12.07.2015 Views

perícia contábil: o mercado de trabalho do perito contador ... - Unesc

perícia contábil: o mercado de trabalho do perito contador ... - Unesc

perícia contábil: o mercado de trabalho do perito contador ... - Unesc

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESCCURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEISFERNANDO MACARINI LOSSOPERÍCIA CONTÁBIL: O MERCADO DE TRABALHO DO PERITOCONTADOR NO ÂMBITO TRABALHISTACRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2010


FERNANDO MACARINI LOSSOPERÍCIA CONTÁBIL: O MERCADO DE TRABALHO DO PERITOCONTADOR NO ÂMBITO TRABALHISTATrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso, apresenta<strong>do</strong>para obtenção <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> Bacharel no curso <strong>de</strong>Ciências Contábeis da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong>Extremo Sul Catarinense, UNESC.Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Leonel Luiz PereiraCRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2010


FERNANDO MACARINI LOSSOPERÍCIA CONTÁBIL: O MERCADO DE TRABALHO DO PERITO CONTADOR NOÂMBITO TRABALHISTATrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso aprova<strong>do</strong> pelaBanca Examina<strong>do</strong>ra para obtenção <strong>do</strong> Grau <strong>de</strong>Bacharel, no Curso <strong>de</strong> Ciências Contábeis daUniversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Extremo Sul Catarinense,UNESC, com Linha <strong>de</strong> Pesquisa em Perícia.Criciúma, 17 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010.BANCA EXAMINADORAProf. Leonel Luiz Pereira – Esp. - (<strong>Unesc</strong>) – Orienta<strong>do</strong>rProf. Adilson Pagani Ramos - Msc - (<strong>Unesc</strong>) - Examina<strong>do</strong>r 1Prof. Luciano Ducioni - Esp - (<strong>Unesc</strong>) - Examina<strong>do</strong>r 2


2Dedico este <strong>trabalho</strong> primeiramente a Deuspor concedi<strong>do</strong> saú<strong>de</strong> e força para alcançarmais esta conquista; aos meus paisBonacor Losso e Zenai<strong>de</strong> Macarini Losso eminha namorada Bruna Car<strong>do</strong>so Luiz peloincentivo e apoio nos momentos difíceis; e ato<strong>do</strong>s que acompanharam e ajudaram aconquistar mais esta etapa da minha vida.Minha gratidão a to<strong>do</strong>s vocês é imensa einesgotável.


3AGRADECIMENTOSA Deus, por estar presente em to<strong>do</strong>s os momentos da minha vida,conce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-me saú<strong>de</strong>, força nos momentos difíceis, orientação, sabe<strong>do</strong>ria ecapacitação.Aos meus familiares, especialmente aos meus pais, Bonacor e Zenai<strong>de</strong>,que em to<strong>do</strong>s os momentos me incentivaram e apoiaram em mais esta caminhada.A minha namorada Bruna, pelo apoio e compreensão pela minhaausência em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s momentos.Ao meu orienta<strong>do</strong>r. Professor Esp. Leonel Luis Pereira, por transmitirconhecimento <strong>de</strong> forma segura, e pela significativa contribuição na elaboração <strong>de</strong>ste<strong>trabalho</strong>, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> que a sua participação foi <strong>de</strong> fundamental importância emminha formação.Aos professores a coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> curso, pelo apoio e conhecimentoscompartilha<strong>do</strong>s.Aos colegas <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, Dirceu, Diego, Fernan<strong>do</strong>, Moises, Alisson, Diogoque participaram <strong>do</strong>s momentos importantes da minha vida acadêmica,compartilhan<strong>do</strong> os bons e difíceis momentos.Enfim, a to<strong>do</strong>s os que, direta ou indiretamente, colocaram na realização<strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong>, minha gratidão a to<strong>do</strong>s vocês é imensa, por terem contribuí<strong>do</strong> para oalcance <strong>de</strong> mais um sonho <strong>de</strong> minha vida.


4“Perícia contábil é a verificação <strong>de</strong> fatosliga<strong>do</strong>s ao patrimônio individualiza<strong>do</strong>visan<strong>do</strong> oferecer opinião, mediantequestões propostas. Para tal opiniãorealizam-se exames, vistorias, indagações,avaliações, arbitramentos, em suma to<strong>do</strong> equalquer procedimento necessário áopinião.”Antonio Lopes <strong>de</strong> Sá


5RESUMOLOSSO, Fernan<strong>do</strong> Macarini. Perícia contábil: O <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r no âmbito Trabalhista. 2010. 57 p. Orienta<strong>do</strong>r: Leonel Luis Pereira.Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso <strong>de</strong> Ciências Contábeis. Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ExtremoSul Catarinense – UNESC. Criciúma – SC.A perícia contábil é <strong>de</strong>stacada como um <strong>do</strong>s principais ramos da contabilida<strong>de</strong>, quevisa esclarecer <strong>de</strong>terminadas questões ou fatos com apresentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>, que éelabora<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong> contábil. Este estu<strong>do</strong> é o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma pesquisa literáriareferente à perícia contábil. Visa a apresentar os conhecimentos pertinentes aoassunto em questão, procedimentos, normas e leis que regem a profissão, bemcomo <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r na perícia judicial, na área trabalhistacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Criciúma-SC. Perícia contábil é um instrumento técnico científico <strong>de</strong>constatação, prova ou <strong>de</strong>monstração, quanto à veracida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos liga<strong>do</strong>s aopatrimônio <strong>de</strong> pessoas e empresas. O objetivo da perícia é respon<strong>de</strong>r aos quesitospertinentes a um processo judicial, elucidan<strong>do</strong> os questionamentos. O <strong>perito</strong>, aorealizar a perícia por meio <strong>de</strong> exames, vistorias, indagações, investigações,avaliações entre outros <strong>de</strong>ve agir com honestida<strong>de</strong> e responsabilida<strong>de</strong> que lhe foiconfiada. Somente conta<strong>do</strong>res habilita<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m exercer a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r. Para alicerçar este <strong>trabalho</strong>, foi realizada uma pesquisa referente ao<strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r no âmbito trabalhista, com isso foi elaboradauma pesquisa para saber com está o <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r emnossa região. A partir <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r e constatar ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>importância a atuação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r para o juiza<strong>do</strong> e para sua vida profissional.Palavras-chave: Perícia Contábil, Perito, Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Trabalho.


6LISTA DE ILUSTRAÇÕESQuadro 01: Referentes aos Procedimentos <strong>de</strong> Perícia ............................................. 20Quadro 02: Referente às Características <strong>de</strong> perícia e Auditoria ............................... 23Quadro 03: Referentes aos Direitos e Deveres <strong>do</strong> Perito ......................................... 29Quadro 04: Referentes ao Honorários ...................................................................... 37Quadro 05: Referente à área que você <strong>perito</strong> mais atua no âmbito trabalhista......... 44Quadro 06: Referente às fases <strong>do</strong> processo que você <strong>perito</strong> participa ..................... 45Quadro 07: Referente <strong>do</strong> número <strong>de</strong> processos por mês que participa .................... 46Quadro 08: Referente a função exercida pelo <strong>perito</strong> ................................................. 46Quadro 09: Referente qual a reclamatória mais buscada no âmbito trabalhista ....... 47Quadro 10: Referente ao recebimento <strong>do</strong>s honorários profissionais ......................... 48Quadro 11: Referente às dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelo <strong>perito</strong> ................................. 48Quadro 12: Referente ao tempo <strong>de</strong> entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial ................................... 49Quadro 13: Referente valor <strong>do</strong>s honorários recebi<strong>do</strong>s .............................................. 50Quadro 14: Referente qual visão você tem da profissão contábil ............................. 50Quadro 15: Referente o motivo que leva você a escolher a área <strong>de</strong> perícia contábil 51Quadro 16: Referentes aos bacharéis em ciências contábeis <strong>de</strong>vam exercerativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r ...................................................................................... 52


7LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASCPC – Comitê <strong>de</strong> Pronunciamentos ContábeisCFC – Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>NBC – Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>CPIs – Comissões Parlamentares <strong>de</strong> InquéritoNBC PP1 – Normas Brasileira <strong>do</strong> Perito ContábilNBC P 2 – Normas Profissionais <strong>do</strong> Perito ContábilNBC T 13 – Normas técnicas da Perícia ContábilSC – Santa CatarinaPMC – Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Criciúma


8SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 101.1 Tema e Problema ............................................................................................... 101.2 Objetivos da Pesquisa ...................................................................................... 111.3 Justificativa ........................................................................................................ 111.4 Meto<strong>do</strong>logia ....................................................................................................... 122. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 142.1 Aspectos Históricos .......................................................................................... 142.2 A Perícia Contábil .............................................................................................. 152.2.1 Objetivo da Perícia Contábil .......................................................................... 172.3 Normas Profissionais <strong>do</strong> Perito ....................................................................... 172.4 Classificações <strong>de</strong> Perícia Contábil .................................................................. 182.4.1 Perícia Semijudicial ........................................................................................ 182.4.2 Perícia judicial ................................................................................................ 192.4.3 Perícia extrajudicial ........................................................................................ 212.4.4 Perícia arbitral ................................................................................................ 212.5 Perícia e Auditoria ............................................................................................. 222.6 Perito Conta<strong>do</strong>r ................................................................................................. 242.6.1 Perito Conta<strong>do</strong>r Assistente ........................................................................... 252.7 Recusa................................................................................................................ 262.7.2 Substituição <strong>do</strong> <strong>perito</strong> .................................................................................... 272.8 Sigilo Profissional ............................................................................................. 282.9 Direitos e Deveres <strong>do</strong> Perito ............................................................................. 282.9.1 Penalida<strong>de</strong>s .................................................................................................... 302.9.2 Zelo Profissional ............................................................................................ 302.9.3 A Prova Pericial .............................................................................................. 312.9.4 Meios <strong>de</strong> prova ............................................................................................... 332.9.5 Ônus da Prova ................................................................................................ 332.9.6 Responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Perito .......................................................................... 342.9.7 Honorários Profissionais ............................................................................... 352.9.8 Lau<strong>do</strong>s Periciais ............................................................................................. 392.10 Perícia Contábil em Processo Trabalhista .................................................... 402.10.1 Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Trabalho ................................................................................... 42


93. ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 433.1 Análise <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s .............................................................................................. 43Como se viu, os quadros mostram que o campo <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> contábilna região <strong>de</strong> Criciúma-SC e bastante vasto, e com ganhos consi<strong>de</strong>ráveis, como<strong>perito</strong> <strong>do</strong> juiz e que muitos optam em exercer a este tipo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> por umaprofissão <strong>de</strong>sejada e pelo ganho financeiro, e venho por meio <strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong>dizer que a pesquisa foi alcançada <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sta amostra <strong>de</strong>quadros os principais <strong>trabalho</strong>s e fases em que o <strong>perito</strong> participa no âmbitotrabalhista. ............................................................................................................... 524. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 53REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55APÊNDICE – Questionário Aplica<strong>do</strong> a Pesquisa .................................................. 58ANEXO A – Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244/09 ........................................................... 61ANEXO B – Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.243/09 ........................................................... 79


101. INTRODUÇÃOEste estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>screve os procedimentos e os requisitos técnicos eprofissionais básicos a serem, observa<strong>do</strong>s pelos <strong>perito</strong>s no <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong> seu<strong>trabalho</strong>.O <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> contábil tem como foco principal a verificação <strong>do</strong>patrimônio <strong>de</strong> pessoas físicas ou jurídicas. Para isso, o mesmo <strong>de</strong>ve estar<strong>de</strong>vidamente capacita<strong>do</strong> e atualiza<strong>do</strong>, a fim <strong>de</strong> que suas respostas aos quesitosmanifestadas no lau<strong>do</strong> não traga prejuízos a terceirosNeste capítulo será relata<strong>do</strong> o tema e o problema aborda<strong>do</strong> nestapesquisa, bem como seus objetivos gerais e específicos, trazen<strong>do</strong> também acontribuição e a meto<strong>do</strong>logia aplicada no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> perícia contábil no âmbitotrabalhista na região <strong>de</strong> Criciúma SC.1.1 Tema e ProblemaA contabilida<strong>de</strong>, com o avanço da tecnologia, teve que se aperfeiçoar eorganizar-se para criar novos procedimentos tanto no controle patrimonial, gerenciale financeira, acompanha<strong>do</strong> o <strong>merca<strong>do</strong></strong> para assim alcançar a sua perfeição e ter umcrescimento econômico financeiro. A atual socieda<strong>de</strong> empresarial está mais exigentee organizada não se contenta<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s e serviços que não <strong>de</strong>tenhaqualida<strong>de</strong>, na busca <strong>de</strong> novos profissionais para colherem bons frutos e resulta<strong>do</strong>sque agra<strong>de</strong>m seus acionistas com um excelente <strong>de</strong>sempenho profissional.Com a busca cada vez maior pelo conhecimento <strong>do</strong>s profissionais da áreacontábil para uma menor margem <strong>de</strong> erro, um profissional da perícia contábil <strong>de</strong>vese manter atualiza<strong>do</strong> buscan<strong>do</strong> acompanhar os avanços ocorri<strong>do</strong>s na área. Assim o<strong>perito</strong> contábil também se especializa para oferecer seus serviços com maiorqualida<strong>de</strong> possível, pois sua opinião é importante para o juiz ter uma tomada <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão.A perícia contábil trabalhista é executada por conta<strong>do</strong>res, no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong><strong>trabalho</strong> pericial po<strong>de</strong> ser visto que é a figura <strong>do</strong> <strong>perito</strong> quem auxilia os juízes <strong>do</strong>


11<strong>trabalho</strong>, ten<strong>do</strong> em vista seu conhecimento e imparcialida<strong>de</strong> na análise <strong>de</strong> processoscabíveis com suas funções no universo pericial. Na Perícia contábil, há uma técnicanecessária para a execução <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s, formação necessária da classe elevantamento e conhecimentos específicos das <strong>do</strong>cumentações a serem analisadas,junto a isso gostaria <strong>de</strong> esclarecer como é o universo da perícia contábil. Assimlevan<strong>do</strong> a seguinte questão – problema:Qual a perspectiva <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r no âmbito da justiça <strong>do</strong><strong>trabalho</strong> no município <strong>de</strong> Criciúma-SC?1.2 Objetivos da PesquisaObjetivo geral <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> consiste em verificar os principaisprocedimentos utiliza<strong>do</strong>s na perícia trabalhista e quais os conhecimentosnecessários a execução <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>.Os objetivos específicos consistem em:• Caracterizar a perícia trabalhista conforme a literatura existente.• Abordar a perícia no âmbito da justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>; e• Investigar por meio <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong> campo, qual a visão profissional <strong>do</strong><strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r no âmbito da justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> no município <strong>de</strong> Criciúma SC.1.3 JustificativaA perícia contábil trabalhista vem se <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> no <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r como uma área ampla e promissora, sen<strong>do</strong> um importanteramo da contabilida<strong>de</strong>.Segun<strong>do</strong> Figueire<strong>do</strong> (2003, p. 41), a perícia contábil é “o conjunto <strong>de</strong>procedimentos técnicos e científicos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a levar informações <strong>de</strong> prova


12necessárias para auxiliar a <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> juiz no processo, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as normasjurídicas e profissionais”. Para Hoog (2005, p.48) <strong>de</strong>screve que,Após edição da lei 8455, <strong>de</strong> 24. 08. 1992 que introduziram alteraçõesrelativas à perícia e aos <strong>perito</strong>s, visualizamos a ocupação <strong>de</strong> espaçosignificativo na mídia quanto ao <strong>trabalho</strong> executa<strong>do</strong> por profissionais e, emespecial, os seus resulta<strong>do</strong>s querem na área <strong>de</strong> engenharia, aci<strong>de</strong>ntesaéreos, construção civil, quer na área medica, especialmente nos casos <strong>de</strong>atenta<strong>do</strong> contra a vida e a honra; igual importância tem na área contábilenvolven<strong>do</strong> fatores como aferição <strong>de</strong> contas relativas às campanhaspolíticas, frau<strong>de</strong>s em gran<strong>de</strong>s e renomadas instituições financeiras e atemesmo no âmbito familiar, na separação conjugal, quanto abrange gran<strong>de</strong>sfortunas.A perícia trabalhista é especificamente uma área <strong>de</strong> poucos estu<strong>do</strong>s, abibliografia é consi<strong>de</strong>rada escassa, sen<strong>do</strong> encontradas publicações que englobam otema sem <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> enfoque especial e aprofunda<strong>do</strong>, e essa escassez bibliográficadificulta aqueles que necessitam e não pertence à área para adquirir uma visão maisclara e precisa sobre aspectos contábeis. Desta forma, este estu<strong>do</strong> visa a contribuir<strong>de</strong> forma teórica com a ciência contábil.A contribuição prática <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> se concentra na divulgação <strong>do</strong>sconhecimentos que um <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve ter nas diversas etapas <strong>de</strong> uma perícia contábiltrabalhista, e <strong>de</strong> que forma po<strong>de</strong>rá auxiliar aqueles que trabalham na área comnovos esclarecimentos, bem como para os estudantes que visam atuar nela.Este estu<strong>do</strong> tem uma relevância social ética, pois a perícia visa apresentaa verda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos. O respeito à ética <strong>de</strong>ve estar envolvi<strong>do</strong> no exercício <strong>de</strong>qualquer profissão, mas principalmente na profissão contábil, não somente porinteresses <strong>de</strong> pessoas indiretamente ligadas ao patrimônio, mas porque a ética fazparte da própria ciência contábil.1.4 Meto<strong>do</strong>logiaNeste tópico apresentam-se os procedimentos e tipo meto<strong>do</strong>lógico a ser<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s neste <strong>trabalho</strong> e a postura <strong>de</strong> autores relaciona<strong>do</strong>s com o assuntoapresenta<strong>do</strong>, e tem por objetivo respon<strong>de</strong>r o problema elabora<strong>do</strong> neste <strong>trabalho</strong>.De acor<strong>do</strong> com Andra<strong>de</strong> (2005, p.124),Nesse tipo <strong>de</strong> pesquisa bibliográfica, os fatos são observa<strong>do</strong>s, registra<strong>do</strong>s,analisa<strong>do</strong>, classifica<strong>do</strong>s e interpreta<strong>do</strong>s, sem que o pesquisa<strong>do</strong>r interfira


13neles. Isto significa que os fenômenos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> físico e humano sãoestuda<strong>do</strong>s, mas não manipula<strong>do</strong>s pelo pesquisa<strong>do</strong>r.A pesquisa consiste em um estu<strong>do</strong> bibliográfico, realiza<strong>do</strong> principalmentepor meio <strong>de</strong> materiais já elabora<strong>do</strong>s, tais como: livros revistas, artigos <strong>de</strong> internet eoutros meios utiliza<strong>do</strong>s como apoio para este estu<strong>do</strong> como interrogações a <strong>perito</strong>sconta<strong>do</strong>res.Em relação à tipologia quanto à abordagem <strong>do</strong> problema, será utilizada apesquisa qualitativa por não utilizar no tratamento das informações <strong>de</strong> técnicasestatísticas. Segun<strong>do</strong> Diehl e Tatim (2004, p. 52),Os estu<strong>do</strong>s qualitativos po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>screver a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>problema e a interação <strong>de</strong> certas variáveis, compreen<strong>de</strong>r a classificar osprocessos dinâmicos vivi<strong>do</strong>s por grupos sociais, contribuir no processo <strong>de</strong>mudança <strong>de</strong> da<strong>do</strong> grupo e possibilitar, em maior nível <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, oentendimento das particularida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong>s indivíduos.Quanto aos procedimentos, à tipologia utilizada será o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso,que será um levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, um questionário on<strong>de</strong> os <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>resapontaram as principais ativida<strong>de</strong>s e como esta o <strong>merca<strong>do</strong></strong> em que ele trabalha.Dessa forma, o estu<strong>do</strong> terá característica quanto ao objetivo <strong>de</strong> pesquisa<strong>de</strong>scritiva <strong>de</strong> abordagem qualitativa, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>scritivabibliográfica, diante <strong>de</strong>stes instrumentos escolhi<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>vem contribuir para oalcance <strong>do</strong>s objetivos propostos, sen<strong>do</strong> relevante esclarecerem o problema eaprofundar o tema através da análise <strong>de</strong> exemplo prático.


142. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICANeste capítulo será abordada a fundamentação teórica <strong>de</strong>sta pesquisa.Inicialmente <strong>de</strong>screve-se a perícia contábil, seus aspectos históricos e seu conceito.Em seguida, as normas profissionais <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, as espécies <strong>de</strong> perícia com ênfase àperícia contábil no âmbito trabalhista, as principais diferenças entre perícia eauditoria. Na seqüência, é esclarecida a figura <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r e a nomeação <strong>do</strong><strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente, a recusa da realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, impedimentos,substituição, responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> e honorário profissional. Por fim, aborda-sea perícia contábil em processo trabalhista.2.1 Aspectos HistóricosA contabilida<strong>de</strong> como umas das profissões mais antigas vem sea<strong>de</strong>quan<strong>do</strong> com o dia a dia das socieda<strong>de</strong>s, hoje ela é umas das profissões maisimportante para as organizações empresarias, dan<strong>do</strong> o norte para as empresas,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito tempo ela e executada por profissionais que trazem benefícios para asocieda<strong>de</strong>, e assim po<strong>de</strong>mos observar a seguir.A profissão <strong>de</strong> conta<strong>do</strong>r é uma das mais antigas, Zanna (2005, p. 19)<strong>de</strong>screve que,os arqueólogos informaram que o Egito Antigo (6000 anos a.C) dispunha<strong>do</strong>s escribas que faziam anualmente as contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e o balanço daeconomia. Na hierarquia daquele povo o escriba pertencia ao corpo <strong>de</strong>fiscais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, ocupava a quarta posição, como segue: em primeiro lugaro Faraó, um rei/<strong>de</strong>us; em segun<strong>do</strong> lugar, o Clero (sacer<strong>do</strong>tes); em terceirolugar, o exército (militares); e, em quarto lugar, a Contabilida<strong>de</strong> (escribas).Mas foram os gregos 2000 anos a.C., aproximadamente, que aperfeiçoaraos controles contábeis egípcios e os aplicaram também às ativida<strong>de</strong>sprivadas.Segun<strong>do</strong> Drummond, (1995), esses foram os primeiros a apresentar aconta <strong>de</strong> lucros e perdas.A perícia por meio <strong>de</strong> verificações, análises <strong>de</strong> provas e <strong>do</strong>cumentos vêmpara contribuir para a socieda<strong>de</strong>, não mesmo ela vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muitos anos, a muitosrelatos na Índia e na Grécia que como po<strong>de</strong>mos ver a seguir.


