que o mesmo <strong>de</strong>vedispensar na execução <strong>de</strong> suas tarefas, em relação à sua conduta,<strong>do</strong>cumentos, prazos, tratamento dispensa<strong>do</strong> às autorida<strong>de</strong>s, aos integrantesda li<strong>de</strong> e aos <strong>de</strong>mais profissionais, <strong>de</strong> forma que sua pessoa seja respeitada,seu <strong>trabalho</strong> leva<strong>do</strong> a bom termo e, conseqüentemente, o lau<strong>do</strong> pericialcontábil e o parecer pericial contábil dignos <strong>de</strong> fé pública.O zelo profissional <strong>do</strong> <strong>perito</strong> na realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciaiscompreen<strong>de</strong>:a) cumprir os prazos fixa<strong>do</strong>s pelo juiz em perícia judicial e nos termoscontrata<strong>do</strong>s em perícia extrajudicial, inclusive arbitral;b) assumir a responsabilida<strong>de</strong> pessoal por todas as informações prestadas,quesitos respondi<strong>do</strong>s, procedimentos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, diligências realizadas,valores apura<strong>do</strong>s e conclusões apresentadas no Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil e noParecer Pericial Contábil; c) prestar os esclarecimentos <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelojuiz ou pelo árbitro, respeita<strong>do</strong>s os prazos legais ou contratuais;e) propugnar pela celerida<strong>de</strong> processual, valen<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s meios quegarantam eficiência, segurança, publicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s atos periciais,economicida<strong>de</strong>, o contraditório e a ampla <strong>de</strong>fesa;f) ser pru<strong>de</strong>nte, no limite <strong>do</strong>s aspectos técnico-científicos, e atento àsconseqüências advindas <strong>do</strong>s seus atos;g) ser receptivo aos argumentos e críticas, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ratificar ou retificar oposicionamento anterior.Com os itens <strong>de</strong>scritos acima, fica evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> que para o cumprimentodas ativida<strong>de</strong>s com zelo, é necessário que o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r observe as regras<strong>de</strong>scritas pelas normas vigentes.2.9.3 A Prova PericialA prova é o instrumento on<strong>de</strong> se busca evi<strong>de</strong>nciar a verda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos aserem analisa<strong>do</strong>s por meio <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos. É um <strong>do</strong>s instrumentos presentes naexecução <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais e é consi<strong>de</strong>rada como uma das provas admissíveispelo direito (ALBERTO, 1996).Ornelas (2003, p. 26) orientam que “a função primordial da prova pericial étransformar os fatos relativos à li<strong>de</strong>, se natureza técnica ou científica, em verda<strong>de</strong>formal, em certeza jurídica”.Conforme <strong>de</strong>screve Zanna (2005, p. 46) com relação à prova pericial,a prova é algo material ou imaterial, por meio da qual o individuo seconvence a respeito <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> sua ausência. A prova válida é amaneira pela qual cada um <strong>de</strong> nós atinge a certeza <strong>do</strong> que seja verda<strong>de</strong> ounão verda<strong>de</strong>, aceitável ou inaceitável em certo momento, segun<strong>do</strong> certascircunstanciam (meto<strong>do</strong>logia) e em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> local.
32Portanto, a prova tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esclarecer as indagações quecontém um processo judicial.A NBC P13 com a nova redação proporcionada pela Resolução <strong>do</strong> CFC1.243/09 estabelece que:.1. Os procedimentos <strong>de</strong> perícia contábil visam fundamentar as conclusõesque serão levadas ao lau<strong>do</strong> pericial contábil ou parecer pericial contábil, eabrangem, total ou parcialmente, segun<strong>do</strong> a natureza e a complexida<strong>de</strong> damatéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento,mensuração, avaliação e certificação.2. O exame é a análise <strong>de</strong> livros, registros das transações e <strong>do</strong>cumentos.3. A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação <strong>de</strong>situação, coisa ou fato, <strong>de</strong> forma circunstancial.4. A indagação é a busca <strong>de</strong> informações mediante entrevista comconhece<strong>do</strong>res <strong>do</strong> objeto ou <strong>de</strong> fato relaciona<strong>do</strong> à perícia.5. A investigação é a pesquisa que busca trazer ao lau<strong>do</strong> pericial contábil ouparecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.6. O arbitramento é a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> valores ou a solução <strong>de</strong> controvérsiapor critério técnico-científico.7. A mensuração é o ato <strong>de</strong> qualificação e quantificação física <strong>de</strong> coisas,bens, direitos e obrigações.8. A avaliação é o ato <strong>de</strong> estabelecer o valor <strong>de</strong> coisas, bens, direitos,obrigações, <strong>de</strong>spesas e receitas.9. A certificação é o ato <strong>de</strong> atestar a informação trazida ao lau<strong>do</strong> pericialcontábil pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, conferin<strong>do</strong>-lhe caráter <strong>de</strong> autenticida<strong>de</strong> pela fépública atribuída a este profissional.10. Concluídas as diligências, o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r apresentará lau<strong>do</strong> pericialcontábil, e o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente seu parecer pericial contábil,obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> aos respectivos prazos.11. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> concluí<strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong>, fornecerá, quan<strong>do</strong>solicita<strong>do</strong>, cópia <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>, ao <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, informan<strong>do</strong>-lhe adata em que o lau<strong>do</strong> pericial contábil será protocoliza<strong>do</strong>.12. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente não po<strong>de</strong> firmar o lau<strong>do</strong> pericial quan<strong>do</strong> o<strong>do</strong>cumento tiver si<strong>do</strong> elabora<strong>do</strong> por leigo ou profissional <strong>de</strong> outra área,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, neste caso, apresentar um parecer pericial contábil sobre amatéria investigada.13. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, ao apor a assinatura, em conjunto com o<strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, em lau<strong>do</strong> pericial contábil, não po<strong>de</strong> emitir parecer pericialcontábil contrário ao lau<strong>do</strong>. (CFC nº 1.243, 2009, p.5).De acor<strong>do</strong> com Milhomens (1992, p. 7 apud ORNELAS, 2000, p. 24) “aprova, no significa<strong>do</strong> comum e geral, visa à <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, ao passo quea prova específica processual civil limita-se à produção <strong>de</strong> certeza jurídica.”Com isso, evi<strong>de</strong>ncia-se que a prova pericial é essencial para osesclarecimentos da matéria em julgamento, pois dá sustentabilida<strong>de</strong> ao lau<strong>do</strong>pericial.
332.9.4 Meios <strong>de</strong> provaA palavra prova em latim (Proba) significa prova, ensaio, verificação,inspeção, exame, argumento, ou seja, prova é “aquilo que serve para esclareceruma verda<strong>de</strong> por verificação ou <strong>de</strong>monstração.” (Dicionário Michaelis, 2010).De acor<strong>do</strong> com Zanna (2005, p. 18) “Prova é tu<strong>do</strong> que nos convence dacerteza <strong>de</strong> um fato ou <strong>de</strong> uma circunstância ou da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algo.”os meios emprega<strong>do</strong>s para formar essa convicção são chama<strong>do</strong>s, no Direito,<strong>de</strong> meios <strong>de</strong> prova aceitos em direito. A prova, por isso, constitui, emmatéria processual, a própria alma <strong>do</strong> processo ou a luz que vem esclarecera dúvida a respeito <strong>do</strong>s direitos disputa<strong>do</strong>s. As provas geram a certeza arespeito <strong>do</strong> conflito proposto para <strong>de</strong>cisão judicial ou arbitral. No senti<strong>do</strong>objetivo, são meios <strong>de</strong> prova aceitos pela justiça os meios materiaisexistentes nos autos, tais como: alegação, cálculo, <strong>do</strong>cumentos, parecerestécnicos elabora<strong>do</strong>s por profissionais contrata<strong>do</strong>s pelas partes, confissões etestemunhos. No senti<strong>do</strong> subjetivo, os meios <strong>de</strong> prova são as convicções aque chega o magistra<strong>do</strong> diante <strong>do</strong>s fundamentos <strong>de</strong> fato apresenta<strong>do</strong>s pelaspartes. (ZANNA, 2005, p. 48).Destaca-se que os meios da prova são <strong>de</strong>cisivos no lau<strong>do</strong> pericialcontábil. São fatores que darão sustentabilida<strong>de</strong> e confiança ao juízo.2.9.5 Ônus da ProvaO ônus da prova pericial contábil é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem asolicita. Assim <strong>de</strong>screve Ornelas (2000, p. 27), “a palavra ônus é entendida pelosjuristas pátrios não como <strong>de</strong>ver para com outrem, seja a parte contrária seja opróprio magistra<strong>do</strong>. Quem afirma ou nega <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> fato é quem tem o ônus.”Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Ornelas (2000, p. 27),o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> provar compete a quem alega a quem afirma ou nega<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s fatos da causa. Quem busca a proteção da justiça <strong>de</strong>para-secom a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir suas provas. Quem oferecer as provas maisconvincentes fatalmente obterá sucesso.O Art. 333 <strong>do</strong> CPC traz o seguinte pronunciamento, “ônus da provaincumbe, ao autor, quan<strong>do</strong> ao fato constitutivo <strong>de</strong> seu direito, ao réu, quanto àexistência <strong>de</strong> fato impeditivo, modificativo ou extintivo <strong>do</strong> direito <strong>do</strong> autor.”
34colocações,Para o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> ônus da prova Zanna (2005, p. 62) traz trêsa primeira interpretação é que cabe a quem alega ou nega os fatos ou osatos guerrea<strong>do</strong>s nos autos, seja o autor ou o réu, provar sua existência, suaforma e as conseqüências danosas <strong>de</strong>les <strong>de</strong>correntes. A segundainterpretação, <strong>de</strong>corrente da primeira, refere-se á qualida<strong>de</strong> das provascarreadas aos autos. Quanto melhor forem as provas, mais convincenteselas serão e, quanto mais convincentes, maiores serão as chances <strong>de</strong>vencer a contenda por quem as produziu. A terceira interpretação é queônus da prova também tem o seu senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> custo e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembolso. Ouseja, para produzir as provas há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar com a contribuiçãoprofissional <strong>de</strong> pessoas especializadas que obtêm seus ganhos com estetipo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, produzir as provas periciais. Portanto quem <strong>de</strong>veapresentar essas provas e com base nelas buscar o sucesso na justiça,<strong>de</strong>ve arcar com o pagamento <strong>do</strong>s honorários e <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>spesas<strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> serviço presta<strong>do</strong>. É com base neste terceiro conceito <strong>de</strong>ônus da prova que se dá remuneração <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> presta<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong>judicial e pelos assistentes técnicos.Com isso evi<strong>de</strong>ncia-se que o ônus da prova fica a cargo <strong>de</strong> quem solicitoua perícia contábil, ou <strong>de</strong>u entrada aos processos judiciais.2.9.6 Responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> PeritoO <strong>perito</strong> contábil e responsável pela guarda da <strong>do</strong>cumentação e o sigilo, eo não cumprimento <strong>de</strong>sta resolução ele po<strong>de</strong>rá respon<strong>de</strong> civil e criminalmente poreste <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> conduta implican<strong>do</strong> o afastamento <strong>do</strong> profissional.Assim, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>verá cumprir os ofícios aos quais foi <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>,conforme <strong>de</strong>screve a resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p.8),o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve conhecer as responsabilida<strong>de</strong>s sociais, éticas, profissionais elegais, às quais está sujeito no momento em que aceita o encargo para aexecução <strong>de</strong> perícias contábeis judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral. Otermo “responsabilida<strong>de</strong>” refere-se à obrigação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> em respeitar osprincípios da moral, da ética e <strong>do</strong> direito, atuan<strong>do</strong> com lealda<strong>de</strong>, i<strong>do</strong>neida<strong>de</strong>e honestida<strong>de</strong> no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, sob pena <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>rcivil, criminal, ética e profissionalmente por seus atos.O Art. 1º <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Ética Profissional <strong>do</strong> Contabilista (2003, p. 79)relata que “o código <strong>de</strong> ética profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se<strong>de</strong>vem conduzir os contabilistas, quan<strong>do</strong> no exercício profissional.”De acor<strong>do</strong> com o art. 146 <strong>do</strong> Código <strong>do</strong> Processo Civil, “o <strong>perito</strong> tem o<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei, empregan<strong>do</strong> toda a suadiligência; po<strong>de</strong>, todavia, escusar-se <strong>do</strong> encargo alegan<strong>do</strong> motivo legítimo”.
35Conforme Sá (2000, p. 88), “o <strong>perito</strong> po<strong>de</strong> ser responsabiliza<strong>do</strong> pelainveracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu lau<strong>do</strong>, se comprova<strong>do</strong> <strong>do</strong>lo ou má fé, quer em juízo, querperante aos conselhos <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong>”.Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Resolução <strong>do</strong> CFC 1.243/09, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve terresponsabilida<strong>de</strong> ética, civil e criminal, conforme <strong>de</strong>scrito abaixo,Responsabilida<strong>de</strong> e éticaA responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> <strong>de</strong>corre da relevância que o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> suaatuação po<strong>de</strong> produzir para solução da li<strong>de</strong>.A responsabilida<strong>de</strong> ética <strong>do</strong> <strong>perito</strong> <strong>de</strong>corre da necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cumprimento<strong>do</strong>s princípios éticos, em especial, os estabeleci<strong>do</strong>s no Código <strong>de</strong> ÉticaProfissional <strong>do</strong> Contabilista e nesta Norma.Ciente <strong>do</strong> livre exercício profissional <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, sempre quepossível e não houver prejuízo aos seus compromissos profissionais e suasfinanças pessoais, em colaboração com o Po<strong>de</strong>r Judiciário aceitar oencargo confia<strong>do</strong>, na condição <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> juízo, ou escusar-se<strong>do</strong> encargo, no prazo legal, apresentan<strong>do</strong> suas razões.Cumpre ao <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r no exercício <strong>de</strong> seu ofício atuar comin<strong>de</strong>pendência.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r no <strong>de</strong>sempenho G<strong>de</strong> suas funções <strong>de</strong>ve propugnar pelaimparcialida<strong>de</strong>, dispensan<strong>do</strong> igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento às partes eespecialmente aos <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>res assistentes. Não se consi<strong>de</strong>raparcialida<strong>de</strong>, entre outros, os seguintes:(a) aten<strong>de</strong>r a uma das partes ou <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>res assistentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quese assegure igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> à outra parte, quan<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong>;(b) <strong>trabalho</strong> técnico-científico anteriormente publica<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>rque verse sobre o tema objeto da perícia.Responsabilida<strong>de</strong> civil e penalA legislação civil <strong>de</strong>termina responsabilida<strong>de</strong>s e penalida<strong>de</strong>s para oprofissional que exerce a função <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, as quais consistem emmulta, in<strong>de</strong>nização e inabilitação.A legislação penal estabelece penas <strong>de</strong> multa, <strong>de</strong>tenção e reclusão para osprofissionais que exercem a ativida<strong>de</strong> pericial que vierem a <strong>de</strong>scumprir asnormas legais. (CFC nº 1.244, 2009, p.8)Diante disso, verifica-se que compete ao <strong>perito</strong> agir com eficácia,responsabilida<strong>de</strong>s, distinção e zelo no que se refere ao <strong>trabalho</strong> para o qual omesmo foi <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>.2.9.7 Honorários ProfissionaisO <strong>perito</strong> Conta<strong>do</strong>r é o profissional <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> que realiza o <strong>trabalho</strong>técnico, auxilian<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ssa forma, o juiz na solução <strong>do</strong>s conflitos. Assim sen<strong>do</strong>, pelo
36seu <strong>trabalho</strong>, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve ser remunera<strong>do</strong> condignamente, e essa remuneraçãochama-se <strong>de</strong> honorários profissionais. (ZANNA, 2005)Os honorários periciais são regula<strong>do</strong>s pela Resolução CFC nº 1.244/09que trata <strong>de</strong>talhadamente to<strong>do</strong>s os itens liga<strong>do</strong>s aos honorários profissionais,conforme <strong>de</strong>scrito na Resolução,na elaboração da proposta <strong>de</strong> honorários, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ver consi<strong>de</strong>rar osseguintes fatores: a relevância, o vulto, o risco, a complexida<strong>de</strong>, aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horas, o pessoal técnico, o prazo estabeleci<strong>do</strong>, a forma <strong>de</strong>recebimento e os lau<strong>do</strong>s interprofissionais, entre outros fatores. (CFC nº1.244, 2009, p. 11).O quadro a baixo <strong>de</strong>talha cada item lista<strong>do</strong> acima,A relevânciaO vultoé entendida como a importância da perícia no contextosocial e sua essencialida<strong>de</strong> para dirimir as dúvidas <strong>de</strong>caráter técnico-científico contábil, suscitadas em <strong>de</strong>mandajudicial ou extrajudicial.está relaciona<strong>do</strong> ao valor da causa no que se refere aoobjeto da perícia; à dimensão <strong>de</strong>terminada pelo volume <strong>de</strong><strong>trabalho</strong>; e à abrangência pelas áreas <strong>de</strong> conhecimentoenvolvidas.O riscocompreen<strong>de</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> honorário pericial não serintegralmente recebi<strong>do</strong>, o tempo necessário aorecebimento, bem como a antecipação das <strong>de</strong>spesasnecessárias à execução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>. Igualmente, <strong>de</strong>vemser levadas em consi<strong>de</strong>ração as implicações cíveis,penais, profissionais e outras <strong>de</strong> caráter específico a quepo<strong>de</strong>r estar sujeito o <strong>perito</strong>.A complexida<strong>de</strong>está relacionada à dificulda<strong>de</strong> técnica para a realização <strong>do</strong><strong>trabalho</strong> pericial em <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> especializaçãoexigi<strong>do</strong>; à dificulda<strong>de</strong> em obter os elementos necessáriospara a fundamentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil; e aotempo transcorri<strong>do</strong> entre o fato a ser pericia<strong>do</strong> e arealização da perícia. Deve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> também oineditismo da matéria periciada.
