Liberalização do Sector Postal: Principais questões concorrenciais
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169. Em resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> mais tardio processo de liberalização, os condicionalismos legais àentrada e à expansão assumem ainda um papel relevante neste sector, relacionan<strong>do</strong>se,nomeadamente, com a existência de uma área reservada, com os processos delicenciamento, com as questões de acesso à rede, com o tratamento fiscal diferencia<strong>do</strong>,com os requisitos da obrigação de SU e com a incerteza regulatória.170. A a<strong>do</strong>pção de regras de abertura <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s à concorrência tem permiti<strong>do</strong> atenuargrande parte destes condicionalismos à entrada e à expansão e, em particular, aquelesque se apresentam mais gravosos para o desenvolvimento de uma concorrênciaefectiva. Deste mo<strong>do</strong>, o âmbito da área reservada em Portugal tem vin<strong>do</strong> a serprogressivamente restrito, o acesso à rede pública postal é assegura<strong>do</strong> por vialegislativa e os processos de licenciamento simplifica<strong>do</strong>s e adequa<strong>do</strong>s à realidade <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> português e das empresas.171. Pelo contrário, o condicionalismo à entrada e à expansão relativo ao tratamento fiscaldiferencia<strong>do</strong> e, em especial, a isenção de IVA pelos presta<strong>do</strong>res de SU, tem persisti<strong>do</strong> econstitui actualmente um factor de desvantagem competitiva para os presta<strong>do</strong>resalternativos e potenciais entrantes que carece de actuação.172. No que concerne aos condicionalismos naturais à entrada e à expansão, os mesmospersistirão após a plena liberalização <strong>do</strong> sector, uma vez que estão relaciona<strong>do</strong>s comcaracterísticas intrínsecas destes merca<strong>do</strong>s. Refiram-se, neste contexto,condicionalismos relaciona<strong>do</strong>s quer com a procura, quer com a oferta de serviçospostais.173. Do la<strong>do</strong> da procura, identificam-se os seguintes condicionalismos naturais à entrada e àexpansão: efeitos de reputação, efeitos de carteira ou portfolio, custos de mudança econtrapoder negocial <strong>do</strong>s compra<strong>do</strong>res.174. Os efeitos de reputação e de portfolio constituem grandes desafios para os presta<strong>do</strong>resalternativos aos CTT, uma vez que esta empresa, por operar há mais tempo nomerca<strong>do</strong> português, beneficia da confiança <strong>do</strong>s clientes e fornece uma gama alargadade serviços.175. Os presta<strong>do</strong>res liga<strong>do</strong>s a grupos empresariais internacionais mais facilmenteultrapassam esta desvantagem competitiva por estarem identifica<strong>do</strong>s com uma marcade renome e por terem maior capacidade para oferecer um conjunto mais diversifica<strong>do</strong>de serviços.176. Do la<strong>do</strong> da oferta, os custos afunda<strong>do</strong>s, as economias de escala, as economias dedensidade, as economias de gama e os efeitos de rede correspondem aoscondicionalismos naturais à entrada e à expansão.177. De entre estes condicionalismos, as economias de densidade, resultantes de uma maiorconcentração geográfica <strong>do</strong> tráfego postal, têm consequências significativas narendibilidade potencial <strong>do</strong>s presta<strong>do</strong>res, e, como tal, na contestabilidade <strong>do</strong>ssegmentos geográficos. Desta forma, a oferta de serviços postais a uma escala33/52