15Segun<strong>do</strong> Sá (2000, p. 14) “a expressão perícia advém <strong>do</strong> latim peritia, queem seu senti<strong>do</strong> próprio significa conhecimento adquiri<strong>do</strong> pela experiência, bem comoexperiência”.O professor Lopes Sá (2004, p. 28) acrescenta que significa também“habilida<strong>de</strong> em alguma arte ou profissão; experiência; <strong>de</strong>streza; exame, vistoria <strong>de</strong>caráter técnico-especializa<strong>do</strong>".Antigamente, no início da civilização, o lí<strong>de</strong>r <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong>sempenhava opapel <strong>de</strong> <strong>perito</strong>, legisla<strong>do</strong>r e executor <strong>do</strong>s assuntos que precisavam <strong>de</strong> seu auxílio ouaprovação. Com a evolução da civilização o po<strong>de</strong>r saiu <strong>do</strong>s antigos lí<strong>de</strong>res e assim aperícia tornou-se mais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte até chegar aos dias atuais.Na Índia, Grécia e Egito há registros <strong>de</strong> que o <strong>perito</strong> era eleito pelaspartes para <strong>de</strong>sempenhar não apenas o papel <strong>de</strong> <strong>perito</strong>, mas também <strong>de</strong> juiz. Foi noDireito Romano primitivo que a figura <strong>do</strong> <strong>perito</strong> passou a existir <strong>de</strong> fato apesar <strong>de</strong>continuar ligada a <strong>de</strong> árbitro, pois o lau<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> era aceito como a própriasentença.Somente com o <strong>de</strong>senvolvimento jurídico no Oci<strong>de</strong>nte foi que a figura <strong>do</strong><strong>perito</strong> <strong>de</strong>svinculou-se da pessoa <strong>do</strong> árbitro. A Perícia foi introduzida oficialmente noBrasil através <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Civil - CPC <strong>de</strong> 1939. Isto não significa dizerque antes não existissem <strong>perito</strong>s e <strong>trabalho</strong>s <strong>de</strong> perícia. O que ocorria era que esse<strong>trabalho</strong> não era regulamenta<strong>do</strong>. Entretanto, é fácil se supor que poucasautorida<strong>de</strong>s, públicas ou privadas, faziam uso <strong>de</strong> <strong>perito</strong>s, nesta época. Em 1946,com a regulamentação da profissão contábil através <strong>do</strong> Decreto-lei 9.245,institucionalizou-se a Perícia Contábil. Mas, na realida<strong>de</strong>, foi somente a partir dapromulgação <strong>do</strong> novo Código <strong>de</strong> Processo Civil <strong>de</strong> 1973 que a perícia passou acontar com regras claras e or<strong>de</strong>nação jurídica conveniente.2.2 A Perícia ContábilPerícia contábil é uma análise técnica <strong>de</strong> fatos liga<strong>do</strong>s à área contábil,com o objetivo <strong>de</strong> esclarecer dúvidas sobre a matéria em questionamento.Lopes <strong>de</strong> Sá (2000, p. 17) “fala que a perícia contábil e a verificação <strong>de</strong>fatos liga<strong>do</strong>s ao patrimônio individualiza<strong>do</strong> visan<strong>do</strong> oferecer opinião, mediante


16questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações,investigações, avaliações, arbitramentos, em suma to<strong>do</strong> e qualquer procedimentonecessário à opinião”.Segun<strong>do</strong> as Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, Resolução <strong>do</strong> ConselhoFe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> - CFC nº 1.243 publicada em 18 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009,esta Norma estabelece regras e procedimentos técnico científicos a seremobserva<strong>do</strong>s pelo <strong>perito</strong>, quan<strong>do</strong> da elaboração <strong>de</strong> perícia contábil, no âmbito judicial,extrajudicial, inclusive arbitral, mediante o esclarecimento <strong>do</strong>s aspectos e <strong>do</strong>s fatos<strong>do</strong> litígio por meio <strong>de</strong> exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação,ou certificação.Para Alberto (1996, p.46) <strong>de</strong>staca,<strong>de</strong>finin<strong>do</strong> que o objetivo da ciência contábil é o patrimônio, já po<strong>de</strong>m,logicamente, inferir que a perícia será <strong>de</strong> natureza contábil sempre querecair sobre elementos objetivos, constitutivos, prospectivos ou externos,<strong>do</strong> patrimônio <strong>de</strong> quaisquer entida<strong>de</strong>s, seja elas físicas ou jurídicasformalizadas ou não, estatais ou privadas.Já Alberto (1996, p. 48), <strong>de</strong>screve que perícia é um “instrumento técnicocientífico <strong>de</strong> constatação, prova ou <strong>de</strong>monstração, quan<strong>do</strong> é veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong>situações, coisas ou fatos das relações efeitos e haveres que fluem <strong>do</strong> patrimônio <strong>de</strong>quaisquer entida<strong>de</strong>s.” Sen<strong>do</strong> assim, a perícia contábil e a atribuição <strong>de</strong> quem éespecialista em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> assunto e possui<strong>do</strong>r <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s e técnicassuperiores aos <strong>de</strong>mais profissionais da área contábil.Nesse senti<strong>do</strong> Alberto (1996, p.50) ressalta que,a perícia contábil tem por objetivo geral a constatação, prova ou<strong>de</strong>monstração contábil da verda<strong>de</strong> real sobre seu objeto, transferin<strong>do</strong>-o,através <strong>de</strong> sua materialização o lau<strong>do</strong>, para o or<strong>de</strong>namento da instância<strong>de</strong>cisória, judicial ou extrajudicialmente.A perícia será voltada à contabilida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> refere a exames, vistorias,indagações, investigações, avaliações, arbitramento, situações, coisas ou fatos eque tenham como objetivo o patrimônio <strong>de</strong> qualquer pessoa física ou jurídica e quepossa servir <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância a socieda<strong>de</strong>. Assim o <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> contábilfica volta<strong>do</strong> para trazer a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> algo que esta sen<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong> por partesinteressadas, envolven<strong>do</strong> valores em que o <strong>perito</strong> com seu conhecimento, vaianalisar o correto <strong>de</strong>stino ou com quem <strong>de</strong>ve ficar assim auxilian<strong>do</strong> o juiz na tomada<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.


172.2.1 Objetivo da Perícia ContábilO objetivo da perícia contábil é <strong>de</strong>monstrar através <strong>de</strong> análises <strong>de</strong><strong>do</strong>cumentações a verda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> transparência nos <strong>trabalho</strong>sexecuta<strong>do</strong>s.Segun<strong>do</strong> Alberto (2000, p. 51) “o maior objetivo da perícia contábil é averda<strong>de</strong> sobre o objeto examina<strong>do</strong>, é a transferência da verda<strong>de</strong> contábil para oor<strong>de</strong>namento da instância <strong>de</strong>cisória”.Para Magalhães (2001, p. 23) “a perícia é um meio elucidativo e <strong>de</strong> provaque a legislação admite, é o parecer <strong>de</strong> profissional entendi<strong>do</strong> na matéria emjulgamento. Como meio <strong>de</strong> prova é o testemunho humano da existência everacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coisas e fatos, e como parecer, é a opinião autorizada <strong>de</strong> quemconhece a espécie questionada.”.A perícia contábil tem um gran<strong>de</strong> papel na socieda<strong>de</strong> através <strong>de</strong> suaserieda<strong>de</strong> e comprometimento <strong>do</strong>s profissionais envolvi<strong>do</strong>s, e seu objetivo maior e averda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos mostran<strong>do</strong> para a população o gran<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> executa<strong>do</strong>s pordiversos profissionais <strong>de</strong> nossa região.2.3 Normas Profissionais <strong>do</strong> PeritoAs Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> estabelecem a condutaprofissional e os procedimentos técnicos a serem observa<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> da realização<strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s que estão previstos na Resolução CFC nº 857/99. São classificadasem profissionais e técnicas e caracterizam-se pela nomenclatura NBC, queestabelecem conceitos <strong>do</strong>utrinários:a) NBC PP 1, e NBC P 2, Normas profissionais <strong>de</strong> <strong>perito</strong> contábil, foi reformula<strong>do</strong>pela Resolução CFC nº 1.244 <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro 2009 pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Contabilida<strong>de</strong>, trata da competência técnico profissional, habilida<strong>de</strong>s profissionais,educação continuada, in<strong>de</strong>pendência, impedimento <strong>do</strong> exercício da ativida<strong>de</strong>,impedimento e suspeição, recusa, honorários profissionais, <strong>do</strong> sigilo,responsabilida<strong>de</strong>s e zelo, utilização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> especialistas. (Anexo A).


18b) NBC T 13, Normas técnicas <strong>de</strong> perícia contábil, conforme a resolução 858/99 <strong>de</strong>21 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, reformulada pela Resolução CFC nº 1.243 publicada em 18<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009, trata <strong>do</strong> conceito e objetivos, execução, procedimentos,planejamento, lau<strong>do</strong> pericial contábil e parecer pericial contábil. (Anexo B).2.4 Classificações <strong>de</strong> Perícia ContábilNeste capítulo serão explanadas as diferentes formas <strong>de</strong> perícia contábile suas aplicações e especificações junto com os autores pesquisa<strong>do</strong>s.Sá (2004, p. 7) classifica as perícias em três gran<strong>de</strong>s grupos gerais:Perícias Judiciais; Perícias Administrativas e Perícias Especiais.Alberto (2000) apresenta a perícia contábil como perícia judicial, periciasemijudicial, pericia extrajudicial e pericia arbitral.Assim, po<strong>de</strong>mos observar que os autores cita<strong>do</strong>s apresentam formasdiferenciadas <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> perícia, mas, no entanto os autores estabelecem omesmo objetivo, a apresentação <strong>de</strong> provas e fatos verídicos para a solução <strong>do</strong>sconflitos em litígio, neste <strong>trabalho</strong> serão aborda<strong>do</strong>s quatro tipos <strong>de</strong> perícia contábilmais comum.Que são:• Pericia judicial;• Pericia semijudicial;• Perícia extrajudicial;• Perícia arbitral;No <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> serão expostos os conceitos <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>talhadadas perícias contábeis conforme os autores pesquisa<strong>do</strong>s e a sua forma <strong>de</strong> utilização.2.4.1 Perícia SemijudicialPerícia Contábil semijudicial é realizada por estatais, por meios políticos,autorida<strong>de</strong>s administrativas ou parlamentares, observan<strong>do</strong> as regras legais que


19regem a perícia contábil. Seguin<strong>do</strong> as regras da área judicial, esta é realizada porinstituição governamental fora <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r judiciário. De acor<strong>do</strong> com Alberto (1996, p.54), “a perícia semijudicial é aquela realizada <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> aparato institucional <strong>do</strong>esta<strong>do</strong>, porém fora <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r judiciário, ten<strong>do</strong> como finalida<strong>de</strong> principal ser meio <strong>de</strong>prova nos or<strong>de</strong>namentos institucionais.”Conforme Zanna (2005, p. 53),esta espécie <strong>de</strong> perícia contábil ocorre, por exemplo, no âmbito <strong>do</strong> Tribunal<strong>de</strong> Impostos e Taxas e po<strong>de</strong> acontecer, por requerimento, no âmbito <strong>de</strong>Comissões Parlamentares <strong>de</strong> Inquérito (CPIs) e inquéritos administrativos.Seguem as <strong>de</strong>terminações <strong>do</strong> magistra<strong>do</strong> ou autorida<strong>de</strong>s equivalentessegun<strong>do</strong> os po<strong>de</strong>res da Republica em que acontece o <strong>trabalho</strong> pericial, osditames <strong>do</strong> CPC e das NBC’s aplicáveis a cada caso.Classifica-se semijudicial, pois se subdivi<strong>de</strong> conforme o aparato estatalatuante, em administrativo tributário, no círculo da administração pública tributária ouconselho <strong>de</strong> contribuinte, em parlamentar nas comissões parlamentares <strong>de</strong> inquéritoou especiais, e policial nos inquéritos, ou seja, autorida<strong>de</strong>s governamentaispossuem o po<strong>de</strong>r jurisdicional e po<strong>de</strong>m realizar inquéritos e solicitar a períciacontábil semijudicial. (ZANNA, 2005)Dessa forma, verifica-se que essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perícia qualifica-secomo semijudicial, pois as autorida<strong>de</strong>s políticas, como parlamentares eadministrativas, têm algum po<strong>de</strong>r jurisdicional para exercer esta ativida<strong>de</strong>.2.4.2 Perícia judicialA perícia judicial surge em uma ação judicial, em que o juiz nomeia um<strong>perito</strong> especialista, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser nomea<strong>do</strong> pelo juiz ou pelas partes interessadasno processo em questão.“A perícia judicial tem sua origem na ação posta em juízo, ou seja, originasesob a esfera jurídica, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser <strong>de</strong>terminada diretamente pelo juiz dirigente <strong>do</strong>processo ou a ele requeri<strong>do</strong> por uma das partes interessadas. Na perícia judicial, osexames são na maioria das vezes específicos e recaem sobre os fatos que já seencontram em discussão no processo” (SANTOS, 2004. p. 86).


20Segun<strong>do</strong> Zanna (2005, p. 53) “a perícia judicial é que acontece no âmbito<strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Judiciário e segue as <strong>de</strong>terminações <strong>do</strong> magistra<strong>do</strong>, os ditames <strong>do</strong> CPC eas NBC’s e aplicáveis a cada caso.”Alberto (1996, p. 53) esclarece que a realização da perícia judicial ocorre“por <strong>de</strong>terminação, requerimentos ou necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus agentes ativos e seprocessa segun<strong>do</strong> regras legais específicas.”Segun<strong>do</strong> Sá (2004, p. 57) “a perícia contábil judicial é a que visa a servir<strong>de</strong> prova, esclarecimento o juiz sobre assuntos em litígio que merecem seujulgamento, objetivan<strong>do</strong> fatos relativos ao patrimônio aziendal ou <strong>de</strong> pessoas.”No quadro abaixo é <strong>de</strong>monstra-se cada uma das etapas da períciacontábil para melhor visualização:ExameO exame <strong>de</strong>stina-se normalmente à análise <strong>de</strong> livros e <strong>do</strong>cumentos;VistoriaJá a vistoria objetiva a verificação e a constatação <strong>de</strong> situação, coisasou fato <strong>de</strong> forma circunstancial, ou seja, sua avaliação, e;AvaliaçãoA avaliação tem por finalida<strong>de</strong> quantificar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> bem,<strong>de</strong>terminar o valor das coisas, bens, direitos, obrigações, <strong>de</strong>spesas ereceitas.Quadro 01: Referentes aos Procedimentos <strong>de</strong> PeríciaFonte: Art. 420 <strong>do</strong> CPC.Hoog (2005) <strong>de</strong>screve, na esfera judicial, como principais: nas varas <strong>de</strong>falências e concordatas; nas varas da fazenda pública e execuções fiscais; nasvaras <strong>de</strong> família, na justiça fe<strong>de</strong>ral e na justiça arbitral. Assim percebe-se que aperícia judicial é utilizada em diversas esferas, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionarinformações precisas para a solução <strong>do</strong> quesito que esta sen<strong>do</strong> julga<strong>do</strong>.


212.4.3 Perícia extrajudicialA extrajudicial é aplicada fora <strong>do</strong> âmbito judicial, e estabelecida pelavonta<strong>de</strong> das partes, com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>svendar as dúvidas, tais como: suspeitam <strong>de</strong>frau<strong>de</strong>, erros, <strong>de</strong>svios, e avaliações <strong>de</strong> ativos.Alberto (2000, p. 54), explica que a “Perícia Extrajudicial é aquelarealizada fora <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, por necessida<strong>de</strong> e escolha <strong>de</strong> entes físicos e jurídicosparticulares – priva<strong>do</strong>s, vale dizer – no senti<strong>do</strong> estrito, ou seja, não submetíeis aoutra pessoa encarregada <strong>de</strong> arbitrar a matéria conflituosa (fora <strong>do</strong> juízo arbitral,também)”.Já Alberto (1996, p. 54) <strong>de</strong>staca ainda que,a perícia extrajudicial é aquela realizada fora <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, por necessida<strong>de</strong> eescolha <strong>de</strong> entes físicos e jurídicos particulares priva<strong>do</strong>s, vale dizer nosenti<strong>do</strong> estrito, ou seja, não subjetiveis a outra pessoa encarregada <strong>de</strong>arbitrar a matéria conflituosa [...] já no segun<strong>do</strong> caso esta via é instalada acolocar nos justos termos os interesses <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s namatéria potencialmente duvi<strong>do</strong>sa ou conflituosa; e no terceiro caso, quan<strong>do</strong>visa á comparação das manifestações patológicas da matéria periciada(frau<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>svios, simulações etc.).Zanna (2005, p. 53) esclarece que “perícia extrajudicial tem por objetivoesclarecer pontos <strong>de</strong> discórdia entre pessoas que querem atingir o entendimentosem utilizar recursos judiciais ou arbitrais.”A perícia extrajudicial através <strong>de</strong> iniciativa das partes interessadas po<strong>de</strong>mcom o auxilio <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>svendar e analisar o que esta em questão, nãosen<strong>do</strong> preciso entrar em um longo processo judicial, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> assim ser resolvi<strong>do</strong>com uma maior agilida<strong>de</strong> entre as questões discutidas e agradan<strong>do</strong> <strong>de</strong> formaexpressa as partes.2.4.4 Perícia arbitralA perícia contábil é realizada por um <strong>perito</strong>, cuja modalida<strong>de</strong> não ésolicitada pela justiça, porém possui valor da perícia judicial, sen<strong>do</strong> solicitada porvonta<strong>de</strong> das partes.


22De acor<strong>do</strong> com Alberto (2000, p. 54) “a perícia arbitral é aquela realizadano juízo arbitral-instância <strong>de</strong>cisória criada pela vonta<strong>de</strong> das partes”. A arbitragem éum meio <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> conflitos extrajudicialmente, on<strong>de</strong> o árbitro <strong>de</strong>sempenha afunção <strong>do</strong> juiz.Alberto (1996, p. 54) <strong>de</strong>staca que essa é uma “instância <strong>de</strong>cisória criadapela vonta<strong>de</strong> das partes, não sen<strong>do</strong> enquadrável em nenhuma das anteriores porsuas características especialíssimas <strong>de</strong> atuar principalmente como se judicialmenteextrajudicial”.Para Zanna (2005, p. 54), “a perícia arbitral tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> servir aoárbitro escolhi<strong>do</strong> pelas partes. É semelhante à perícia judicial e acontece emambiente semelhante pareci<strong>do</strong> ao da perícia extrajudicial.”Dessa forma, enten<strong>de</strong>-se que a perícia arbitral ocorre extrajudicialmente,on<strong>de</strong> o árbitro atua com formas parecidas com a <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r judiciário, a fim <strong>de</strong>solucionar conflitos.2.5 Perícia e AuditoriaA perícia contábil muitas vezes é confundida pelos leigos no assunto daárea contábil, pois são méto<strong>do</strong>s totalmente diferentes que será visto no <strong>de</strong>correr<strong>de</strong>ste capítulo, com a ênfase <strong>de</strong> distinção <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r na carreiracontábil.Sá (2000, p. 28) enfatiza que,a perícia serve a uma época, a um questionamento, a uma necessida<strong>de</strong>; aauditoria ten<strong>de</strong> a ser a necessida<strong>de</strong> constante, atingin<strong>do</strong> um número muitomaior <strong>de</strong> interessa<strong>do</strong>s, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rigores meto<strong>do</strong>lógicos tãorepele, como critério habitual. A auditoria tem como objetivos normais amaior abrangência, a gestão como algo em continuida<strong>de</strong>, enquanto aperícia se pren<strong>de</strong> á especificida<strong>de</strong>, tem caráter e eventualida<strong>de</strong>, só aceita ouniverso completo para produzir opinião como prova e não como conceito.O <strong>trabalho</strong> pericial na sua conclusão tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentarrespostas aos questionamentos realiza<strong>do</strong>s pelas partes para esclarecimento <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s, fatos e com base possam tomar <strong>de</strong>cisões específicas no andamento <strong>de</strong> umprocesso. Para Sá (2000, p. 29) “a perícia contábil não é o mesmo que auditoriacontábil, pois variam em causas, efeitos, espaços, tempo e meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.”


23A auditoria permite maior <strong>de</strong>legação na execução <strong>de</strong> seus <strong>trabalho</strong>sdirecionada à revisão <strong>de</strong> procedimentos realiza<strong>do</strong>s.No quadro abaixo são <strong>de</strong>monstradas as principais diferenças entre períciacontábil e auditoria:Perícia1 – executada somente por pessoa física,profissional <strong>de</strong> nível universitário (CPC, Art.145). E tem autorida<strong>de</strong> e in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>juízo acadêmico concedida pelo juiz.Respon<strong>de</strong> cível e criminalmente peloresulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua opinião.2 – a perícia serve a uma época,questionamento específico, por exemplo,apuração <strong>de</strong> haveres na dissolução <strong>de</strong>socieda<strong>de</strong>.3 – a perícia se pren<strong>de</strong> a uma ao carátercientífico <strong>de</strong> uma prova com o objetivo <strong>de</strong>esclarecer controvérsias. Não se repete, éespecífica.Auditoria1 – po<strong>de</strong> ser executada tanto porpessoa física quanto por pessoajurídica. Não tem autonomia; é umpresta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços contrata<strong>do</strong>pela empresa com in<strong>de</strong>pendência eresponsabilida<strong>de</strong> civil e criminalsobre a opinião.2 – ten<strong>de</strong> à necessida<strong>de</strong> constante,como exemplo: auditoria <strong>de</strong>balanço, repetin<strong>do</strong>-se anualmente.3 – a auditoria se pren<strong>de</strong> acontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma gestão,parecer sobre atos e fatoscontábeis. É contínua e repetitiva.4 – é específica, restrita aos quesitos epontos controverti<strong>do</strong>s, especifica<strong>do</strong>s peloconta<strong>do</strong>r judicial.4 – po<strong>de</strong> ser específica ou não;exemplo: auditoria <strong>de</strong> recursoshumanos ou em toda a empresa.5 – sua análise é irrestrita e abrangente.5 – Feita por amostragem; observaos atos e fatos mais significativospela sua relevância.6 – objetivo <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>: emissão <strong>de</strong> lau<strong>do</strong>pericial.7 – usuários <strong>de</strong> serviços: as partes eprincipalmente a justiça.8 – o seu objeto é a prova <strong>de</strong> um fato ouato.6 – objetivo <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>: emissão<strong>de</strong> parecer <strong>de</strong> auditoria, relatório <strong>de</strong>auditoria para orientação preventivaou corretiva.7 – usuários <strong>do</strong> serviço: sócios,investiga<strong>do</strong>res, administra<strong>do</strong>res.8 – o seu objeto é a segurança <strong>do</strong>scontroles internosQuadro 02: Referente às Características <strong>de</strong> perícia e AuditoriaFonte: Hoog e Petrenco (2004, p. 117).


24De acor<strong>do</strong> com Sá (2000, p. 29) “a auditoria permite maior <strong>de</strong>legação,também, que a perícia contábil, auditoria é mais revisão e a perícia mais produção<strong>de</strong> prova por verificação, exame, arbitramento etc.” Po<strong>de</strong>mos observar com a ajuda<strong>do</strong> quadro acima que a auditoria e a perícia estão ligadas a ciência contábil, mas sediferenciam uma da outra com suas particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.2.6 Perito Conta<strong>do</strong>rO <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r é o profissional encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> exercer os <strong>trabalho</strong>spericiais, é ele que traz a verda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos e auxilian<strong>do</strong> no meio judicial ou não naresolução <strong>de</strong> litígios como po<strong>de</strong>mos observar no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ste capítulo.Assim <strong>de</strong>screve a Resolução <strong>do</strong> - CFC nº 1.244 (2009, p. 2), “que o <strong>perito</strong>é o conta<strong>do</strong>r regularmente registra<strong>do</strong> em Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, queexerce a ativida<strong>de</strong> pericial <strong>de</strong> forma pessoal, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser profun<strong>do</strong> conhece<strong>do</strong>r, porsuas qualida<strong>de</strong>s e experiências, da matéria periciada.”O conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve manter-se atualiza<strong>do</strong> para o exercício da profissãoconforme legislação vigente, Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, normasprofissionais, o CFC nº 1.244 (2009, p.2) fala da competência <strong>do</strong> <strong>perito</strong>,competência técnico-científica pressupõe ao <strong>perito</strong> manter a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> nível<strong>de</strong> conhecimento da ciência contábil, das Normas Brasileiras <strong>de</strong>Contabilida<strong>de</strong>, das técnicas contábeis, da legislação relativa à profissãocontábil e aquelas aplicáveis à ativida<strong>de</strong> pericial, atualizan<strong>do</strong>-se,permanentemente, mediante programas <strong>de</strong> capacitação, treinamento,educação continuada e especialização. Para tanto, <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>monstrarcapacida<strong>de</strong> para: a) pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentara prova no lau<strong>do</strong> pericial contábil e no parecer pericial contábil; b) realizarseus <strong>trabalho</strong>s com a observância da equida<strong>de</strong> significa que o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>vem atuar com igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong>direitos, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> os preceitos legais, inerentes à profissão contábil.“O <strong>perito</strong> precisa ser um profissional habilita<strong>do</strong>, legal, cultural,intelectualmente, e exercer virtu<strong>de</strong>s morais e éticas com tal compromisso com averda<strong>de</strong>.” (SÁ, 2000, p. 21).Quanto à educação continuada, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve manter-se sempreatualiza<strong>do</strong> e comprovar a participação em cursos assim <strong>de</strong>termina o CFC nº 1.244(2009, p. 5), “O <strong>perito</strong>, no exercício <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ve comprovar aparticipação em programa <strong>de</strong> educação continuada, na forma a ser regulamentada


25pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>. Com isso po<strong>de</strong>mos observar que aprofissão exige que o profissional contábil exija sempre estudan<strong>do</strong> e buscan<strong>do</strong> oconhecimento não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ficar para traz, pois o <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>re muito amplo e muda <strong>de</strong> cenário constantemente.2.6.1 Perito Conta<strong>do</strong>r AssistenteO <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente para a realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais<strong>de</strong>ve seguir as regras listadas acima para o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r. Conforme a Resolução<strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 3), “Perito-conta<strong>do</strong>r assistente é o contrata<strong>do</strong> e indica<strong>do</strong>pela parte em perícias contábeis, em processos judiciais e extrajudiciais, inclusivearbitral.”Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 4) comrelação ao <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente,A indicação ou a contratação para o exercício da atribuição <strong>do</strong> <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r assistente, em processo extrajudicial, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radascomo distinção e reconhecimento da capacida<strong>de</strong> e da honorabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> este recusar os serviços sempre que reconhecer nãoestar capacita<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senvolvê-los, contemplada a utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>especialistas <strong>de</strong> outras áreas, quan<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> objeto <strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong> assimo requerer.A contratação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente se dá quan<strong>do</strong> as partes têm anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhamento <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r. Assim <strong>de</strong>screve aResolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 4),a indicação ou a contratação <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente ocorre quan<strong>do</strong> aparte ou contratante <strong>de</strong>sejar ser assistida por um conta<strong>do</strong>r, ou comprovaralgo que <strong>de</strong>penda <strong>de</strong> conhecimento técnico-científico, razão pela qual oprofissional só <strong>de</strong>ve aceitar o encargo se reconhecer estar capacita<strong>do</strong> comconhecimento suficiente, discernimento e irrestrita in<strong>de</strong>pendência para arealização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.Nesse senti<strong>do</strong>, o assistente técnico não sofre impedimentos para oexercício das ativida<strong>de</strong>s, pois os mesmos são conta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> confiança <strong>do</strong>scontrata<strong>do</strong>s entre as partes, com capacida<strong>de</strong> e habilitação profissional para auxiliarnos <strong>trabalho</strong>s periciais dan<strong>do</strong> assim melhor condição para ser executa<strong>do</strong> o <strong>trabalho</strong>on<strong>de</strong> geralmente as partes tem um gran<strong>de</strong> interesse no assunto que esta sen<strong>do</strong>discuti<strong>do</strong> no âmbito trabalhista, on<strong>de</strong> acumula vários processos e requerem


