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Liberalização do Sector Postal: Principais questões concorrenciais

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212. Neste caso, a Comissão requereu à Deutsche Post que os lucros <strong>do</strong> serviço deencomendas cobrissem, no mínimo, os respectivos custos incrementais de produçãodeste serviço face aos custos de produção <strong>do</strong>s serviços da área reservada.213. A Deutsche Post, por iniciativa própria, foi ao encontro das exigências da Comissão,mediante a assunção de um compromisso de separação da prestação <strong>do</strong>s serviços deencomendas postais da prestação <strong>do</strong>s serviços da área reservada, de mo<strong>do</strong> a garantirque as receitas destes últimos não fossem utilizadas para financiar os primeiros.214. Neste contexto, Deutsche Post criou uma empresa juridicamente independente para ofornecimento <strong>do</strong> serviço de encomendas postais a empresas. Esta nova empresa podiaadquirir os seus inputs, não apenas à Deutsche Post, mas a qualquer fornece<strong>do</strong>r. Casooptasse por adquiri-los à Deutsche Post, esta última ficava obrigada a fornecê-los aosentrantes ao mesmo preço e nas mesmas condições. Neste senti<strong>do</strong>, os incentivos parafixar um preço retalhista abaixo de custo eram removi<strong>do</strong>s.215. A Comissão condenou ainda a Deutsche Post por abuso de posição <strong>do</strong>minanterelaciona<strong>do</strong> com a aplicação de um sistema de descontos de fidelização. Esta empresaconcedeu descontos substanciais aos maiores clientes <strong>do</strong> serviço de encomendas noperío<strong>do</strong> entre 1974 e 2000, na condição de que estes concentrassem na Deutsche Posta totalidade, ou pelo menos uma proporção significativa, das suas aquisições. Estesdescontos impediam assim qualquer concorrente da Deutsche Post de atingir umadimensão mínima que viabilizasse a sua entrada no merca<strong>do</strong>.216. A Deutsche Post, aquan<strong>do</strong> da recepção da acusação da Comissão (“Statement ofObjections”), anunciou a cessação da aplicação, a título preventivo, <strong>do</strong> sistema dedescontos em causa. Por outro la<strong>do</strong>, a Deutsche Post comprometeu-se a assegurar,através de um sistema de controlo prévio, que os contratos de serviços de encomendaspostais não conteriam quaisquer acor<strong>do</strong>s de descontos contrários aos requisitos <strong>do</strong>direito da concorrência.217. Um segun<strong>do</strong> caso de abuso de posição <strong>do</strong>minante decidi<strong>do</strong> pela Comissão Europeia foio British Post Office vs. Deutsche Post II 50 , em 2001. Neste caso, a British Post acusoua Deutsche Post de recusar a distribuição de correio transfronteiriço proveniente <strong>do</strong>Reino Uni<strong>do</strong> e que tinha como destino a Alemanha, salvo se a British Post pagasse umasobretaxa correspondente à tarifa interna alemã deduzi<strong>do</strong>s os encargos terminais.218. Para a British Post, a Deutsche Post atrasava repetidamente a libertação <strong>do</strong> correiointercepta<strong>do</strong>, mesmo apesar de a empresa britânica ter concorda<strong>do</strong> pagar a diferençaentre os encargos terminais devi<strong>do</strong>s pela entrega <strong>do</strong> correio transfronteiriço e a tarifainterna integral.219. A Comissão Europeia considerou que a Deutsche Post abusou da sua posição<strong>do</strong>minante no merca<strong>do</strong> de entrega de correio internacional de quatro formas. Em50 Cf. Comissão Europeia, COMP/36.915 British Post/Deutsche Post II, Decisão publicada no Jornal Oficialn.º L331/40, de 15.12.2001.39/52

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