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Liberalização do Sector Postal: Principais questões concorrenciais

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primeiro lugar, esse abuso de posição <strong>do</strong>minante era concretiza<strong>do</strong> através de umaprática de discriminação que se traduzia na aplicação de condições diferentes atransacções equivalentes e que colocava em desvantagem competitiva outros parceiroscomerciais. Para a Comissão, mesmo que não existissem efeitos negativos substanciaissobre estes parceiros comerciais, o comportamento da Deutsche Post tinha efeitosnegativos directos sobre os consumi<strong>do</strong>res.220. Em segun<strong>do</strong> lugar, entendeu a Comissão existir abuso de posição <strong>do</strong>minante atravésda recusa de fornecimento (serviço de transporte e entrega) por parte da DeutschePost, excepto no caso de pagamento da sobretaxa, na medida em que as razõesinvocadas para essa recusa eram injustificadas. Os efeitos negativos destecomportamento abusivo foram, de acor<strong>do</strong> com a Comissão, reforça<strong>do</strong>s pelo facto daDeutsche Post ter atrasa<strong>do</strong> a entrega por um perío<strong>do</strong> de tempo suficientemente longopara enfraquecer substancialmente o impacto comercial das expedições.221. Por outro la<strong>do</strong>, a Comissão concluiu pela existência de um abuso de posição <strong>do</strong>minanterelaciona<strong>do</strong> com a prática de preços excessivos, por o preço pratica<strong>do</strong> pela DeutschePost relativamente ao correio transfronteiriço de entrada exceder o valor económico <strong>do</strong>mesmo em pelo menos 25%, não existin<strong>do</strong> uma justificação objectiva para tal <strong>do</strong> pontode vista <strong>do</strong>s custos de produção.222. Por fim, a Comissão condenou a Deutsche Post por limitar o desenvolvimento <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> alemão de entrega de correio internacional e <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> britânico deexpedição de correio para a Alemanha.223. Durante o decurso <strong>do</strong> procedimento legal, a Deutsche Post comprometeu-se a cessar ocomportamento, designadamente a intercepção, sobretaxação e atraso na entrega decorreio internacional de qualquer tipo.224. Um último caso de abuso de posição <strong>do</strong>minante a salientar é o Hays vs. La Poste Belge& Key Mail 51 de 2001. Em Abril de 2000, a Hays plc., um presta<strong>do</strong>r priva<strong>do</strong>, alegoujunto da Comissão que o incumbente belga pretendia eliminar a sua rede dedistribuição de serviços B2B a segura<strong>do</strong>ras que estava a operar desde 1982.225. Para o efeito, a La Poste Belge estava a ligar as reduções de tarifas na área reservadaà subscrição de serviços pelas segura<strong>do</strong>ras na área não reservada B2B, discriminan<strong>do</strong>entre os seus clientes. Tornava-se, assim, impossível para a Hays concorrer nomerca<strong>do</strong>, uma vez que lhe era impossível replicar a oferta.226. A Comissão entendeu que a La Poste Belge estava a abusar da sua posição <strong>do</strong>minanteatravés de uma prática de discriminação (entre clientes que lhe subscreviam ambos osserviços e os que subscreviam os serviços não reserva<strong>do</strong>s à Hays), alavancan<strong>do</strong> o seupoder de merca<strong>do</strong> da área reservada para a área não reservada.51 Cf. Comissão Europeia, Caso COMP/37.859 Hays/La Poste Belge & Key Mail, Decisão publicada noJornal Oficial n.º L61/40, de 02.03.2002.40/52

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