26profissionais capacita<strong>do</strong>s para um <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> extremamente importância para asocieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa região.2.7 RecusaO <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>vem recusar-se <strong>do</strong>s<strong>trabalho</strong>s que lhe foram indica<strong>do</strong>s sempre que não se sentirem capazes <strong>de</strong> exerceras ativida<strong>de</strong>s periciais, assim <strong>de</strong>screve a Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 4)a indicação ou a contratação para o exercício da atribuição <strong>de</strong> <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r assistente, em processo extrajudicial, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radascomo distinção e reconhecimento da capacida<strong>de</strong> e da honorabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> este recusar os serviços sempre que reconhecer nãoestar capacita<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senvolvê-los, contemplada a utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>especialistas <strong>de</strong> outras áreas, quan<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> objeto <strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong> assimo requerer.De acor<strong>do</strong> com Hoog (2004, p. 72) “existem fatores <strong>de</strong> recusa <strong>do</strong> honrosoencargo. Deve o profissional impedi<strong>do</strong> fazê-lo por escrito no prazo máximo <strong>de</strong> cincodias da sua intimação [...] se o <strong>perito</strong> não o fizer no prazo, está obriga<strong>do</strong> a cumprir atarefa.”neste caso, <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong> formalizar a sua recusa sob a forma <strong>de</strong> umapetição, requeren<strong>do</strong> que o Dr. Juiz venha a <strong>de</strong>sobrigá-lo da honrosaincumbência, bem como <strong>de</strong>monstrar as razões <strong>de</strong> sua recusa, que po<strong>de</strong>mser: a) Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, b) indisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo, c) falta <strong>de</strong> recursoshumanos ou materiais para assumir o encargo, d) se a matéria, objeto daperícia não for <strong>de</strong> seu total <strong>do</strong>mínio, e) e ainda na hipótese <strong>de</strong> que anomeação <strong>de</strong>veria ter si<strong>do</strong> feita para profissional <strong>de</strong> formação acadêmicadiversa, como exemplo, engenheiro, químico, físico, médico. (HOOG, 2005,p. 69).Dessa forma, verifica-se que o <strong>perito</strong>, ao ser nomea<strong>do</strong>, possui um prazopara a recusa (ANEXO C) <strong>do</strong> encargo por diversos fatores lista<strong>do</strong>s acima, casocontrário, este ficará automaticamente obriga<strong>do</strong> a cumprir com os <strong>trabalho</strong>s periciais.2.7.1 Impedimento ou Suspeição <strong>do</strong> PeritoNo impedimento ou suspeição, os motivos que influenciam o <strong>perito</strong> são <strong>de</strong>fatores externos e <strong>de</strong> terceiros. O profissional <strong>de</strong>ve comunicar imediatamente o juiz


27ou a parte interessada po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>nunciar o impedimento ou suspeição, conforme art.138, III, <strong>do</strong> CPC. Segun<strong>do</strong> Sá (2004, p. 64) “um <strong>perito</strong> po<strong>de</strong> recusar-se a aceitar apericia para qual foi nomea<strong>do</strong> ou indica<strong>do</strong>, mas <strong>de</strong>ve fazê-lo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cinco dias apartir da data que foi notifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>signação.”“Conforme Hoog e Petrenco (2004, p. 66) os motivos <strong>de</strong> suspeição eimpedimentos são os mesmos aplica<strong>do</strong>s ao juiz conforme artigos 134 e 135 <strong>do</strong>CPC.”Segun<strong>do</strong> o autor as principais causas <strong>de</strong> impedimentos são:• Quan<strong>do</strong> o <strong>perito</strong> tem relação profissional ou manteve-a os últimoscinco anos com qualquer das partes;• Ser amigo ou inimigo <strong>do</strong>s litigantes;• Tiver interesse direto ou indireto com o julgamento da causa;• Tiver parentesco próximo com uma das partes;• Quan<strong>do</strong> o <strong>perito</strong> for parte no processo;• Quan<strong>do</strong> prestou <strong>de</strong>poimento como testemunha;• Quan<strong>do</strong> nele tiver postula<strong>do</strong> como advoga<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma das partes, <strong>do</strong>seu cônjuge ou <strong>de</strong> parentes <strong>de</strong>ste, ou <strong>de</strong> qualquer parente <strong>de</strong> seu,consangüíneo ou afim, em linha reta; ou linha colateral ate o segun<strong>do</strong> grau;• Quan<strong>do</strong> alguma das partes for cre<strong>do</strong>ra ou <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, ou <strong>de</strong>seu cônjuge.O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve estar atento a to<strong>do</strong>s esses itens, pois, se ele i<strong>de</strong>ntificar-secom alguns <strong>de</strong>les estará impedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> realizar a perícia, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> um ato <strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> se o mesmo <strong>de</strong>nunciar o seu impedimento.Neste contexto, Sá (2008, p. 63) <strong>de</strong>staca que “a recusa <strong>de</strong>ve sercomunicada ao juiz, por escrito, com a justificativa, quan<strong>do</strong> então será nomea<strong>do</strong>outro <strong>perito</strong> para substituir ou preencher a função.2.7.2 Substituição <strong>do</strong> <strong>perito</strong>A substituição <strong>do</strong> <strong>perito</strong> ocorre quan<strong>do</strong> não houver conhecimentosuficiente para o exercício da ativida<strong>de</strong> para a qual foi <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> nãocumprir o prazo <strong>de</strong> entrega <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> pré estabeleci<strong>do</strong> pelo juiz.Segun<strong>do</strong> Hoog e Petrenco (2004, p. 73) <strong>de</strong>screve que o <strong>perito</strong> po<strong>de</strong>rá sersubstituí<strong>do</strong> pelo juiz nas seguintes situações,• por pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> próprio auxiliar da justiça;• por pedi<strong>do</strong> da parte alegan<strong>do</strong> suspeição ou impedimento;• ou a pedi<strong>do</strong> da parte quan<strong>do</strong> alega que o <strong>perito</strong> não dispõe <strong>de</strong>conhecimento técnico/científico, CPC, Art. 242, I;


28• falecimento <strong>do</strong> <strong>perito</strong>• sem motivo legítimo, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> cumprir o encargo no prazo que lhe forassina<strong>do</strong>, CPC, Art. 424, II.Com isso, verifica-se que o <strong>perito</strong> po<strong>de</strong> ser substituí<strong>do</strong> por motivos quepo<strong>de</strong>m prejudicar o andamento <strong>do</strong> processo prejudican<strong>do</strong> as partes envolvidas.2.8 Sigilo ProfissionalAo serem nomea<strong>do</strong>s para a realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais, o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>vem manter sigilo <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>srealiza<strong>do</strong>s, assim <strong>de</strong>termina a Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 7),o <strong>perito</strong>, em obediência ao Código <strong>de</strong> Ética Profissional <strong>do</strong> Contabilista,<strong>de</strong>ve respeitar e assegurar o sigilo das informações a que teve acesso,proibida a sua divulgação, salvo quan<strong>do</strong> houver obrigação legal <strong>de</strong> fazê-lo.O <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> sigilo subsiste mesmo na hipótese <strong>de</strong> o profissional se <strong>de</strong>sligar<strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> antes <strong>de</strong> tê-lo concluí<strong>do</strong>. Os emprega<strong>do</strong>s <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s peloConselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e Conselhos Regionais <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>,para efetuarem a fiscalização <strong>do</strong> exercício profissional <strong>de</strong>vem tercompetência legal similar à requerida <strong>do</strong> <strong>perito</strong> para o <strong>trabalho</strong> por elerealiza<strong>do</strong>, e assumem compromisso <strong>de</strong> sigilo profissional semelhante.O sigilo profissional somente po<strong>de</strong>rá ser quebra<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> houvernecessida<strong>de</strong> pelo <strong>perito</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r sua moral e ética mediante a autorização daspartes envolvidas no processo. (ZANNA, 2005).Assim, verifica-se que o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve manter absoluto sigilo sobre o lau<strong>do</strong>pericial que está sen<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong> e somente em casos extremos o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong>mesmo <strong>de</strong>ve ser divulga<strong>do</strong>.2.9 Direitos e Deveres <strong>do</strong> PeritoPara exercer a função a qual lhe foi <strong>de</strong>signada, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve observarseus direitos e <strong>de</strong>veres, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser respon<strong>de</strong>r civil e criminalmente por seus atosno <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> processo que esta sen<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong>.


29São Direitos <strong>do</strong> PeritoSão Deveres <strong>do</strong> Peritoa) recusar a nomeação justiçan<strong>do</strong> talatoa) aceitar a nomeação nos termos <strong>do</strong><strong>de</strong>spacho sanea<strong>do</strong>rb) requerer prorrogação <strong>do</strong> prazo paraapresentar o lau<strong>do</strong> pericial contábil epara comparecer às audiências emfunção, por exemplo, (i) dacomplexida<strong>de</strong> e ou da extensão <strong>do</strong>s<strong>trabalho</strong>s periciais em andamento, (ii)<strong>do</strong> tempo necessário para que oslivros e <strong>do</strong>cumentos cheguem ao seuescritório, (iii) da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>diligência externas que <strong>de</strong>verá fazer,(iv) por motivo <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença, (v) etc.c) investigar o que lhe parecera<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para cumprimento <strong>de</strong> suamissão, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> recorrer a fontes <strong>de</strong>informações, tais como: (i) acesso aosautos, (ii) inquirição <strong>de</strong> testemunhas,(iii) exame <strong>de</strong> livros, <strong>de</strong> peças e <strong>de</strong><strong>do</strong>cumentos pertinentes á causa;d) pedir livros e <strong>do</strong>cumentos ás partese aos órgãos públicos em geral;f) atuar com total in<strong>de</strong>pendênciarefutan<strong>do</strong> qualquer tipo <strong>de</strong>interferência que possa cercear sualiberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuação;b) <strong>de</strong>sempenhar sua função por completo ecom dignida<strong>de</strong>, respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s osquesitos pertinentes inclusive aos quesitossuplementares quan<strong>do</strong> houver;c) respeitar o prazo;d) comparecer à audiência quan<strong>do</strong>convoca<strong>do</strong>;f) prestar esclarecimentos sobre o lau<strong>do</strong>consigna<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong> a fazê-lo;g) obter o reembolso <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesasincorridas durante a realização <strong>de</strong> seu<strong>trabalho</strong>;h) receber os honorários profissionaispelo serviço presta<strong>do</strong>.g) ser leal ao mandato recebi<strong>do</strong>,respeitan<strong>do</strong> e fazen<strong>do</strong> respeitar suacondição <strong>de</strong> auxiliar da justiça, serimparcial, sereno e sincero. Informarapenas a verda<strong>de</strong> no interesse exclusivoda Justiça.Quadro 03: Referentes aos Direitos e Deveres <strong>do</strong> PeritoFonte: Zanna (2005, p. 36)


30Em to<strong>do</strong>s os direitos e <strong>de</strong>veres fica o <strong>perito</strong> subordina<strong>do</strong> à realização <strong>do</strong>seu <strong>trabalho</strong> pericial, observan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os itens que lhe competem com aresponsabilida<strong>de</strong> e zelo profissional. As partes relacionadas ao litígio <strong>de</strong>vem seconvencer que o <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r é <strong>de</strong> extrema importância e respeito aosinteressa<strong>do</strong>s ten<strong>do</strong> to<strong>do</strong> zelo e cuida<strong>do</strong> no <strong>trabalho</strong> executa<strong>do</strong>.2.9.1 Penalida<strong>de</strong>sO <strong>perito</strong> não cumpri<strong>do</strong> o seu <strong>de</strong>ver, sofrerá penalida<strong>de</strong>s conforme<strong>de</strong>screve Zanna (2005, p. 37),a) ser substituí<strong>do</strong> por qualquer motivo que o magistra<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>rar justo;b) pagar multa por não apresentar o lau<strong>do</strong> pericial no prazo previsto;c) pagar multa por não comparecer á audiência para a qual foraregularmente convoca<strong>do</strong>;d) nos casos em que violar o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> lealda<strong>de</strong> para com a Justiça, fizerafirmação falsa, negar-se a falar a verda<strong>de</strong>, calar-se na função <strong>de</strong> <strong>perito</strong> –pena <strong>de</strong> reclusão <strong>de</strong> 1 a 3 anos e multa;e) respon<strong>de</strong>r pelo prejuízo que causar á parte;f) sofrer penalida<strong>de</strong>s impostas pelo Serviço <strong>de</strong> Fiscalização Profissional <strong>do</strong>CRC – Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e ficar impedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> exercer aperícia contábil.O Art. 147 <strong>do</strong> CPC instrui que “o <strong>perito</strong> que, por <strong>do</strong>lo ou culpa, prestarinformações inverídicas, respon<strong>de</strong>rá pelo prejuízo que causar à parte, ficaráinabilita<strong>do</strong>, por <strong>do</strong>is anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção quea lei penal estabelecer.”com a verda<strong>de</strong>.Essas são algumas penalida<strong>de</strong>s que o <strong>perito</strong> sofrerá em caso <strong>de</strong> faltar2.9.2 Zelo ProfissionalDurante a realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve manter zelo,com relação à conduta, <strong>do</strong>cumentos, prazo <strong>de</strong> entrega e outros. Assim <strong>de</strong>screve aResolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 9),


31o termo “zelo” para o <strong>perito</strong> refere-se ao cuida<strong>do</strong> que o mesmo <strong>de</strong>vedispensar na execução <strong>de</strong> suas tarefas, em relação à sua conduta,<strong>do</strong>cumentos, prazos, tratamento dispensa<strong>do</strong> às autorida<strong>de</strong>s, aos integrantesda li<strong>de</strong> e aos <strong>de</strong>mais profissionais, <strong>de</strong> forma que sua pessoa seja respeitada,seu <strong>trabalho</strong> leva<strong>do</strong> a bom termo e, conseqüentemente, o lau<strong>do</strong> pericialcontábil e o parecer pericial contábil dignos <strong>de</strong> fé pública.O zelo profissional <strong>do</strong> <strong>perito</strong> na realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciaiscompreen<strong>de</strong>:a) cumprir os prazos fixa<strong>do</strong>s pelo juiz em perícia judicial e nos termoscontrata<strong>do</strong>s em perícia extrajudicial, inclusive arbitral;b) assumir a responsabilida<strong>de</strong> pessoal por todas as informações prestadas,quesitos respondi<strong>do</strong>s, procedimentos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, diligências realizadas,valores apura<strong>do</strong>s e conclusões apresentadas no Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil e noParecer Pericial Contábil; c) prestar os esclarecimentos <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelojuiz ou pelo árbitro, respeita<strong>do</strong>s os prazos legais ou contratuais;e) propugnar pela celerida<strong>de</strong> processual, valen<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s meios quegarantam eficiência, segurança, publicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s atos periciais,economicida<strong>de</strong>, o contraditório e a ampla <strong>de</strong>fesa;f) ser pru<strong>de</strong>nte, no limite <strong>do</strong>s aspectos técnico-científicos, e atento àsconseqüências advindas <strong>do</strong>s seus atos;g) ser receptivo aos argumentos e críticas, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ratificar ou retificar oposicionamento anterior.Com os itens <strong>de</strong>scritos acima, fica evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> que para o cumprimentodas ativida<strong>de</strong>s com zelo, é necessário que o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r observe as regras<strong>de</strong>scritas pelas normas vigentes.2.9.3 A Prova PericialA prova é o instrumento on<strong>de</strong> se busca evi<strong>de</strong>nciar a verda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos aserem analisa<strong>do</strong>s por meio <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos. É um <strong>do</strong>s instrumentos presentes naexecução <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais e é consi<strong>de</strong>rada como uma das provas admissíveispelo direito (ALBERTO, 1996).Ornelas (2003, p. 26) orientam que “a função primordial da prova pericial étransformar os fatos relativos à li<strong>de</strong>, se natureza técnica ou científica, em verda<strong>de</strong>formal, em certeza jurídica”.Conforme <strong>de</strong>screve Zanna (2005, p. 46) com relação à prova pericial,a prova é algo material ou imaterial, por meio da qual o individuo seconvence a respeito <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> sua ausência. A prova válida é amaneira pela qual cada um <strong>de</strong> nós atinge a certeza <strong>do</strong> que seja verda<strong>de</strong> ounão verda<strong>de</strong>, aceitável ou inaceitável em certo momento, segun<strong>do</strong> certascircunstanciam (meto<strong>do</strong>logia) e em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> local.


32Portanto, a prova tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esclarecer as indagações quecontém um processo judicial.A NBC P13 com a nova redação proporcionada pela Resolução <strong>do</strong> CFC1.243/09 estabelece que:.1. Os procedimentos <strong>de</strong> perícia contábil visam fundamentar as conclusõesque serão levadas ao lau<strong>do</strong> pericial contábil ou parecer pericial contábil, eabrangem, total ou parcialmente, segun<strong>do</strong> a natureza e a complexida<strong>de</strong> damatéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento,mensuração, avaliação e certificação.2. O exame é a análise <strong>de</strong> livros, registros das transações e <strong>do</strong>cumentos.3. A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação <strong>de</strong>situação, coisa ou fato, <strong>de</strong> forma circunstancial.4. A indagação é a busca <strong>de</strong> informações mediante entrevista comconhece<strong>do</strong>res <strong>do</strong> objeto ou <strong>de</strong> fato relaciona<strong>do</strong> à perícia.5. A investigação é a pesquisa que busca trazer ao lau<strong>do</strong> pericial contábil ouparecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.6. O arbitramento é a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> valores ou a solução <strong>de</strong> controvérsiapor critério técnico-científico.7. A mensuração é o ato <strong>de</strong> qualificação e quantificação física <strong>de</strong> coisas,bens, direitos e obrigações.8. A avaliação é o ato <strong>de</strong> estabelecer o valor <strong>de</strong> coisas, bens, direitos,obrigações, <strong>de</strong>spesas e receitas.9. A certificação é o ato <strong>de</strong> atestar a informação trazida ao lau<strong>do</strong> pericialcontábil pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, conferin<strong>do</strong>-lhe caráter <strong>de</strong> autenticida<strong>de</strong> pela fépública atribuída a este profissional.10. Concluídas as diligências, o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r apresentará lau<strong>do</strong> pericialcontábil, e o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente seu parecer pericial contábil,obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> aos respectivos prazos.11. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> concluí<strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong>, fornecerá, quan<strong>do</strong>solicita<strong>do</strong>, cópia <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>, ao <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, informan<strong>do</strong>-lhe adata em que o lau<strong>do</strong> pericial contábil será protocoliza<strong>do</strong>.12. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente não po<strong>de</strong> firmar o lau<strong>do</strong> pericial quan<strong>do</strong> o<strong>do</strong>cumento tiver si<strong>do</strong> elabora<strong>do</strong> por leigo ou profissional <strong>de</strong> outra área,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, neste caso, apresentar um parecer pericial contábil sobre amatéria investigada.13. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, ao apor a assinatura, em conjunto com o<strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, em lau<strong>do</strong> pericial contábil, não po<strong>de</strong> emitir parecer pericialcontábil contrário ao lau<strong>do</strong>. (CFC nº 1.243, 2009, p.5).De acor<strong>do</strong> com Milhomens (1992, p. 7 apud ORNELAS, 2000, p. 24) “aprova, no significa<strong>do</strong> comum e geral, visa à <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, ao passo quea prova específica processual civil limita-se à produção <strong>de</strong> certeza jurídica.”Com isso, evi<strong>de</strong>ncia-se que a prova pericial é essencial para osesclarecimentos da matéria em julgamento, pois dá sustentabilida<strong>de</strong> ao lau<strong>do</strong>pericial.


332.9.4 Meios <strong>de</strong> provaA palavra prova em latim (Proba) significa prova, ensaio, verificação,inspeção, exame, argumento, ou seja, prova é “aquilo que serve para esclareceruma verda<strong>de</strong> por verificação ou <strong>de</strong>monstração.” (Dicionário Michaelis, 2010).De acor<strong>do</strong> com Zanna (2005, p. 18) “Prova é tu<strong>do</strong> que nos convence dacerteza <strong>de</strong> um fato ou <strong>de</strong> uma circunstância ou da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algo.”os meios emprega<strong>do</strong>s para formar essa convicção são chama<strong>do</strong>s, no Direito,<strong>de</strong> meios <strong>de</strong> prova aceitos em direito. A prova, por isso, constitui, emmatéria processual, a própria alma <strong>do</strong> processo ou a luz que vem esclarecera dúvida a respeito <strong>do</strong>s direitos disputa<strong>do</strong>s. As provas geram a certeza arespeito <strong>do</strong> conflito proposto para <strong>de</strong>cisão judicial ou arbitral. No senti<strong>do</strong>objetivo, são meios <strong>de</strong> prova aceitos pela justiça os meios materiaisexistentes nos autos, tais como: alegação, cálculo, <strong>do</strong>cumentos, parecerestécnicos elabora<strong>do</strong>s por profissionais contrata<strong>do</strong>s pelas partes, confissões etestemunhos. No senti<strong>do</strong> subjetivo, os meios <strong>de</strong> prova são as convicções aque chega o magistra<strong>do</strong> diante <strong>do</strong>s fundamentos <strong>de</strong> fato apresenta<strong>do</strong>s pelaspartes. (ZANNA, 2005, p. 48).Destaca-se que os meios da prova são <strong>de</strong>cisivos no lau<strong>do</strong> pericialcontábil. São fatores que darão sustentabilida<strong>de</strong> e confiança ao juízo.2.9.5 Ônus da ProvaO ônus da prova pericial contábil é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem asolicita. Assim <strong>de</strong>screve Ornelas (2000, p. 27), “a palavra ônus é entendida pelosjuristas pátrios não como <strong>de</strong>ver para com outrem, seja a parte contrária seja opróprio magistra<strong>do</strong>. Quem afirma ou nega <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> fato é quem tem o ônus.”Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Ornelas (2000, p. 27),o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> provar compete a quem alega a quem afirma ou nega<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s fatos da causa. Quem busca a proteção da justiça <strong>de</strong>para-secom a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir suas provas. Quem oferecer as provas maisconvincentes fatalmente obterá sucesso.O Art. 333 <strong>do</strong> CPC traz o seguinte pronunciamento, “ônus da provaincumbe, ao autor, quan<strong>do</strong> ao fato constitutivo <strong>de</strong> seu direito, ao réu, quanto àexistência <strong>de</strong> fato impeditivo, modificativo ou extintivo <strong>do</strong> direito <strong>do</strong> autor.”


34colocações,Para o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> ônus da prova Zanna (2005, p. 62) traz trêsa primeira interpretação é que cabe a quem alega ou nega os fatos ou osatos guerrea<strong>do</strong>s nos autos, seja o autor ou o réu, provar sua existência, suaforma e as conseqüências danosas <strong>de</strong>les <strong>de</strong>correntes. A segundainterpretação, <strong>de</strong>corrente da primeira, refere-se á qualida<strong>de</strong> das provascarreadas aos autos. Quanto melhor forem as provas, mais convincenteselas serão e, quanto mais convincentes, maiores serão as chances <strong>de</strong>vencer a contenda por quem as produziu. A terceira interpretação é queônus da prova também tem o seu senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> custo e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembolso. Ouseja, para produzir as provas há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar com a contribuiçãoprofissional <strong>de</strong> pessoas especializadas que obtêm seus ganhos com estetipo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, produzir as provas periciais. Portanto quem <strong>de</strong>veapresentar essas provas e com base nelas buscar o sucesso na justiça,<strong>de</strong>ve arcar com o pagamento <strong>do</strong>s honorários e <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>spesas<strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> serviço presta<strong>do</strong>. É com base neste terceiro conceito <strong>de</strong>ônus da prova que se dá remuneração <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> presta<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong>judicial e pelos assistentes técnicos.Com isso evi<strong>de</strong>ncia-se que o ônus da prova fica a cargo <strong>de</strong> quem solicitoua perícia contábil, ou <strong>de</strong>u entrada aos processos judiciais.2.9.6 Responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> PeritoO <strong>perito</strong> contábil e responsável pela guarda da <strong>do</strong>cumentação e o sigilo, eo não cumprimento <strong>de</strong>sta resolução ele po<strong>de</strong>rá respon<strong>de</strong> civil e criminalmente poreste <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> conduta implican<strong>do</strong> o afastamento <strong>do</strong> profissional.Assim, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>verá cumprir os ofícios aos quais foi <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>,conforme <strong>de</strong>screve a resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p.8),o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve conhecer as responsabilida<strong>de</strong>s sociais, éticas, profissionais elegais, às quais está sujeito no momento em que aceita o encargo para aexecução <strong>de</strong> perícias contábeis judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral. Otermo “responsabilida<strong>de</strong>” refere-se à obrigação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> em respeitar osprincípios da moral, da ética e <strong>do</strong> direito, atuan<strong>do</strong> com lealda<strong>de</strong>, i<strong>do</strong>neida<strong>de</strong>e honestida<strong>de</strong> no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, sob pena <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>rcivil, criminal, ética e profissionalmente por seus atos.O Art. 1º <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Ética Profissional <strong>do</strong> Contabilista (2003, p. 79)relata que “o código <strong>de</strong> ética profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se<strong>de</strong>vem conduzir os contabilistas, quan<strong>do</strong> no exercício profissional.”De acor<strong>do</strong> com o art. 146 <strong>do</strong> Código <strong>do</strong> Processo Civil, “o <strong>perito</strong> tem o<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei, empregan<strong>do</strong> toda a suadiligência; po<strong>de</strong>, todavia, escusar-se <strong>do</strong> encargo alegan<strong>do</strong> motivo legítimo”.