37para a realização <strong>de</strong> cada fase <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> é o tempo<strong>de</strong>spendi<strong>do</strong> para a realização da perícia, mensura<strong>do</strong> emhoras trabalhadas pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> aplicável.As horas estimadasO pessoal técnicoé forma<strong>do</strong> pelos auxiliares que integram a equipe <strong>de</strong><strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, estan<strong>do</strong> os mesmos sob sua orientaçãodireta e inteira responsabilida<strong>de</strong>.O prazo <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>O prazo médioOs lau<strong>do</strong>snas perícias judiciais ou contrata<strong>do</strong> nas extrajudiciais <strong>de</strong>veser leva<strong>do</strong> em conta nas propostas <strong>de</strong> honorários,consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se eventual exigüida<strong>de</strong> <strong>do</strong> tempo querequeira <strong>de</strong>dicação exclusiva <strong>do</strong> <strong>perito</strong> e da sua equipepara a consecução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.habitual <strong>de</strong> liquidação compreen<strong>de</strong> o tempo necessáriopara recebimento <strong>do</strong>s honorários.interprofissionais e outros inerentes ao <strong>trabalho</strong> são peçastécnicas executadas por <strong>perito</strong> qualifica<strong>do</strong> e habilita<strong>do</strong> naforma <strong>de</strong>finida no Código <strong>de</strong> Processo Civil e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com o conselho profissional ao qual estiver vincula<strong>do</strong>Quadro 04: Referentes ao HonoráriosFonte: CFC nº 1.244 (2009, p. 11).Sá <strong>de</strong>staca (2004, p.71), “a proposta <strong>de</strong> honorários <strong>de</strong>ve, pois, ser bemfeita. Portanto: fazer a proposta e pleitear o <strong>de</strong>pósito são coisas que o <strong>perito</strong> po<strong>de</strong>realizar concomitantemente, mas com zelo suficiente para não cometer erros contrasi, nem contra a parte”.Vendrame (2005, p. 156) <strong>de</strong>staca que:outro ponto controverti<strong>do</strong> na vida <strong>do</strong> Perito, ainda é a questão <strong>do</strong>shonorários periciais. De um la<strong>do</strong> o Perito, como qualquer outro profissional,<strong>de</strong>ve receber uma justa paga pelo seu <strong>trabalho</strong>; <strong>de</strong> outro la<strong>do</strong>, não existequalquer dispositivo legal regulan<strong>do</strong> o quantum <strong>de</strong>stes honorários, excetoalgumas tabelas propostas por associações, que ainda não se enquadram ato<strong>do</strong>s os tipos <strong>de</strong> perícia. Problema ainda maior ocorre no fórum trabalhista,on<strong>de</strong> o Perito somente recebe seus honorários após a liquidação dasentença, o que em alguns casos chega a uma década, fazen<strong>do</strong> com que oPerito, nos primeiros anos <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, trabalhe com déficit <strong>de</strong> caixa. [...]
38Morais (2005) <strong>de</strong>finiram assim honorários: "são remunerações pecuniárias<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> ou estipêndios pagos por serviços presta<strong>do</strong>s em cargo facultativo <strong>de</strong>qualificação honrosa, em profissão liberal.”Ferreira (1999) Honorários não se confun<strong>de</strong> com salário. Embora ambossejam remunerações pelo serviço executa<strong>do</strong>, pelo <strong>trabalho</strong> realiza<strong>do</strong>. Honorário estádiretamente liga<strong>do</strong> ao profissional autônomo que utiliza <strong>de</strong> conhecimentosespecíficos em uma ativida<strong>de</strong> ou tarefa, <strong>de</strong> difícil mensuração, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrerdisparida<strong>de</strong> entre o resulta<strong>do</strong> e a retribuição (pagamento), enquanto que salário é aretribuição por ativida<strong>de</strong> contínua, pré-mensurada, na qual o vínculo empregatício.O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>verá elaborar a proposta <strong>de</strong> honorários profissionais conforme<strong>de</strong>screve a Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 12),conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve,O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve elaborar a proposta <strong>de</strong> honorários estiman<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong>possível, o número <strong>de</strong> horas para a realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, por etapa e porqualificação <strong>do</strong>s profissionais (auxiliares, assistentes, seniores, etc.)consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os <strong>trabalho</strong>s a seguir especifica<strong>do</strong>s:a) retirada e entrega <strong>do</strong>s autos;b) leitura e interpretação <strong>do</strong> processo;c) elaboração <strong>de</strong> termos <strong>de</strong> diligências para arrecadação <strong>de</strong> provas ecomunicações às partes, terceiros e <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res assistentes;d) realização <strong>de</strong> diligências;e) pesquisa <strong>do</strong>cumental e exame <strong>de</strong> livros contábeis, fiscais e societários;f) realização <strong>de</strong> planilhas <strong>de</strong> cálculos, quadros, gráficos, simulações eanálises <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s;g) lau<strong>do</strong>s interprofissionais;h) elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>;i) reuniões com <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res assistentes, quan<strong>do</strong> for o caso;j) revisão final;k) <strong>de</strong>spesas com viagens, hospedagens, transporte, alimentação, etc.;l) outros <strong>trabalho</strong>s com <strong>de</strong>spesas supervenientes.O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar, na proposta <strong>de</strong> honorários, os seguintes itens:a) relevância e valor da causa;b) prazos para execução da perícia;c) local da coleta <strong>de</strong> provas e realização da perícia.Zanna (2005, p. 28) ressalta que, quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> nomeação, o <strong>perito</strong>Requer por escrito e <strong>de</strong>posito <strong>de</strong> honorários, conforme o orçamento oupedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> arbitramento, requerer a complementação <strong>do</strong>s honorários, se aimportância previamente <strong>de</strong>positada for insuficiente para garantir-los, erequerer, após a entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>, que o <strong>de</strong>pósito seja libera<strong>do</strong> com osacréscimo legais. O <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r requererá a liberação parcial <strong>do</strong>shonorários, <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s em juízo, sempre que houver a necessida<strong>de</strong>,<strong>de</strong>vidamente justificada [...] po<strong>de</strong> requerer o custeio das <strong>de</strong>spesas referenteao <strong>de</strong>slocamento para a realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> fora da comarca em que foinomea<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> indicação pelas partes, escolha arbitral oucontratação extrajudicial <strong>de</strong>vem o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>rassistente formular carta proposta ou contrato, antes <strong>do</strong> inicio da execução<strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os fatores constantes no item, <strong>de</strong>sta Norma e oprazo para a realização <strong>do</strong>s serviços.
39Com base nos critérios <strong>de</strong> solicitação <strong>do</strong>s honorários, o conta<strong>do</strong>r iráavaliar todas as circunstâncias envolvidas no processo e assim ter base pararequerer seus honorários. Segue em anexo C, mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> petição <strong>de</strong> honorários.2.9.8 Lau<strong>do</strong>s PericiaisCom os exames <strong>de</strong> provas e realização <strong>de</strong> vistorias, o <strong>perito</strong> chega àconclusão <strong>do</strong>s fatos e assim constitui o lau<strong>do</strong> pericial.Para Sá (2000, p. 43):.a manifestação literal <strong>do</strong> <strong>perito</strong> sobre fatos patrimoniais <strong>de</strong>vidamentecircunstancia<strong>do</strong>s gera a peça tecnológica <strong>de</strong>nominada Lau<strong>do</strong> PericialContábil. É o julgamento ou pronunciamento, basea<strong>do</strong> nos conhecimentosque tem o profissional da contabilida<strong>de</strong>, em face <strong>de</strong> eventos ou fatos quesão submeti<strong>do</strong>s á sua apreciação.De acor<strong>do</strong> com Sá (2000, p. 45) o “lau<strong>do</strong> pericial contábil é uma peçatecnológica que contém opiniões <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r, como pronunciamento, sobrequestões que lhe são formuladas e que requerem seu pronunciamento.”O CFC <strong>de</strong>screve em sua Resolução nº 1.243/09 as consi<strong>de</strong>rações gerais<strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil,13.6.1.1. Esta norma objetiva estabelecer o conceito, a estrutura e osprocedimentos para elaboração a apresentação <strong>do</strong> Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil.13.6.1.2. O Decreto-Lei nº 9.295/46, na letra “c” <strong>do</strong> art. 25, <strong>de</strong>termina que oLau<strong>do</strong> Pericial Contábil efetua<strong>do</strong> em matéria contábil somente sejaexecuta<strong>do</strong> por conta<strong>do</strong>r habilita<strong>do</strong> e <strong>de</strong>vidamente registra<strong>do</strong> em ConselhoRegional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>.13.6.1.3. Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil é uma peça escrita, na qual o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve visualizar, <strong>de</strong> forma abrangente, o conteú<strong>do</strong> da perícia eparticularizar os aspectos e as minudências que envolvam a <strong>de</strong>manda.13.6.1.4. Define esta Norma que o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve registrar no Lau<strong>do</strong>Pericial Contábil os estu<strong>do</strong>s, as pesquisas, as diligências ou as buscas <strong>de</strong>elementos <strong>de</strong> provas necessárias para a conclusão <strong>do</strong>s seus <strong>trabalho</strong>s.13.6.1.5. Obriga a Norma que o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, no encerramento <strong>do</strong> Lau<strong>do</strong>Pericial Contábil, apresente, <strong>de</strong> forma clara e precisa, as suas conclusões.13.6.1.6. O Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil <strong>de</strong>ve ser uma peça técnica elaborada <strong>de</strong>forma seqüencial e lógica, para que o <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r sejareconheci<strong>do</strong> também pela padronização estrutural. (CFC nº 1.243, 2009, p.4).A apresentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil <strong>de</strong>ve seguir a seguinteapresentação, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com A resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.243 (2009, p.3):13.6.2.1. O Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil <strong>de</strong>verá ser uma peça técnica, escrita <strong>de</strong>forma objetiva, clara, precisa, concisa e completa. Ainda, sua escrita sempreserá conduzida pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, que a<strong>do</strong>tará um padrão próprio, comoo <strong>de</strong>scrito no item Estrutura.
4013.6.2.2. Não <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r utilizar-se <strong>do</strong>s espaços marginais ouinterlineares para lançar quaisquer escritos no Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil.13.6.2.3. Não po<strong>de</strong> o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ixar nenhum espaço em branco nocorpo <strong>do</strong> Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil, bem como a<strong>do</strong>tar entrelinhas, emendasou rasuras, pois não será aceita a figura da ressalva, especialmente quan<strong>do</strong>se tratar <strong>de</strong> respostas aos quesitos.13.6.2.4. A linguagem a<strong>do</strong>tada pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve ser acessível aosinterlocutores, possibilitan<strong>do</strong> aos julga<strong>do</strong>res e às partes da <strong>de</strong>manda,conhecimento e interpretação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciaiscontábeis. Devem ser utiliza<strong>do</strong>s termos técnicos, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> o texto trazersuas informações <strong>de</strong> forma clara. Os termos técnicos <strong>de</strong>vem sercontempla<strong>do</strong>s na redação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a se obteruma redação técnica que qualifica o <strong>trabalho</strong>, respeitada a Norma Brasileira<strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e o Decreto-Lei nº 9.295/46. Em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> termostécnicos, <strong>de</strong>vem os mesmos, caso necessário, ser acresci<strong>do</strong>s <strong>de</strong>esclarecimentos adicionais, sen<strong>do</strong> recomenda<strong>do</strong>s à utilização daqueles <strong>de</strong>maior <strong>do</strong>mínio público.13.6.2.5. O Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil <strong>de</strong>verá ser escrito <strong>de</strong> forma direta,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s julga<strong>do</strong>res e ao objeto da discussão,sempre com conteú<strong>do</strong> claro e dirigi<strong>do</strong> ao assunto da <strong>de</strong>manda, <strong>de</strong> formaque possibilite os julga<strong>do</strong>res a proferirem justa <strong>de</strong>cisão. O Lau<strong>do</strong> PericialContábil não <strong>de</strong>ve conter elementos e/ou informações que conduzam adúbia interpretação, para que não induza os julga<strong>do</strong>res a erro.13.6.2.6. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>verá elaborar o Lau<strong>do</strong> Pericial Contábilutilizan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> vernáculo, sen<strong>do</strong> admitidas apenas palavras ou expressõesidiomáticas <strong>de</strong> outras línguas <strong>de</strong> uso comum nos tribunais judiciais ouextrajudiciais.13.6.2.7. O Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil <strong>de</strong>ve expressar o resulta<strong>do</strong> final <strong>de</strong> to<strong>do</strong>e qualquer <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> prova que o conta<strong>do</strong>r tenha efetua<strong>do</strong> porintermédio <strong>de</strong> peças contábeis e outros <strong>do</strong>cumentos, sob quaisquer tipos eformas <strong>do</strong>cumentais.Com isso, evi<strong>de</strong>ncia-se que é papel <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r a realização <strong>do</strong>lau<strong>do</strong> pericial, basean<strong>do</strong>-se em conhecimentos científicos respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os quesitosiniciais. A entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial <strong>de</strong>ve ser <strong>do</strong>cumentada, ou seja, na entrega <strong>do</strong>s<strong>trabalho</strong>s periciais ao judiciário o mesmo <strong>de</strong>verá ser protocola<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> assimfican<strong>do</strong> a sua guarda com o po<strong>de</strong>r judiciário, que o encaminhara para o juizresponsável <strong>do</strong> processo.2.10 Perícia Contábil em Processo TrabalhistaO surgimento da legislação trabalhista e da justiça <strong>do</strong> Trabalho no Brasilveio como conseqüência <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> lutas e reivindicações trabalhistas<strong>de</strong>mandadas pela socieda<strong>de</strong>. Sofreu influência <strong>do</strong>s princípios <strong>de</strong> proteção aotrabalha<strong>do</strong>r. A perícia contábil na justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> atua na in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> diversas
41modalida<strong>de</strong>s e no litígio entre emprega<strong>do</strong>s e emprega<strong>do</strong>res, auxilian<strong>do</strong> a justiça paraa resolução <strong>do</strong>s conflitos resultantes das relações <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.Sá (2004, p. 193) <strong>de</strong>screve que,Um <strong>do</strong>s campos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> atuação <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s é na justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>,verifican<strong>do</strong> nas escritas das empresas as reclamações que são postuladas.Elas giram em torno <strong>de</strong> registros <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>, <strong>de</strong> salários, <strong>de</strong> direitosinerentes as relações <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. Não são, em geral, pericias complexas.O surgimento das ações trabalhistas ocorre no <strong>de</strong>sentendimento entreemprega<strong>do</strong>s e emprega<strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> uma das partes se sentir lesada, propon<strong>do</strong> olitígio e outra.o processo trabalhista é a maneira pela qual são concilia<strong>do</strong>s ou julga<strong>do</strong>s osdissídios individuais e coletivos entre emprega<strong>do</strong>s e emprega<strong>do</strong>res,chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> reclamante e reclama<strong>do</strong>s. Presta-se também paradirimir <strong>de</strong>mais controvérsias <strong>de</strong>correntes das relações trabalhistas regidaselo Direito <strong>do</strong> Trabalho e capitula<strong>do</strong>s na CLT (ZANNA, 2005, p. 304)Segun<strong>do</strong> Sá (2000, p. 197) “um <strong>do</strong>s campos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> atuação <strong>do</strong>s<strong>perito</strong>s é a justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, verifican<strong>do</strong> nas escritas das empresas asreclamações que são postuladas.”Com relação às primeiras, têm-se:Os haveres <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, transitoriamente reti<strong>do</strong>s junto ao patrimônio <strong>do</strong>emprega<strong>do</strong>r, não <strong>de</strong>ixam, por isso, <strong>de</strong> ser haveres e como tal hão <strong>de</strong> serapura<strong>do</strong>s por perícia contábil, notadamente quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> tornarlíquidas sentenças que concluíram pela obrigação <strong>de</strong> dar [...] tais haveresao reclamante. (ALBERTO, 1996, p. 112).No segun<strong>do</strong> caso, Alberto (1996, p. 113) estabelece:tem como meio avaliar e analisar a situação patrimonial e econômicofinanceira<strong>de</strong> uma empresa, com vistas a se comprovar a capacida<strong>de</strong> ouincapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cumprir condições estabelecidas em normas coletivas(acor<strong>do</strong>s, convenções ou dissídios) em relação ao próprio dissídioindividual. Também durante a fase <strong>de</strong> negociação ou <strong>de</strong> instruções dasnormas coletivas trabalhistas, a perícia contábil po<strong>de</strong> vir a ser requerida,como elemento essencial para subsidiar os acor<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>cisões.São etapas <strong>do</strong> processo trabalhista a inicial, a contestação, a instrução, ojulgamento e a liquidação <strong>de</strong> sentença. Os cálculos <strong>do</strong>s haveres, requeri<strong>do</strong>s pelo<strong>de</strong>clarante, ocorrem na liquidação da sentença. Nos processos trabalhistas, aexecução <strong>de</strong> cálculos para apuração <strong>do</strong>s haveres é parte fundamental para ancorare dar sustentação à sentença que o juiz proce<strong>de</strong>rá. Por esse motivo, os cálculos<strong>de</strong>vem ser elabora<strong>do</strong>s por um especialista no assunto e não por pessoas leigas, quepo<strong>de</strong>m comprometer a <strong>de</strong>cisão tomada pelo juiz.
