12.07.2015 Views

da Tulipa CANTORA E COMPOSITORA LANÇA TUDO TANTO E ...

da Tulipa CANTORA E COMPOSITORA LANÇA TUDO TANTO E ...

da Tulipa CANTORA E COMPOSITORA LANÇA TUDO TANTO E ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

REPORTAGEM | plínio marcosO samba paulista: dePlínio Marcos a Kiko DinucciTEXTO carlos costaArtistas de gerações diferentes, que nunca se conheceram, seencontram no palco do Itaú Cultural unidos pelo samba paulistaNa<strong>da</strong> de túmulo. Ao contrário do que disse Vinicius de Moraes, o samba paulistatem vi<strong>da</strong> e história. E ganha uma ação em prol de sua memória e permanência,no dia 29 de setembro, no Itaú Cultural. É o espetáculo Plínio Marcosem Prosa e Samba – nas Quebra<strong>da</strong>s do Mun<strong>da</strong>réu, com Geraldo Filme, Zeca <strong>da</strong>Casa Verde e Toniquinho Batuqueiro, que, dirigido pelo músico Kiko Dinucci,relê o disco raro de Plínio Marcos com sambistas paulistas, lançado em 1974 ereeditado em CD, neste ano, pela Warner.Entre os diversos projetos que toca, Dinucci pesquisa há tempos os sambistasparticipantes do álbum, que chama carinhosamente de maloqueiros e consideraresponsáveis por uma importante obra, reveladora <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de do sambaproduzido em São Paulo, mas pouco conheci<strong>da</strong> e carente de registros.O músico também mostra vasto conhecimento e admiração por Plínio Marcos(1935-1999), escritor que renovou os padrões dramatúrgicos com uma obracortante, de enfoque quase naturalista, e carrega<strong>da</strong> de gírias e personagens decama<strong>da</strong>s sociais periféricas. Escritos e encenados a partir dos anos 1960, os textospercorreram uma atribula<strong>da</strong> trajetória, marca<strong>da</strong> por proibições <strong>da</strong> censura<strong>da</strong> ditadura militar e por conflitos diversos, além <strong>da</strong>s vicissitudes de um artistagenuinamente inconformado com o sistema, suas leis e seus vícios.O SAMBA DE PLÍNIOO samba surgiu na juventude de Plínio como lazer, em Santos, ci<strong>da</strong>de onde nasceue cresceu. Conforme relata Oswaldo Mendes, na biografia Bendito Maldito:uma Biografia de Plínio Marcos (Leya, 1999), quando o dramaturgo morava emSão Paulo – e pelejava contra a censura para poder encenar suas peças –, ele montouo show Plínio Marcos e os Pagodeiros <strong>da</strong> Pauliceia.O espetáculo estreou em 1970, em Belo Horizonte, com a ren<strong>da</strong> reverti<strong>da</strong> paraa defesa de presos e perseguidos políticos e acabou <strong>da</strong>ndo certo. Tanto assimque dois anos depois estava em São Paulo. Primeiro, no Teatro de Arena e, em1973, reformulado e com o nome Humor Grosso e Maldito <strong>da</strong>s Quebra<strong>da</strong>s doMun<strong>da</strong>réu, seguiu para o Teatro de Arte, no porão do Teatro Brasileiro de Comédia(TBC), onde foi gravado.A reedição do álbum ocorreu mediante a persistência dos filhos de Plínio,Aninha Barros, Kiko Barros e Léo Lama, que seguem com outros projetos relacionados.“Começou com uma coisa afetiva e ganhou corpo. Queria mostrarque isso de marginal já era, que há outras coisas na obra do meu pai. O discoé muito diferente. A narrativa, as músicas. As pessoas gostam muito”, contaAninha Barros.BATUQUE CAIPIRAO disco – que será relançado em vinil no show do Itaú Cultural – tem 13 faixas:5 sambas de Geraldo Filme, 4 de Zeca <strong>da</strong> Casa Verde, 2 de Toniquinho, 1 dofolclore paulista e 1 instrumental, interpreta<strong>da</strong> pelos Batuqueiros de Vila Isabel,que encerra a gravação. Antes de to<strong>da</strong>s as músicas, uma introdução de Plíniorevela histórias, contando casos e construindo um roteiro.Como adianta Dinucci, no espetáculo esses textos serão usados como samplers eparticiparão dele Juçara Marçal, Thiago França, Rodrigo Campos, Marcelo Cabrale Dona Anecide, anônima para a maioria do público. Dinucci explica que ela representaa velha guar<strong>da</strong> do samba paulista. “Dona Anecide é dona do batuque deumbiga<strong>da</strong> de Capivari, interior de São Paulo. O batuque tem sonori<strong>da</strong>de africana epolifônica, é acompanhado por uma <strong>da</strong>nça de umbiga<strong>da</strong> e mostra em estado brutode onde veio o samba de São Paulo. Plínio Marcos vivia defendendo que o sambapaulista existe”, conta.Plínio Marcos deixou a prova do que defendia registra<strong>da</strong> nessa obra e nas músicasdos três negros (Geraldo, Zeca e Toniquinho), vindos do interior do estadoe que, infelizmente, ain<strong>da</strong> não alcançaram o reconhecimento que merecem.Consulte .foto: acervo de famíliaPLÍNIO MARCOS DEIXOU A PROVADO QUE DEFENDIA REGISTRADANESSA OBRA E NAS MÚSICAS DOSTRÊS NEGROS (GERALDO, ZECA ETONIQUINHO), VINDOS DO INTERIORDO ESTADO E QUE, INFELIZMENTE,AINDA NÃO ALCANÇARAM ORECONHECIMENTO QUE MERECEM.Plínio Marcos e osmaloqueiros do samba

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!