35Conforme Sá (2000, p. 88), “o <strong>perito</strong> po<strong>de</strong> ser responsabiliza<strong>do</strong> pelainveracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu lau<strong>do</strong>, se comprova<strong>do</strong> <strong>do</strong>lo ou má fé, quer em juízo, querperante aos conselhos <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong>”.Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Resolução <strong>do</strong> CFC 1.243/09, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve terresponsabilida<strong>de</strong> ética, civil e criminal, conforme <strong>de</strong>scrito abaixo,Responsabilida<strong>de</strong> e éticaA responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> <strong>de</strong>corre da relevância que o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> suaatuação po<strong>de</strong> produzir para solução da li<strong>de</strong>.A responsabilida<strong>de</strong> ética <strong>do</strong> <strong>perito</strong> <strong>de</strong>corre da necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cumprimento<strong>do</strong>s princípios éticos, em especial, os estabeleci<strong>do</strong>s no Código <strong>de</strong> ÉticaProfissional <strong>do</strong> Contabilista e nesta Norma.Ciente <strong>do</strong> livre exercício profissional <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, sempre quepossível e não houver prejuízo aos seus compromissos profissionais e suasfinanças pessoais, em colaboração com o Po<strong>de</strong>r Judiciário aceitar oencargo confia<strong>do</strong>, na condição <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> juízo, ou escusar-se<strong>do</strong> encargo, no prazo legal, apresentan<strong>do</strong> suas razões.Cumpre ao <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r no exercício <strong>de</strong> seu ofício atuar comin<strong>de</strong>pendência.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r no <strong>de</strong>sempenho G<strong>de</strong> suas funções <strong>de</strong>ve propugnar pelaimparcialida<strong>de</strong>, dispensan<strong>do</strong> igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento às partes eespecialmente aos <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>res assistentes. Não se consi<strong>de</strong>raparcialida<strong>de</strong>, entre outros, os seguintes:(a) aten<strong>de</strong>r a uma das partes ou <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>res assistentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quese assegure igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> à outra parte, quan<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong>;(b) <strong>trabalho</strong> técnico-científico anteriormente publica<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>rque verse sobre o tema objeto da perícia.Responsabilida<strong>de</strong> civil e penalA legislação civil <strong>de</strong>termina responsabilida<strong>de</strong>s e penalida<strong>de</strong>s para oprofissional que exerce a função <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, as quais consistem emmulta, in<strong>de</strong>nização e inabilitação.A legislação penal estabelece penas <strong>de</strong> multa, <strong>de</strong>tenção e reclusão para osprofissionais que exercem a ativida<strong>de</strong> pericial que vierem a <strong>de</strong>scumprir asnormas legais. (CFC nº 1.244, 2009, p.8)Diante disso, verifica-se que compete ao <strong>perito</strong> agir com eficácia,responsabilida<strong>de</strong>s, distinção e zelo no que se refere ao <strong>trabalho</strong> para o qual omesmo foi <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>.2.9.7 Honorários ProfissionaisO <strong>perito</strong> Conta<strong>do</strong>r é o profissional <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> que realiza o <strong>trabalho</strong>técnico, auxilian<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ssa forma, o juiz na solução <strong>do</strong>s conflitos. Assim sen<strong>do</strong>, pelo


36seu <strong>trabalho</strong>, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve ser remunera<strong>do</strong> condignamente, e essa remuneraçãochama-se <strong>de</strong> honorários profissionais. (ZANNA, 2005)Os honorários periciais são regula<strong>do</strong>s pela Resolução CFC nº 1.244/09que trata <strong>de</strong>talhadamente to<strong>do</strong>s os itens liga<strong>do</strong>s aos honorários profissionais,conforme <strong>de</strong>scrito na Resolução,na elaboração da proposta <strong>de</strong> honorários, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ver consi<strong>de</strong>rar osseguintes fatores: a relevância, o vulto, o risco, a complexida<strong>de</strong>, aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horas, o pessoal técnico, o prazo estabeleci<strong>do</strong>, a forma <strong>de</strong>recebimento e os lau<strong>do</strong>s interprofissionais, entre outros fatores. (CFC nº1.244, 2009, p. 11).O quadro a baixo <strong>de</strong>talha cada item lista<strong>do</strong> acima,A relevânciaO vultoé entendida como a importância da perícia no contextosocial e sua essencialida<strong>de</strong> para dirimir as dúvidas <strong>de</strong>caráter técnico-científico contábil, suscitadas em <strong>de</strong>mandajudicial ou extrajudicial.está relaciona<strong>do</strong> ao valor da causa no que se refere aoobjeto da perícia; à dimensão <strong>de</strong>terminada pelo volume <strong>de</strong><strong>trabalho</strong>; e à abrangência pelas áreas <strong>de</strong> conhecimentoenvolvidas.O riscocompreen<strong>de</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> honorário pericial não serintegralmente recebi<strong>do</strong>, o tempo necessário aorecebimento, bem como a antecipação das <strong>de</strong>spesasnecessárias à execução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>. Igualmente, <strong>de</strong>vemser levadas em consi<strong>de</strong>ração as implicações cíveis,penais, profissionais e outras <strong>de</strong> caráter específico a quepo<strong>de</strong>r estar sujeito o <strong>perito</strong>.A complexida<strong>de</strong>está relacionada à dificulda<strong>de</strong> técnica para a realização <strong>do</strong><strong>trabalho</strong> pericial em <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> especializaçãoexigi<strong>do</strong>; à dificulda<strong>de</strong> em obter os elementos necessáriospara a fundamentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil; e aotempo transcorri<strong>do</strong> entre o fato a ser pericia<strong>do</strong> e arealização da perícia. Deve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> também oineditismo da matéria periciada.


37para a realização <strong>de</strong> cada fase <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> é o tempo<strong>de</strong>spendi<strong>do</strong> para a realização da perícia, mensura<strong>do</strong> emhoras trabalhadas pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> aplicável.As horas estimadasO pessoal técnicoé forma<strong>do</strong> pelos auxiliares que integram a equipe <strong>de</strong><strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, estan<strong>do</strong> os mesmos sob sua orientaçãodireta e inteira responsabilida<strong>de</strong>.O prazo <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>O prazo médioOs lau<strong>do</strong>snas perícias judiciais ou contrata<strong>do</strong> nas extrajudiciais <strong>de</strong>veser leva<strong>do</strong> em conta nas propostas <strong>de</strong> honorários,consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se eventual exigüida<strong>de</strong> <strong>do</strong> tempo querequeira <strong>de</strong>dicação exclusiva <strong>do</strong> <strong>perito</strong> e da sua equipepara a consecução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.habitual <strong>de</strong> liquidação compreen<strong>de</strong> o tempo necessáriopara recebimento <strong>do</strong>s honorários.interprofissionais e outros inerentes ao <strong>trabalho</strong> são peçastécnicas executadas por <strong>perito</strong> qualifica<strong>do</strong> e habilita<strong>do</strong> naforma <strong>de</strong>finida no Código <strong>de</strong> Processo Civil e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com o conselho profissional ao qual estiver vincula<strong>do</strong>Quadro 04: Referentes ao HonoráriosFonte: CFC nº 1.244 (2009, p. 11).Sá <strong>de</strong>staca (2004, p.71), “a proposta <strong>de</strong> honorários <strong>de</strong>ve, pois, ser bemfeita. Portanto: fazer a proposta e pleitear o <strong>de</strong>pósito são coisas que o <strong>perito</strong> po<strong>de</strong>realizar concomitantemente, mas com zelo suficiente para não cometer erros contrasi, nem contra a parte”.Vendrame (2005, p. 156) <strong>de</strong>staca que:outro ponto controverti<strong>do</strong> na vida <strong>do</strong> Perito, ainda é a questão <strong>do</strong>shonorários periciais. De um la<strong>do</strong> o Perito, como qualquer outro profissional,<strong>de</strong>ve receber uma justa paga pelo seu <strong>trabalho</strong>; <strong>de</strong> outro la<strong>do</strong>, não existequalquer dispositivo legal regulan<strong>do</strong> o quantum <strong>de</strong>stes honorários, excetoalgumas tabelas propostas por associações, que ainda não se enquadram ato<strong>do</strong>s os tipos <strong>de</strong> perícia. Problema ainda maior ocorre no fórum trabalhista,on<strong>de</strong> o Perito somente recebe seus honorários após a liquidação dasentença, o que em alguns casos chega a uma década, fazen<strong>do</strong> com que oPerito, nos primeiros anos <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, trabalhe com déficit <strong>de</strong> caixa. [...]


38Morais (2005) <strong>de</strong>finiram assim honorários: "são remunerações pecuniárias<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> ou estipêndios pagos por serviços presta<strong>do</strong>s em cargo facultativo <strong>de</strong>qualificação honrosa, em profissão liberal.”Ferreira (1999) Honorários não se confun<strong>de</strong> com salário. Embora ambossejam remunerações pelo serviço executa<strong>do</strong>, pelo <strong>trabalho</strong> realiza<strong>do</strong>. Honorário estádiretamente liga<strong>do</strong> ao profissional autônomo que utiliza <strong>de</strong> conhecimentosespecíficos em uma ativida<strong>de</strong> ou tarefa, <strong>de</strong> difícil mensuração, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrerdisparida<strong>de</strong> entre o resulta<strong>do</strong> e a retribuição (pagamento), enquanto que salário é aretribuição por ativida<strong>de</strong> contínua, pré-mensurada, na qual o vínculo empregatício.O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>verá elaborar a proposta <strong>de</strong> honorários profissionais conforme<strong>de</strong>screve a Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244 (2009, p. 12),conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve,O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve elaborar a proposta <strong>de</strong> honorários estiman<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong>possível, o número <strong>de</strong> horas para a realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, por etapa e porqualificação <strong>do</strong>s profissionais (auxiliares, assistentes, seniores, etc.)consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os <strong>trabalho</strong>s a seguir especifica<strong>do</strong>s:a) retirada e entrega <strong>do</strong>s autos;b) leitura e interpretação <strong>do</strong> processo;c) elaboração <strong>de</strong> termos <strong>de</strong> diligências para arrecadação <strong>de</strong> provas ecomunicações às partes, terceiros e <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res assistentes;d) realização <strong>de</strong> diligências;e) pesquisa <strong>do</strong>cumental e exame <strong>de</strong> livros contábeis, fiscais e societários;f) realização <strong>de</strong> planilhas <strong>de</strong> cálculos, quadros, gráficos, simulações eanálises <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s;g) lau<strong>do</strong>s interprofissionais;h) elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>;i) reuniões com <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res assistentes, quan<strong>do</strong> for o caso;j) revisão final;k) <strong>de</strong>spesas com viagens, hospedagens, transporte, alimentação, etc.;l) outros <strong>trabalho</strong>s com <strong>de</strong>spesas supervenientes.O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar, na proposta <strong>de</strong> honorários, os seguintes itens:a) relevância e valor da causa;b) prazos para execução da perícia;c) local da coleta <strong>de</strong> provas e realização da perícia.Zanna (2005, p. 28) ressalta que, quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> nomeação, o <strong>perito</strong>Requer por escrito e <strong>de</strong>posito <strong>de</strong> honorários, conforme o orçamento oupedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> arbitramento, requerer a complementação <strong>do</strong>s honorários, se aimportância previamente <strong>de</strong>positada for insuficiente para garantir-los, erequerer, após a entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>, que o <strong>de</strong>pósito seja libera<strong>do</strong> com osacréscimo legais. O <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r requererá a liberação parcial <strong>do</strong>shonorários, <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s em juízo, sempre que houver a necessida<strong>de</strong>,<strong>de</strong>vidamente justificada [...] po<strong>de</strong> requerer o custeio das <strong>de</strong>spesas referenteao <strong>de</strong>slocamento para a realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> fora da comarca em que foinomea<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> indicação pelas partes, escolha arbitral oucontratação extrajudicial <strong>de</strong>vem o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>rassistente formular carta proposta ou contrato, antes <strong>do</strong> inicio da execução<strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os fatores constantes no item, <strong>de</strong>sta Norma e oprazo para a realização <strong>do</strong>s serviços.


39Com base nos critérios <strong>de</strong> solicitação <strong>do</strong>s honorários, o conta<strong>do</strong>r iráavaliar todas as circunstâncias envolvidas no processo e assim ter base pararequerer seus honorários. Segue em anexo C, mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> petição <strong>de</strong> honorários.2.9.8 Lau<strong>do</strong>s PericiaisCom os exames <strong>de</strong> provas e realização <strong>de</strong> vistorias, o <strong>perito</strong> chega àconclusão <strong>do</strong>s fatos e assim constitui o lau<strong>do</strong> pericial.Para Sá (2000, p. 43):.a manifestação literal <strong>do</strong> <strong>perito</strong> sobre fatos patrimoniais <strong>de</strong>vidamentecircunstancia<strong>do</strong>s gera a peça tecnológica <strong>de</strong>nominada Lau<strong>do</strong> PericialContábil. É o julgamento ou pronunciamento, basea<strong>do</strong> nos conhecimentosque tem o profissional da contabilida<strong>de</strong>, em face <strong>de</strong> eventos ou fatos quesão submeti<strong>do</strong>s á sua apreciação.De acor<strong>do</strong> com Sá (2000, p. 45) o “lau<strong>do</strong> pericial contábil é uma peçatecnológica que contém opiniões <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r, como pronunciamento, sobrequestões que lhe são formuladas e que requerem seu pronunciamento.”O CFC <strong>de</strong>screve em sua Resolução nº 1.243/09 as consi<strong>de</strong>rações gerais<strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil,13.6.1.1. Esta norma objetiva estabelecer o conceito, a estrutura e osprocedimentos para elaboração a apresentação <strong>do</strong> Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil.13.6.1.2. O Decreto-Lei nº 9.295/46, na letra “c” <strong>do</strong> art. 25, <strong>de</strong>termina que oLau<strong>do</strong> Pericial Contábil efetua<strong>do</strong> em matéria contábil somente sejaexecuta<strong>do</strong> por conta<strong>do</strong>r habilita<strong>do</strong> e <strong>de</strong>vidamente registra<strong>do</strong> em ConselhoRegional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>.13.6.1.3. Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil é uma peça escrita, na qual o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve visualizar, <strong>de</strong> forma abrangente, o conteú<strong>do</strong> da perícia eparticularizar os aspectos e as minudências que envolvam a <strong>de</strong>manda.13.6.1.4. Define esta Norma que o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve registrar no Lau<strong>do</strong>Pericial Contábil os estu<strong>do</strong>s, as pesquisas, as diligências ou as buscas <strong>de</strong>elementos <strong>de</strong> provas necessárias para a conclusão <strong>do</strong>s seus <strong>trabalho</strong>s.13.6.1.5. Obriga a Norma que o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, no encerramento <strong>do</strong> Lau<strong>do</strong>Pericial Contábil, apresente, <strong>de</strong> forma clara e precisa, as suas conclusões.13.6.1.6. O Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil <strong>de</strong>ve ser uma peça técnica elaborada <strong>de</strong>forma seqüencial e lógica, para que o <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r sejareconheci<strong>do</strong> também pela padronização estrutural. (CFC nº 1.243, 2009, p.4).A apresentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil <strong>de</strong>ve seguir a seguinteapresentação, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com A resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.243 (2009, p.3):13.6.2.1. O Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil <strong>de</strong>verá ser uma peça técnica, escrita <strong>de</strong>forma objetiva, clara, precisa, concisa e completa. Ainda, sua escrita sempreserá conduzida pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, que a<strong>do</strong>tará um padrão próprio, comoo <strong>de</strong>scrito no item Estrutura.


4013.6.2.2. Não <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r utilizar-se <strong>do</strong>s espaços marginais ouinterlineares para lançar quaisquer escritos no Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil.13.6.2.3. Não po<strong>de</strong> o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ixar nenhum espaço em branco nocorpo <strong>do</strong> Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil, bem como a<strong>do</strong>tar entrelinhas, emendasou rasuras, pois não será aceita a figura da ressalva, especialmente quan<strong>do</strong>se tratar <strong>de</strong> respostas aos quesitos.13.6.2.4. A linguagem a<strong>do</strong>tada pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve ser acessível aosinterlocutores, possibilitan<strong>do</strong> aos julga<strong>do</strong>res e às partes da <strong>de</strong>manda,conhecimento e interpretação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciaiscontábeis. Devem ser utiliza<strong>do</strong>s termos técnicos, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> o texto trazersuas informações <strong>de</strong> forma clara. Os termos técnicos <strong>de</strong>vem sercontempla<strong>do</strong>s na redação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a se obteruma redação técnica que qualifica o <strong>trabalho</strong>, respeitada a Norma Brasileira<strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e o Decreto-Lei nº 9.295/46. Em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> termostécnicos, <strong>de</strong>vem os mesmos, caso necessário, ser acresci<strong>do</strong>s <strong>de</strong>esclarecimentos adicionais, sen<strong>do</strong> recomenda<strong>do</strong>s à utilização daqueles <strong>de</strong>maior <strong>do</strong>mínio público.13.6.2.5. O Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil <strong>de</strong>verá ser escrito <strong>de</strong> forma direta,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s julga<strong>do</strong>res e ao objeto da discussão,sempre com conteú<strong>do</strong> claro e dirigi<strong>do</strong> ao assunto da <strong>de</strong>manda, <strong>de</strong> formaque possibilite os julga<strong>do</strong>res a proferirem justa <strong>de</strong>cisão. O Lau<strong>do</strong> PericialContábil não <strong>de</strong>ve conter elementos e/ou informações que conduzam adúbia interpretação, para que não induza os julga<strong>do</strong>res a erro.13.6.2.6. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>verá elaborar o Lau<strong>do</strong> Pericial Contábilutilizan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> vernáculo, sen<strong>do</strong> admitidas apenas palavras ou expressõesidiomáticas <strong>de</strong> outras línguas <strong>de</strong> uso comum nos tribunais judiciais ouextrajudiciais.13.6.2.7. O Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil <strong>de</strong>ve expressar o resulta<strong>do</strong> final <strong>de</strong> to<strong>do</strong>e qualquer <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> prova que o conta<strong>do</strong>r tenha efetua<strong>do</strong> porintermédio <strong>de</strong> peças contábeis e outros <strong>do</strong>cumentos, sob quaisquer tipos eformas <strong>do</strong>cumentais.Com isso, evi<strong>de</strong>ncia-se que é papel <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r a realização <strong>do</strong>lau<strong>do</strong> pericial, basean<strong>do</strong>-se em conhecimentos científicos respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os quesitosiniciais. A entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial <strong>de</strong>ve ser <strong>do</strong>cumentada, ou seja, na entrega <strong>do</strong>s<strong>trabalho</strong>s periciais ao judiciário o mesmo <strong>de</strong>verá ser protocola<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> assimfican<strong>do</strong> a sua guarda com o po<strong>de</strong>r judiciário, que o encaminhara para o juizresponsável <strong>do</strong> processo.2.10 Perícia Contábil em Processo TrabalhistaO surgimento da legislação trabalhista e da justiça <strong>do</strong> Trabalho no Brasilveio como conseqüência <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> lutas e reivindicações trabalhistas<strong>de</strong>mandadas pela socieda<strong>de</strong>. Sofreu influência <strong>do</strong>s princípios <strong>de</strong> proteção aotrabalha<strong>do</strong>r. A perícia contábil na justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> atua na in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> diversas


41modalida<strong>de</strong>s e no litígio entre emprega<strong>do</strong>s e emprega<strong>do</strong>res, auxilian<strong>do</strong> a justiça paraa resolução <strong>do</strong>s conflitos resultantes das relações <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.Sá (2004, p. 193) <strong>de</strong>screve que,Um <strong>do</strong>s campos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> atuação <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s é na justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>,verifican<strong>do</strong> nas escritas das empresas as reclamações que são postuladas.Elas giram em torno <strong>de</strong> registros <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>, <strong>de</strong> salários, <strong>de</strong> direitosinerentes as relações <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. Não são, em geral, pericias complexas.O surgimento das ações trabalhistas ocorre no <strong>de</strong>sentendimento entreemprega<strong>do</strong>s e emprega<strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> uma das partes se sentir lesada, propon<strong>do</strong> olitígio e outra.o processo trabalhista é a maneira pela qual são concilia<strong>do</strong>s ou julga<strong>do</strong>s osdissídios individuais e coletivos entre emprega<strong>do</strong>s e emprega<strong>do</strong>res,chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> reclamante e reclama<strong>do</strong>s. Presta-se também paradirimir <strong>de</strong>mais controvérsias <strong>de</strong>correntes das relações trabalhistas regidaselo Direito <strong>do</strong> Trabalho e capitula<strong>do</strong>s na CLT (ZANNA, 2005, p. 304)Segun<strong>do</strong> Sá (2000, p. 197) “um <strong>do</strong>s campos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> atuação <strong>do</strong>s<strong>perito</strong>s é a justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, verifican<strong>do</strong> nas escritas das empresas asreclamações que são postuladas.”Com relação às primeiras, têm-se:Os haveres <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, transitoriamente reti<strong>do</strong>s junto ao patrimônio <strong>do</strong>emprega<strong>do</strong>r, não <strong>de</strong>ixam, por isso, <strong>de</strong> ser haveres e como tal hão <strong>de</strong> serapura<strong>do</strong>s por perícia contábil, notadamente quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> tornarlíquidas sentenças que concluíram pela obrigação <strong>de</strong> dar [...] tais haveresao reclamante. (ALBERTO, 1996, p. 112).No segun<strong>do</strong> caso, Alberto (1996, p. 113) estabelece:tem como meio avaliar e analisar a situação patrimonial e econômicofinanceira<strong>de</strong> uma empresa, com vistas a se comprovar a capacida<strong>de</strong> ouincapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cumprir condições estabelecidas em normas coletivas(acor<strong>do</strong>s, convenções ou dissídios) em relação ao próprio dissídioindividual. Também durante a fase <strong>de</strong> negociação ou <strong>de</strong> instruções dasnormas coletivas trabalhistas, a perícia contábil po<strong>de</strong> vir a ser requerida,como elemento essencial para subsidiar os acor<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>cisões.São etapas <strong>do</strong> processo trabalhista a inicial, a contestação, a instrução, ojulgamento e a liquidação <strong>de</strong> sentença. Os cálculos <strong>do</strong>s haveres, requeri<strong>do</strong>s pelo<strong>de</strong>clarante, ocorrem na liquidação da sentença. Nos processos trabalhistas, aexecução <strong>de</strong> cálculos para apuração <strong>do</strong>s haveres é parte fundamental para ancorare dar sustentação à sentença que o juiz proce<strong>de</strong>rá. Por esse motivo, os cálculos<strong>de</strong>vem ser elabora<strong>do</strong>s por um especialista no assunto e não por pessoas leigas, quepo<strong>de</strong>m comprometer a <strong>de</strong>cisão tomada pelo juiz.


422.10.1 Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> TrabalhoO <strong>perito</strong> contábil tem um gran<strong>de</strong> campo para execução <strong>de</strong> seus <strong>trabalho</strong>spo<strong>de</strong>n<strong>do</strong> atribuídas as esferas judiciais ou extrajudiciais, com isso ele traz umagran<strong>de</strong> importância para a profissão e abrin<strong>do</strong> mais <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> atuaçãoprofissional.O <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r tem maior ênfase nasesferas da justiça, assim <strong>de</strong>screve Hoog (2005, p.151), o <strong>merca<strong>do</strong></strong> é o conjunto <strong>de</strong>pessoas físicas ou jurídicas que afetam ou <strong>de</strong>mandam um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> serviço oubem constituem o <strong>merca<strong>do</strong></strong>. Porém, no caso <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, a maior ênfase é nas justiçasFe<strong>de</strong>ral e Estadual, varas civis, criminais, <strong>de</strong> falências e concordata, família,precatórias, execuções fiscais, trabalhistas. Existe também a Justiça Arbitral, além<strong>do</strong> <strong>merca<strong>do</strong></strong> extrajudicial que tem maior relevância nos casos <strong>de</strong> incorporação, fusãoe cisão e reavaliação <strong>de</strong> patrimônio.O melhor cliente é alcança<strong>do</strong> por indicação, assim <strong>de</strong>screve Hoog (2005,p. 157), “Os melhores <strong>trabalho</strong>s e clientes são alcança<strong>do</strong>s por indicação. O melhor ei<strong>de</strong>al caminho é ter os clientes satisfeitos.”Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Hoog (2005, p. 151) o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r possui seupúblico alvo volta<strong>do</strong> para, “as varas cíveis, da fazenda pública, fe<strong>de</strong>rais, as partesenvolvidas em questões judiciais ou extrajudiciais, as pessoas jurídicas e as físicasque busquem opiniões especializadas.”É comum encontrar no <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>perito</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r e <strong>perito</strong>mediano, Hoog (2005, p. 158), o <strong>perito</strong> mediano vê as pedras e as dificulda<strong>de</strong>s noseu caminho, e sobre isto fala o tempo to<strong>do</strong>, já o <strong>perito</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r olha e vêalem das pedras. Enxerga a linha <strong>do</strong> horizonte, a vanguarda, visão ampla eprofunda, e fala sobre o privilégio <strong>do</strong> ser um cientista e das soluções que apresentapara transpor as pedras, em especial sobre as soluções apresentadas e estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vanguarda.Como po<strong>de</strong>mos ver o <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e muito amplo, na região <strong>de</strong>criciúma a quatro varas trabalhistas on<strong>de</strong> são analisa<strong>do</strong>s e arquiva<strong>do</strong>s diversosprocessos trabalhistas on<strong>de</strong> necessita <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> profissionaisda área contábil e <strong>de</strong> diversas outras áreas com um gran<strong>de</strong> campo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> aquina região.