422.10.1 Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> TrabalhoO <strong>perito</strong> contábil tem um gran<strong>de</strong> campo para execução <strong>de</strong> seus <strong>trabalho</strong>spo<strong>de</strong>n<strong>do</strong> atribuídas as esferas judiciais ou extrajudiciais, com isso ele traz umagran<strong>de</strong> importância para a profissão e abrin<strong>do</strong> mais <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> atuaçãoprofissional.O <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r tem maior ênfase nasesferas da justiça, assim <strong>de</strong>screve Hoog (2005, p.151), o <strong>merca<strong>do</strong></strong> é o conjunto <strong>de</strong>pessoas físicas ou jurídicas que afetam ou <strong>de</strong>mandam um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> serviço oubem constituem o <strong>merca<strong>do</strong></strong>. Porém, no caso <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, a maior ênfase é nas justiçasFe<strong>de</strong>ral e Estadual, varas civis, criminais, <strong>de</strong> falências e concordata, família,precatórias, execuções fiscais, trabalhistas. Existe também a Justiça Arbitral, além<strong>do</strong> <strong>merca<strong>do</strong></strong> extrajudicial que tem maior relevância nos casos <strong>de</strong> incorporação, fusãoe cisão e reavaliação <strong>de</strong> patrimônio.O melhor cliente é alcança<strong>do</strong> por indicação, assim <strong>de</strong>screve Hoog (2005,p. 157), “Os melhores <strong>trabalho</strong>s e clientes são alcança<strong>do</strong>s por indicação. O melhor ei<strong>de</strong>al caminho é ter os clientes satisfeitos.”Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Hoog (2005, p. 151) o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r possui seupúblico alvo volta<strong>do</strong> para, “as varas cíveis, da fazenda pública, fe<strong>de</strong>rais, as partesenvolvidas em questões judiciais ou extrajudiciais, as pessoas jurídicas e as físicasque busquem opiniões especializadas.”É comum encontrar no <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>perito</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r e <strong>perito</strong>mediano, Hoog (2005, p. 158), o <strong>perito</strong> mediano vê as pedras e as dificulda<strong>de</strong>s noseu caminho, e sobre isto fala o tempo to<strong>do</strong>, já o <strong>perito</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r olha e vêalem das pedras. Enxerga a linha <strong>do</strong> horizonte, a vanguarda, visão ampla eprofunda, e fala sobre o privilégio <strong>do</strong> ser um cientista e das soluções que apresentapara transpor as pedras, em especial sobre as soluções apresentadas e estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vanguarda.Como po<strong>de</strong>mos ver o <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e muito amplo, na região <strong>de</strong>criciúma a quatro varas trabalhistas on<strong>de</strong> são analisa<strong>do</strong>s e arquiva<strong>do</strong>s diversosprocessos trabalhistas on<strong>de</strong> necessita <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> profissionaisda área contábil e <strong>de</strong> diversas outras áreas com um gran<strong>de</strong> campo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> aquina região.
433. ESTUDO DE CASOO estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso aborda<strong>do</strong> neste <strong>trabalho</strong> é para conhecer o <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong><strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r na região <strong>de</strong> Criciúma-SC no âmbito trabalhista e qualsua visão para o futuro da profissão contábil.Para um melhor entendimento será exposta a pesquisa por meio <strong>de</strong>gráficos para um melhor entendimento e visualização das respostas <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>sconta<strong>do</strong>res da região <strong>de</strong> criciúma.O questionário foi elabora<strong>do</strong> com questões fechadas e <strong>de</strong> múltiplaescolha e respondi<strong>do</strong> pelos <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res da região <strong>de</strong> Criciúma-SC e queefetivam constantemente <strong>trabalho</strong>s periciais nas varas da justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> naregião. Foi envia<strong>do</strong> o questionário a 26 <strong>perito</strong>s contábeis da região <strong>de</strong> Criciúma on<strong>de</strong>10 <strong>perito</strong>s respon<strong>de</strong>ram ao questionário <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>s exerci<strong>do</strong>s na profissão, osrespon<strong>de</strong>ntes correspon<strong>de</strong>ram 40% (quarenta) por cento <strong>do</strong>s profissionaispesquisa<strong>do</strong>s em nossa região que atuam como <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r no âmbitotrabalhista.Serão <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>s na seqüência através <strong>de</strong> gráficos os principaisaspectos pesquisa<strong>do</strong>s no âmbito trabalhista. O questionário esta disponível emanexo no fim <strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong>. (APÊNDICE)3.1 Análise <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>sA análise <strong>do</strong>s questionários que foram aplica<strong>do</strong>s com 26 <strong>perito</strong>sconta<strong>do</strong>res em nossa região respondi<strong>do</strong> um total 10 (<strong>de</strong>z) questionários on<strong>de</strong> éaponta<strong>do</strong> em relação à fase <strong>do</strong> processo que o <strong>perito</strong> mais atua no âmbitotrabalhista em que 40% (quarenta) <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s respon<strong>de</strong>ram que trabalham comperícia contábil e 30% (trinta) com cálculo trabalhista e 30% (trinta) não quiseramopinar sobre o assunto pesquisa<strong>do</strong>.Assim po<strong>de</strong>mos observar que os <strong>perito</strong>s estão mais volta<strong>do</strong>s à partecontábil <strong>do</strong> litígio e sempre volta<strong>do</strong>s à área <strong>de</strong> interesse profissional.
44Quadro 05: Referente à área que você <strong>perito</strong> mais atua no âmbito trabalhistaFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorCom relação às fases <strong>do</strong> processo que o <strong>perito</strong> participa po<strong>de</strong>mosobservar que o cálculo <strong>de</strong> liquidação com 60% (sessenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>sparticipam ativamente nesta fase <strong>do</strong> processo e assim fican<strong>do</strong> 20% (vinte) nasdiligências que são as buscas <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentação em empresas ou escritórios <strong>de</strong>contabilida<strong>de</strong> e 20% (vinte) no levantamento <strong>de</strong> provas na analise da <strong>do</strong>cumentaçãofornecida pelas empresas.Observamos que os <strong>perito</strong>s estão volta<strong>do</strong>s aos cálculos <strong>de</strong> liquidação,pois em nossa região tem uma maior <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> fase <strong>do</strong> processo emquestão e on<strong>de</strong> a habilida<strong>de</strong> e conhecimento <strong>do</strong> <strong>perito</strong> contábil tem seu maiorreconhecimento da classe profissional e um melhor ganho <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> seushonorários profissionais.
45Quadro 06: Referente às fases <strong>do</strong> processo que você <strong>perito</strong> participaFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorQuanto aos processos que os <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res participam por mês noâmbito trabalhista foi respondi<strong>do</strong> que 50% (cinqüenta) <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s fazem <strong>de</strong> 1 (um) a5 (cinco) processos por mês, e 20% (vinte) <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s entrevista<strong>do</strong>s participamentre 6 (seis) a 10 (<strong>de</strong>z) processos por mês, 10% respon<strong>de</strong>ram que participam entre11 (onze) a 15 (quinze) processos, e 12% respon<strong>de</strong>ram a participação entre 16(<strong>de</strong>zesseis) processos no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> mês, e 8% (oito) em outros números <strong>de</strong>participação <strong>de</strong> processos mês não cita<strong>do</strong>s acima na pesquisa.Analisan<strong>do</strong> que os <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res têm por objetivo um ganho extracomo uma forma <strong>de</strong> aumentar seus ganhos com a pericia contábil realizada naregião <strong>de</strong> Criciúma SC, porque muito fazem este tipo <strong>de</strong> pericia <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> exercerseu horário <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> assim não acumulan<strong>do</strong> mais processos por outro la<strong>do</strong> a uma<strong>de</strong>manda maior <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, on<strong>de</strong> alguns <strong>perito</strong> já conseguem executar mais<strong>trabalho</strong>s como o percentual <strong>de</strong> 12% que realiza <strong>trabalho</strong>s <strong>de</strong> 16 (<strong>de</strong>zesseis) a 20(vinte) processos mês, pois estes <strong>perito</strong>s só trabalham com a perícia e conseguemaumentar seus ganhos <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> o acumulo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.
46Quadro 07: Referente <strong>do</strong> número <strong>de</strong> processos por mês que participaFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorNo gráfico apresenta<strong>do</strong> abaixo: o <strong>perito</strong> exerce a função <strong>de</strong> <strong>perito</strong> <strong>do</strong> juizou assistente técnico, foi <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que 60% (sessenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>strabalham mais como <strong>perito</strong>s <strong>do</strong> juiz, e 35% (trinta e cinco) trabalham comoassistente técnico e 5% (cinco) não quiseram opinar sobre o assunto em questão.Sen<strong>do</strong> assim os profissionais <strong>de</strong> nossa região, está mais liga<strong>do</strong>s a esferajudicial, pois trabalham diretamente com o juiz, proporcionan<strong>do</strong> um aumento nosganhos, e que diretamente com seu conhecimento específico ajuda na tomada <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão, e engran<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> ainda mais a classe contábil.Quadro 08: Referente a função exercida pelo <strong>perito</strong>Fonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autor
47Para 50% (cinqüenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, a matéria mais buscada najustiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> é o pagamento <strong>de</strong> horas extras on<strong>de</strong> se encontra uma gran<strong>de</strong>gama <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para os <strong>perito</strong>s, 30% (trinta) <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s relatam que os danosmorais, também tem uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reivindicações buscadas na justiça<strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, e 20% (vinte) pela diferença <strong>de</strong> cargo exerci<strong>do</strong> nas organizações <strong>de</strong><strong>trabalho</strong>.Deste mo<strong>do</strong> analisan<strong>do</strong> os questionários avalia<strong>do</strong>s pelos <strong>perito</strong>s, o<strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> em que eles atuam há um gran<strong>de</strong> espaço <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> on<strong>de</strong> o<strong>perito</strong> po<strong>de</strong> atuar, pois a muitos processos on<strong>de</strong> a figura <strong>do</strong> <strong>perito</strong> contábil aparece,e esclarece, como no cálculo <strong>de</strong> horas extras e <strong>de</strong> danos morais que são os <strong>de</strong>maiores proporção em nossa região.Quadro 09: Referente qual a reclamatória mais buscada no âmbito trabalhistaFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorNo quadro a seguir 10% (<strong>de</strong>z) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s afirmam que <strong>de</strong> 1 (um)mês a 3 (três) após a entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil, são pagos os valores <strong>do</strong>shonorários, outros 40% (quarenta) afirmam que levam <strong>de</strong> 4 (quatro) a 6 (seis) mesespara receber o valor <strong>de</strong> seus honorários, já 30% (trinta) dizem levar mais <strong>de</strong> 7 (sete)meses para o recebimento, outros 20% (vinte) afirmam que leva mais <strong>de</strong> 1(um) ano,para receber seus honorários profissionais.Deste mo<strong>do</strong> a análise <strong>de</strong>ste ponto, nos recebimentos <strong>do</strong>s honorários, nãoé satisfatória, pois os <strong>perito</strong>s entrevista<strong>do</strong>s relatam que a uma <strong>de</strong>mora norecebimento após a entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial, prejudican<strong>do</strong> o <strong>perito</strong> por que
48geralmente recebe seus honorários logo após o término <strong>do</strong> litígio que está emquestão.Quadro 10: Referente ao recebimento <strong>do</strong>s honorários profissionaisFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorCom relação às dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelos <strong>perito</strong>s a quela que temmaior relevância é a obtenção da <strong>do</strong>cumentação necessária, pois <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>sentrevista<strong>do</strong>s 50% (cinqüenta) relatam este tipo <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, 10% <strong>do</strong>s<strong>perito</strong>s relatam que é o apoio <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais <strong>perito</strong>s envolvi<strong>do</strong>s no litígio, 30% apontamque a falta <strong>de</strong> apoio das partes envolvidas no caso e 10% falam que tem maiordificulda<strong>de</strong> nas diligências ou na busca das <strong>do</strong>cumentações.Quadro 11: Referente às dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelo <strong>perito</strong>Fonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autor
49Na Justiça <strong>do</strong> Trabalho, os <strong>perito</strong>s entregam os lau<strong>do</strong>s periciais entre 16(<strong>de</strong>zesseis) a 60 (sessenta) dias após o inicio <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s. De acor<strong>do</strong> com 60%(sessenta) <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s entrevista<strong>do</strong>s os mesmos entregam o lau<strong>do</strong> entre 16(<strong>de</strong>zesseis) a 30 (trinta) dias e só 10% (<strong>de</strong>z) conseguem entregar os lau<strong>do</strong>s em 15(quinze) dias, outros 30% (trinta) entregam os lau<strong>do</strong>s entre 31 a 60 dias.Na perícia trabalhista o lau<strong>do</strong> pericial é uma das peças mais importante,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> conter <strong>de</strong> forma clara os esclarecimentos em relação a matéria emquestão. Por esta razão o <strong>perito</strong> tem uma gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, pois e nele queo juiz vai se basear para concluir o <strong>trabalho</strong> e executar a sentença dan<strong>do</strong> fim <strong>do</strong>litígio.Quadro 12: Referente ao tempo <strong>de</strong> entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericialFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorEm relação os honorários profissionais na perícia contábil sempre édiscutida no início <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s, como foi relata<strong>do</strong> pelos <strong>perito</strong>s. Os mesmorespon<strong>de</strong>m que os valores médios <strong>de</strong> uma perícia ficam <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> R$ 300,00(trezentos) reais a R$ 600,00 (seiscentos) reais e que maioria <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>scerca <strong>de</strong> 60% (sessenta) recebe entre R$ 600,00 a R$ 1.000,00 (mil) reais tornan<strong>do</strong>o <strong>merca<strong>do</strong></strong> atrativo. Outros 30% (trinta) respon<strong>de</strong>ram que recebem seus honoráriosentre R$ 300,00 e R$ 500,00 (quinhentos) reais também fican<strong>do</strong> na média, outros
50relataram que conseguem ganhos acima <strong>de</strong> R$ 1.000,00 (mil) reais este percentualficou entre 10% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s.Quadro 13: Referente valor <strong>do</strong>s honorários recebi<strong>do</strong>sFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorCom relação à profissão contábil, os questionários respondi<strong>do</strong>s, 50%(cinqüenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s falam que a profissão é promissora; 20% (vinte) que éuma profissão em fase <strong>de</strong> expansão e reconhecimento, outros 20% (vinte) dizemque é apenas mais uma profissão e outros 10% (<strong>de</strong>z) relatam que é uma profissãoque se iguala às <strong>de</strong>mais com sua importância <strong>de</strong>ntro das organizações.Com isso, verifica-se que a maioria da população entrevistada reconhecea importância da profissão contábil e ainda <strong>de</strong>claram ser uma profissão emascensão.Quadro 14: Referente qual visão você tem da profissão contábilFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autor
51O retorno financeiro é um <strong>do</strong>s principais fatores que motivaram osconta<strong>do</strong>res a exercer a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r, isto <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com 40%(quarenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s. 30% (trinta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s não respon<strong>de</strong>ram aquestão, e 20% (vinte) tem o <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong> como fonte complementar <strong>de</strong> renda.Quadro 15: Referente o motivo que leva você a escolher a área <strong>de</strong> períciacontábil. Fonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorO quadro abaixo <strong>de</strong>monstra que 60% (sessenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>sincentivam os bacharéis em ciências contábeis a exercer a profissão <strong>de</strong> <strong>perito</strong>contábil como uma profissão reconhecida e tem um <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> em nossaregião atrativo. Já 30% (trinta) respon<strong>de</strong>m que o <strong>merca<strong>do</strong></strong> já está satura<strong>do</strong> e nãoprecisa <strong>de</strong> mais profissionais, e 10% (<strong>de</strong>z) não respon<strong>de</strong>ram a questão.A profissão contábil na visão da maioria <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, é atrativa econsi<strong>de</strong>ra o <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> bastante vasto em nossa região, incentiva osbacharéis exercer a profissão pela atrativida<strong>de</strong> no <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e pelaremuneração.
52Quadro 16: Referentes aos bacharéis em ciências contábeis <strong>de</strong>vam exercer aativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>rFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorComo se viu, os quadros mostram que o campo <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> <strong>perito</strong>contábil na região <strong>de</strong> Criciúma-SC e bastante vasto, e com ganhos consi<strong>de</strong>ráveis,como <strong>perito</strong> <strong>do</strong> juiz e que muitos optam em exercer a este tipo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> por umaprofissão <strong>de</strong>sejada e pelo ganho financeiro, e venho por meio <strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong> dizerque a pesquisa foi alcançada <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sta amostra <strong>de</strong> quadros osprincipais <strong>trabalho</strong>s e fases em que o <strong>perito</strong> participa no âmbito trabalhista.
534. CONSIDERAÇÕES FINAISCom este <strong>trabalho</strong>, evi<strong>de</strong>nciou-se o <strong>merca<strong>do</strong></strong> da Perícia Contábil nomunicípio <strong>de</strong> Criciúma/SC, e foi possível apren<strong>de</strong>r e esclarecer um pouco mais sobrea atuação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r na esfera Trabalhista. A perícia contábil é <strong>de</strong>competência <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r com registro no CRC, caben<strong>do</strong>-lhe exercer <strong>de</strong> forma clarae precisa na apuração os fatos e, assim levar a verda<strong>de</strong> aos interessa<strong>do</strong>s noprocesso. Verificou-se, por meio <strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong>, que o <strong>perito</strong> beneficia a socieda<strong>de</strong>com a análise técnica na resolução <strong>de</strong> litígios. Com a participação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> nosprocessos judiciais, o juiz tem maior segurança no momento <strong>de</strong> proferir suasentença. O conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve estar atento às suas responsabilida<strong>de</strong>s no exercício daativida<strong>de</strong> pericial, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> agir com zelo, com princípio ético e moral e manten<strong>do</strong> osigilo profissional. O <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r é abrangente e seupúblico alvo é volta<strong>do</strong> para o judiciário, tanto, pessoas físicas como as jurídicas queestão em busca <strong>de</strong> opinião <strong>de</strong> um especialista.Para manter a confiança em relação a seu <strong>trabalho</strong> o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve agir comhonestida<strong>de</strong>, ter notório saber, reputação ilibada e bom relacionamento com o<strong>merca<strong>do</strong></strong>. Dessa forma, é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> estar atualiza<strong>do</strong>, foca<strong>do</strong> nosacontecimentos atuais, na legislação vigente, entre outros fatores. Com a pesquisarealizada, concluiu-se que os <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res estão satisfeitos com o <strong>merca<strong>do</strong></strong> noqual estão atuan<strong>do</strong>. No geral, esses vêem a contabilida<strong>de</strong> como uma profissão emfase <strong>de</strong> expansão, reconhecida e promissora.A principal motivação <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s para realizar sua ativida<strong>de</strong> é o retornofinanceiro. Em média, são realizadas na justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> cerca <strong>de</strong> cinco a <strong>de</strong>zperícias ao mês. Dos entrevista<strong>do</strong>s, 60% (sessenta) atuam como <strong>perito</strong> <strong>do</strong> juiz eafirmam que essa ativida<strong>de</strong> lhes proporciona melhor remuneração. Na justiça <strong>do</strong><strong>trabalho</strong>, os honorários somente serão libera<strong>do</strong>s ao término <strong>do</strong> processo. Assim,justifica-se o tempo <strong>de</strong> espera para receber a remuneração que varia <strong>de</strong> um mês atéum ano após a entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>. Na justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, os honorários são<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelo juiz e raramente pelo <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r. A maior dificulda<strong>de</strong> para arealização <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial é a obtenção <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos necessários a realização<strong>de</strong> diligência e o apoio <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais <strong>perito</strong>s envolvi<strong>do</strong>s no processo judicial. A entrega<strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial varia <strong>de</strong> 16 (<strong>de</strong>zesseis) até 60 (sessenta) dias após o início <strong>do</strong>s
54<strong>trabalho</strong>s. Na justiça trabalhista em média o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r recebe cerca <strong>de</strong> R$500,00 (quinhentos) a R$ 1.000,00 (mil) reais, por lau<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>. Apesar da<strong>de</strong>mora <strong>do</strong> recebimento <strong>de</strong> honorários, em curto prazo é economicamente maisatrativo para o <strong>perito</strong>.Com os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>scritos acima e com o resulta<strong>do</strong> da pesquisa, verificouse que, em relação à esfera judicial pesquisada, os <strong>perito</strong>s estão satisfeitos e,apenas uma pequena parte <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s estão insatisfeitos.Os <strong>perito</strong>s entrevista<strong>do</strong>s aconselham os acadêmicos <strong>de</strong> ciênciascontábeis a atuarem nessa área da contabilida<strong>de</strong> a investirem na carreira. Portanto,o objetivo <strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong> foi alcança<strong>do</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> um <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para oconta<strong>do</strong>r ainda não totalmente explora<strong>do</strong>, e que po<strong>de</strong> ser sua principal fonte <strong>de</strong>renda. Com este estu<strong>do</strong> ficou claro que o <strong>perito</strong>, ao atuar com profissionalismo,ética, e pensan<strong>do</strong> no benefício social, irá lhe ren<strong>de</strong>r bons frutos e reconhecimentoprofissional.
55REFERÊNCIASALBERTO, Val<strong>de</strong>r Luiz Palombo. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1996. 254 p.ALBERTO, Valter Luís Palombo. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1996.ALBERTO, Valter Luís Palombo. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 2000.ANDRADE, Maria margarida. Como preparar <strong>trabalho</strong>s para cursos <strong>de</strong> pósgraduação:noções práticas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2005.BRASIL. Código <strong>do</strong> Processo Civil, Brasília, 2010, 230 p.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htmBRASIL. Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>. Resolução CFC nº. 1.244 <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong>Dezembro 2009. Reformula a NBC P2 – Norma Profissional <strong>de</strong> Perito Contábil.Documentada,/Brasília, Dezembro. 2009.BRASIL. Código <strong>de</strong> Processo Civil. Artigo 145.BRASIL. Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>. Resolução CFC nº. 1.243 <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong>Dezembro 2009. Reformula a NBC T13 – Da Perícia Contábil.Documentada, /Brasília, Dezembro. 2009.CERVO, Ama<strong>do</strong> Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Meto<strong>do</strong>logia Científica. 5. Ed. SãoPaulo: Pearson, 2002.CÓDIGO DO PROCESSO CIVIL. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2000. 578 p.CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normasBrasileiras <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> auditoria e perícia. Brasília, 2006.CRESWELL, John W. Projeto <strong>de</strong> pesquisa: Méto<strong>do</strong>s qualitativos, quantitativo emisto. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 248 p.DICIONÁRIO MICHAELIS. Mo<strong>de</strong>rno dicionário da língua portuguesa. Ed.Melhoramento, http://michaelis.uol.com.br/mo<strong>de</strong>rno/portuguesportugues&palavra=prova Acesso em 29 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010.DIEHL, Astor Antonio. Tatim, Denise Carvalho. Pesquisa em ciências sociaisaplicadas. São Paulo: Person Prentice Hall, 2004.DRUMMOND, Maria Helena Ferreira. “Ciências Contábeis. Da Arte á Ciência: 8.000Anos <strong>de</strong> História”. Revista Brasileira <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, Brasília, n. 93, p. 72 – 78,maio/junho, 1995.
56FERREIRA, Aurélio Buarque <strong>de</strong> Holanda. Dicionário Aurélio Eletrônico - SéculoXXI. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira, Desenvolvimento MGB Informática Ltda., 1999.FIGUEIREDO, San<strong>do</strong>val Nunes. Perícia contábil e a competência <strong>do</strong> profissional –Revista Brasileira <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, ano 32 n. 142 jul./ago. 2003, p. 41-47.GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos <strong>de</strong> pesquisa. 3 ed. São Paulo: Atlas,1996.HOOG, Wilson Alverto Zappa; PETRENCO, Solange Aparecida. Prova pericialcontábil: aspectos práticos & fundamentais. 3 ed. Curitiba: Juruá, 2004. 440p.81.HOOG, Willian Alberto Zappa. Prova Pericial Contábil: aspectos práticos &Fundamentais. 4 ed. Curitiba: Juruá, 2005. 426 p.___________ Prova pericial contábil: aspectos práticos & fundamentais. 5 ed.Curitiba: Juruá, 2007, 496p.MAGALHÃES, Antonio <strong>de</strong> Deus Farias et al. Perícia Contábil. 3 ed. São Paulo:Atlas, 2001.MAGALHÃES, Antonio <strong>de</strong> Deus Farias et al. Perícia Contábil. 4 ed. São Paulo:Atlas, 2004, 168 p.MORAIS, Antonio Carlos. Honorários periciais. 2º ed. São Paulo: Atlas 2005.OLIVEIRA, Francisco Antonio <strong>de</strong>. O processo na justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>. 4 ed. SãoPaulo; Revista <strong>do</strong>s tribunais, 2000. 700 p.ORNELAS, M. M. G. Perícia contábil. São Paulo: Atlas, 2003.ORNELAS, Martinho Maurício Gomes <strong>de</strong>. Perícia contábil. 3 ed. São Paulo: Atlas,2000.PIRES, M. A. A. A perícia contábil: reflexões sobre seu verda<strong>de</strong>iro significa<strong>do</strong> eimportância. Revista Brasileira <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, n. 121, jan./fev. 2000.ROCHA, Levi Alvarenga, SANTOS, Nelson <strong>do</strong>s. Perícia Contábil. Florianópolis:CRC/SC. 1997. 80 P.SÁ, Antonio Lopes. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.SÁ, Antônio Lopes <strong>de</strong>. Perícia Contábil. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2004. 365p.SANTOS, Cleusa Maria Alves <strong>do</strong>s. MELLO, Onice Maria <strong>de</strong>. Breve discussão sobrea qualida<strong>de</strong> total em serviços periciais – Revista Brasileira <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> ano33 n. 146 mar/abr. 2004, p. 83-96.
57_________, Perícia Contábil. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2000. 321 p.SANTOS, José Luiz <strong>do</strong>s; SCHIMIDT, Paulo; GOMES, José Mário Matsumura.Fundamentos da Perícia Contábil. 18 ed. São Paulo: Atlas, 2006. 123 p.VENDRAME, Antonio Carlos. A ética <strong>do</strong> <strong>perito</strong> judicial. São Paulo: 2005ZANNA, Remo Dalla. Prática <strong>de</strong> perícia contábil. São Paulo: IOB Thomson, 2005.419 p.www.cfc.org.br/sisweb/sre/<strong>do</strong>cs/RES_1243. , Acesso em 29 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010.
APÊNDICE – Questionário Aplica<strong>do</strong> a Pesquisa58
59Questionário <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s da justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> Criciúma1- Você atua mais em que fase?( ) Pericia contábil( ) Cálculo trabalhista( ) Não Opinou2- Em quais fases <strong>do</strong> processo você aparece como <strong>perito</strong> contábil?( ) No levantamento <strong>de</strong> provas( ) Nas diligências( ) Nos cálculos <strong>de</strong> liquidação3 - Em quantos processos por mês você participa na justiça <strong>do</strong> Trabalho?( ) 1 Á 5 MÊS( ) 6 Á 10 MÊS( ) 11 Á 15 MÊS( ) 16 Á 20 MÊS( ) Outras não listadas a cima( ) Não Opinou4 – Nos <strong>trabalho</strong>s periciais você atua geralmente como Perito <strong>do</strong> juiz ouAssistente Técnico?( ) Perito <strong>do</strong> Juiz( ) Assistente Técnico( ) Não Opinou5 – Quais os principais reivindicações buscadas nos processos trabalhistas?( ) Cálculo <strong>de</strong> horas extras( ) Diferença <strong>de</strong> cargo exerci<strong>do</strong>( ) In<strong>de</strong>nizações por danos morais e materiais6 – Quanto tempo após a entrega <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais você conseguereceber seus honorários profissionais?( ) Até um mês( ) <strong>de</strong> 1 até 3 meses( ) <strong>de</strong> 4 até 6 meses( ) Mais <strong>de</strong> 7 meses( ) Mais <strong>de</strong> 1 ano( ) Outros( ) Não Opinou7 - Quais são as principais dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelo <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>rdurante a realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais?( ) Obtenção <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos Necessários
60( ) Apoio <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais <strong>perito</strong>s envolvi<strong>do</strong>s( ) Apoio das partes envolvidas( ) Realização <strong>de</strong> diligências( ) Não Opinou8 - Quanto tempo, em média, você entrega um lau<strong>do</strong> pericial a partir da data <strong>do</strong>início <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s?( ) Até 15 dias( ) De 16 a 30 dias( ) De 31 a 60 dias( ) De 61 a 90 dias( ) Mais <strong>de</strong> 90 dias( ) Não Opinou9 - Qual o valor médio <strong>do</strong>s honorários já recebi<strong>do</strong>s?( ) 300,00 á 500,00 reais por perícia( ) 600,00 á 1.000,00 por perícia( ) Mais <strong>de</strong> 1.000,00 por perícia( ) Não Opinou10 - Qual a sua visão referente à profissão contábil hoje?( ) Em fase <strong>de</strong> expansão e reconhecimento( ) Como uma profissão promissora( ) Profissão saturada no <strong>merca<strong>do</strong></strong>( ) Como mais uma profissão( ) Iguala-se a outras profissões com sua importância <strong>de</strong>ntro das organizações( ) Não Opinou11 – Por qual motivo você escolheu a área <strong>de</strong> Perícia Contábil para atuar?( ) Por necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>( ) Como Profissão <strong>de</strong>sejada( ) Retorno financeiro( ) Outros( ) Não Opinou12 - Você aconselharia aos estudantes <strong>de</strong> Ciências Contábeis a exercer aativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r após a formação acadêmica?( ) Sim( ) Não( ) Não Opinou
ANEXO A – Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244/0961
62RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.244/09Aprova a NBC PP 01 – Perito Contábil.O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício <strong>de</strong> suasatribuições legais e regimentais,CONSIDERANDO que a constante evolução e a crescente importância daperícia contábil exigem atualização e aprimoramento das normas en<strong>de</strong>reçadasà sua regência, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a manter permanente justaposição e ajustamentoentre o <strong>trabalho</strong> a ser realiza<strong>do</strong> e o mo<strong>do</strong> ou processo <strong>de</strong>ssa realização,RESOLVE:Art. 1º. Aprovar a NBC PP 01 – Perito Contábil.Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor a partir <strong>de</strong> 1º. <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010.Art. 3º. Ficam revogadas, a partir <strong>de</strong> 1º. <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010, as Resoluções CFCnº. 857/99, 1.050/05, 1.051/05, 1.056/05 e 1.057/05, publicadas no D.O.U., SeçãoI, <strong>de</strong> 29/10/99, 08/11/05, 08/11/05, 23/12/05 e 23/12/05, respectivamente.Brasília, 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009.Conta<strong>do</strong>ra Maria Clara Cavalcante BugarimPresi<strong>de</strong>nteAta CFC Nº. 932
63NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC PP 01 – PERITO CONTÁBILÍndiceItemOBJETIVO 1CONCEITO 2 - 4COMPETÊNCIA PROFISSIONAL 5 - 6HABILITAÇÃO PROFISSIONAL 7 - 13EDUCAÇÃO CONTINUADA 14INDEPENDÊNCIA 15IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO 16 - 24Impedimento legal 20Impedimento técnico-científico 21Suspeição 22 - 24SIGILO 25 - 27RESPONSABILIDADE 28 - 36Responsabilida<strong>de</strong> e ética 30 - 34Responsabilida<strong>de</strong> civil e penal 35 - 36ZELO PROFISSIONAL 37 - 44ESCLARECIMENTOS 45UTILIZAÇÃO DE TRABALHO DE ESPECIALISTA 46HONORÁRIOS 47 - 68Elaboração <strong>de</strong> proposta 57 - 58Quesitos suplementares 59Quesitos <strong>de</strong> esclarecimentos 60 - 61Apresentação <strong>de</strong> proposta <strong>de</strong> honorários 62 - 64Levantamento <strong>de</strong> honorários 65 - 66Execução <strong>de</strong> honorários periciais 67Despesas supervenientes na execução da perícia 68MODELOS 69OBJETIVO
64Esta Norma estabelece procedimentos inerentes à atuação <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r na condição<strong>de</strong> <strong>perito</strong>.CONCEITOPerito é o conta<strong>do</strong>r regularmente registra<strong>do</strong> em Conselho Regional <strong>de</strong>Contabilida<strong>de</strong>, que exerce a ativida<strong>de</strong> pericial <strong>de</strong> forma pessoal, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> serprofun<strong>do</strong> conhece<strong>do</strong>r, por suas qualida<strong>de</strong>s e experiências, da matéria periciada.Perito-conta<strong>do</strong>r nomea<strong>do</strong> é o <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> pelo juiz em perícia contábil judicial;contrata<strong>do</strong> é o que atua em perícia contábil extrajudicial; e escolhi<strong>do</strong> é o que exercesua função em perícia contábil arbitral. Perito-conta<strong>do</strong>r assistente é o contrata<strong>do</strong> eindica<strong>do</strong> pela parte em perícias contábeis, em processos judiciais e extrajudiciais,inclusive arbitral.COMPETÊNCIA PROFISSIONALCompetência técnico-científica pressupõe ao <strong>perito</strong> manter a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> nível <strong>de</strong>conhecimento da ciência contábil, das Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, dastécnicas contábeis, da legislação relativa à profissão contábil e aquelas aplicáveis àativida<strong>de</strong> pericial, atualizan<strong>do</strong>-se, permanentemente, mediante programas <strong>de</strong>capacitação, treinamento, educação continuada e especialização. Para tanto, <strong>de</strong>ve<strong>de</strong>monstrar capacida<strong>de</strong> para:pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar a prova no lau<strong>do</strong> pericialcontábil e no parecer pericial contábil;realizar seus <strong>trabalho</strong>s com a observância da equida<strong>de</strong> significa que o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>vem atuar com igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos,a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> os preceitos legais, inerentes à profissão contábil.O espírito <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> não induz nem justifica a participação ou aconivência com erros ou atos infringentes às normas profissionais, técnicas e éticasque regem o exercício da profissão, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> estar vincula<strong>do</strong> à busca da verda<strong>de</strong>
65fática, a fim <strong>de</strong> esclarecer o objeto da perícia <strong>de</strong> forma técnica-científica e o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r assistente para subsidiar na <strong>de</strong>fesa da parte que o indicou.HABILITAÇÃO PROFISSIONALO <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve comprovar sua habilitação profissional por intermédio da Declaração<strong>de</strong> Habilitação Profissional – DHP, <strong>de</strong> que trata a Resolução CFC nº. 871/00. Épermitida a utilização da certificação digital, em consonância com a legislaçãovigente e as normas estabelecidas pela Infra-Estrutura <strong>de</strong> Chaves PúblicasBrasileiras - ICP-Brasil.A DHP <strong>de</strong>ve ser afixada abaixo da assinatura <strong>do</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r ou <strong>do</strong> <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r assistente, e no caso da DHP-Eletrônica, <strong>de</strong>ve ser colocada na primeirafolha após a assinatura <strong>de</strong> cada profissional, no lau<strong>do</strong> pericial contábil ou no parecerpericial contábil.A nomeação, a contratação e a escolha <strong>do</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r para o exercício dafunção pericial contábil, em processo judicial, extrajudicial e arbitral <strong>de</strong>vem serconsi<strong>de</strong>radas como distinção e reconhecimento da capacida<strong>de</strong> e honorabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> este escusar-se <strong>do</strong> encargo sempre que reconhecer não tercompetência técnica ou não dispor <strong>de</strong> estrutura profissional para <strong>de</strong>senvolvê-lo,po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> utilizar o serviço <strong>de</strong> especialistas <strong>de</strong> outras áreas, quan<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> objetoda perícia assim o requerer.A indicação ou a contratação para o exercício da atribuição <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>rassistente, em processo extrajudicial, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas como distinção ereconhecimento da capacida<strong>de</strong> e da honorabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> esterecusar os serviços sempre que reconhecer não estar capacita<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senvolvê-los,contemplada a utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> especialistas <strong>de</strong> outras áreas, quan<strong>do</strong> parte<strong>do</strong> objeto <strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong> assim o requerer.A utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> especialista <strong>de</strong> outras áreas, quan<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> objeto daperícia assim o requerer, não implica presunção <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>