433. ESTUDO DE CASOO estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso aborda<strong>do</strong> neste <strong>trabalho</strong> é para conhecer o <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong><strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r na região <strong>de</strong> Criciúma-SC no âmbito trabalhista e qualsua visão para o futuro da profissão contábil.Para um melhor entendimento será exposta a pesquisa por meio <strong>de</strong>gráficos para um melhor entendimento e visualização das respostas <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>sconta<strong>do</strong>res da região <strong>de</strong> criciúma.O questionário foi elabora<strong>do</strong> com questões fechadas e <strong>de</strong> múltiplaescolha e respondi<strong>do</strong> pelos <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res da região <strong>de</strong> Criciúma-SC e queefetivam constantemente <strong>trabalho</strong>s periciais nas varas da justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> naregião. Foi envia<strong>do</strong> o questionário a 26 <strong>perito</strong>s contábeis da região <strong>de</strong> Criciúma on<strong>de</strong>10 <strong>perito</strong>s respon<strong>de</strong>ram ao questionário <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>s exerci<strong>do</strong>s na profissão, osrespon<strong>de</strong>ntes correspon<strong>de</strong>ram 40% (quarenta) por cento <strong>do</strong>s profissionaispesquisa<strong>do</strong>s em nossa região que atuam como <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r no âmbitotrabalhista.Serão <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>s na seqüência através <strong>de</strong> gráficos os principaisaspectos pesquisa<strong>do</strong>s no âmbito trabalhista. O questionário esta disponível emanexo no fim <strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong>. (APÊNDICE)3.1 Análise <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>sA análise <strong>do</strong>s questionários que foram aplica<strong>do</strong>s com 26 <strong>perito</strong>sconta<strong>do</strong>res em nossa região respondi<strong>do</strong> um total 10 (<strong>de</strong>z) questionários on<strong>de</strong> éaponta<strong>do</strong> em relação à fase <strong>do</strong> processo que o <strong>perito</strong> mais atua no âmbitotrabalhista em que 40% (quarenta) <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s respon<strong>de</strong>ram que trabalham comperícia contábil e 30% (trinta) com cálculo trabalhista e 30% (trinta) não quiseramopinar sobre o assunto pesquisa<strong>do</strong>.Assim po<strong>de</strong>mos observar que os <strong>perito</strong>s estão mais volta<strong>do</strong>s à partecontábil <strong>do</strong> litígio e sempre volta<strong>do</strong>s à área <strong>de</strong> interesse profissional.


44Quadro 05: Referente à área que você <strong>perito</strong> mais atua no âmbito trabalhistaFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorCom relação às fases <strong>do</strong> processo que o <strong>perito</strong> participa po<strong>de</strong>mosobservar que o cálculo <strong>de</strong> liquidação com 60% (sessenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>sparticipam ativamente nesta fase <strong>do</strong> processo e assim fican<strong>do</strong> 20% (vinte) nasdiligências que são as buscas <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentação em empresas ou escritórios <strong>de</strong>contabilida<strong>de</strong> e 20% (vinte) no levantamento <strong>de</strong> provas na analise da <strong>do</strong>cumentaçãofornecida pelas empresas.Observamos que os <strong>perito</strong>s estão volta<strong>do</strong>s aos cálculos <strong>de</strong> liquidação,pois em nossa região tem uma maior <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> fase <strong>do</strong> processo emquestão e on<strong>de</strong> a habilida<strong>de</strong> e conhecimento <strong>do</strong> <strong>perito</strong> contábil tem seu maiorreconhecimento da classe profissional e um melhor ganho <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> seushonorários profissionais.


45Quadro 06: Referente às fases <strong>do</strong> processo que você <strong>perito</strong> participaFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorQuanto aos processos que os <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res participam por mês noâmbito trabalhista foi respondi<strong>do</strong> que 50% (cinqüenta) <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s fazem <strong>de</strong> 1 (um) a5 (cinco) processos por mês, e 20% (vinte) <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s entrevista<strong>do</strong>s participamentre 6 (seis) a 10 (<strong>de</strong>z) processos por mês, 10% respon<strong>de</strong>ram que participam entre11 (onze) a 15 (quinze) processos, e 12% respon<strong>de</strong>ram a participação entre 16(<strong>de</strong>zesseis) processos no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> mês, e 8% (oito) em outros números <strong>de</strong>participação <strong>de</strong> processos mês não cita<strong>do</strong>s acima na pesquisa.Analisan<strong>do</strong> que os <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res têm por objetivo um ganho extracomo uma forma <strong>de</strong> aumentar seus ganhos com a pericia contábil realizada naregião <strong>de</strong> Criciúma SC, porque muito fazem este tipo <strong>de</strong> pericia <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> exercerseu horário <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> assim não acumulan<strong>do</strong> mais processos por outro la<strong>do</strong> a uma<strong>de</strong>manda maior <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, on<strong>de</strong> alguns <strong>perito</strong> já conseguem executar mais<strong>trabalho</strong>s como o percentual <strong>de</strong> 12% que realiza <strong>trabalho</strong>s <strong>de</strong> 16 (<strong>de</strong>zesseis) a 20(vinte) processos mês, pois estes <strong>perito</strong>s só trabalham com a perícia e conseguemaumentar seus ganhos <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> o acumulo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.


46Quadro 07: Referente <strong>do</strong> número <strong>de</strong> processos por mês que participaFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorNo gráfico apresenta<strong>do</strong> abaixo: o <strong>perito</strong> exerce a função <strong>de</strong> <strong>perito</strong> <strong>do</strong> juizou assistente técnico, foi <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que 60% (sessenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>strabalham mais como <strong>perito</strong>s <strong>do</strong> juiz, e 35% (trinta e cinco) trabalham comoassistente técnico e 5% (cinco) não quiseram opinar sobre o assunto em questão.Sen<strong>do</strong> assim os profissionais <strong>de</strong> nossa região, está mais liga<strong>do</strong>s a esferajudicial, pois trabalham diretamente com o juiz, proporcionan<strong>do</strong> um aumento nosganhos, e que diretamente com seu conhecimento específico ajuda na tomada <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão, e engran<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> ainda mais a classe contábil.Quadro 08: Referente a função exercida pelo <strong>perito</strong>Fonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autor


47Para 50% (cinqüenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, a matéria mais buscada najustiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> é o pagamento <strong>de</strong> horas extras on<strong>de</strong> se encontra uma gran<strong>de</strong>gama <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para os <strong>perito</strong>s, 30% (trinta) <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s relatam que os danosmorais, também tem uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reivindicações buscadas na justiça<strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, e 20% (vinte) pela diferença <strong>de</strong> cargo exerci<strong>do</strong> nas organizações <strong>de</strong><strong>trabalho</strong>.Deste mo<strong>do</strong> analisan<strong>do</strong> os questionários avalia<strong>do</strong>s pelos <strong>perito</strong>s, o<strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> em que eles atuam há um gran<strong>de</strong> espaço <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> on<strong>de</strong> o<strong>perito</strong> po<strong>de</strong> atuar, pois a muitos processos on<strong>de</strong> a figura <strong>do</strong> <strong>perito</strong> contábil aparece,e esclarece, como no cálculo <strong>de</strong> horas extras e <strong>de</strong> danos morais que são os <strong>de</strong>maiores proporção em nossa região.Quadro 09: Referente qual a reclamatória mais buscada no âmbito trabalhistaFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorNo quadro a seguir 10% (<strong>de</strong>z) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s afirmam que <strong>de</strong> 1 (um)mês a 3 (três) após a entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil, são pagos os valores <strong>do</strong>shonorários, outros 40% (quarenta) afirmam que levam <strong>de</strong> 4 (quatro) a 6 (seis) mesespara receber o valor <strong>de</strong> seus honorários, já 30% (trinta) dizem levar mais <strong>de</strong> 7 (sete)meses para o recebimento, outros 20% (vinte) afirmam que leva mais <strong>de</strong> 1(um) ano,para receber seus honorários profissionais.Deste mo<strong>do</strong> a análise <strong>de</strong>ste ponto, nos recebimentos <strong>do</strong>s honorários, nãoé satisfatória, pois os <strong>perito</strong>s entrevista<strong>do</strong>s relatam que a uma <strong>de</strong>mora norecebimento após a entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial, prejudican<strong>do</strong> o <strong>perito</strong> por que


48geralmente recebe seus honorários logo após o término <strong>do</strong> litígio que está emquestão.Quadro 10: Referente ao recebimento <strong>do</strong>s honorários profissionaisFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorCom relação às dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelos <strong>perito</strong>s a quela que temmaior relevância é a obtenção da <strong>do</strong>cumentação necessária, pois <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>sentrevista<strong>do</strong>s 50% (cinqüenta) relatam este tipo <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, 10% <strong>do</strong>s<strong>perito</strong>s relatam que é o apoio <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais <strong>perito</strong>s envolvi<strong>do</strong>s no litígio, 30% apontamque a falta <strong>de</strong> apoio das partes envolvidas no caso e 10% falam que tem maiordificulda<strong>de</strong> nas diligências ou na busca das <strong>do</strong>cumentações.Quadro 11: Referente às dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelo <strong>perito</strong>Fonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autor


49Na Justiça <strong>do</strong> Trabalho, os <strong>perito</strong>s entregam os lau<strong>do</strong>s periciais entre 16(<strong>de</strong>zesseis) a 60 (sessenta) dias após o inicio <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s. De acor<strong>do</strong> com 60%(sessenta) <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s entrevista<strong>do</strong>s os mesmos entregam o lau<strong>do</strong> entre 16(<strong>de</strong>zesseis) a 30 (trinta) dias e só 10% (<strong>de</strong>z) conseguem entregar os lau<strong>do</strong>s em 15(quinze) dias, outros 30% (trinta) entregam os lau<strong>do</strong>s entre 31 a 60 dias.Na perícia trabalhista o lau<strong>do</strong> pericial é uma das peças mais importante,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> conter <strong>de</strong> forma clara os esclarecimentos em relação a matéria emquestão. Por esta razão o <strong>perito</strong> tem uma gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, pois e nele queo juiz vai se basear para concluir o <strong>trabalho</strong> e executar a sentença dan<strong>do</strong> fim <strong>do</strong>litígio.Quadro 12: Referente ao tempo <strong>de</strong> entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericialFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorEm relação os honorários profissionais na perícia contábil sempre édiscutida no início <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s, como foi relata<strong>do</strong> pelos <strong>perito</strong>s. Os mesmorespon<strong>de</strong>m que os valores médios <strong>de</strong> uma perícia ficam <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> R$ 300,00(trezentos) reais a R$ 600,00 (seiscentos) reais e que maioria <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>scerca <strong>de</strong> 60% (sessenta) recebe entre R$ 600,00 a R$ 1.000,00 (mil) reais tornan<strong>do</strong>o <strong>merca<strong>do</strong></strong> atrativo. Outros 30% (trinta) respon<strong>de</strong>ram que recebem seus honoráriosentre R$ 300,00 e R$ 500,00 (quinhentos) reais também fican<strong>do</strong> na média, outros


50relataram que conseguem ganhos acima <strong>de</strong> R$ 1.000,00 (mil) reais este percentualficou entre 10% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s.Quadro 13: Referente valor <strong>do</strong>s honorários recebi<strong>do</strong>sFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorCom relação à profissão contábil, os questionários respondi<strong>do</strong>s, 50%(cinqüenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s falam que a profissão é promissora; 20% (vinte) que éuma profissão em fase <strong>de</strong> expansão e reconhecimento, outros 20% (vinte) dizemque é apenas mais uma profissão e outros 10% (<strong>de</strong>z) relatam que é uma profissãoque se iguala às <strong>de</strong>mais com sua importância <strong>de</strong>ntro das organizações.Com isso, verifica-se que a maioria da população entrevistada reconhecea importância da profissão contábil e ainda <strong>de</strong>claram ser uma profissão emascensão.Quadro 14: Referente qual visão você tem da profissão contábilFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autor


51O retorno financeiro é um <strong>do</strong>s principais fatores que motivaram osconta<strong>do</strong>res a exercer a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r, isto <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com 40%(quarenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s. 30% (trinta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s não respon<strong>de</strong>ram aquestão, e 20% (vinte) tem o <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong> como fonte complementar <strong>de</strong> renda.Quadro 15: Referente o motivo que leva você a escolher a área <strong>de</strong> períciacontábil. Fonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorO quadro abaixo <strong>de</strong>monstra que 60% (sessenta) <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>sincentivam os bacharéis em ciências contábeis a exercer a profissão <strong>de</strong> <strong>perito</strong>contábil como uma profissão reconhecida e tem um <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> em nossaregião atrativo. Já 30% (trinta) respon<strong>de</strong>m que o <strong>merca<strong>do</strong></strong> já está satura<strong>do</strong> e nãoprecisa <strong>de</strong> mais profissionais, e 10% (<strong>de</strong>z) não respon<strong>de</strong>ram a questão.A profissão contábil na visão da maioria <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, é atrativa econsi<strong>de</strong>ra o <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> bastante vasto em nossa região, incentiva osbacharéis exercer a profissão pela atrativida<strong>de</strong> no <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e pelaremuneração.


52Quadro 16: Referentes aos bacharéis em ciências contábeis <strong>de</strong>vam exercer aativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>rFonte: Quadro elabora<strong>do</strong> pelo autorComo se viu, os quadros mostram que o campo <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> <strong>perito</strong>contábil na região <strong>de</strong> Criciúma-SC e bastante vasto, e com ganhos consi<strong>de</strong>ráveis,como <strong>perito</strong> <strong>do</strong> juiz e que muitos optam em exercer a este tipo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> por umaprofissão <strong>de</strong>sejada e pelo ganho financeiro, e venho por meio <strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong> dizerque a pesquisa foi alcançada <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sta amostra <strong>de</strong> quadros osprincipais <strong>trabalho</strong>s e fases em que o <strong>perito</strong> participa no âmbito trabalhista.


534. CONSIDERAÇÕES FINAISCom este <strong>trabalho</strong>, evi<strong>de</strong>nciou-se o <strong>merca<strong>do</strong></strong> da Perícia Contábil nomunicípio <strong>de</strong> Criciúma/SC, e foi possível apren<strong>de</strong>r e esclarecer um pouco mais sobrea atuação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r na esfera Trabalhista. A perícia contábil é <strong>de</strong>competência <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r com registro no CRC, caben<strong>do</strong>-lhe exercer <strong>de</strong> forma clarae precisa na apuração os fatos e, assim levar a verda<strong>de</strong> aos interessa<strong>do</strong>s noprocesso. Verificou-se, por meio <strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong>, que o <strong>perito</strong> beneficia a socieda<strong>de</strong>com a análise técnica na resolução <strong>de</strong> litígios. Com a participação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> nosprocessos judiciais, o juiz tem maior segurança no momento <strong>de</strong> proferir suasentença. O conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve estar atento às suas responsabilida<strong>de</strong>s no exercício daativida<strong>de</strong> pericial, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> agir com zelo, com princípio ético e moral e manten<strong>do</strong> osigilo profissional. O <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r é abrangente e seupúblico alvo é volta<strong>do</strong> para o judiciário, tanto, pessoas físicas como as jurídicas queestão em busca <strong>de</strong> opinião <strong>de</strong> um especialista.Para manter a confiança em relação a seu <strong>trabalho</strong> o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve agir comhonestida<strong>de</strong>, ter notório saber, reputação ilibada e bom relacionamento com o<strong>merca<strong>do</strong></strong>. Dessa forma, é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> estar atualiza<strong>do</strong>, foca<strong>do</strong> nosacontecimentos atuais, na legislação vigente, entre outros fatores. Com a pesquisarealizada, concluiu-se que os <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res estão satisfeitos com o <strong>merca<strong>do</strong></strong> noqual estão atuan<strong>do</strong>. No geral, esses vêem a contabilida<strong>de</strong> como uma profissão emfase <strong>de</strong> expansão, reconhecida e promissora.A principal motivação <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s para realizar sua ativida<strong>de</strong> é o retornofinanceiro. Em média, são realizadas na justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> cerca <strong>de</strong> cinco a <strong>de</strong>zperícias ao mês. Dos entrevista<strong>do</strong>s, 60% (sessenta) atuam como <strong>perito</strong> <strong>do</strong> juiz eafirmam que essa ativida<strong>de</strong> lhes proporciona melhor remuneração. Na justiça <strong>do</strong><strong>trabalho</strong>, os honorários somente serão libera<strong>do</strong>s ao término <strong>do</strong> processo. Assim,justifica-se o tempo <strong>de</strong> espera para receber a remuneração que varia <strong>de</strong> um mês atéum ano após a entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>. Na justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, os honorários são<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelo juiz e raramente pelo <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r. A maior dificulda<strong>de</strong> para arealização <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial é a obtenção <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos necessários a realização<strong>de</strong> diligência e o apoio <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais <strong>perito</strong>s envolvi<strong>do</strong>s no processo judicial. A entrega<strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial varia <strong>de</strong> 16 (<strong>de</strong>zesseis) até 60 (sessenta) dias após o início <strong>do</strong>s


54<strong>trabalho</strong>s. Na justiça trabalhista em média o <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r recebe cerca <strong>de</strong> R$500,00 (quinhentos) a R$ 1.000,00 (mil) reais, por lau<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>. Apesar da<strong>de</strong>mora <strong>do</strong> recebimento <strong>de</strong> honorários, em curto prazo é economicamente maisatrativo para o <strong>perito</strong>.Com os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>scritos acima e com o resulta<strong>do</strong> da pesquisa, verificouse que, em relação à esfera judicial pesquisada, os <strong>perito</strong>s estão satisfeitos e,apenas uma pequena parte <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s estão insatisfeitos.Os <strong>perito</strong>s entrevista<strong>do</strong>s aconselham os acadêmicos <strong>de</strong> ciênciascontábeis a atuarem nessa área da contabilida<strong>de</strong> a investirem na carreira. Portanto,o objetivo <strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong> foi alcança<strong>do</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> um <strong>merca<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para oconta<strong>do</strong>r ainda não totalmente explora<strong>do</strong>, e que po<strong>de</strong> ser sua principal fonte <strong>de</strong>renda. Com este estu<strong>do</strong> ficou claro que o <strong>perito</strong>, ao atuar com profissionalismo,ética, e pensan<strong>do</strong> no benefício social, irá lhe ren<strong>de</strong>r bons frutos e reconhecimentoprofissional.


55REFERÊNCIASALBERTO, Val<strong>de</strong>r Luiz Palombo. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1996. 254 p.ALBERTO, Valter Luís Palombo. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1996.ALBERTO, Valter Luís Palombo. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 2000.ANDRADE, Maria margarida. Como preparar <strong>trabalho</strong>s para cursos <strong>de</strong> pósgraduação:noções práticas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2005.BRASIL. Código <strong>do</strong> Processo Civil, Brasília, 2010, 230 p.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htmBRASIL. Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>. Resolução CFC nº. 1.244 <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong>Dezembro 2009. Reformula a NBC P2 – Norma Profissional <strong>de</strong> Perito Contábil.Documentada,/Brasília, Dezembro. 2009.BRASIL. Código <strong>de</strong> Processo Civil. Artigo 145.BRASIL. Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>. Resolução CFC nº. 1.243 <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong>Dezembro 2009. Reformula a NBC T13 – Da Perícia Contábil.Documentada, /Brasília, Dezembro. 2009.CERVO, Ama<strong>do</strong> Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Meto<strong>do</strong>logia Científica. 5. Ed. SãoPaulo: Pearson, 2002.CÓDIGO DO PROCESSO CIVIL. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2000. 578 p.CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normasBrasileiras <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> auditoria e perícia. Brasília, 2006.CRESWELL, John W. Projeto <strong>de</strong> pesquisa: Méto<strong>do</strong>s qualitativos, quantitativo emisto. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 248 p.DICIONÁRIO MICHAELIS. Mo<strong>de</strong>rno dicionário da língua portuguesa. Ed.Melhoramento, http://michaelis.uol.com.br/mo<strong>de</strong>rno/portuguesportugues&palavra=prova Acesso em 29 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010.DIEHL, Astor Antonio. Tatim, Denise Carvalho. Pesquisa em ciências sociaisaplicadas. São Paulo: Person Prentice Hall, 2004.DRUMMOND, Maria Helena Ferreira. “Ciências Contábeis. Da Arte á Ciência: 8.000Anos <strong>de</strong> História”. Revista Brasileira <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, Brasília, n. 93, p. 72 – 78,maio/junho, 1995.


56FERREIRA, Aurélio Buarque <strong>de</strong> Holanda. Dicionário Aurélio Eletrônico - SéculoXXI. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira, Desenvolvimento MGB Informática Ltda., 1999.FIGUEIREDO, San<strong>do</strong>val Nunes. Perícia contábil e a competência <strong>do</strong> profissional –Revista Brasileira <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, ano 32 n. 142 jul./ago. 2003, p. 41-47.GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos <strong>de</strong> pesquisa. 3 ed. São Paulo: Atlas,1996.HOOG, Wilson Alverto Zappa; PETRENCO, Solange Aparecida. Prova pericialcontábil: aspectos práticos & fundamentais. 3 ed. Curitiba: Juruá, 2004. 440p.81.HOOG, Willian Alberto Zappa. Prova Pericial Contábil: aspectos práticos &Fundamentais. 4 ed. Curitiba: Juruá, 2005. 426 p.___________ Prova pericial contábil: aspectos práticos & fundamentais. 5 ed.Curitiba: Juruá, 2007, 496p.MAGALHÃES, Antonio <strong>de</strong> Deus Farias et al. Perícia Contábil. 3 ed. São Paulo:Atlas, 2001.MAGALHÃES, Antonio <strong>de</strong> Deus Farias et al. Perícia Contábil. 4 ed. São Paulo:Atlas, 2004, 168 p.MORAIS, Antonio Carlos. Honorários periciais. 2º ed. São Paulo: Atlas 2005.OLIVEIRA, Francisco Antonio <strong>de</strong>. O processo na justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>. 4 ed. SãoPaulo; Revista <strong>do</strong>s tribunais, 2000. 700 p.ORNELAS, M. M. G. Perícia contábil. São Paulo: Atlas, 2003.ORNELAS, Martinho Maurício Gomes <strong>de</strong>. Perícia contábil. 3 ed. São Paulo: Atlas,2000.PIRES, M. A. A. A perícia contábil: reflexões sobre seu verda<strong>de</strong>iro significa<strong>do</strong> eimportância. Revista Brasileira <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, n. 121, jan./fev. 2000.ROCHA, Levi Alvarenga, SANTOS, Nelson <strong>do</strong>s. Perícia Contábil. Florianópolis:CRC/SC. 1997. 80 P.SÁ, Antonio Lopes. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.SÁ, Antônio Lopes <strong>de</strong>. Perícia Contábil. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2004. 365p.SANTOS, Cleusa Maria Alves <strong>do</strong>s. MELLO, Onice Maria <strong>de</strong>. Breve discussão sobrea qualida<strong>de</strong> total em serviços periciais – Revista Brasileira <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> ano33 n. 146 mar/abr. 2004, p. 83-96.


57_________, Perícia Contábil. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2000. 321 p.SANTOS, José Luiz <strong>do</strong>s; SCHIMIDT, Paulo; GOMES, José Mário Matsumura.Fundamentos da Perícia Contábil. 18 ed. São Paulo: Atlas, 2006. 123 p.VENDRAME, Antonio Carlos. A ética <strong>do</strong> <strong>perito</strong> judicial. São Paulo: 2005ZANNA, Remo Dalla. Prática <strong>de</strong> perícia contábil. São Paulo: IOB Thomson, 2005.419 p.www.cfc.org.br/sisweb/sre/<strong>do</strong>cs/RES_1243. , Acesso em 29 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010.