66tal fato ser, formalmente, relata<strong>do</strong> no lau<strong>do</strong> pericial contábil ou no parecer pericialcontábil para conhecimento <strong>do</strong> julga<strong>do</strong>r, das partes ou <strong>do</strong>s contratantes.A indicação ou a contratação <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente ocorre quan<strong>do</strong> a parte oucontratante <strong>de</strong>sejar ser assistida por um conta<strong>do</strong>r, ou comprovar algo que <strong>de</strong>penda<strong>de</strong> conhecimento técnico-científico, razão pela qual o profissional só <strong>de</strong>ve aceitar oencargo se reconhecer estar capacita<strong>do</strong> com conhecimento suficiente, discernimentoe irrestrita in<strong>de</strong>pendência para a realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.Para efeito <strong>de</strong> controle técnico <strong>do</strong>s lau<strong>do</strong>s periciais e pareceres periciais contábeis,os Conselhos Regionais <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem manter relatórios atualiza<strong>do</strong>sconten<strong>do</strong>, no mínimo, i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> número <strong>do</strong> processo e local <strong>de</strong> suatramitação, para os quais foram utiliza<strong>do</strong>s a DHP. Tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> períciaextrajudicial, inclusive arbitral, <strong>de</strong>vem ser indicadas as partes para as quais foramutilizadas tais <strong>de</strong>clarações.EDUCAÇÃO CONTINUADAO <strong>perito</strong>, no exercício <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ve comprovar a participação emprograma <strong>de</strong> educação continuada, na forma a ser regulamentada pelo ConselhoFe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>.INDEPENDÊNCIAO <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve evitar qualquer interferência que possa constrangê-lo em seu <strong>trabalho</strong>,não admitin<strong>do</strong>, em nenhuma hipótese, subordinar sua apreciação a qualquer fato,pessoa, situação ou efeito que possa comprometer sua in<strong>de</strong>pendência, <strong>de</strong>nuncian<strong>do</strong>a quem <strong>de</strong> direito a eventual ocorrência da situação <strong>de</strong>scrita.IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃOSão situações fáticas ou circunstanciais que impossibilitam o <strong>perito</strong> <strong>de</strong> exercer,regularmente, suas funções ou realizar ativida<strong>de</strong> pericial em processo judicial ouextrajudicial, inclusive arbitral. Os itens previstos nesta Norma explicitam os conflitos
67<strong>de</strong> interesse motiva<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s impedimentos e das suspeições a que está sujeito o<strong>perito</strong> nos termos da legislação vigente e <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Ética Profissional <strong>do</strong>Contabilista.Para que o <strong>perito</strong> possa exercer suas ativida<strong>de</strong>s com isenção, é fator <strong>de</strong>terminanteque ele se <strong>de</strong>clare impedi<strong>do</strong>, após, nomea<strong>do</strong>, contrata<strong>do</strong>, escolhi<strong>do</strong> ou indica<strong>do</strong>quan<strong>do</strong> ocorrerem às situações previstas nesta Norma, nos itens abaixo.Quan<strong>do</strong> nomea<strong>do</strong> em juízo, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve dirigir petição, no prazo legal, justifican<strong>do</strong>a escusa ou o motivo <strong>do</strong> impedimento.Quan<strong>do</strong> indica<strong>do</strong> pela parte e não aceitan<strong>do</strong> o encargo, o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente<strong>de</strong>ve comunicar a ela sua recusa, <strong>de</strong>vidamente justificada por escrito, com cópia aojuízo.Impedimento legalO <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r nomea<strong>do</strong> ou escolhi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve se <strong>de</strong>clarar impedi<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> nãopu<strong>de</strong>r exercer suas ativida<strong>de</strong>s com imparcialida<strong>de</strong> e sem qualquer interferência <strong>de</strong>terceiros, ou ocorren<strong>do</strong> pelo menos uma das seguintes situações:for parte <strong>do</strong> processo;tiver atua<strong>do</strong> como <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r contrata<strong>do</strong> ou presta<strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento comotestemunha no processo;tiver manti<strong>do</strong>, nos últimos <strong>do</strong>is anos, ou mantenha com alguma das partes ou seusprocura<strong>do</strong>res, relação <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> como emprega<strong>do</strong>, administra<strong>do</strong>r ou colabora<strong>do</strong>rassalaria<strong>do</strong>;tiver cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateralaté o terceiro grau, postulan<strong>do</strong> no processo ou entida<strong>de</strong>s da qual esses façam parte<strong>de</strong> seu quadro societário ou <strong>de</strong> direção; tiver interesse, direto ou indireto, mediato ouimediato, por si, por seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ouem linha colateral até o terceiro grau, no resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> pericial;
68exercer cargo ou função incompatível com a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, em função<strong>de</strong> impedimentos legais ou estatutários;receber dádivas <strong>de</strong> interessa<strong>do</strong>s no processo;subministrar meios para aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>spesas <strong>do</strong> litígio; ereceber quaisquer valores e benefícios, bens ou coisas sem autorização ouconhecimento <strong>do</strong> juiz ou árbitro.Impedimento técnico-científicoO impedimento por motivos técnico-científicos a ser <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong> <strong>de</strong>corre daautonomia, estrutura profissional e da in<strong>de</strong>pendência que <strong>de</strong>vem possuir para tercondições <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong> forma isenta o seu <strong>trabalho</strong>. São motivos <strong>de</strong>impedimento técnico-científico:a matéria em litígio não ser <strong>de</strong> sua especialida<strong>de</strong>;a constatação <strong>de</strong> que os recursos humanos e materiais <strong>de</strong> sua estrutura profissionalnão permitem assumir o encargo; cumprir os prazos nos <strong>trabalho</strong>s em que o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r for nomea<strong>do</strong>, contrata<strong>do</strong> ou escolhi<strong>do</strong>; ou em que o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>rassistente for indica<strong>do</strong>;ter o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r da parte atua<strong>do</strong> para a outra parte litigante na condição <strong>de</strong>consultor técnico ou conta<strong>do</strong>r responsável, direto ou indireto em ativida<strong>de</strong> contábilou em processo no qual o objeto <strong>de</strong> perícia seja semelhante àquele da discussão,sem previamente comunicar ao contratante.SuspeiçãoO <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r nomea<strong>do</strong> ou escolhi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>clarar-se suspeito quan<strong>do</strong>, após,nomea<strong>do</strong>, contrata<strong>do</strong> ou escolhi<strong>do</strong> verificar a ocorrência <strong>de</strong> situações que venhasuscitar suspeição em função da sua imparcialida<strong>de</strong> ou in<strong>de</strong>pendência e, <strong>de</strong>stamaneira, comprometer o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong> em relação à <strong>de</strong>cisão.
69Os casos <strong>de</strong> suspeição aos quais estão sujeitos o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r são os seguintes:ser amigo íntimo <strong>de</strong> qualquer das partes;ser inimigo capital <strong>de</strong> qualquer das partes;ser <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r ou cre<strong>do</strong>r em mora <strong>de</strong> qualquer das partes, <strong>do</strong>s seus cônjuges, <strong>de</strong>parentes <strong>de</strong>stes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau ou entida<strong>de</strong>sdas quais esses façam parte <strong>de</strong> seu quadro societário ou <strong>de</strong> direção;ser her<strong>de</strong>iro presuntivo ou <strong>do</strong>natário <strong>de</strong> alguma das partes ou <strong>do</strong>s seus cônjuges;ser parceiro, emprega<strong>do</strong>r ou emprega<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguma das partes;aconselhar, <strong>de</strong> alguma forma, parte envolvida no litígio acerca <strong>do</strong> objeto dadiscussão; ehouver qualquer interesse no julgamento da causa em favor <strong>de</strong> alguma das partes.O <strong>perito</strong> po<strong>de</strong> ainda <strong>de</strong>clarar-se suspeito por motivo íntimo.SIGILOO <strong>perito</strong>, em obediência ao Código <strong>de</strong> Ética Profissional <strong>do</strong> Contabilista, <strong>de</strong>verespeitar e assegurar o sigilo das informações a que teve acesso, proibida a suadivulgação, salvo quan<strong>do</strong> houver obrigação legal <strong>de</strong> fazê-lo.O <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> sigilo subsiste mesmo na hipótese <strong>de</strong> o profissional se <strong>de</strong>sligar <strong>do</strong><strong>trabalho</strong> antes <strong>de</strong> tê-lo concluí<strong>do</strong>.Os emprega<strong>do</strong>s <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e ConselhosRegionais <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, para efetuarem a fiscalização <strong>do</strong> exercício profissional
70<strong>de</strong>vem ter competência legal similar à requerida <strong>do</strong> <strong>perito</strong> para o <strong>trabalho</strong> por elerealiza<strong>do</strong>, e assumem compromisso <strong>de</strong> sigilo profissional semelhante.RESPONSABILIDADEO <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve conhecer as responsabilida<strong>de</strong>s sociais, éticas, profissionais e legais,às quais está sujeito no momento em que aceita o encargo para a execução <strong>de</strong>perícias contábeis judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral.O termo “responsabilida<strong>de</strong>” refere-se à obrigação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> em respeitar os princípiosda moral, da ética e <strong>do</strong> direito, atuan<strong>do</strong> com lealda<strong>de</strong>, i<strong>do</strong>neida<strong>de</strong> e honestida<strong>de</strong> no<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, sob pena <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r civil, criminal, ética eprofissionalmente por seus atos.Responsabilida<strong>de</strong> e éticaA responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> <strong>de</strong>corre da relevância que o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua atuaçãopo<strong>de</strong> produzir para solução da li<strong>de</strong>.A responsabilida<strong>de</strong> ética <strong>do</strong> <strong>perito</strong> <strong>de</strong>corre da necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cumprimento <strong>do</strong>sprincípios éticos, em especial, os estabeleci<strong>do</strong>s no Código <strong>de</strong> Ética Profissional <strong>do</strong>Contabilista e nesta Norma.Ciente <strong>do</strong> livre exercício profissional <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, sempre que possível enão houver prejuízo aos seus compromissos profissionais e suas finanças pessoais,em colaboração com o Po<strong>de</strong>r Judiciário aceitar o encargo confia<strong>do</strong>, na condição <strong>de</strong><strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> juízo, ou escusar-se <strong>do</strong> encargo, no prazo legal, apresentan<strong>do</strong>suas razões.Cumpre ao <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r no exercício <strong>de</strong> seu ofício atuar com in<strong>de</strong>pendência.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas funções <strong>de</strong>ve propugnar pelaimparcialida<strong>de</strong>, dispensan<strong>do</strong> igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento às partes e especialmente aos
71<strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>res assistentes. Não se consi<strong>de</strong>ra parcialida<strong>de</strong>, entre outros, osseguintes:aten<strong>de</strong>r a uma das partes ou <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>res assistentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se assegureigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> à outra parte, quan<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong>; <strong>trabalho</strong> técnicocientíficoanteriormente publica<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r que verse sobre o temaobjeto da perícia.Responsabilida<strong>de</strong> civil e penalA legislação civil <strong>de</strong>termina responsabilida<strong>de</strong>s e penalida<strong>de</strong>s para o profissional queexerce a função <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, as quais consistem em multa, in<strong>de</strong>nização einabilitação.A legislação penal estabelece penas <strong>de</strong> multa, <strong>de</strong>tenção e reclusão para osprofissionais que exercem a ativida<strong>de</strong> pericial que vierem a <strong>de</strong>scumprir as normaslegais.ZELO PROFISSIONALO termo “zelo” para o <strong>perito</strong> refere-se ao cuida<strong>do</strong> que o mesmo <strong>de</strong>ve dispensar naexecução <strong>de</strong> suas tarefas, em relação à sua conduta, <strong>do</strong>cumentos, prazos,tratamento dispensa<strong>do</strong> às autorida<strong>de</strong>s, aos integrantes da li<strong>de</strong> e aos <strong>de</strong>maisprofissionais, <strong>de</strong> forma que sua pessoa seja respeitada, seu <strong>trabalho</strong> leva<strong>do</strong> a bomtermo e, conseqüentemente, o lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábildignos <strong>de</strong> fé pública.O zelo profissional <strong>do</strong> <strong>perito</strong> na realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais compreen<strong>de</strong>:cumprir os prazos fixa<strong>do</strong>s pelo juiz em perícia judicial e nos termos contrata<strong>do</strong>s emperícia extrajudicial, inclusive arbitral;
72assumir a responsabilida<strong>de</strong> pessoal por todas as informações prestadas, quesitosrespondi<strong>do</strong>s, procedimentos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, diligências realizadas, valores apura<strong>do</strong>s econclusões apresentadas no Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil e no Parecer Pericial Contábil;prestar os esclarecimentos <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelo juiz ou pelo árbitro, respeita<strong>do</strong>s osprazos legais ou contratuais;propugnar pela celerida<strong>de</strong> processual, valen<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s meios que garantameficiência, segurança, publicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s atos periciais, economicida<strong>de</strong>, o contraditórioe a ampla <strong>de</strong>fesa;ser pru<strong>de</strong>nte, no limite <strong>do</strong>s aspectos técnico-científicos, e atento às conseqüênciasadvindas <strong>do</strong>s seus atos;ser receptivo aos argumentos e críticas, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ratificar ou retificar oposicionamento anterior.A transparência e o respeito recíproco entre o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>rassistente pressupõem tratamento impessoal, restringin<strong>do</strong> os <strong>trabalho</strong>s,exclusivamente, ao conteú<strong>do</strong> técnico-científico.O <strong>perito</strong> é responsável pelo <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> sua equipe técnica, a qual compreen<strong>de</strong> osauxiliares para execução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> complementar <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e/ouparecer pericial contábil, tais como: digitação, pesquisas e análises contábeis,cálculos e pesquisas pertinentes.O <strong>perito</strong> ao contratar os serviços <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> outras profissõesregulamentadas, <strong>de</strong>ve certificar-se <strong>de</strong> que eles se encontram em situação regularperante o seu conselho profissional. São exemplos <strong>de</strong> lau<strong>do</strong>s interprofissionais parasubsidiar a perícia contábil:avaliação <strong>de</strong> engenharia;<strong>de</strong> medicina para subsidiar a perícia contábil em cálculo <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> perdas edanos, para apuração <strong>de</strong> danos emergentes ou lucros cessantes;
73<strong>de</strong> <strong>perito</strong> criminal em <strong>do</strong>cumentos, cópia e grafotécnica para reconhecer aautenticida<strong>de</strong> ou a falsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos.Sempre que não for possível concluir o lau<strong>do</strong> pericial contábil no prazo fixa<strong>do</strong> pelojuiz, <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r requerer a sua dilação antes <strong>de</strong> venci<strong>do</strong> aquele,apresentan<strong>do</strong> os motivos que ensejaram a solicitação.Na perícia extrajudicial, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve estipular, <strong>de</strong> comum acor<strong>do</strong> com o contratante,os prazos necessários para a execução <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s, junto com a proposta <strong>de</strong>honorários e com a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong>s serviços a executar.A realização <strong>de</strong> diligências para busca <strong>de</strong> provas, quan<strong>do</strong> necessária, é <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong> exclusiva <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> mediante <strong>de</strong>legação expressaautorizar terceiros, na arrecadação <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> prova.ESCLARECIMENTOSEm <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> sua conduta técnica profissional, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve prestaresclarecimentos sobre o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil ou <strong>do</strong> parecer pericialcontábil, em atendimento a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> juiz ou árbitro que presi<strong>de</strong> o feito ou apedi<strong>do</strong> das partes.UTILIZAÇÃO DE TRABALHO DE ESPECIALISTAO <strong>perito</strong> po<strong>de</strong> valer-se <strong>de</strong> especialistas <strong>de</strong> outras áreas para a realização <strong>do</strong><strong>trabalho</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que parte da matéria-objeto da perícia assim o requeira. Talobrigação assumida pelo <strong>perito</strong> perante o julga<strong>do</strong>r ou contratante não exime oespecialista contrata<strong>do</strong> da responsabilida<strong>de</strong> pelo <strong>trabalho</strong> executa<strong>do</strong>. São exemplos<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> especialista: analista <strong>de</strong> sistema, atuário, tecnólogo, geólogo,especialista em obras <strong>de</strong> artes e outros avalia<strong>do</strong>res. Neste caso, o especialistanomea<strong>do</strong> pelo juiz <strong>de</strong>ve protocolizar o seu lau<strong>do</strong> em juízo e o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, ou<strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, po<strong>de</strong> valer-se das apurações e conclusões ali constantes.
74HONORÁRIOSNa elaboração da proposta <strong>de</strong> honorários, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ver consi<strong>de</strong>rar os seguintesfatores: a relevância, o vulto, o risco, a complexida<strong>de</strong>, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horas, opessoal técnico, o prazo estabeleci<strong>do</strong>, a forma <strong>de</strong> recebimento e os lau<strong>do</strong>sinterprofissionais, entre outros fatores.A relevância é entendida como a importância da perícia no contexto social e suaessencialida<strong>de</strong> para dirimir as dúvidas <strong>de</strong> caráter técnico-científico contábil,suscitadas em <strong>de</strong>manda judicial ou extrajudicial.O vulto está relaciona<strong>do</strong> ao valor da causa no que se refere ao objeto da perícia; àdimensão <strong>de</strong>terminada pelo volume <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>; e à abrangência pelas áreas <strong>de</strong>conhecimento envolvidas.O risco compreen<strong>de</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> honorário pericial não ser integralmenterecebi<strong>do</strong>, o tempo necessário ao recebimento, bem como a antecipação das<strong>de</strong>spesas necessárias à execução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>. Igualmente, <strong>de</strong>vem ser levadas emconsi<strong>de</strong>ração as implicações cíveis, penais, profissionais e outras <strong>de</strong> caráterespecífico a que po<strong>de</strong>r estar sujeito o <strong>perito</strong>.A complexida<strong>de</strong> está relacionada à dificulda<strong>de</strong> técnica para a realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>pericial em <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> especialização exigi<strong>do</strong>; à dificulda<strong>de</strong> em obter oselementos necessários para a fundamentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil; e ao tempotranscorri<strong>do</strong> entre o fato a ser pericia<strong>do</strong> e a realização da perícia. Deve serconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> também o ineditismo da matéria periciada.As horas estimadas para a realização <strong>de</strong> cada fase <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> é o tempo<strong>de</strong>spendi<strong>do</strong> para a realização da perícia, mensura<strong>do</strong> em horas trabalhadas pelo<strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> aplicável.O pessoal técnico é forma<strong>do</strong> pelos auxiliares que integram a equipe <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong><strong>perito</strong>, estan<strong>do</strong> os mesmos sob sua orientação direta e inteira responsabilida<strong>de</strong>.
75O prazo <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> nas perícias judiciais ou contrata<strong>do</strong> nas extrajudiciais <strong>de</strong>ve serleva<strong>do</strong> em conta nas propostas <strong>de</strong> honorários, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se eventual exigüida<strong>de</strong><strong>do</strong> tempo que requeira <strong>de</strong>dicação exclusiva <strong>do</strong> <strong>perito</strong> e da sua equipe para aconsecução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.O prazo médio habitual <strong>de</strong> liquidação compreen<strong>de</strong> o tempo necessário pararecebimento <strong>do</strong>s honorários.Os lau<strong>do</strong>s interprofissionais e outros inerentes ao <strong>trabalho</strong> são peças técnicasexecutadas por <strong>perito</strong> qualifica<strong>do</strong> e habilita<strong>do</strong> na forma <strong>de</strong>finida no Código <strong>de</strong>Processo Civil e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o conselho profissional ao qual estiver vincula<strong>do</strong>.Elaboração <strong>de</strong> propostaO <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve elaborar a proposta <strong>de</strong> honorários estiman<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> possível, onúmero <strong>de</strong> horas para a realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, por etapa e por qualificação <strong>do</strong>sprofissionais (auxiliares, assistentes, seniores, etc.) consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os <strong>trabalho</strong>s aseguir especifica<strong>do</strong>s:retirada e entrega <strong>do</strong>s autos;leitura e interpretação <strong>do</strong> processo;elaboração <strong>de</strong> termos <strong>de</strong> diligências para arrecadação <strong>de</strong> provas e comunicações àspartes, terceiros e <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>ra assistentes;realização <strong>de</strong> diligências;pesquisa <strong>do</strong>cumental e exame <strong>de</strong> livros contábeis, fiscais e societários; realização<strong>de</strong> planilhas <strong>de</strong> cálculos, quadros, gráficos, simulações e análises <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s;lau<strong>do</strong>s interprofissionais;
76elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>;reuniões com <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>ra assistentes, quan<strong>do</strong> for o caso;revisão final;<strong>de</strong>spesas com viagens, hospedagens, transporte, alimentação, etc.;outros <strong>trabalho</strong>s com <strong>de</strong>spesas supervenientes.O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar, na proposta <strong>de</strong> honorários, os seguintes itens:relevância e valor da causa;prazos para execução da perícia;local da coleta <strong>de</strong> provas e realização da perícia.Quesitos suplementaresO <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve ressaltar, em sua proposta <strong>de</strong> honorários, que esta não contempla oshonorários relativos a quesitos suplementares e, se estes forem formula<strong>do</strong>s pelo juize/ou pelas partes, po<strong>de</strong> haver incidência <strong>de</strong> honorários suplementares a seremrequeri<strong>do</strong>s, observan<strong>do</strong> os mesmos critérios a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para elaboração da propostaanterior.Quesitos <strong>de</strong> esclarecimentosO oferecimento <strong>de</strong> respostas aos quesitos <strong>de</strong> esclarecimentos formula<strong>do</strong>s pelo juize/ou pelas partes po<strong>de</strong>m não ensejar novos honorários periciais, se foremapresenta<strong>do</strong>s para obtenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> realiza<strong>do</strong>.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve analisar com zelo os quesitos <strong>de</strong> esclarecimentos, uma vezque as partes po<strong>de</strong>m formulá-los com essa <strong>de</strong>nominação, mas serem quesitossuplementares, situação em que o <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong>ve ser remunera<strong>do</strong> na forma prevista
77no item 63. Para tanto, o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>rá requerer honorários suplementares,justifican<strong>do</strong> o pleito, pela caracterização <strong>de</strong> quesito suplementar.Apresentação <strong>de</strong> proposta <strong>do</strong>s honoráriosO <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve apresentar sua proposta <strong>de</strong> honorários, <strong>de</strong>vidamentefundamentada, ao juízo ou contratante, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> conter o orçamento ou esteconstituir-se em um <strong>do</strong>cumento anexo.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>ve explicitar a sua proposta no contrato que,obrigatoriamente, celebrará com o seu cliente, observan<strong>do</strong> as normas estabelecidaspelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>ve estabelecer, mediante “Contrato Particular <strong>de</strong>Prestação <strong>de</strong> Serviços Profissionais <strong>de</strong> Perícia Contábil”, o objeto, as obrigações daspartes e os honorários profissionais, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, para tanto, utilizar-se <strong>do</strong>s parâmetrosestabeleci<strong>do</strong>s nesta Norma com relação aos honorários <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r. O <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>ve a<strong>do</strong>tar, no mínimo, o mo<strong>de</strong>lo constante nesta Normareferente ao seu contrato <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços.Levantamento <strong>do</strong>s honoráriosO <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve requerer o levantamento <strong>do</strong>s honorários periciais,previamente <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s, na mesma petição em que requer a juntada <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>pericial aos autos.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> requerer a liberação parcial <strong>do</strong>s honorários quan<strong>do</strong> julgarnecessário para o custeio <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas durante a realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s.Execução <strong>de</strong> honorários periciaisQuan<strong>do</strong> os honorários periciais forem fixa<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>cisão judicial, estes po<strong>de</strong>m serexecuta<strong>do</strong>s, judicialmente, pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r em conformida<strong>de</strong> com osdispositivos <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Civil.
78Despesas supervenientes na execução da períciaNos casos em que houver necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembolso para <strong>de</strong>spesassupervenientes, tais como viagens e estadas, para a realização <strong>de</strong> outrasdiligências, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve requerer ao juízo ou solicitar ao contratante o pagamentodas <strong>de</strong>spesas, apresentan<strong>do</strong> a respectiva comprovação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não estejamcontempladas ou quantificadas na proposta inicial <strong>de</strong> honorários.
ANEXO B – Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.243/0979
80RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.243/09Aprova a NBC TP 01 – Perícia Contábil.O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício <strong>de</strong> suasatribuições legais e regimentais,CONSIDERANDO que a constante evolução e a crescente importância daperícia contábil exigem atualização e aprimoramento das normas en<strong>de</strong>reçadasà sua regência, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a manter permanente justaposição e ajustamentoentre o <strong>trabalho</strong> a ser realiza<strong>do</strong> e o mo<strong>do</strong> ou processo <strong>de</strong>ssa realização.RESOLVE:Art. 1º. Aprovar a NBC TP 01 – Perícia Contábil.Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor a partir <strong>de</strong> 1º. De janeiro <strong>de</strong> 2010.Art. 3º. Ficam revogadas, a partir <strong>de</strong> 1º. <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010, as Resoluções CFCnº. 858/99, 938/02, 939/02, 940/02, 985/03, 1.021/05 e 1.041/05, publicadas noD.O.U., Seção I, <strong>de</strong> 29/10/99, 11/06/02, 11/06/02, 11/06/02, 28/11/03, 22/04/05 e22/09/05, respectivamente.Brasília, 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009.Conta<strong>do</strong>ra Maria Clara Cavalcante Bugarim Presi<strong>de</strong>nte.
81Ata CFC Nº. 932NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TP 01 – PERÍCIA CONTÁBILÍndiceItemOBJETIVO 1CONCEITO 2 - 5EXECUÇÃO 6 - 17PROCEDIMENTOS 18 - 30PLANEJAMENTO 31 - 46Objetivos 33Desenvolvimento 34 - 38Riscos e custos 39Equipe técnica 40 - 41Cronograma 42 - 45Conclusão 46TERMO DE DILIGÊNCIA 47 - 56Aplicabilida<strong>de</strong> 49 - 54Estrutura 55 - 56LAUDO E PARECER PERICIAL CONTÁBIL 57 - 88Apresentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> e <strong>do</strong> parecer pericial contábil 60 - 66Terminologia 67 - 79Estrutura 80Assinatura em conjunto 81 - 83Lau<strong>do</strong> e parecer <strong>de</strong> leigo ou profissional não habilita<strong>do</strong> 84Esclarecimentos <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> e <strong>do</strong> parecer pericial contábil emAudiência 85 - 86Quesitos e respostas 87Quesitos novos 88MODELOSOBJETIVO14. Esta Norma estabelece regras e procedimentos técnico-científicos a seremobserva<strong>do</strong>s pelo <strong>perito</strong>, quan<strong>do</strong> da elaboração <strong>de</strong> perícia contábil, no âmbito judicial,extrajudicial, inclusive arbitral, mediante o esclarecimento <strong>do</strong>s aspectos e <strong>do</strong>s fatos
82<strong>do</strong> litígio por meio <strong>de</strong> exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento,avaliação, ou certificação.CONCEITO15. A perícia contábil constitui o conjunto <strong>de</strong> procedimentos técnico-científicos<strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a levar à instância <strong>de</strong>cisória elementos <strong>de</strong> prova necessários a subsidiarà justa solução <strong>do</strong> litígio ou constatação <strong>de</strong> um fato, mediante lau<strong>do</strong> pericial contábile/ou parecer pericial contábil, em conformida<strong>de</strong> com as normas jurídicas eprofissionais, e a legislação específica no que for pertinente.16. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil têm por limite os própriosobjetivos da perícia <strong>de</strong>ferida ou contratada.17. A perícia contábil, tanto a judicial como a extrajudicial, é <strong>de</strong> competênciaexclusiva <strong>de</strong> conta<strong>do</strong>r registra<strong>do</strong> em Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>. Enten<strong>de</strong>secomo perícia judicial aquela exercida sob a tutela da justiça. A perícia extrajudicialé aquela exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária.18. A perícia arbitral é aquela exercida sob o controle da lei <strong>de</strong> arbitragem. Períciano âmbito estatal é executada sob o controle <strong>de</strong> órgão <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, tais como períciaadministrativa das Comissões Parlamentares <strong>de</strong> Inquérito, <strong>de</strong> perícia criminal e <strong>do</strong>Ministério Público. Perícia voluntária é aquela contratada espontaneamente pelointeressa<strong>do</strong> ou <strong>de</strong> comum acor<strong>do</strong> entre as partes.EXECUÇÃO19. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente po<strong>de</strong>, tão logo tenha conhecimento da perícia,manter contato com o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, pon<strong>do</strong>-se à disposição para o planejamento,para o fornecimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos em po<strong>de</strong>r da parte que o contratou e ainda paraa execução conjunta da perícia. Uma vez recusada à participação, o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>rpo<strong>de</strong> permitir ao assistente técnico acesso aos autos e aos elementos <strong>de</strong> provaarrecada<strong>do</strong>s durante a perícia, indican<strong>do</strong> local e hora para exame pelo assistentetécnico.20. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente po<strong>de</strong>, logo após sua contratação, manter contatocom o advoga<strong>do</strong> da parte que o contratou, requeren<strong>do</strong> <strong>do</strong>ssiê completo <strong>do</strong> processopara conhecimento <strong>do</strong>s fatos e melhor acompanhamento <strong>do</strong>s atos processuais noque pertence a perícia.21. O <strong>perito</strong>, enquanto estiver <strong>de</strong> posse <strong>do</strong> processo ou <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos, <strong>de</strong>ve zelarpor sua guarda e segurança.22. Para a execução da perícia contábil, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve ater-se ao objeto e ao lapsotemporal da perícia a ser realizada.23. Mediante termo <strong>de</strong> diligência, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve solicitar por escrito to<strong>do</strong>s os<strong>do</strong>cumentos e informações relacionadas ao objeto da perícia.24. A eventual recusa no atendimento a diligências solicitadas ou qualquerdificulda<strong>de</strong> na execução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> pericial <strong>de</strong>ve ser comunicada, com a <strong>de</strong>vida
83comprovação ou justificativa, ao juízo, em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> perícia judicial; ou à partecontratante, no caso <strong>de</strong> perícia extrajudicial.25. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve utilizar os meios que lhe são faculta<strong>do</strong>s pela legislação e normasconcernentes ao exercício <strong>de</strong> sua função, com vistas a instruir o lau<strong>do</strong> pericialcontábil ou parecer pericial contábil com as peças que julgarem necessárias.26. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve manter registros <strong>do</strong>s locais e datas das diligências, nomes daspessoas que os aten<strong>de</strong>rem, livros e <strong>do</strong>cumentos ou coisas examinadas ouarrecadadas, da<strong>do</strong>s e particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interesse da perícia, rubrican<strong>do</strong> a<strong>do</strong>cumentação examinada, quan<strong>do</strong> julgarem necessário e possível, juntan<strong>do</strong> oelemento <strong>de</strong> prova original, cópia ou certidão.27. A execução da perícia, quan<strong>do</strong> incluir a utilização <strong>de</strong> equipe técnica, <strong>de</strong>ve serrealizada sob a orientação e supervisão <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, que assume a responsabilida<strong>de</strong>pelos <strong>trabalho</strong>s, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> assegurar-se que as pessoa contratadas estejamprofissionalmente capacitadas à execução.28. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve <strong>do</strong>cumentar os elementos relevantes que serviram <strong>de</strong> suporte àconclusão formalizada no lau<strong>do</strong> pericial contábil e no parecer pericial contábil, pormeio <strong>de</strong> papéis <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, que foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s relevantes, visan<strong>do</strong>fundamentar o lau<strong>do</strong> ou parecer e comprovar que a perícia foi executada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com os <strong>de</strong>spachos e <strong>de</strong>cisões judiciais, bem como as normas legais e NormasBrasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>.29. Enten<strong>de</strong>-se por papéis <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a <strong>do</strong>cumentação preparada pelo <strong>perito</strong> para aexecução da perícia. Eles integram um processo organiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> provas,por intermédio <strong>de</strong> termos <strong>de</strong> diligência, informações em papel, meios eletrônicos,plantas, <strong>de</strong>senhos, fotografias, correspondências, <strong>de</strong>poimentos, notificações,<strong>de</strong>clarações, comunicações ou outros quaisquer meios <strong>de</strong> prova forneci<strong>do</strong>s e peçasque assegurem o objetivo da execução pericial.30. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente que assessorar o contratante, na elaboração dasestratégias a serem a<strong>do</strong>tadas na proposição <strong>de</strong> solução por acor<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>manda,cumprirá, no que couber, os requisitos <strong>de</strong>sta Norma.PROCEDIMENTOS31. Os procedimentos <strong>de</strong> perícia contábil visam fundamentar as conclusões queserão levadas ao lau<strong>do</strong> pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem,total ou parcialmente, segun<strong>do</strong> a natureza e a complexida<strong>de</strong> da matéria, exame,vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação ecertificação.32. O exame é a análise <strong>de</strong> livros, registros das transações e <strong>do</strong>cumentos.33. A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação <strong>de</strong> situação,coisa ou fato, <strong>de</strong> forma circunstancial.34. A indagação é a busca <strong>de</strong> informações mediante entrevista com conhece<strong>do</strong>res<strong>do</strong> objeto ou <strong>de</strong> fato relaciona<strong>do</strong> à perícia.