APÊNDICE – Questionário Aplica<strong>do</strong> a Pesquisa58


59Questionário <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s da justiça <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> Criciúma1- Você atua mais em que fase?( ) Pericia contábil( ) Cálculo trabalhista( ) Não Opinou2- Em quais fases <strong>do</strong> processo você aparece como <strong>perito</strong> contábil?( ) No levantamento <strong>de</strong> provas( ) Nas diligências( ) Nos cálculos <strong>de</strong> liquidação3 - Em quantos processos por mês você participa na justiça <strong>do</strong> Trabalho?( ) 1 Á 5 MÊS( ) 6 Á 10 MÊS( ) 11 Á 15 MÊS( ) 16 Á 20 MÊS( ) Outras não listadas a cima( ) Não Opinou4 – Nos <strong>trabalho</strong>s periciais você atua geralmente como Perito <strong>do</strong> juiz ouAssistente Técnico?( ) Perito <strong>do</strong> Juiz( ) Assistente Técnico( ) Não Opinou5 – Quais os principais reivindicações buscadas nos processos trabalhistas?( ) Cálculo <strong>de</strong> horas extras( ) Diferença <strong>de</strong> cargo exerci<strong>do</strong>( ) In<strong>de</strong>nizações por danos morais e materiais6 – Quanto tempo após a entrega <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais você conseguereceber seus honorários profissionais?( ) Até um mês( ) <strong>de</strong> 1 até 3 meses( ) <strong>de</strong> 4 até 6 meses( ) Mais <strong>de</strong> 7 meses( ) Mais <strong>de</strong> 1 ano( ) Outros( ) Não Opinou7 - Quais são as principais dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelo <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>rdurante a realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais?( ) Obtenção <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos Necessários


60( ) Apoio <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais <strong>perito</strong>s envolvi<strong>do</strong>s( ) Apoio das partes envolvidas( ) Realização <strong>de</strong> diligências( ) Não Opinou8 - Quanto tempo, em média, você entrega um lau<strong>do</strong> pericial a partir da data <strong>do</strong>início <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s?( ) Até 15 dias( ) De 16 a 30 dias( ) De 31 a 60 dias( ) De 61 a 90 dias( ) Mais <strong>de</strong> 90 dias( ) Não Opinou9 - Qual o valor médio <strong>do</strong>s honorários já recebi<strong>do</strong>s?( ) 300,00 á 500,00 reais por perícia( ) 600,00 á 1.000,00 por perícia( ) Mais <strong>de</strong> 1.000,00 por perícia( ) Não Opinou10 - Qual a sua visão referente à profissão contábil hoje?( ) Em fase <strong>de</strong> expansão e reconhecimento( ) Como uma profissão promissora( ) Profissão saturada no <strong>merca<strong>do</strong></strong>( ) Como mais uma profissão( ) Iguala-se a outras profissões com sua importância <strong>de</strong>ntro das organizações( ) Não Opinou11 – Por qual motivo você escolheu a área <strong>de</strong> Perícia Contábil para atuar?( ) Por necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>( ) Como Profissão <strong>de</strong>sejada( ) Retorno financeiro( ) Outros( ) Não Opinou12 - Você aconselharia aos estudantes <strong>de</strong> Ciências Contábeis a exercer aativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r após a formação acadêmica?( ) Sim( ) Não( ) Não Opinou


ANEXO A – Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.244/0961


62RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.244/09Aprova a NBC PP 01 – Perito Contábil.O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício <strong>de</strong> suasatribuições legais e regimentais,CONSIDERANDO que a constante evolução e a crescente importância daperícia contábil exigem atualização e aprimoramento das normas en<strong>de</strong>reçadasà sua regência, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a manter permanente justaposição e ajustamentoentre o <strong>trabalho</strong> a ser realiza<strong>do</strong> e o mo<strong>do</strong> ou processo <strong>de</strong>ssa realização,RESOLVE:Art. 1º. Aprovar a NBC PP 01 – Perito Contábil.Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor a partir <strong>de</strong> 1º. <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010.Art. 3º. Ficam revogadas, a partir <strong>de</strong> 1º. <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010, as Resoluções CFCnº. 857/99, 1.050/05, 1.051/05, 1.056/05 e 1.057/05, publicadas no D.O.U., SeçãoI, <strong>de</strong> 29/10/99, 08/11/05, 08/11/05, 23/12/05 e 23/12/05, respectivamente.Brasília, 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009.Conta<strong>do</strong>ra Maria Clara Cavalcante BugarimPresi<strong>de</strong>nteAta CFC Nº. 932


63NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC PP 01 – PERITO CONTÁBILÍndiceItemOBJETIVO 1CONCEITO 2 - 4COMPETÊNCIA PROFISSIONAL 5 - 6HABILITAÇÃO PROFISSIONAL 7 - 13EDUCAÇÃO CONTINUADA 14INDEPENDÊNCIA 15IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO 16 - 24Impedimento legal 20Impedimento técnico-científico 21Suspeição 22 - 24SIGILO 25 - 27RESPONSABILIDADE 28 - 36Responsabilida<strong>de</strong> e ética 30 - 34Responsabilida<strong>de</strong> civil e penal 35 - 36ZELO PROFISSIONAL 37 - 44ESCLARECIMENTOS 45UTILIZAÇÃO DE TRABALHO DE ESPECIALISTA 46HONORÁRIOS 47 - 68Elaboração <strong>de</strong> proposta 57 - 58Quesitos suplementares 59Quesitos <strong>de</strong> esclarecimentos 60 - 61Apresentação <strong>de</strong> proposta <strong>de</strong> honorários 62 - 64Levantamento <strong>de</strong> honorários 65 - 66Execução <strong>de</strong> honorários periciais 67Despesas supervenientes na execução da perícia 68MODELOS 69OBJETIVO


64Esta Norma estabelece procedimentos inerentes à atuação <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r na condição<strong>de</strong> <strong>perito</strong>.CONCEITOPerito é o conta<strong>do</strong>r regularmente registra<strong>do</strong> em Conselho Regional <strong>de</strong>Contabilida<strong>de</strong>, que exerce a ativida<strong>de</strong> pericial <strong>de</strong> forma pessoal, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> serprofun<strong>do</strong> conhece<strong>do</strong>r, por suas qualida<strong>de</strong>s e experiências, da matéria periciada.Perito-conta<strong>do</strong>r nomea<strong>do</strong> é o <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> pelo juiz em perícia contábil judicial;contrata<strong>do</strong> é o que atua em perícia contábil extrajudicial; e escolhi<strong>do</strong> é o que exercesua função em perícia contábil arbitral. Perito-conta<strong>do</strong>r assistente é o contrata<strong>do</strong> eindica<strong>do</strong> pela parte em perícias contábeis, em processos judiciais e extrajudiciais,inclusive arbitral.COMPETÊNCIA PROFISSIONALCompetência técnico-científica pressupõe ao <strong>perito</strong> manter a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> nível <strong>de</strong>conhecimento da ciência contábil, das Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, dastécnicas contábeis, da legislação relativa à profissão contábil e aquelas aplicáveis àativida<strong>de</strong> pericial, atualizan<strong>do</strong>-se, permanentemente, mediante programas <strong>de</strong>capacitação, treinamento, educação continuada e especialização. Para tanto, <strong>de</strong>ve<strong>de</strong>monstrar capacida<strong>de</strong> para:pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar a prova no lau<strong>do</strong> pericialcontábil e no parecer pericial contábil;realizar seus <strong>trabalho</strong>s com a observância da equida<strong>de</strong> significa que o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>vem atuar com igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos,a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> os preceitos legais, inerentes à profissão contábil.O espírito <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> não induz nem justifica a participação ou aconivência com erros ou atos infringentes às normas profissionais, técnicas e éticasque regem o exercício da profissão, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> estar vincula<strong>do</strong> à busca da verda<strong>de</strong>


65fática, a fim <strong>de</strong> esclarecer o objeto da perícia <strong>de</strong> forma técnica-científica e o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r assistente para subsidiar na <strong>de</strong>fesa da parte que o indicou.HABILITAÇÃO PROFISSIONALO <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve comprovar sua habilitação profissional por intermédio da Declaração<strong>de</strong> Habilitação Profissional – DHP, <strong>de</strong> que trata a Resolução CFC nº. 871/00. Épermitida a utilização da certificação digital, em consonância com a legislaçãovigente e as normas estabelecidas pela Infra-Estrutura <strong>de</strong> Chaves PúblicasBrasileiras - ICP-Brasil.A DHP <strong>de</strong>ve ser afixada abaixo da assinatura <strong>do</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r ou <strong>do</strong> <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r assistente, e no caso da DHP-Eletrônica, <strong>de</strong>ve ser colocada na primeirafolha após a assinatura <strong>de</strong> cada profissional, no lau<strong>do</strong> pericial contábil ou no parecerpericial contábil.A nomeação, a contratação e a escolha <strong>do</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r para o exercício dafunção pericial contábil, em processo judicial, extrajudicial e arbitral <strong>de</strong>vem serconsi<strong>de</strong>radas como distinção e reconhecimento da capacida<strong>de</strong> e honorabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> este escusar-se <strong>do</strong> encargo sempre que reconhecer não tercompetência técnica ou não dispor <strong>de</strong> estrutura profissional para <strong>de</strong>senvolvê-lo,po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> utilizar o serviço <strong>de</strong> especialistas <strong>de</strong> outras áreas, quan<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> objetoda perícia assim o requerer.A indicação ou a contratação para o exercício da atribuição <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>rassistente, em processo extrajudicial, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas como distinção ereconhecimento da capacida<strong>de</strong> e da honorabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> esterecusar os serviços sempre que reconhecer não estar capacita<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senvolvê-los,contemplada a utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> especialistas <strong>de</strong> outras áreas, quan<strong>do</strong> parte<strong>do</strong> objeto <strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong> assim o requerer.A utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> especialista <strong>de</strong> outras áreas, quan<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> objeto daperícia assim o requerer, não implica presunção <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>


66tal fato ser, formalmente, relata<strong>do</strong> no lau<strong>do</strong> pericial contábil ou no parecer pericialcontábil para conhecimento <strong>do</strong> julga<strong>do</strong>r, das partes ou <strong>do</strong>s contratantes.A indicação ou a contratação <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente ocorre quan<strong>do</strong> a parte oucontratante <strong>de</strong>sejar ser assistida por um conta<strong>do</strong>r, ou comprovar algo que <strong>de</strong>penda<strong>de</strong> conhecimento técnico-científico, razão pela qual o profissional só <strong>de</strong>ve aceitar oencargo se reconhecer estar capacita<strong>do</strong> com conhecimento suficiente, discernimentoe irrestrita in<strong>de</strong>pendência para a realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.Para efeito <strong>de</strong> controle técnico <strong>do</strong>s lau<strong>do</strong>s periciais e pareceres periciais contábeis,os Conselhos Regionais <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem manter relatórios atualiza<strong>do</strong>sconten<strong>do</strong>, no mínimo, i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> número <strong>do</strong> processo e local <strong>de</strong> suatramitação, para os quais foram utiliza<strong>do</strong>s a DHP. Tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> períciaextrajudicial, inclusive arbitral, <strong>de</strong>vem ser indicadas as partes para as quais foramutilizadas tais <strong>de</strong>clarações.EDUCAÇÃO CONTINUADAO <strong>perito</strong>, no exercício <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ve comprovar a participação emprograma <strong>de</strong> educação continuada, na forma a ser regulamentada pelo ConselhoFe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>.INDEPENDÊNCIAO <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve evitar qualquer interferência que possa constrangê-lo em seu <strong>trabalho</strong>,não admitin<strong>do</strong>, em nenhuma hipótese, subordinar sua apreciação a qualquer fato,pessoa, situação ou efeito que possa comprometer sua in<strong>de</strong>pendência, <strong>de</strong>nuncian<strong>do</strong>a quem <strong>de</strong> direito a eventual ocorrência da situação <strong>de</strong>scrita.IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃOSão situações fáticas ou circunstanciais que impossibilitam o <strong>perito</strong> <strong>de</strong> exercer,regularmente, suas funções ou realizar ativida<strong>de</strong> pericial em processo judicial ouextrajudicial, inclusive arbitral. Os itens previstos nesta Norma explicitam os conflitos


67<strong>de</strong> interesse motiva<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s impedimentos e das suspeições a que está sujeito o<strong>perito</strong> nos termos da legislação vigente e <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Ética Profissional <strong>do</strong>Contabilista.Para que o <strong>perito</strong> possa exercer suas ativida<strong>de</strong>s com isenção, é fator <strong>de</strong>terminanteque ele se <strong>de</strong>clare impedi<strong>do</strong>, após, nomea<strong>do</strong>, contrata<strong>do</strong>, escolhi<strong>do</strong> ou indica<strong>do</strong>quan<strong>do</strong> ocorrerem às situações previstas nesta Norma, nos itens abaixo.Quan<strong>do</strong> nomea<strong>do</strong> em juízo, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve dirigir petição, no prazo legal, justifican<strong>do</strong>a escusa ou o motivo <strong>do</strong> impedimento.Quan<strong>do</strong> indica<strong>do</strong> pela parte e não aceitan<strong>do</strong> o encargo, o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente<strong>de</strong>ve comunicar a ela sua recusa, <strong>de</strong>vidamente justificada por escrito, com cópia aojuízo.Impedimento legalO <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r nomea<strong>do</strong> ou escolhi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve se <strong>de</strong>clarar impedi<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> nãopu<strong>de</strong>r exercer suas ativida<strong>de</strong>s com imparcialida<strong>de</strong> e sem qualquer interferência <strong>de</strong>terceiros, ou ocorren<strong>do</strong> pelo menos uma das seguintes situações:for parte <strong>do</strong> processo;tiver atua<strong>do</strong> como <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r contrata<strong>do</strong> ou presta<strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento comotestemunha no processo;tiver manti<strong>do</strong>, nos últimos <strong>do</strong>is anos, ou mantenha com alguma das partes ou seusprocura<strong>do</strong>res, relação <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> como emprega<strong>do</strong>, administra<strong>do</strong>r ou colabora<strong>do</strong>rassalaria<strong>do</strong>;tiver cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateralaté o terceiro grau, postulan<strong>do</strong> no processo ou entida<strong>de</strong>s da qual esses façam parte<strong>de</strong> seu quadro societário ou <strong>de</strong> direção; tiver interesse, direto ou indireto, mediato ouimediato, por si, por seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ouem linha colateral até o terceiro grau, no resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> pericial;


68exercer cargo ou função incompatível com a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, em função<strong>de</strong> impedimentos legais ou estatutários;receber dádivas <strong>de</strong> interessa<strong>do</strong>s no processo;subministrar meios para aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>spesas <strong>do</strong> litígio; ereceber quaisquer valores e benefícios, bens ou coisas sem autorização ouconhecimento <strong>do</strong> juiz ou árbitro.Impedimento técnico-científicoO impedimento por motivos técnico-científicos a ser <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong> <strong>de</strong>corre daautonomia, estrutura profissional e da in<strong>de</strong>pendência que <strong>de</strong>vem possuir para tercondições <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong> forma isenta o seu <strong>trabalho</strong>. São motivos <strong>de</strong>impedimento técnico-científico:a matéria em litígio não ser <strong>de</strong> sua especialida<strong>de</strong>;a constatação <strong>de</strong> que os recursos humanos e materiais <strong>de</strong> sua estrutura profissionalnão permitem assumir o encargo; cumprir os prazos nos <strong>trabalho</strong>s em que o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r for nomea<strong>do</strong>, contrata<strong>do</strong> ou escolhi<strong>do</strong>; ou em que o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>rassistente for indica<strong>do</strong>;ter o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r da parte atua<strong>do</strong> para a outra parte litigante na condição <strong>de</strong>consultor técnico ou conta<strong>do</strong>r responsável, direto ou indireto em ativida<strong>de</strong> contábilou em processo no qual o objeto <strong>de</strong> perícia seja semelhante àquele da discussão,sem previamente comunicar ao contratante.SuspeiçãoO <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r nomea<strong>do</strong> ou escolhi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>clarar-se suspeito quan<strong>do</strong>, após,nomea<strong>do</strong>, contrata<strong>do</strong> ou escolhi<strong>do</strong> verificar a ocorrência <strong>de</strong> situações que venhasuscitar suspeição em função da sua imparcialida<strong>de</strong> ou in<strong>de</strong>pendência e, <strong>de</strong>stamaneira, comprometer o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong> em relação à <strong>de</strong>cisão.


69Os casos <strong>de</strong> suspeição aos quais estão sujeitos o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r são os seguintes:ser amigo íntimo <strong>de</strong> qualquer das partes;ser inimigo capital <strong>de</strong> qualquer das partes;ser <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r ou cre<strong>do</strong>r em mora <strong>de</strong> qualquer das partes, <strong>do</strong>s seus cônjuges, <strong>de</strong>parentes <strong>de</strong>stes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau ou entida<strong>de</strong>sdas quais esses façam parte <strong>de</strong> seu quadro societário ou <strong>de</strong> direção;ser her<strong>de</strong>iro presuntivo ou <strong>do</strong>natário <strong>de</strong> alguma das partes ou <strong>do</strong>s seus cônjuges;ser parceiro, emprega<strong>do</strong>r ou emprega<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguma das partes;aconselhar, <strong>de</strong> alguma forma, parte envolvida no litígio acerca <strong>do</strong> objeto dadiscussão; ehouver qualquer interesse no julgamento da causa em favor <strong>de</strong> alguma das partes.O <strong>perito</strong> po<strong>de</strong> ainda <strong>de</strong>clarar-se suspeito por motivo íntimo.SIGILOO <strong>perito</strong>, em obediência ao Código <strong>de</strong> Ética Profissional <strong>do</strong> Contabilista, <strong>de</strong>verespeitar e assegurar o sigilo das informações a que teve acesso, proibida a suadivulgação, salvo quan<strong>do</strong> houver obrigação legal <strong>de</strong> fazê-lo.O <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> sigilo subsiste mesmo na hipótese <strong>de</strong> o profissional se <strong>de</strong>sligar <strong>do</strong><strong>trabalho</strong> antes <strong>de</strong> tê-lo concluí<strong>do</strong>.Os emprega<strong>do</strong>s <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e ConselhosRegionais <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, para efetuarem a fiscalização <strong>do</strong> exercício profissional


70<strong>de</strong>vem ter competência legal similar à requerida <strong>do</strong> <strong>perito</strong> para o <strong>trabalho</strong> por elerealiza<strong>do</strong>, e assumem compromisso <strong>de</strong> sigilo profissional semelhante.RESPONSABILIDADEO <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve conhecer as responsabilida<strong>de</strong>s sociais, éticas, profissionais e legais,às quais está sujeito no momento em que aceita o encargo para a execução <strong>de</strong>perícias contábeis judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral.O termo “responsabilida<strong>de</strong>” refere-se à obrigação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> em respeitar os princípiosda moral, da ética e <strong>do</strong> direito, atuan<strong>do</strong> com lealda<strong>de</strong>, i<strong>do</strong>neida<strong>de</strong> e honestida<strong>de</strong> no<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, sob pena <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r civil, criminal, ética eprofissionalmente por seus atos.Responsabilida<strong>de</strong> e éticaA responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>perito</strong> <strong>de</strong>corre da relevância que o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua atuaçãopo<strong>de</strong> produzir para solução da li<strong>de</strong>.A responsabilida<strong>de</strong> ética <strong>do</strong> <strong>perito</strong> <strong>de</strong>corre da necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cumprimento <strong>do</strong>sprincípios éticos, em especial, os estabeleci<strong>do</strong>s no Código <strong>de</strong> Ética Profissional <strong>do</strong>Contabilista e nesta Norma.Ciente <strong>do</strong> livre exercício profissional <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, sempre que possível enão houver prejuízo aos seus compromissos profissionais e suas finanças pessoais,em colaboração com o Po<strong>de</strong>r Judiciário aceitar o encargo confia<strong>do</strong>, na condição <strong>de</strong><strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> juízo, ou escusar-se <strong>do</strong> encargo, no prazo legal, apresentan<strong>do</strong>suas razões.Cumpre ao <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r no exercício <strong>de</strong> seu ofício atuar com in<strong>de</strong>pendência.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas funções <strong>de</strong>ve propugnar pelaimparcialida<strong>de</strong>, dispensan<strong>do</strong> igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento às partes e especialmente aos


71<strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>res assistentes. Não se consi<strong>de</strong>ra parcialida<strong>de</strong>, entre outros, osseguintes:aten<strong>de</strong>r a uma das partes ou <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>res assistentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se assegureigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> à outra parte, quan<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong>; <strong>trabalho</strong> técnicocientíficoanteriormente publica<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r que verse sobre o temaobjeto da perícia.Responsabilida<strong>de</strong> civil e penalA legislação civil <strong>de</strong>termina responsabilida<strong>de</strong>s e penalida<strong>de</strong>s para o profissional queexerce a função <strong>de</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, as quais consistem em multa, in<strong>de</strong>nização einabilitação.A legislação penal estabelece penas <strong>de</strong> multa, <strong>de</strong>tenção e reclusão para osprofissionais que exercem a ativida<strong>de</strong> pericial que vierem a <strong>de</strong>scumprir as normaslegais.ZELO PROFISSIONALO termo “zelo” para o <strong>perito</strong> refere-se ao cuida<strong>do</strong> que o mesmo <strong>de</strong>ve dispensar naexecução <strong>de</strong> suas tarefas, em relação à sua conduta, <strong>do</strong>cumentos, prazos,tratamento dispensa<strong>do</strong> às autorida<strong>de</strong>s, aos integrantes da li<strong>de</strong> e aos <strong>de</strong>maisprofissionais, <strong>de</strong> forma que sua pessoa seja respeitada, seu <strong>trabalho</strong> leva<strong>do</strong> a bomtermo e, conseqüentemente, o lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábildignos <strong>de</strong> fé pública.O zelo profissional <strong>do</strong> <strong>perito</strong> na realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s periciais compreen<strong>de</strong>:cumprir os prazos fixa<strong>do</strong>s pelo juiz em perícia judicial e nos termos contrata<strong>do</strong>s emperícia extrajudicial, inclusive arbitral;


72assumir a responsabilida<strong>de</strong> pessoal por todas as informações prestadas, quesitosrespondi<strong>do</strong>s, procedimentos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, diligências realizadas, valores apura<strong>do</strong>s econclusões apresentadas no Lau<strong>do</strong> Pericial Contábil e no Parecer Pericial Contábil;prestar os esclarecimentos <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelo juiz ou pelo árbitro, respeita<strong>do</strong>s osprazos legais ou contratuais;propugnar pela celerida<strong>de</strong> processual, valen<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s meios que garantameficiência, segurança, publicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s atos periciais, economicida<strong>de</strong>, o contraditórioe a ampla <strong>de</strong>fesa;ser pru<strong>de</strong>nte, no limite <strong>do</strong>s aspectos técnico-científicos, e atento às conseqüênciasadvindas <strong>do</strong>s seus atos;ser receptivo aos argumentos e críticas, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ratificar ou retificar oposicionamento anterior.A transparência e o respeito recíproco entre o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r e o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>rassistente pressupõem tratamento impessoal, restringin<strong>do</strong> os <strong>trabalho</strong>s,exclusivamente, ao conteú<strong>do</strong> técnico-científico.O <strong>perito</strong> é responsável pelo <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> sua equipe técnica, a qual compreen<strong>de</strong> osauxiliares para execução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> complementar <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e/ouparecer pericial contábil, tais como: digitação, pesquisas e análises contábeis,cálculos e pesquisas pertinentes.O <strong>perito</strong> ao contratar os serviços <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> outras profissõesregulamentadas, <strong>de</strong>ve certificar-se <strong>de</strong> que eles se encontram em situação regularperante o seu conselho profissional. São exemplos <strong>de</strong> lau<strong>do</strong>s interprofissionais parasubsidiar a perícia contábil:avaliação <strong>de</strong> engenharia;<strong>de</strong> medicina para subsidiar a perícia contábil em cálculo <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> perdas edanos, para apuração <strong>de</strong> danos emergentes ou lucros cessantes;


73<strong>de</strong> <strong>perito</strong> criminal em <strong>do</strong>cumentos, cópia e grafotécnica para reconhecer aautenticida<strong>de</strong> ou a falsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos.Sempre que não for possível concluir o lau<strong>do</strong> pericial contábil no prazo fixa<strong>do</strong> pelojuiz, <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r requerer a sua dilação antes <strong>de</strong> venci<strong>do</strong> aquele,apresentan<strong>do</strong> os motivos que ensejaram a solicitação.Na perícia extrajudicial, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve estipular, <strong>de</strong> comum acor<strong>do</strong> com o contratante,os prazos necessários para a execução <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s, junto com a proposta <strong>de</strong>honorários e com a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong>s serviços a executar.A realização <strong>de</strong> diligências para busca <strong>de</strong> provas, quan<strong>do</strong> necessária, é <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong> exclusiva <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> mediante <strong>de</strong>legação expressaautorizar terceiros, na arrecadação <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> prova.ESCLARECIMENTOSEm <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> sua conduta técnica profissional, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve prestaresclarecimentos sobre o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil ou <strong>do</strong> parecer pericialcontábil, em atendimento a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> juiz ou árbitro que presi<strong>de</strong> o feito ou apedi<strong>do</strong> das partes.UTILIZAÇÃO DE TRABALHO DE ESPECIALISTAO <strong>perito</strong> po<strong>de</strong> valer-se <strong>de</strong> especialistas <strong>de</strong> outras áreas para a realização <strong>do</strong><strong>trabalho</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que parte da matéria-objeto da perícia assim o requeira. Talobrigação assumida pelo <strong>perito</strong> perante o julga<strong>do</strong>r ou contratante não exime oespecialista contrata<strong>do</strong> da responsabilida<strong>de</strong> pelo <strong>trabalho</strong> executa<strong>do</strong>. São exemplos<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> especialista: analista <strong>de</strong> sistema, atuário, tecnólogo, geólogo,especialista em obras <strong>de</strong> artes e outros avalia<strong>do</strong>res. Neste caso, o especialistanomea<strong>do</strong> pelo juiz <strong>de</strong>ve protocolizar o seu lau<strong>do</strong> em juízo e o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, ou<strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, po<strong>de</strong> valer-se das apurações e conclusões ali constantes.