8435. A investigação é a pesquisa que busca trazer ao lau<strong>do</strong> pericial contábil ouparecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.36. O arbitramento é a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> valores ou a solução <strong>de</strong> controvérsia porcritério técnico-científico.37. A mensuração é o ato <strong>de</strong> qualificação e quantificação física <strong>de</strong> coisas, bens,direitos e obrigações.38. A avaliação é o ato <strong>de</strong> estabelecer o valor <strong>de</strong> coisas, bens, direitos, obrigações,<strong>de</strong>spesas e receitas.39. A certificação é o ato <strong>de</strong> atestar a informação trazida ao lau<strong>do</strong> pericial contábilpelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, conferin<strong>do</strong>-lhe caráter <strong>de</strong> autenticida<strong>de</strong> pela fé pública atribuídaa este profissional.40. Concluídas as diligências, o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r apresentará lau<strong>do</strong> pericial contábil, eo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente seu parecer pericial contábil, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> aosrespectivos prazos.41. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> concluí<strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong>, fornecerá, quan<strong>do</strong>solicita<strong>do</strong>, cópia <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>, ao <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, informan<strong>do</strong>-lhe a data emque o lau<strong>do</strong> pericial contábil será protocoliza<strong>do</strong>.42. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente não po<strong>de</strong> firmar o lau<strong>do</strong> pericial quan<strong>do</strong> o<strong>do</strong>cumento tiver si<strong>do</strong> elabora<strong>do</strong> por leigo ou profissional <strong>de</strong> outra área, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>,neste caso, apresentar um parecer pericial contábil sobre a matéria investigada.43. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, ao apor a assinatura, em conjunto com o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r, em lau<strong>do</strong> pericial contábil, não po<strong>de</strong> emitir parecer pericial contábilcontrário ao lau<strong>do</strong>.PLANEJAMENTO44. O planejamento da perícia é a etapa <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> pericial, que antece<strong>de</strong> asdiligências, pesquisas, cálculos e respostas aos quesitos, na qual o <strong>perito</strong>estabelece os procedimentos gerais <strong>do</strong>s exames a serem executa<strong>do</strong>s no âmbitojudicial, extrajudicial para o qual foi nomea<strong>do</strong>, indica<strong>do</strong> ou contrata<strong>do</strong>, elaboran<strong>do</strong>-oa partir <strong>do</strong> exame <strong>do</strong> objeto da perícia.45. Enquanto o planejamento da perícia é um procedimento prévio abrangente quese propõe a estabelecer todas as etapas da perícia, o programa <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> é aespecificação <strong>de</strong> cada etapa a ser realizada que <strong>de</strong>ve ser elaborada com base nosquesitos e/ou no objeto da perícia.Objetivos46. Os objetivos <strong>do</strong> planejamento da perícia são:(a) conhecer o objeto da perícia, a fim <strong>de</strong> permitir a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> procedimentos queconduzam à revelação da verda<strong>de</strong>, a qual subsidiará o juízo, o árbitro ou ointeressa<strong>do</strong> a tomar a <strong>de</strong>cisão a respeito da li<strong>de</strong>;
85(b) <strong>de</strong>finir a natureza, a oportunida<strong>de</strong> e a extensão <strong>do</strong>s exames a serem realiza<strong>do</strong>s,em consonância com o objeto da perícia, os termos constantes da nomeação, <strong>do</strong>squesitos ou da proposta <strong>de</strong> honorários oferecida pelo <strong>perito</strong>;(c) estabelecer condições para que o <strong>trabalho</strong> seja cumpri<strong>do</strong> no prazo estabeleci<strong>do</strong>;(d) i<strong>de</strong>ntificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no andamentoda perícia;(e) i<strong>de</strong>ntificar fatos que possam vir a ser importantes para a solução da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>forma que não passem <strong>de</strong>spercebi<strong>do</strong>s ou não recebam a atenção necessária;(f) i<strong>de</strong>ntificar a legislação aplicável ao objeto da perícia;(g) estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da equipe <strong>de</strong><strong>trabalho</strong>, sempre que o <strong>perito</strong> necessitar <strong>de</strong> auxiliares;(h) facilitar a execução e a revisão <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s.Desenvolvimento47. Os <strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong>s autos servem como suporte para obtenção das informaçõesnecessárias à elaboração <strong>do</strong> planejamento da perícia.48. Em caso <strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> diligências, na etapa<strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong> planejamento, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, se não <strong>de</strong>clarada àpreclusão <strong>de</strong> prova <strong>do</strong>cumental, a legislação aplicável, <strong>do</strong>cumentos, registros, livroscontábeis, fiscais e societários, lau<strong>do</strong>s e pareceres já realiza<strong>do</strong>s e outrasinformações que forem i<strong>de</strong>ntificadas como pertinentes para <strong>de</strong>terminar a natureza <strong>do</strong><strong>trabalho</strong> a ser executa<strong>do</strong>.49. O planejamento da perícia <strong>de</strong>ve ser manti<strong>do</strong> por qualquer meio <strong>de</strong> registro quefacilite o entendimento <strong>do</strong>s procedimentos a serem a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s e sirva <strong>de</strong> orientaçãoa<strong>de</strong>quada à execução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.50. O planejamento <strong>de</strong>ve ser revisa<strong>do</strong> e atualiza<strong>do</strong> sempre que fatos novos surjamno <strong>de</strong>correr da perícia.51. O planejamento <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, ainda que o <strong>trabalho</strong>venha a ser realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma conjunta com o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>este orientar-se no referi<strong>do</strong> planejamento.Riscos e custos52. O <strong>perito</strong>, na fase <strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong> planejamento, com vistas a elaborar aproposta <strong>de</strong> honorários, <strong>de</strong>ve avaliar os riscos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> civil,<strong>de</strong>spesas com pessoal e encargos sociais, <strong>de</strong>preciação <strong>de</strong> equipamentos e<strong>de</strong>spesas com manutenção <strong>do</strong> escritório.Equipe técnica
8653. Quan<strong>do</strong> a perícia exigir a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> terceiros(equipe <strong>de</strong> apoio, <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> especialistas ou profissionais <strong>de</strong> outras áreas <strong>de</strong>conhecimento), o planejamento <strong>de</strong>ve prever a orientação e a supervisão <strong>do</strong> <strong>perito</strong>,que assumirá responsabilida<strong>de</strong> pelos <strong>trabalho</strong>s executa<strong>do</strong>s exclusivamente por suaequipe <strong>de</strong> apoio.54. Quan<strong>do</strong> a perícia exigir a utilização <strong>de</strong> perícias interdisciplinares ou <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong>especialistas, estes <strong>de</strong>vem estar <strong>de</strong>vidamente registra<strong>do</strong>s em seus conselhosprofissionais, quan<strong>do</strong> aplicável, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> o planejamento contemplar talnecessida<strong>de</strong>.Cronograma55. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve levar em consi<strong>de</strong>ração que o planejamento da perícia,quan<strong>do</strong> for o caso, inicia-se antes da elaboração da proposta <strong>de</strong> honorários,consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se que, para apresentá-la ao juízo, árbitro ou às partes no caso <strong>de</strong>perícia extrajudicial, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se especificar as etapas <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> a seremrealizadas. Isto implica que o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve ter conhecimento prévio <strong>de</strong> todasas etapas, salvo aquelas que somente serão i<strong>de</strong>ntificadas quan<strong>do</strong> da execução daperícia, inclusive a possibilida<strong>de</strong> da apresentação <strong>de</strong> quesitos suplementares, o queserá objeto <strong>do</strong> ajuste no planejamento.56. O planejamento da perícia <strong>de</strong>ve evi<strong>de</strong>nciar as etapas e as épocas em que serãoexecuta<strong>do</strong>s os <strong>trabalho</strong>s, em conformida<strong>de</strong> com o conteú<strong>do</strong> da proposta <strong>de</strong>honorários a ser apresentada, incluin<strong>do</strong>-se a supervisão e a revisão <strong>do</strong> próprioplanejamento, os programas <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> quan<strong>do</strong> aplicáveis, até a entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>.57. No cronograma <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, <strong>de</strong>vem ficar evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> aplicáveis, to<strong>do</strong>sos itens necessários à execução da perícia, tais como: diligências a seremrealizadas, <strong>de</strong>slocamentos, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> terceiros, pesquisas queserão feitas, elaboração <strong>de</strong> cálculos e planilhas, respostas aos quesitos, prazo paraentrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> e outros, <strong>de</strong> forma a assegurar que todas as etapas necessárias àrealização da perícia sejam cumpridas.58. Para cumprir o prazo <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ou contrata<strong>do</strong> para realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s<strong>de</strong> perícia, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar em seus planejamentos, quan<strong>do</strong> aplicáveis,entre outros, os seguintes itens:(a) o conteú<strong>do</strong> da proposta <strong>de</strong> honorários apresentada pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r e aceitapelo juízo, pelo árbitro ou pelas partes no caso <strong>de</strong> perícia extrajudicial ou pelo <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>rassistente;(b) o prazo suficiente para solicitar e receber os <strong>do</strong>cumentos, bem como para aexecução e a entrega <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>;(c) a programação <strong>de</strong> viagens, quan<strong>do</strong> necessárias.Conclusão59. A conclusão <strong>do</strong> planejamento da perícia ocorre quan<strong>do</strong> o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>rcompletar as análises preliminares, dan<strong>do</strong> origem, quan<strong>do</strong> for o caso, à proposta <strong>de</strong>honorários (nos casos em que o juízo ou o árbitro não tenha fixa<strong>do</strong>, previamente,
87honorários <strong>de</strong>finitivos), aos termos <strong>de</strong> diligências e aos programas <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. Ummo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> planejamento para perícia judicial encontra-se em anexo ao final <strong>de</strong>staNorma.TERMO DE DILIGÊNCIA60. Termo <strong>de</strong> diligência é o instrumento por meio <strong>do</strong> qual o <strong>perito</strong> solicita<strong>do</strong>cumentos, coisas, da<strong>do</strong>s, bem como quaisquer informações necessárias àelaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil ou <strong>do</strong> parecer pericial contábil.61. Servirá ainda para a execução <strong>de</strong> outros <strong>trabalho</strong>s que tenham si<strong>do</strong> a ele<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s ou solicita<strong>do</strong>s por quem <strong>de</strong> direito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tenham a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>orientar ou colaborar nas <strong>de</strong>cisões, judiciais ou extrajudiciais.Aplicabilida<strong>de</strong>62. O termo <strong>de</strong> diligência <strong>de</strong>ve ser redigi<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong>, ser apresenta<strong>do</strong> diretamenteà parte, ao seu procura<strong>do</strong>r, ou ao terceiro, por qualquer meio escrito que se possa<strong>do</strong>cumentar a sua entrega, conten<strong>do</strong> minuciosamente o rol <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos, livros,coisas, ou outros da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> que se necessite para a elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericialcontábil ou parecer pericial contábil.63. Diligencia<strong>do</strong> é qualquer pessoa física ou jurídica, inclusive <strong>de</strong> direito público, quetenha a posse <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos, coisas, da<strong>do</strong>s ou informações úteis e indispensáveispara subsidiar a elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil ou <strong>do</strong> parecer pericial contábil,e que o <strong>de</strong>stinatário, por <strong>de</strong>corrência legal ou <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>competente, esteja obriga<strong>do</strong> a fornecer elementos <strong>de</strong> prova.64. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve observar os prazos a que está obriga<strong>do</strong> por força <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminaçãolegal, e <strong>de</strong>ssa forma, sempre mencionar o tempo máximo para o cumprimento dasolicitação a que está obriga<strong>do</strong> o diligencia<strong>do</strong>.65. O termo <strong>de</strong> diligência <strong>de</strong>ve conter, quan<strong>do</strong> possível, a relação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos,coisas ou da<strong>do</strong>s que o <strong>perito</strong> tenha menciona<strong>do</strong> em petição <strong>de</strong> honorários judicial ouem contrato.66. Deve ser apensada ao lau<strong>do</strong> ou parecer cópia <strong>do</strong> termo <strong>de</strong> diligência conten<strong>do</strong> ociente <strong>do</strong> diligencia<strong>do</strong> ou <strong>do</strong> seu representante legal. Deve compor o texto <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>,as informações colhidas ou não durante as buscas das provas, bem como asprovidências tomadas para o cumprimento <strong>do</strong> seu ofício.67. Caso ocorra a negativa da entrega <strong>do</strong>s elementos <strong>de</strong> prova ou para acolaboração na busca da verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong> se reportar diretamente a quem onomeou, contratou ou indicou, narran<strong>do</strong> os fatos por meio <strong>de</strong> provas e solicitan<strong>do</strong> asprovidências cabíveis e necessárias, para que não seja imputa<strong>do</strong> responsabilida<strong>de</strong>por omissão na ativida<strong>de</strong> profissional.Estrutura68. O termo <strong>de</strong> diligência <strong>de</strong>ve conter os seguintes elementos:
88(a) i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> diligencia<strong>do</strong>;(b) i<strong>de</strong>ntificação das partes ou <strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s, e, em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> perícia judicialou arbitral, o número <strong>do</strong> processo, o tipo e o juízo em que tramita;(c) i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> com indicação <strong>do</strong> número <strong>do</strong> registro profissional noConselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>;(d) indicação <strong>de</strong> que está sen<strong>do</strong> elabora<strong>do</strong> nos termos <strong>do</strong> item 49 <strong>de</strong>sta Norma;(e) indicação <strong>de</strong>talhada <strong>do</strong>s livros, <strong>do</strong>cumentos, coisas e <strong>de</strong>mais elementos a serempericia<strong>do</strong>s, consignan<strong>do</strong> as datas e/ou perío<strong>do</strong>s abrangi<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificar oquesito a que se refere;(f) indicação <strong>do</strong> prazo e <strong>do</strong> local para a exibição <strong>do</strong>s livros, <strong>do</strong>cumentos, coisas eelementos necessários à elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil ou parecer pericialcontábil, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> o prazo ser compatível com aquele concedi<strong>do</strong> pelo juízo,contratante ou convenciona<strong>do</strong> pelas partes, consi<strong>de</strong>rada a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong>cumentos, as informações necessárias, a estrutura organizacional <strong>do</strong> diligencia<strong>do</strong>e o local <strong>de</strong> guarda <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos;(g) após atendi<strong>do</strong>s os requisitos da alínea (e), quan<strong>do</strong> o exame <strong>do</strong>s livros,<strong>do</strong>cumentos, coisas e elementos, tiver <strong>de</strong> ser realiza<strong>do</strong> junto à parte ou ao terceiroque <strong>de</strong>tém em seu po<strong>de</strong>r tais provas, haverá a indicação da data e hora para suaefetivação;(h) local data e assinatura.69. O <strong>perito</strong> elaborará o termo <strong>de</strong> diligência, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a<strong>do</strong>tar os mo<strong>de</strong>los sugeri<strong>do</strong>sem anexo ao final <strong>de</strong>sta Norma.LAUDO E PARECER PERICIAL CONTÁBIL70. O Decreto-Lei nº 9.295/46, na alínea “c” <strong>do</strong> art. 25, <strong>de</strong>termina que o lau<strong>do</strong>pericial contábil e o parecer pericial contábil somente sejam elabora<strong>do</strong>s por conta<strong>do</strong>rque esteja <strong>de</strong>vidamente registra<strong>do</strong> e habilita<strong>do</strong> em Conselho Regional <strong>de</strong>Contabilida<strong>de</strong>.71. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil são <strong>do</strong>cumentos escritos,nos quais os <strong>perito</strong>s <strong>de</strong>vem registrar, <strong>de</strong> forma abrangente, o conteú<strong>do</strong> da perícia eparticularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto e as buscas<strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> prova necessários para a conclusão <strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong>.72. Obriga a Norma que os <strong>perito</strong>s, no encerramento <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil ou<strong>do</strong> parecer pericial contábil, consignem, <strong>de</strong> forma clara e precisa, as suasconclusões.Apresentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> e <strong>do</strong> parecer pericial contábil73. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil são orienta<strong>do</strong>s econduzi<strong>do</strong>s pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r e pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, respectivamente,que a<strong>do</strong>tarão padrão próprio, respeitada a estrutura prevista nesta Norma. Neles
89<strong>de</strong>vem ser registra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma circunstanciada, clara e objetiva, seqüencial elógica, o objeto da perícia, os estu<strong>do</strong>s e observações realizadas, as diligênciasexecutadas para a busca <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> prova necessários, a meto<strong>do</strong>logia ecritérios a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vidamente fundamenta<strong>do</strong>s e as suas conclusões.74. O <strong>perito</strong> não <strong>de</strong>ve utilizar-se <strong>do</strong>s espaços marginais ou interlineares para lançarquaisquer escritos no lau<strong>do</strong> pericial contábil e parecer pericial contábil, ou produziremendas ou rasuras.75. A linguagem a<strong>do</strong>tada pelo <strong>perito</strong> <strong>de</strong>verá ser acessível aos interlocutores,possibilitan<strong>do</strong> aos julga<strong>do</strong>res e às partes da <strong>de</strong>manda conhecimento e interpretação<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nos <strong>trabalho</strong>s periciais contábeis. Devem ser utiliza<strong>do</strong>stermos técnicos e o texto conter informações <strong>de</strong> forma clara. Os termos técnicos<strong>de</strong>vem ser inseri<strong>do</strong>s na redação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e <strong>do</strong> parecer pericialcontábil, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a se obter uma redação técnica, que qualifique o <strong>trabalho</strong> pericial,respeitadas as Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, bem como a legislação <strong>de</strong>regência da profissão contábil.76. Tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> termos técnicos atinentes à profissão contábil, <strong>de</strong>vem quan<strong>do</strong>necessário, ser acresci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> esclarecimentos adicionais e recomendada autilização daqueles <strong>de</strong> maior <strong>do</strong>mínio público.77. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil <strong>de</strong>verão ser escritos <strong>de</strong>forma direta, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s julga<strong>do</strong>res e <strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s eao objeto da discussão, sempre com conteú<strong>do</strong> claro e limita<strong>do</strong> ao assunto da<strong>de</strong>manda, <strong>de</strong> forma que possibilite os julga<strong>do</strong>res a proferirem justa <strong>de</strong>cisão. O lau<strong>do</strong>pericial contábil e o parecer pericial contábil não <strong>de</strong>vem conter <strong>do</strong>cumentos, coisas,e/ou informações que conduzam a duvi<strong>do</strong>sa interpretação, para que não induza osjulga<strong>do</strong>res e interessa<strong>do</strong>s a erro.78. Os <strong>perito</strong>s <strong>de</strong>vem elaborar o lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábilutilizan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> vernáculo, sen<strong>do</strong> admitidas apenas palavras ou expressõesidiomáticas <strong>de</strong> outras línguas <strong>de</strong> uso comum nos tribunais judiciais ou extrajudiciais.79. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil <strong>de</strong>vem contemplar oresulta<strong>do</strong> final <strong>de</strong> to<strong>do</strong> e qualquer <strong>trabalho</strong> alcança<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong>prova inclusos nos autos ou adquiri<strong>do</strong>s em diligências que o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r tenhaefetua<strong>do</strong>, por intermédio <strong>de</strong> peças contábeis e quaisquer outros <strong>do</strong>cumentos, tipos eformas.Terminologia80. Forma circunstanciada: a redação pormenorizada, minuciosa, efetuada comcautela e <strong>de</strong>talhamento em relação aos procedimentos e aos resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>pericial contábil e o parecer pericial contábil.81. Síntese <strong>do</strong> objeto da perícia: o relato sucinto <strong>de</strong> forma que resulte numa leituracompreensiva <strong>do</strong>s fatos relata<strong>do</strong>s ou na transcrição resumida <strong>do</strong>s fatos da li<strong>de</strong> sobreas questões básicas que resultaram na nomeação ou na contratação <strong>do</strong> <strong>perito</strong>.
9082. Diligência: to<strong>do</strong>s os procedimentos e atos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s pelo <strong>perito</strong> na busca <strong>de</strong><strong>do</strong>cumentos, coisas, informações ou quaisquer outros elementos <strong>de</strong> prova, bemcomo to<strong>do</strong>s os subsídios necessários à elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e <strong>do</strong>parecer pericial contábil, mediante termo <strong>de</strong> diligência, quan<strong>do</strong> possível, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quetais provas não estejam insertas nos autos. Ainda são consi<strong>de</strong>radas diligências, ascomunicações às partes, aos <strong>perito</strong>s-conta<strong>do</strong>res assistentes ou a terceiros, oupetições judiciais, em <strong>de</strong>corrências <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrecadar elementos <strong>de</strong>prova.83. Critérios da perícia: procedimentos que servem <strong>de</strong> norma para julgar ou <strong>de</strong>cidir ocaminho que <strong>de</strong>ve seguir o <strong>perito</strong> na elaboração <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> pericial. É a faculda<strong>de</strong>que tem <strong>de</strong> distinguir como proce<strong>de</strong>r em torno <strong>do</strong>s fatos alega<strong>do</strong>s.84. Meto<strong>do</strong>logia: conjunto <strong>do</strong>s meios dispostos convenientemente para alcançar oresulta<strong>do</strong> da perícia por meio <strong>do</strong> conhecimento técnico-científico, <strong>de</strong> maneira quepossa ao final inseri-lo no corpo técnico <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e <strong>do</strong> parecerpericial contábil.85. Resulta<strong>do</strong>s fundamenta<strong>do</strong>s: representam as conseqüências <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> técnicocientífico<strong>do</strong> <strong>perito</strong>, por meio da explicitação da forma pela qual o <strong>perito</strong> chegou àsconclusões da perícia.86. Conclusão: é a quantificação, quan<strong>do</strong> possível, <strong>do</strong> valor da <strong>de</strong>manda, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>reportar-se a <strong>de</strong>monstrativos apresenta<strong>do</strong>s no corpo <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e <strong>do</strong>parecer pericial contábil ou em <strong>do</strong>cumentos. É na conclusão que o <strong>perito</strong> colocaráoutras informações que não foram objeto <strong>de</strong> quietação, porém, as encontrou nabusca <strong>do</strong>s elementos <strong>de</strong> prova inerentes ao objeto da perícia e que, <strong>de</strong> algumaforma, servirão <strong>de</strong> apoio para a opinião ou julgamento.87. Anexos: são <strong>do</strong>cumentos elabora<strong>do</strong>s pelas partes ou terceiros com o intuito <strong>de</strong>complementar a argumentação ou elementos <strong>de</strong> prova, arrecada<strong>do</strong>s ou requisita<strong>do</strong>s,pelo <strong>perito</strong> durante as diligências.88. Apêndices: são <strong>do</strong>cumentos elabora<strong>do</strong>s pelo <strong>perito</strong> com o intuito <strong>de</strong>complementar a argumentação ou elementos <strong>de</strong> prova.89. Palavras e termos ofensivos: o <strong>perito</strong> que se sentir ofendi<strong>do</strong> por expressõesinjuriosas, <strong>de</strong> forma escrita ou verbal, no processo, po<strong>de</strong>rá tomar as seguintesprovidências:(a) sen<strong>do</strong> a ofensa escrita ou verbal, por qualquer das partes, <strong>perito</strong>s ou advoga<strong>do</strong>s,o <strong>perito</strong> ofendi<strong>do</strong> po<strong>de</strong> requerer a autorida<strong>de</strong> competente que man<strong>de</strong> riscar ostermos ofensivos <strong>do</strong>s autos ou cassada a palavra;(b) sen<strong>do</strong> a ofensa escrita ou verbal, por qualquer <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s, o <strong>perito</strong> ofendi<strong>do</strong>po<strong>de</strong> requerer a autorida<strong>de</strong> competente que man<strong>de</strong> riscar os termos ofensivos <strong>do</strong>sautos ou cassada a palavra. Po<strong>de</strong> ainda, ser comunica<strong>do</strong> o ocorri<strong>do</strong> medianteprotocolo ao Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> da sua jurisdição;(c) as providências a<strong>do</strong>tadas, na forma prevista nos itens prece<strong>de</strong>ntes, não impe<strong>de</strong>moutras medidas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m civil ou criminal.
9190. Esclarecimentos: haven<strong>do</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> esclarecimentos <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericialcontábil ou <strong>do</strong> parecer pericial contábil sem a realização <strong>de</strong> audiência, o <strong>perito</strong> sofará por escrito, observan<strong>do</strong> em suas respostas os mesmos procedimentos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>squan<strong>do</strong> da feitura <strong>do</strong> esclarecimento em audiência, no que for aplicável.91. Quesitos novos e honorários suplementares: o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve observar os quesitossuplementares formula<strong>do</strong>s pelas partes ou pelo julga<strong>do</strong>r.92. Os <strong>perito</strong>s <strong>de</strong>vem, na conclusão <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e <strong>do</strong> parecer pericialcontábil, consi<strong>de</strong>rar as formas explicitadas nos itens seguintes:(a) omissão <strong>de</strong> fatos: o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r não po<strong>de</strong> omitir nenhum fato relevanteencontra<strong>do</strong> no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> suas pesquisas ou diligências, mesmo que não tenhasi<strong>do</strong> objeto <strong>de</strong> quesitação e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que esteja relaciona<strong>do</strong> ao objeto da perícia;(b) a conclusão com quantificação <strong>de</strong> valores é viável em casos <strong>de</strong>: apuração <strong>de</strong>haveres; liquidação <strong>de</strong> sentença, inclusive em processos trabalhistas; resolução <strong>de</strong>socieda<strong>de</strong>; avaliação patrimonial, entre outros;(c) po<strong>de</strong> ocorrer que na conclusão seja necessária a apresentação <strong>de</strong> alternativas,condicionada às teses apresentadas pelas partes, casos em que cada umaapresenta uma versão para a causa. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve apresentar ao juiz as alternativascondicionadas às teses apresentadas, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, necessariamente, seremi<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s os critérios técnicos que lhes dêem respal<strong>do</strong>. Tal situação <strong>de</strong>ve serapresentada <strong>de</strong> forma a não representar a opinião pessoal <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, consignan<strong>do</strong> osresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, caso venha a ser aceita a tese <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong> outro <strong>de</strong>mandante,como no caso <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong> índices <strong>de</strong> atualização e taxas;(d) a conclusão po<strong>de</strong> ainda reportar-se às respostas apresentadas nos quesitos;(e) a conclusão po<strong>de</strong> ser simplesmente, elucidativa quanto ao objeto da perícia, nãoenvolven<strong>do</strong>, necessariamente, quantificação <strong>de</strong> valores.Estrutura93. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil <strong>de</strong>vem conter, no mínimo,os seguintes itens:(a) i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> processo e das partes;(b) síntese <strong>do</strong> objeto da perícia;(c) meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>tada para os <strong>trabalho</strong>s periciais;(d) i<strong>de</strong>ntificação das diligências realizadas;(e) transcrição e resposta aos quesitos: para o lau<strong>do</strong> pericial contábil;
92(f) transcrição e resposta aos quesitos: para o parecer pericial contábil, on<strong>de</strong> houverdivergência, transcrição <strong>do</strong>s quesitos, respostas formuladas pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r eas respostas e comentários <strong>do</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente;(g) conclusão;(h) anexos;(i) apêndices;(j) assinatura <strong>do</strong> <strong>perito</strong>: fará constar sua categoria profissional <strong>de</strong> conta<strong>do</strong>r e o seunúmero <strong>de</strong> registro em Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, comprovada medianteDeclaração <strong>de</strong> Habilitação Profissional - DHP. É permitida a utilização da certificaçãodigital, em consonância com a legislação vigente e as normas estabelecidas pelaInfra-Estrutura <strong>de</strong> Chaves Públicas Brasileiras - ICP-Brasil.Assinatura em conjunto94. Quan<strong>do</strong> se tratar <strong>de</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil assina<strong>do</strong> em conjunto, pelo(s) <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>re <strong>perito</strong>(s)-conta<strong>do</strong>r(es) assistente(s), há responsabilida<strong>de</strong> solidária sobre oreferi<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento.95. Em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil realiza<strong>do</strong> por <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res nãooficiais para a área criminal, o exame só po<strong>de</strong> ser realiza<strong>do</strong> após a prestação <strong>de</strong>compromisso <strong>de</strong> bem e fielmente <strong>de</strong>sempenhar o encargo.96. Quan<strong>do</strong> se tratar <strong>de</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil realiza<strong>do</strong> para área criminal, assina<strong>do</strong>em conjunto pelos <strong>perito</strong>s não oficiais, há responsabilida<strong>de</strong> solidária sobre o referi<strong>do</strong><strong>do</strong>cumento.Lau<strong>do</strong> e parecer <strong>de</strong> leigo ou profissional não habilita<strong>do</strong>97. O Decreto-Lei nº. 9.295/46 e a Norma Brasileira <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ramleigo ou profissional não habilita<strong>do</strong> para a elaboração <strong>de</strong> lau<strong>do</strong>s periciais contábeis epareceres periciais contábeis, qualquer profissional que não seja conta<strong>do</strong>r habilita<strong>do</strong>perante Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>. Esclarecimentos <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> e <strong>do</strong>parecer pericial contábil em audiência98. Esclarecimentos são respostas oferecidas pelo <strong>perito</strong> aos pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong>esclarecimentos <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e parecer pericial contábil, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>spelas autorida<strong>de</strong>s competentes, quan<strong>do</strong> estas por algum motivo enten<strong>de</strong>rem anecessida<strong>de</strong> da presença <strong>do</strong> <strong>perito</strong> na audiência, para <strong>de</strong>screver e explicar <strong>de</strong>maneira or<strong>de</strong>nada e pormenorizada o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial. Os quesitos <strong>de</strong>esclarecimentos efetua<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser respondi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> duas maneiras:(a) <strong>de</strong> forma escrita: os quesitos <strong>de</strong> esclarecimentos <strong>de</strong>feri<strong>do</strong>s e apresenta<strong>do</strong>s ao<strong>perito</strong>, no prazo legal, po<strong>de</strong>m ser respondi<strong>do</strong>s por escrito e, neste caso, <strong>de</strong>verá serentregue o original, na audiência, para a juntada nos autos.(b) <strong>de</strong> forma oral: os quesitos <strong>de</strong> esclarecimentos <strong>de</strong>feri<strong>do</strong>s e apresenta<strong>do</strong>s ao<strong>perito</strong>, no prazo legal, po<strong>de</strong>m ser respondi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma oral, cuidan<strong>do</strong> para sanar as
93obscurida<strong>de</strong>s, omissões, contradições ou interpretações distintas daquelasconstantes no lau<strong>do</strong> pericial contábil.99. Se for necessário efetuar diligências para arrecadar novos <strong>do</strong>cumentos ou outroselementos <strong>de</strong> prova, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve a<strong>do</strong>tar todas as providências constantes nestaNorma, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, no entanto, requerer honorários complementares para aquelefeito.Quesitos e respostas100. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve observar as perguntas efetuadas pelas partes, no momentopróprio <strong>do</strong>s esclarecimentos, pois tal ato se limita às respostas a quesitosintegrantes <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial, ou <strong>do</strong> parecer pericial contábil às explicações sobre oconteú<strong>do</strong> da li<strong>de</strong> ou sobre a conclusão.Quesitos novos101. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve observar se os quesitos formula<strong>do</strong>s nesta faseprocessual são pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> esclarecimentos sobre o seu lau<strong>do</strong> pericial contábil ou setratam <strong>de</strong> quesitos novos. Mesmo atinente ao objeto da discussão, as respostas aesses novos quesitos ficam sujeitas ao <strong>de</strong>ferimento <strong>do</strong> julga<strong>do</strong>r da causa.
Nome <strong>do</strong> arquivo: TCCDiretório:C:\Documents and Settings\Administra<strong>do</strong>r\DesktopMo<strong>de</strong>lo:C:\Documents and Settings\Administra<strong>do</strong>r\Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>aplicativos\Microsoft\Mo<strong>de</strong>los\Normal.<strong>do</strong>tmTítulo:NOME DO ACADÊMICOAssunto:Autor:UNESCPalavras-chave:Comentários:Data <strong>de</strong> criação: 22/10/2004 17:36:00Número <strong>de</strong> alterações:275Última gravação: 17/12/2010 18:44:00Salvo por: Fernan<strong>do</strong> LossoTempo total <strong>de</strong> edição: 9.079 MinutosÚltima impressão: 17/12/2010 18:45:00Como a última impressãoNúmero <strong>de</strong> páginas: 95Número <strong>de</strong> palavras: 25.349 (aprox.)Número <strong>de</strong> caracteres: 136.887 (aprox.)