74HONORÁRIOSNa elaboração da proposta <strong>de</strong> honorários, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ver consi<strong>de</strong>rar os seguintesfatores: a relevância, o vulto, o risco, a complexida<strong>de</strong>, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horas, opessoal técnico, o prazo estabeleci<strong>do</strong>, a forma <strong>de</strong> recebimento e os lau<strong>do</strong>sinterprofissionais, entre outros fatores.A relevância é entendida como a importância da perícia no contexto social e suaessencialida<strong>de</strong> para dirimir as dúvidas <strong>de</strong> caráter técnico-científico contábil,suscitadas em <strong>de</strong>manda judicial ou extrajudicial.O vulto está relaciona<strong>do</strong> ao valor da causa no que se refere ao objeto da perícia; àdimensão <strong>de</strong>terminada pelo volume <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>; e à abrangência pelas áreas <strong>de</strong>conhecimento envolvidas.O risco compreen<strong>de</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> honorário pericial não ser integralmenterecebi<strong>do</strong>, o tempo necessário ao recebimento, bem como a antecipação das<strong>de</strong>spesas necessárias à execução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>. Igualmente, <strong>de</strong>vem ser levadas emconsi<strong>de</strong>ração as implicações cíveis, penais, profissionais e outras <strong>de</strong> caráterespecífico a que po<strong>de</strong>r estar sujeito o <strong>perito</strong>.A complexida<strong>de</strong> está relacionada à dificulda<strong>de</strong> técnica para a realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>pericial em <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> especialização exigi<strong>do</strong>; à dificulda<strong>de</strong> em obter oselementos necessários para a fundamentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil; e ao tempotranscorri<strong>do</strong> entre o fato a ser pericia<strong>do</strong> e a realização da perícia. Deve serconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> também o ineditismo da matéria periciada.As horas estimadas para a realização <strong>de</strong> cada fase <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> é o tempo<strong>de</strong>spendi<strong>do</strong> para a realização da perícia, mensura<strong>do</strong> em horas trabalhadas pelo<strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> aplicável.O pessoal técnico é forma<strong>do</strong> pelos auxiliares que integram a equipe <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong><strong>perito</strong>, estan<strong>do</strong> os mesmos sob sua orientação direta e inteira responsabilida<strong>de</strong>.


75O prazo <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> nas perícias judiciais ou contrata<strong>do</strong> nas extrajudiciais <strong>de</strong>ve serleva<strong>do</strong> em conta nas propostas <strong>de</strong> honorários, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se eventual exigüida<strong>de</strong><strong>do</strong> tempo que requeira <strong>de</strong>dicação exclusiva <strong>do</strong> <strong>perito</strong> e da sua equipe para aconsecução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.O prazo médio habitual <strong>de</strong> liquidação compreen<strong>de</strong> o tempo necessário pararecebimento <strong>do</strong>s honorários.Os lau<strong>do</strong>s interprofissionais e outros inerentes ao <strong>trabalho</strong> são peças técnicasexecutadas por <strong>perito</strong> qualifica<strong>do</strong> e habilita<strong>do</strong> na forma <strong>de</strong>finida no Código <strong>de</strong>Processo Civil e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o conselho profissional ao qual estiver vincula<strong>do</strong>.Elaboração <strong>de</strong> propostaO <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve elaborar a proposta <strong>de</strong> honorários estiman<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> possível, onúmero <strong>de</strong> horas para a realização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, por etapa e por qualificação <strong>do</strong>sprofissionais (auxiliares, assistentes, seniores, etc.) consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os <strong>trabalho</strong>s aseguir especifica<strong>do</strong>s:retirada e entrega <strong>do</strong>s autos;leitura e interpretação <strong>do</strong> processo;elaboração <strong>de</strong> termos <strong>de</strong> diligências para arrecadação <strong>de</strong> provas e comunicações àspartes, terceiros e <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>ra assistentes;realização <strong>de</strong> diligências;pesquisa <strong>do</strong>cumental e exame <strong>de</strong> livros contábeis, fiscais e societários; realização<strong>de</strong> planilhas <strong>de</strong> cálculos, quadros, gráficos, simulações e análises <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s;lau<strong>do</strong>s interprofissionais;


76elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>;reuniões com <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>ra assistentes, quan<strong>do</strong> for o caso;revisão final;<strong>de</strong>spesas com viagens, hospedagens, transporte, alimentação, etc.;outros <strong>trabalho</strong>s com <strong>de</strong>spesas supervenientes.O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar, na proposta <strong>de</strong> honorários, os seguintes itens:relevância e valor da causa;prazos para execução da perícia;local da coleta <strong>de</strong> provas e realização da perícia.Quesitos suplementaresO <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve ressaltar, em sua proposta <strong>de</strong> honorários, que esta não contempla oshonorários relativos a quesitos suplementares e, se estes forem formula<strong>do</strong>s pelo juize/ou pelas partes, po<strong>de</strong> haver incidência <strong>de</strong> honorários suplementares a seremrequeri<strong>do</strong>s, observan<strong>do</strong> os mesmos critérios a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para elaboração da propostaanterior.Quesitos <strong>de</strong> esclarecimentosO oferecimento <strong>de</strong> respostas aos quesitos <strong>de</strong> esclarecimentos formula<strong>do</strong>s pelo juize/ou pelas partes po<strong>de</strong>m não ensejar novos honorários periciais, se foremapresenta<strong>do</strong>s para obtenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> realiza<strong>do</strong>.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve analisar com zelo os quesitos <strong>de</strong> esclarecimentos, uma vezque as partes po<strong>de</strong>m formulá-los com essa <strong>de</strong>nominação, mas serem quesitossuplementares, situação em que o <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong>ve ser remunera<strong>do</strong> na forma prevista


77no item 63. Para tanto, o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>rá requerer honorários suplementares,justifican<strong>do</strong> o pleito, pela caracterização <strong>de</strong> quesito suplementar.Apresentação <strong>de</strong> proposta <strong>do</strong>s honoráriosO <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve apresentar sua proposta <strong>de</strong> honorários, <strong>de</strong>vidamentefundamentada, ao juízo ou contratante, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> conter o orçamento ou esteconstituir-se em um <strong>do</strong>cumento anexo.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>ve explicitar a sua proposta no contrato que,obrigatoriamente, celebrará com o seu cliente, observan<strong>do</strong> as normas estabelecidaspelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>ve estabelecer, mediante “Contrato Particular <strong>de</strong>Prestação <strong>de</strong> Serviços Profissionais <strong>de</strong> Perícia Contábil”, o objeto, as obrigações daspartes e os honorários profissionais, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, para tanto, utilizar-se <strong>do</strong>s parâmetrosestabeleci<strong>do</strong>s nesta Norma com relação aos honorários <strong>do</strong> <strong>perito</strong> conta<strong>do</strong>r. O <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r assistente <strong>de</strong>ve a<strong>do</strong>tar, no mínimo, o mo<strong>de</strong>lo constante nesta Normareferente ao seu contrato <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços.Levantamento <strong>do</strong>s honoráriosO <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve requerer o levantamento <strong>do</strong>s honorários periciais,previamente <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s, na mesma petição em que requer a juntada <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>pericial aos autos.O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> requerer a liberação parcial <strong>do</strong>s honorários quan<strong>do</strong> julgarnecessário para o custeio <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas durante a realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s.Execução <strong>de</strong> honorários periciaisQuan<strong>do</strong> os honorários periciais forem fixa<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>cisão judicial, estes po<strong>de</strong>m serexecuta<strong>do</strong>s, judicialmente, pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r em conformida<strong>de</strong> com osdispositivos <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Civil.


78Despesas supervenientes na execução da períciaNos casos em que houver necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembolso para <strong>de</strong>spesassupervenientes, tais como viagens e estadas, para a realização <strong>de</strong> outrasdiligências, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve requerer ao juízo ou solicitar ao contratante o pagamentodas <strong>de</strong>spesas, apresentan<strong>do</strong> a respectiva comprovação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não estejamcontempladas ou quantificadas na proposta inicial <strong>de</strong> honorários.


ANEXO B – Resolução <strong>do</strong> CFC nº 1.243/0979


80RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.243/09Aprova a NBC TP 01 – Perícia Contábil.O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício <strong>de</strong> suasatribuições legais e regimentais,CONSIDERANDO que a constante evolução e a crescente importância daperícia contábil exigem atualização e aprimoramento das normas en<strong>de</strong>reçadasà sua regência, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a manter permanente justaposição e ajustamentoentre o <strong>trabalho</strong> a ser realiza<strong>do</strong> e o mo<strong>do</strong> ou processo <strong>de</strong>ssa realização.RESOLVE:Art. 1º. Aprovar a NBC TP 01 – Perícia Contábil.Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor a partir <strong>de</strong> 1º. De janeiro <strong>de</strong> 2010.Art. 3º. Ficam revogadas, a partir <strong>de</strong> 1º. <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010, as Resoluções CFCnº. 858/99, 938/02, 939/02, 940/02, 985/03, 1.021/05 e 1.041/05, publicadas noD.O.U., Seção I, <strong>de</strong> 29/10/99, 11/06/02, 11/06/02, 11/06/02, 28/11/03, 22/04/05 e22/09/05, respectivamente.Brasília, 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009.Conta<strong>do</strong>ra Maria Clara Cavalcante Bugarim Presi<strong>de</strong>nte.


81Ata CFC Nº. 932NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC TP 01 – PERÍCIA CONTÁBILÍndiceItemOBJETIVO 1CONCEITO 2 - 5EXECUÇÃO 6 - 17PROCEDIMENTOS 18 - 30PLANEJAMENTO 31 - 46Objetivos 33Desenvolvimento 34 - 38Riscos e custos 39Equipe técnica 40 - 41Cronograma 42 - 45Conclusão 46TERMO DE DILIGÊNCIA 47 - 56Aplicabilida<strong>de</strong> 49 - 54Estrutura 55 - 56LAUDO E PARECER PERICIAL CONTÁBIL 57 - 88Apresentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> e <strong>do</strong> parecer pericial contábil 60 - 66Terminologia 67 - 79Estrutura 80Assinatura em conjunto 81 - 83Lau<strong>do</strong> e parecer <strong>de</strong> leigo ou profissional não habilita<strong>do</strong> 84Esclarecimentos <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> e <strong>do</strong> parecer pericial contábil emAudiência 85 - 86Quesitos e respostas 87Quesitos novos 88MODELOSOBJETIVO14. Esta Norma estabelece regras e procedimentos técnico-científicos a seremobserva<strong>do</strong>s pelo <strong>perito</strong>, quan<strong>do</strong> da elaboração <strong>de</strong> perícia contábil, no âmbito judicial,extrajudicial, inclusive arbitral, mediante o esclarecimento <strong>do</strong>s aspectos e <strong>do</strong>s fatos


82<strong>do</strong> litígio por meio <strong>de</strong> exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento,avaliação, ou certificação.CONCEITO15. A perícia contábil constitui o conjunto <strong>de</strong> procedimentos técnico-científicos<strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a levar à instância <strong>de</strong>cisória elementos <strong>de</strong> prova necessários a subsidiarà justa solução <strong>do</strong> litígio ou constatação <strong>de</strong> um fato, mediante lau<strong>do</strong> pericial contábile/ou parecer pericial contábil, em conformida<strong>de</strong> com as normas jurídicas eprofissionais, e a legislação específica no que for pertinente.16. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil têm por limite os própriosobjetivos da perícia <strong>de</strong>ferida ou contratada.17. A perícia contábil, tanto a judicial como a extrajudicial, é <strong>de</strong> competênciaexclusiva <strong>de</strong> conta<strong>do</strong>r registra<strong>do</strong> em Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>. Enten<strong>de</strong>secomo perícia judicial aquela exercida sob a tutela da justiça. A perícia extrajudicialé aquela exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária.18. A perícia arbitral é aquela exercida sob o controle da lei <strong>de</strong> arbitragem. Períciano âmbito estatal é executada sob o controle <strong>de</strong> órgão <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, tais como períciaadministrativa das Comissões Parlamentares <strong>de</strong> Inquérito, <strong>de</strong> perícia criminal e <strong>do</strong>Ministério Público. Perícia voluntária é aquela contratada espontaneamente pelointeressa<strong>do</strong> ou <strong>de</strong> comum acor<strong>do</strong> entre as partes.EXECUÇÃO19. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente po<strong>de</strong>, tão logo tenha conhecimento da perícia,manter contato com o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, pon<strong>do</strong>-se à disposição para o planejamento,para o fornecimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos em po<strong>de</strong>r da parte que o contratou e ainda paraa execução conjunta da perícia. Uma vez recusada à participação, o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>rpo<strong>de</strong> permitir ao assistente técnico acesso aos autos e aos elementos <strong>de</strong> provaarrecada<strong>do</strong>s durante a perícia, indican<strong>do</strong> local e hora para exame pelo assistentetécnico.20. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente po<strong>de</strong>, logo após sua contratação, manter contatocom o advoga<strong>do</strong> da parte que o contratou, requeren<strong>do</strong> <strong>do</strong>ssiê completo <strong>do</strong> processopara conhecimento <strong>do</strong>s fatos e melhor acompanhamento <strong>do</strong>s atos processuais noque pertence a perícia.21. O <strong>perito</strong>, enquanto estiver <strong>de</strong> posse <strong>do</strong> processo ou <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos, <strong>de</strong>ve zelarpor sua guarda e segurança.22. Para a execução da perícia contábil, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve ater-se ao objeto e ao lapsotemporal da perícia a ser realizada.23. Mediante termo <strong>de</strong> diligência, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve solicitar por escrito to<strong>do</strong>s os<strong>do</strong>cumentos e informações relacionadas ao objeto da perícia.24. A eventual recusa no atendimento a diligências solicitadas ou qualquerdificulda<strong>de</strong> na execução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> pericial <strong>de</strong>ve ser comunicada, com a <strong>de</strong>vida


83comprovação ou justificativa, ao juízo, em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> perícia judicial; ou à partecontratante, no caso <strong>de</strong> perícia extrajudicial.25. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve utilizar os meios que lhe são faculta<strong>do</strong>s pela legislação e normasconcernentes ao exercício <strong>de</strong> sua função, com vistas a instruir o lau<strong>do</strong> pericialcontábil ou parecer pericial contábil com as peças que julgarem necessárias.26. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve manter registros <strong>do</strong>s locais e datas das diligências, nomes daspessoas que os aten<strong>de</strong>rem, livros e <strong>do</strong>cumentos ou coisas examinadas ouarrecadadas, da<strong>do</strong>s e particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interesse da perícia, rubrican<strong>do</strong> a<strong>do</strong>cumentação examinada, quan<strong>do</strong> julgarem necessário e possível, juntan<strong>do</strong> oelemento <strong>de</strong> prova original, cópia ou certidão.27. A execução da perícia, quan<strong>do</strong> incluir a utilização <strong>de</strong> equipe técnica, <strong>de</strong>ve serrealizada sob a orientação e supervisão <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, que assume a responsabilida<strong>de</strong>pelos <strong>trabalho</strong>s, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> assegurar-se que as pessoa contratadas estejamprofissionalmente capacitadas à execução.28. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve <strong>do</strong>cumentar os elementos relevantes que serviram <strong>de</strong> suporte àconclusão formalizada no lau<strong>do</strong> pericial contábil e no parecer pericial contábil, pormeio <strong>de</strong> papéis <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, que foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s relevantes, visan<strong>do</strong>fundamentar o lau<strong>do</strong> ou parecer e comprovar que a perícia foi executada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com os <strong>de</strong>spachos e <strong>de</strong>cisões judiciais, bem como as normas legais e NormasBrasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>.29. Enten<strong>de</strong>-se por papéis <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a <strong>do</strong>cumentação preparada pelo <strong>perito</strong> para aexecução da perícia. Eles integram um processo organiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> provas,por intermédio <strong>de</strong> termos <strong>de</strong> diligência, informações em papel, meios eletrônicos,plantas, <strong>de</strong>senhos, fotografias, correspondências, <strong>de</strong>poimentos, notificações,<strong>de</strong>clarações, comunicações ou outros quaisquer meios <strong>de</strong> prova forneci<strong>do</strong>s e peçasque assegurem o objetivo da execução pericial.30. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente que assessorar o contratante, na elaboração dasestratégias a serem a<strong>do</strong>tadas na proposição <strong>de</strong> solução por acor<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>manda,cumprirá, no que couber, os requisitos <strong>de</strong>sta Norma.PROCEDIMENTOS31. Os procedimentos <strong>de</strong> perícia contábil visam fundamentar as conclusões queserão levadas ao lau<strong>do</strong> pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem,total ou parcialmente, segun<strong>do</strong> a natureza e a complexida<strong>de</strong> da matéria, exame,vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação ecertificação.32. O exame é a análise <strong>de</strong> livros, registros das transações e <strong>do</strong>cumentos.33. A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação <strong>de</strong> situação,coisa ou fato, <strong>de</strong> forma circunstancial.34. A indagação é a busca <strong>de</strong> informações mediante entrevista com conhece<strong>do</strong>res<strong>do</strong> objeto ou <strong>de</strong> fato relaciona<strong>do</strong> à perícia.


8435. A investigação é a pesquisa que busca trazer ao lau<strong>do</strong> pericial contábil ouparecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.36. O arbitramento é a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> valores ou a solução <strong>de</strong> controvérsia porcritério técnico-científico.37. A mensuração é o ato <strong>de</strong> qualificação e quantificação física <strong>de</strong> coisas, bens,direitos e obrigações.38. A avaliação é o ato <strong>de</strong> estabelecer o valor <strong>de</strong> coisas, bens, direitos, obrigações,<strong>de</strong>spesas e receitas.39. A certificação é o ato <strong>de</strong> atestar a informação trazida ao lau<strong>do</strong> pericial contábilpelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, conferin<strong>do</strong>-lhe caráter <strong>de</strong> autenticida<strong>de</strong> pela fé pública atribuídaa este profissional.40. Concluídas as diligências, o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r apresentará lau<strong>do</strong> pericial contábil, eo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente seu parecer pericial contábil, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> aosrespectivos prazos.41. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> concluí<strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong>, fornecerá, quan<strong>do</strong>solicita<strong>do</strong>, cópia <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>, ao <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, informan<strong>do</strong>-lhe a data emque o lau<strong>do</strong> pericial contábil será protocoliza<strong>do</strong>.42. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente não po<strong>de</strong> firmar o lau<strong>do</strong> pericial quan<strong>do</strong> o<strong>do</strong>cumento tiver si<strong>do</strong> elabora<strong>do</strong> por leigo ou profissional <strong>de</strong> outra área, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>,neste caso, apresentar um parecer pericial contábil sobre a matéria investigada.43. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, ao apor a assinatura, em conjunto com o <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>r, em lau<strong>do</strong> pericial contábil, não po<strong>de</strong> emitir parecer pericial contábilcontrário ao lau<strong>do</strong>.PLANEJAMENTO44. O planejamento da perícia é a etapa <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> pericial, que antece<strong>de</strong> asdiligências, pesquisas, cálculos e respostas aos quesitos, na qual o <strong>perito</strong>estabelece os procedimentos gerais <strong>do</strong>s exames a serem executa<strong>do</strong>s no âmbitojudicial, extrajudicial para o qual foi nomea<strong>do</strong>, indica<strong>do</strong> ou contrata<strong>do</strong>, elaboran<strong>do</strong>-oa partir <strong>do</strong> exame <strong>do</strong> objeto da perícia.45. Enquanto o planejamento da perícia é um procedimento prévio abrangente quese propõe a estabelecer todas as etapas da perícia, o programa <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> é aespecificação <strong>de</strong> cada etapa a ser realizada que <strong>de</strong>ve ser elaborada com base nosquesitos e/ou no objeto da perícia.Objetivos46. Os objetivos <strong>do</strong> planejamento da perícia são:(a) conhecer o objeto da perícia, a fim <strong>de</strong> permitir a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> procedimentos queconduzam à revelação da verda<strong>de</strong>, a qual subsidiará o juízo, o árbitro ou ointeressa<strong>do</strong> a tomar a <strong>de</strong>cisão a respeito da li<strong>de</strong>;


85(b) <strong>de</strong>finir a natureza, a oportunida<strong>de</strong> e a extensão <strong>do</strong>s exames a serem realiza<strong>do</strong>s,em consonância com o objeto da perícia, os termos constantes da nomeação, <strong>do</strong>squesitos ou da proposta <strong>de</strong> honorários oferecida pelo <strong>perito</strong>;(c) estabelecer condições para que o <strong>trabalho</strong> seja cumpri<strong>do</strong> no prazo estabeleci<strong>do</strong>;(d) i<strong>de</strong>ntificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no andamentoda perícia;(e) i<strong>de</strong>ntificar fatos que possam vir a ser importantes para a solução da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>forma que não passem <strong>de</strong>spercebi<strong>do</strong>s ou não recebam a atenção necessária;(f) i<strong>de</strong>ntificar a legislação aplicável ao objeto da perícia;(g) estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da equipe <strong>de</strong><strong>trabalho</strong>, sempre que o <strong>perito</strong> necessitar <strong>de</strong> auxiliares;(h) facilitar a execução e a revisão <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s.Desenvolvimento47. Os <strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong>s autos servem como suporte para obtenção das informaçõesnecessárias à elaboração <strong>do</strong> planejamento da perícia.48. Em caso <strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> diligências, na etapa<strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong> planejamento, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, se não <strong>de</strong>clarada àpreclusão <strong>de</strong> prova <strong>do</strong>cumental, a legislação aplicável, <strong>do</strong>cumentos, registros, livroscontábeis, fiscais e societários, lau<strong>do</strong>s e pareceres já realiza<strong>do</strong>s e outrasinformações que forem i<strong>de</strong>ntificadas como pertinentes para <strong>de</strong>terminar a natureza <strong>do</strong><strong>trabalho</strong> a ser executa<strong>do</strong>.49. O planejamento da perícia <strong>de</strong>ve ser manti<strong>do</strong> por qualquer meio <strong>de</strong> registro quefacilite o entendimento <strong>do</strong>s procedimentos a serem a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s e sirva <strong>de</strong> orientaçãoa<strong>de</strong>quada à execução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.50. O planejamento <strong>de</strong>ve ser revisa<strong>do</strong> e atualiza<strong>do</strong> sempre que fatos novos surjamno <strong>de</strong>correr da perícia.51. O planejamento <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r, ainda que o <strong>trabalho</strong>venha a ser realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma conjunta com o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>este orientar-se no referi<strong>do</strong> planejamento.Riscos e custos52. O <strong>perito</strong>, na fase <strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong> planejamento, com vistas a elaborar aproposta <strong>de</strong> honorários, <strong>de</strong>ve avaliar os riscos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> civil,<strong>de</strong>spesas com pessoal e encargos sociais, <strong>de</strong>preciação <strong>de</strong> equipamentos e<strong>de</strong>spesas com manutenção <strong>do</strong> escritório.Equipe técnica


8653. Quan<strong>do</strong> a perícia exigir a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> terceiros(equipe <strong>de</strong> apoio, <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> especialistas ou profissionais <strong>de</strong> outras áreas <strong>de</strong>conhecimento), o planejamento <strong>de</strong>ve prever a orientação e a supervisão <strong>do</strong> <strong>perito</strong>,que assumirá responsabilida<strong>de</strong> pelos <strong>trabalho</strong>s executa<strong>do</strong>s exclusivamente por suaequipe <strong>de</strong> apoio.54. Quan<strong>do</strong> a perícia exigir a utilização <strong>de</strong> perícias interdisciplinares ou <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong>especialistas, estes <strong>de</strong>vem estar <strong>de</strong>vidamente registra<strong>do</strong>s em seus conselhosprofissionais, quan<strong>do</strong> aplicável, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> o planejamento contemplar talnecessida<strong>de</strong>.Cronograma55. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve levar em consi<strong>de</strong>ração que o planejamento da perícia,quan<strong>do</strong> for o caso, inicia-se antes da elaboração da proposta <strong>de</strong> honorários,consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se que, para apresentá-la ao juízo, árbitro ou às partes no caso <strong>de</strong>perícia extrajudicial, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se especificar as etapas <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> a seremrealizadas. Isto implica que o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve ter conhecimento prévio <strong>de</strong> todasas etapas, salvo aquelas que somente serão i<strong>de</strong>ntificadas quan<strong>do</strong> da execução daperícia, inclusive a possibilida<strong>de</strong> da apresentação <strong>de</strong> quesitos suplementares, o queserá objeto <strong>do</strong> ajuste no planejamento.56. O planejamento da perícia <strong>de</strong>ve evi<strong>de</strong>nciar as etapas e as épocas em que serãoexecuta<strong>do</strong>s os <strong>trabalho</strong>s, em conformida<strong>de</strong> com o conteú<strong>do</strong> da proposta <strong>de</strong>honorários a ser apresentada, incluin<strong>do</strong>-se a supervisão e a revisão <strong>do</strong> próprioplanejamento, os programas <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> quan<strong>do</strong> aplicáveis, até a entrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>.57. No cronograma <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, <strong>de</strong>vem ficar evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> aplicáveis, to<strong>do</strong>sos itens necessários à execução da perícia, tais como: diligências a seremrealizadas, <strong>de</strong>slocamentos, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> terceiros, pesquisas queserão feitas, elaboração <strong>de</strong> cálculos e planilhas, respostas aos quesitos, prazo paraentrega <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> e outros, <strong>de</strong> forma a assegurar que todas as etapas necessárias àrealização da perícia sejam cumpridas.58. Para cumprir o prazo <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ou contrata<strong>do</strong> para realização <strong>do</strong>s <strong>trabalho</strong>s<strong>de</strong> perícia, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar em seus planejamentos, quan<strong>do</strong> aplicáveis,entre outros, os seguintes itens:(a) o conteú<strong>do</strong> da proposta <strong>de</strong> honorários apresentada pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r e aceitapelo juízo, pelo árbitro ou pelas partes no caso <strong>de</strong> perícia extrajudicial ou pelo <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>rassistente;(b) o prazo suficiente para solicitar e receber os <strong>do</strong>cumentos, bem como para aexecução e a entrega <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>;(c) a programação <strong>de</strong> viagens, quan<strong>do</strong> necessárias.Conclusão59. A conclusão <strong>do</strong> planejamento da perícia ocorre quan<strong>do</strong> o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>rcompletar as análises preliminares, dan<strong>do</strong> origem, quan<strong>do</strong> for o caso, à proposta <strong>de</strong>honorários (nos casos em que o juízo ou o árbitro não tenha fixa<strong>do</strong>, previamente,


87honorários <strong>de</strong>finitivos), aos termos <strong>de</strong> diligências e aos programas <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. Ummo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> planejamento para perícia judicial encontra-se em anexo ao final <strong>de</strong>staNorma.TERMO DE DILIGÊNCIA60. Termo <strong>de</strong> diligência é o instrumento por meio <strong>do</strong> qual o <strong>perito</strong> solicita<strong>do</strong>cumentos, coisas, da<strong>do</strong>s, bem como quaisquer informações necessárias àelaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil ou <strong>do</strong> parecer pericial contábil.61. Servirá ainda para a execução <strong>de</strong> outros <strong>trabalho</strong>s que tenham si<strong>do</strong> a ele<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s ou solicita<strong>do</strong>s por quem <strong>de</strong> direito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tenham a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>orientar ou colaborar nas <strong>de</strong>cisões, judiciais ou extrajudiciais.Aplicabilida<strong>de</strong>62. O termo <strong>de</strong> diligência <strong>de</strong>ve ser redigi<strong>do</strong> pelo <strong>perito</strong>, ser apresenta<strong>do</strong> diretamenteà parte, ao seu procura<strong>do</strong>r, ou ao terceiro, por qualquer meio escrito que se possa<strong>do</strong>cumentar a sua entrega, conten<strong>do</strong> minuciosamente o rol <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos, livros,coisas, ou outros da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> que se necessite para a elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericialcontábil ou parecer pericial contábil.63. Diligencia<strong>do</strong> é qualquer pessoa física ou jurídica, inclusive <strong>de</strong> direito público, quetenha a posse <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos, coisas, da<strong>do</strong>s ou informações úteis e indispensáveispara subsidiar a elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil ou <strong>do</strong> parecer pericial contábil,e que o <strong>de</strong>stinatário, por <strong>de</strong>corrência legal ou <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>competente, esteja obriga<strong>do</strong> a fornecer elementos <strong>de</strong> prova.64. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve observar os prazos a que está obriga<strong>do</strong> por força <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminaçãolegal, e <strong>de</strong>ssa forma, sempre mencionar o tempo máximo para o cumprimento dasolicitação a que está obriga<strong>do</strong> o diligencia<strong>do</strong>.65. O termo <strong>de</strong> diligência <strong>de</strong>ve conter, quan<strong>do</strong> possível, a relação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos,coisas ou da<strong>do</strong>s que o <strong>perito</strong> tenha menciona<strong>do</strong> em petição <strong>de</strong> honorários judicial ouem contrato.66. Deve ser apensada ao lau<strong>do</strong> ou parecer cópia <strong>do</strong> termo <strong>de</strong> diligência conten<strong>do</strong> ociente <strong>do</strong> diligencia<strong>do</strong> ou <strong>do</strong> seu representante legal. Deve compor o texto <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>,as informações colhidas ou não durante as buscas das provas, bem como asprovidências tomadas para o cumprimento <strong>do</strong> seu ofício.67. Caso ocorra a negativa da entrega <strong>do</strong>s elementos <strong>de</strong> prova ou para acolaboração na busca da verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve o <strong>perito</strong> se reportar diretamente a quem onomeou, contratou ou indicou, narran<strong>do</strong> os fatos por meio <strong>de</strong> provas e solicitan<strong>do</strong> asprovidências cabíveis e necessárias, para que não seja imputa<strong>do</strong> responsabilida<strong>de</strong>por omissão na ativida<strong>de</strong> profissional.Estrutura68. O termo <strong>de</strong> diligência <strong>de</strong>ve conter os seguintes elementos:


88(a) i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> diligencia<strong>do</strong>;(b) i<strong>de</strong>ntificação das partes ou <strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s, e, em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> perícia judicialou arbitral, o número <strong>do</strong> processo, o tipo e o juízo em que tramita;(c) i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> <strong>perito</strong> com indicação <strong>do</strong> número <strong>do</strong> registro profissional noConselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>;(d) indicação <strong>de</strong> que está sen<strong>do</strong> elabora<strong>do</strong> nos termos <strong>do</strong> item 49 <strong>de</strong>sta Norma;(e) indicação <strong>de</strong>talhada <strong>do</strong>s livros, <strong>do</strong>cumentos, coisas e <strong>de</strong>mais elementos a serempericia<strong>do</strong>s, consignan<strong>do</strong> as datas e/ou perío<strong>do</strong>s abrangi<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificar oquesito a que se refere;(f) indicação <strong>do</strong> prazo e <strong>do</strong> local para a exibição <strong>do</strong>s livros, <strong>do</strong>cumentos, coisas eelementos necessários à elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil ou parecer pericialcontábil, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> o prazo ser compatível com aquele concedi<strong>do</strong> pelo juízo,contratante ou convenciona<strong>do</strong> pelas partes, consi<strong>de</strong>rada a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong>cumentos, as informações necessárias, a estrutura organizacional <strong>do</strong> diligencia<strong>do</strong>e o local <strong>de</strong> guarda <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos;(g) após atendi<strong>do</strong>s os requisitos da alínea (e), quan<strong>do</strong> o exame <strong>do</strong>s livros,<strong>do</strong>cumentos, coisas e elementos, tiver <strong>de</strong> ser realiza<strong>do</strong> junto à parte ou ao terceiroque <strong>de</strong>tém em seu po<strong>de</strong>r tais provas, haverá a indicação da data e hora para suaefetivação;(h) local data e assinatura.69. O <strong>perito</strong> elaborará o termo <strong>de</strong> diligência, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a<strong>do</strong>tar os mo<strong>de</strong>los sugeri<strong>do</strong>sem anexo ao final <strong>de</strong>sta Norma.LAUDO E PARECER PERICIAL CONTÁBIL70. O Decreto-Lei nº 9.295/46, na alínea “c” <strong>do</strong> art. 25, <strong>de</strong>termina que o lau<strong>do</strong>pericial contábil e o parecer pericial contábil somente sejam elabora<strong>do</strong>s por conta<strong>do</strong>rque esteja <strong>de</strong>vidamente registra<strong>do</strong> e habilita<strong>do</strong> em Conselho Regional <strong>de</strong>Contabilida<strong>de</strong>.71. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil são <strong>do</strong>cumentos escritos,nos quais os <strong>perito</strong>s <strong>de</strong>vem registrar, <strong>de</strong> forma abrangente, o conteú<strong>do</strong> da perícia eparticularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto e as buscas<strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> prova necessários para a conclusão <strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong>.72. Obriga a Norma que os <strong>perito</strong>s, no encerramento <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil ou<strong>do</strong> parecer pericial contábil, consignem, <strong>de</strong> forma clara e precisa, as suasconclusões.Apresentação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> e <strong>do</strong> parecer pericial contábil73. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil são orienta<strong>do</strong>s econduzi<strong>do</strong>s pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r e pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente, respectivamente,que a<strong>do</strong>tarão padrão próprio, respeitada a estrutura prevista nesta Norma. Neles


89<strong>de</strong>vem ser registra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma circunstanciada, clara e objetiva, seqüencial elógica, o objeto da perícia, os estu<strong>do</strong>s e observações realizadas, as diligênciasexecutadas para a busca <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> prova necessários, a meto<strong>do</strong>logia ecritérios a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vidamente fundamenta<strong>do</strong>s e as suas conclusões.74. O <strong>perito</strong> não <strong>de</strong>ve utilizar-se <strong>do</strong>s espaços marginais ou interlineares para lançarquaisquer escritos no lau<strong>do</strong> pericial contábil e parecer pericial contábil, ou produziremendas ou rasuras.75. A linguagem a<strong>do</strong>tada pelo <strong>perito</strong> <strong>de</strong>verá ser acessível aos interlocutores,possibilitan<strong>do</strong> aos julga<strong>do</strong>res e às partes da <strong>de</strong>manda conhecimento e interpretação<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nos <strong>trabalho</strong>s periciais contábeis. Devem ser utiliza<strong>do</strong>stermos técnicos e o texto conter informações <strong>de</strong> forma clara. Os termos técnicos<strong>de</strong>vem ser inseri<strong>do</strong>s na redação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e <strong>do</strong> parecer pericialcontábil, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a se obter uma redação técnica, que qualifique o <strong>trabalho</strong> pericial,respeitadas as Normas Brasileiras <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, bem como a legislação <strong>de</strong>regência da profissão contábil.76. Tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> termos técnicos atinentes à profissão contábil, <strong>de</strong>vem quan<strong>do</strong>necessário, ser acresci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> esclarecimentos adicionais e recomendada autilização daqueles <strong>de</strong> maior <strong>do</strong>mínio público.77. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil <strong>de</strong>verão ser escritos <strong>de</strong>forma direta, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s julga<strong>do</strong>res e <strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s eao objeto da discussão, sempre com conteú<strong>do</strong> claro e limita<strong>do</strong> ao assunto da<strong>de</strong>manda, <strong>de</strong> forma que possibilite os julga<strong>do</strong>res a proferirem justa <strong>de</strong>cisão. O lau<strong>do</strong>pericial contábil e o parecer pericial contábil não <strong>de</strong>vem conter <strong>do</strong>cumentos, coisas,e/ou informações que conduzam a duvi<strong>do</strong>sa interpretação, para que não induza osjulga<strong>do</strong>res e interessa<strong>do</strong>s a erro.78. Os <strong>perito</strong>s <strong>de</strong>vem elaborar o lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábilutilizan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> vernáculo, sen<strong>do</strong> admitidas apenas palavras ou expressõesidiomáticas <strong>de</strong> outras línguas <strong>de</strong> uso comum nos tribunais judiciais ou extrajudiciais.79. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil <strong>de</strong>vem contemplar oresulta<strong>do</strong> final <strong>de</strong> to<strong>do</strong> e qualquer <strong>trabalho</strong> alcança<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong>prova inclusos nos autos ou adquiri<strong>do</strong>s em diligências que o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r tenhaefetua<strong>do</strong>, por intermédio <strong>de</strong> peças contábeis e quaisquer outros <strong>do</strong>cumentos, tipos eformas.Terminologia80. Forma circunstanciada: a redação pormenorizada, minuciosa, efetuada comcautela e <strong>de</strong>talhamento em relação aos procedimentos e aos resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> lau<strong>do</strong>pericial contábil e o parecer pericial contábil.81. Síntese <strong>do</strong> objeto da perícia: o relato sucinto <strong>de</strong> forma que resulte numa leituracompreensiva <strong>do</strong>s fatos relata<strong>do</strong>s ou na transcrição resumida <strong>do</strong>s fatos da li<strong>de</strong> sobreas questões básicas que resultaram na nomeação ou na contratação <strong>do</strong> <strong>perito</strong>.


9082. Diligência: to<strong>do</strong>s os procedimentos e atos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s pelo <strong>perito</strong> na busca <strong>de</strong><strong>do</strong>cumentos, coisas, informações ou quaisquer outros elementos <strong>de</strong> prova, bemcomo to<strong>do</strong>s os subsídios necessários à elaboração <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e <strong>do</strong>parecer pericial contábil, mediante termo <strong>de</strong> diligência, quan<strong>do</strong> possível, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quetais provas não estejam insertas nos autos. Ainda são consi<strong>de</strong>radas diligências, ascomunicações às partes, aos <strong>perito</strong>s-conta<strong>do</strong>res assistentes ou a terceiros, oupetições judiciais, em <strong>de</strong>corrências <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrecadar elementos <strong>de</strong>prova.83. Critérios da perícia: procedimentos que servem <strong>de</strong> norma para julgar ou <strong>de</strong>cidir ocaminho que <strong>de</strong>ve seguir o <strong>perito</strong> na elaboração <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> pericial. É a faculda<strong>de</strong>que tem <strong>de</strong> distinguir como proce<strong>de</strong>r em torno <strong>do</strong>s fatos alega<strong>do</strong>s.84. Meto<strong>do</strong>logia: conjunto <strong>do</strong>s meios dispostos convenientemente para alcançar oresulta<strong>do</strong> da perícia por meio <strong>do</strong> conhecimento técnico-científico, <strong>de</strong> maneira quepossa ao final inseri-lo no corpo técnico <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e <strong>do</strong> parecerpericial contábil.85. Resulta<strong>do</strong>s fundamenta<strong>do</strong>s: representam as conseqüências <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> técnicocientífico<strong>do</strong> <strong>perito</strong>, por meio da explicitação da forma pela qual o <strong>perito</strong> chegou àsconclusões da perícia.86. Conclusão: é a quantificação, quan<strong>do</strong> possível, <strong>do</strong> valor da <strong>de</strong>manda, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>reportar-se a <strong>de</strong>monstrativos apresenta<strong>do</strong>s no corpo <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e <strong>do</strong>parecer pericial contábil ou em <strong>do</strong>cumentos. É na conclusão que o <strong>perito</strong> colocaráoutras informações que não foram objeto <strong>de</strong> quietação, porém, as encontrou nabusca <strong>do</strong>s elementos <strong>de</strong> prova inerentes ao objeto da perícia e que, <strong>de</strong> algumaforma, servirão <strong>de</strong> apoio para a opinião ou julgamento.87. Anexos: são <strong>do</strong>cumentos elabora<strong>do</strong>s pelas partes ou terceiros com o intuito <strong>de</strong>complementar a argumentação ou elementos <strong>de</strong> prova, arrecada<strong>do</strong>s ou requisita<strong>do</strong>s,pelo <strong>perito</strong> durante as diligências.88. Apêndices: são <strong>do</strong>cumentos elabora<strong>do</strong>s pelo <strong>perito</strong> com o intuito <strong>de</strong>complementar a argumentação ou elementos <strong>de</strong> prova.89. Palavras e termos ofensivos: o <strong>perito</strong> que se sentir ofendi<strong>do</strong> por expressõesinjuriosas, <strong>de</strong> forma escrita ou verbal, no processo, po<strong>de</strong>rá tomar as seguintesprovidências:(a) sen<strong>do</strong> a ofensa escrita ou verbal, por qualquer das partes, <strong>perito</strong>s ou advoga<strong>do</strong>s,o <strong>perito</strong> ofendi<strong>do</strong> po<strong>de</strong> requerer a autorida<strong>de</strong> competente que man<strong>de</strong> riscar ostermos ofensivos <strong>do</strong>s autos ou cassada a palavra;(b) sen<strong>do</strong> a ofensa escrita ou verbal, por qualquer <strong>do</strong>s <strong>perito</strong>s, o <strong>perito</strong> ofendi<strong>do</strong>po<strong>de</strong> requerer a autorida<strong>de</strong> competente que man<strong>de</strong> riscar os termos ofensivos <strong>do</strong>sautos ou cassada a palavra. Po<strong>de</strong> ainda, ser comunica<strong>do</strong> o ocorri<strong>do</strong> medianteprotocolo ao Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> da sua jurisdição;(c) as providências a<strong>do</strong>tadas, na forma prevista nos itens prece<strong>de</strong>ntes, não impe<strong>de</strong>moutras medidas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m civil ou criminal.


9190. Esclarecimentos: haven<strong>do</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> esclarecimentos <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericialcontábil ou <strong>do</strong> parecer pericial contábil sem a realização <strong>de</strong> audiência, o <strong>perito</strong> sofará por escrito, observan<strong>do</strong> em suas respostas os mesmos procedimentos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>squan<strong>do</strong> da feitura <strong>do</strong> esclarecimento em audiência, no que for aplicável.91. Quesitos novos e honorários suplementares: o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve observar os quesitossuplementares formula<strong>do</strong>s pelas partes ou pelo julga<strong>do</strong>r.92. Os <strong>perito</strong>s <strong>de</strong>vem, na conclusão <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e <strong>do</strong> parecer pericialcontábil, consi<strong>de</strong>rar as formas explicitadas nos itens seguintes:(a) omissão <strong>de</strong> fatos: o <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r não po<strong>de</strong> omitir nenhum fato relevanteencontra<strong>do</strong> no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> suas pesquisas ou diligências, mesmo que não tenhasi<strong>do</strong> objeto <strong>de</strong> quesitação e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que esteja relaciona<strong>do</strong> ao objeto da perícia;(b) a conclusão com quantificação <strong>de</strong> valores é viável em casos <strong>de</strong>: apuração <strong>de</strong>haveres; liquidação <strong>de</strong> sentença, inclusive em processos trabalhistas; resolução <strong>de</strong>socieda<strong>de</strong>; avaliação patrimonial, entre outros;(c) po<strong>de</strong> ocorrer que na conclusão seja necessária a apresentação <strong>de</strong> alternativas,condicionada às teses apresentadas pelas partes, casos em que cada umaapresenta uma versão para a causa. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve apresentar ao juiz as alternativascondicionadas às teses apresentadas, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, necessariamente, seremi<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s os critérios técnicos que lhes dêem respal<strong>do</strong>. Tal situação <strong>de</strong>ve serapresentada <strong>de</strong> forma a não representar a opinião pessoal <strong>do</strong> <strong>perito</strong>, consignan<strong>do</strong> osresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, caso venha a ser aceita a tese <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong> outro <strong>de</strong>mandante,como no caso <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong> índices <strong>de</strong> atualização e taxas;(d) a conclusão po<strong>de</strong> ainda reportar-se às respostas apresentadas nos quesitos;(e) a conclusão po<strong>de</strong> ser simplesmente, elucidativa quanto ao objeto da perícia, nãoenvolven<strong>do</strong>, necessariamente, quantificação <strong>de</strong> valores.Estrutura93. O lau<strong>do</strong> pericial contábil e o parecer pericial contábil <strong>de</strong>vem conter, no mínimo,os seguintes itens:(a) i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> processo e das partes;(b) síntese <strong>do</strong> objeto da perícia;(c) meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>tada para os <strong>trabalho</strong>s periciais;(d) i<strong>de</strong>ntificação das diligências realizadas;(e) transcrição e resposta aos quesitos: para o lau<strong>do</strong> pericial contábil;


92(f) transcrição e resposta aos quesitos: para o parecer pericial contábil, on<strong>de</strong> houverdivergência, transcrição <strong>do</strong>s quesitos, respostas formuladas pelo <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r eas respostas e comentários <strong>do</strong> <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r assistente;(g) conclusão;(h) anexos;(i) apêndices;(j) assinatura <strong>do</strong> <strong>perito</strong>: fará constar sua categoria profissional <strong>de</strong> conta<strong>do</strong>r e o seunúmero <strong>de</strong> registro em Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, comprovada medianteDeclaração <strong>de</strong> Habilitação Profissional - DHP. É permitida a utilização da certificaçãodigital, em consonância com a legislação vigente e as normas estabelecidas pelaInfra-Estrutura <strong>de</strong> Chaves Públicas Brasileiras - ICP-Brasil.Assinatura em conjunto94. Quan<strong>do</strong> se tratar <strong>de</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil assina<strong>do</strong> em conjunto, pelo(s) <strong>perito</strong>conta<strong>do</strong>re <strong>perito</strong>(s)-conta<strong>do</strong>r(es) assistente(s), há responsabilida<strong>de</strong> solidária sobre oreferi<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento.95. Em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil realiza<strong>do</strong> por <strong>perito</strong>s conta<strong>do</strong>res nãooficiais para a área criminal, o exame só po<strong>de</strong> ser realiza<strong>do</strong> após a prestação <strong>de</strong>compromisso <strong>de</strong> bem e fielmente <strong>de</strong>sempenhar o encargo.96. Quan<strong>do</strong> se tratar <strong>de</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil realiza<strong>do</strong> para área criminal, assina<strong>do</strong>em conjunto pelos <strong>perito</strong>s não oficiais, há responsabilida<strong>de</strong> solidária sobre o referi<strong>do</strong><strong>do</strong>cumento.Lau<strong>do</strong> e parecer <strong>de</strong> leigo ou profissional não habilita<strong>do</strong>97. O Decreto-Lei nº. 9.295/46 e a Norma Brasileira <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ramleigo ou profissional não habilita<strong>do</strong> para a elaboração <strong>de</strong> lau<strong>do</strong>s periciais contábeis epareceres periciais contábeis, qualquer profissional que não seja conta<strong>do</strong>r habilita<strong>do</strong>perante Conselho Regional <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>. Esclarecimentos <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> e <strong>do</strong>parecer pericial contábil em audiência98. Esclarecimentos são respostas oferecidas pelo <strong>perito</strong> aos pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong>esclarecimentos <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial contábil e parecer pericial contábil, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>spelas autorida<strong>de</strong>s competentes, quan<strong>do</strong> estas por algum motivo enten<strong>de</strong>rem anecessida<strong>de</strong> da presença <strong>do</strong> <strong>perito</strong> na audiência, para <strong>de</strong>screver e explicar <strong>de</strong>maneira or<strong>de</strong>nada e pormenorizada o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial. Os quesitos <strong>de</strong>esclarecimentos efetua<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser respondi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> duas maneiras:(a) <strong>de</strong> forma escrita: os quesitos <strong>de</strong> esclarecimentos <strong>de</strong>feri<strong>do</strong>s e apresenta<strong>do</strong>s ao<strong>perito</strong>, no prazo legal, po<strong>de</strong>m ser respondi<strong>do</strong>s por escrito e, neste caso, <strong>de</strong>verá serentregue o original, na audiência, para a juntada nos autos.(b) <strong>de</strong> forma oral: os quesitos <strong>de</strong> esclarecimentos <strong>de</strong>feri<strong>do</strong>s e apresenta<strong>do</strong>s ao<strong>perito</strong>, no prazo legal, po<strong>de</strong>m ser respondi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma oral, cuidan<strong>do</strong> para sanar as


93obscurida<strong>de</strong>s, omissões, contradições ou interpretações distintas daquelasconstantes no lau<strong>do</strong> pericial contábil.99. Se for necessário efetuar diligências para arrecadar novos <strong>do</strong>cumentos ou outroselementos <strong>de</strong> prova, o <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve a<strong>do</strong>tar todas as providências constantes nestaNorma, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, no entanto, requerer honorários complementares para aquelefeito.Quesitos e respostas100. O <strong>perito</strong> <strong>de</strong>ve observar as perguntas efetuadas pelas partes, no momentopróprio <strong>do</strong>s esclarecimentos, pois tal ato se limita às respostas a quesitosintegrantes <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> pericial, ou <strong>do</strong> parecer pericial contábil às explicações sobre oconteú<strong>do</strong> da li<strong>de</strong> ou sobre a conclusão.Quesitos novos101. O <strong>perito</strong>-conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve observar se os quesitos formula<strong>do</strong>s nesta faseprocessual são pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> esclarecimentos sobre o seu lau<strong>do</strong> pericial contábil ou setratam <strong>de</strong> quesitos novos. Mesmo atinente ao objeto da discussão, as respostas aesses novos quesitos ficam sujeitas ao <strong>de</strong>ferimento <strong>do</strong> julga<strong>do</strong>r da causa.


Nome <strong>do</strong> arquivo: TCCDiretório:C:\Documents and Settings\Administra<strong>do</strong>r\DesktopMo<strong>de</strong>lo:C:\Documents and Settings\Administra<strong>do</strong>r\Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>aplicativos\Microsoft\Mo<strong>de</strong>los\Normal.<strong>do</strong>tmTítulo:NOME DO ACADÊMICOAssunto:Autor:UNESCPalavras-chave:Comentários:Data <strong>de</strong> criação: 22/10/2004 17:36:00Número <strong>de</strong> alterações:275Última gravação: 17/12/2010 18:44:00Salvo por: Fernan<strong>do</strong> LossoTempo total <strong>de</strong> edição: 9.079 MinutosÚltima impressão: 17/12/2010 18:45:00Como a última impressãoNúmero <strong>de</strong> páginas: 95Número <strong>de</strong> palavras: 25.349 (aprox.)Número <strong>de</strong> caracteres: 136.887 (aprox.)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!